por
Rogério Gonçalves Pessoa
Olinda-PE
Junho/2020
Custódia, início dos anos 80.
Nem imaginávamos quantas surpresas nos esperava esta década inesquecível. E para bem começar, lembro das festas em Custódia, dos parques montados na praça e suas atrações: Os carrosséis motorizados e claro, o famoso carrossel manual. “O Juju de Dona Tea”, as Canoas de Adamastor (Que adrenalina!), as barracas de comida e de tiro ao alvo, argolas, entre outras atrações. Felicidade “de muito” na minha linda cidade. Como nós morávamos na Nemésio Rodrigues, paralela a praça, Dona Nicinha, minha mãe, já me deixava passear e cuidar do meu irmão Romero, 4 anos mais novo que eu. Encubido desta missão, responsável por outros amigos, minha auto estima aumentou e me senti o papai de todos, bem convencido, sem saber ainda do fato que estaria para sempre em minha memória, com muita alegria e saudade.
Aquele ano foi diferente: Como atração inédita, vimos uma cabine metálica muito colorida, espaçosa e com um letreiro bem vistoso: MONGA. Só isto. Procurei me informar sobre do que se tratava e vi que seria um bom lugar pra levar os meninos e claro, fazer a fama de corajoso e depois zoar da turma. Ingressos comprados, fomos para os primeiros bancos e os demais ao lado, bem como na fila subsequente e eu lá, só fazendo medo e deixando todos apreensivos.
Começa a apresentação. Luzes apagadas (o que eu não esperava) e já fui ficando sério, mas atento sabendo que seria só uma encenação. Fui então buscando encontrar explicação para o truque, a mágica. Começa uma música e a moça chega dançando e a plateia começa a aplaudir e eu observando tudo. Continua o ato. O apresentador a coloca numa jaula e a música já muda. Até então não tinha descoberto nada até que me distraí com a conversa do sujeito, que já começou a bater na jaula e a transformação teve seu ápice. Continuei bem atento, impressionado como aquele(a) gorila apareceu do nada, começando a fazer barulho e a bater na grade. Minha pressão já estava lá em cima e eu, pensando em manter a pose, mas tendo a certeza que aquele bicho estaria bem preso e domado pelo apresentador, que em certo momento bateu mais forte na grade, a porta abriu e a Monga pulou para o lado dos expectadores. Boca aberta!
Meus queridos, vou confessar: Caiu toda a pose e pasmem, não sei de jeito nenhum como terminou aquilo, pois deixei meu irmãozinho (que vergonha) pra trás com toda a turma e levantei poeira pra casa! Claro que todos me seguiram e ao chegar, mamãe perguntou aos meninos que carreira foi aquela e a surpresa de tanta criança. Eu já tomando água e os risos tomando o ambiente, quando escutei lá de dentro: correu da Monga!!!! Demorou um pouco mas consegui dormir mais tarde.
Claro que isto foi assunto para pesquisa, onde conheci como tudo é feito, mas não vou revelar aqui, evidentemente, não é? Quem sabe você possa ter uma experiência desta e eu vá estragar a surpresa. Então prepare-se e boa corrida!
Relato de quem teve a melhor infância nesta terra querida, “Berço amigo de gente de valor”.
Renné Cavalcanti disse…
ResponderExcluirEmbora de Olinda, conheci "Monga" num parque na COHAB de Caruaru, em meados dos anos 80. Na mesma noite em que tive "coragem" (fui forçado, mesmo...rs) de entrar num Trem Fantasma, pela primeira vez...
Quem disse que eu consegui dormir naquela noite?!
Junto com a memória dos sustos, lembro bem do quanto eu pensava "Ainda bem que não me levaram pra toda gigante..."
Hoje, décadas mais velho, consigo rir daquela noite (mas ainda não consigo ir na roda gigante!)...kkkkk
Fabíola Bastos disse…
ResponderExcluirRoger Vc contando parece que estávamos lá, quanta precisão de detalhes, rir tanto que chorei!!! Muito bom, parabéns!!
Douglas disse…
ResponderExcluirRapaz que lembrança boa! assisti umas 5 vez a Monga e sempre terminava nas carreiras, chinelo quebrando! depois já entrava descalços kkkkkk Valeu a lembrança.
Douglas, Igarassu-PE