Até quando o povo vai suportar viver essa política de faz de conta?
O atendimento a saúde em Custódia sempre foi muito precário! Mas ultimamente tem fugido a normalidade. Como pode uma cidade com, aproximadamente, 40 mil habitantes não controlar um mosquito que vive rondando e ameaçando as pessoas, podendo levá-las a quadros de saúde graves e até ao óbito?
A cidade tá vivendo uma verdadeira epidemia de dengue e Chikungunya, ambas transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Sabe-se também que a fêmea desse inseto é responsável pela febre Zika. Segundo informação, não para de chegar gente com os sintomas dessas doenças no hospital da cidade. Lembrando que esse hospital não possui estrutura nenhuma para atender casos mais complicados, tanto pela falta de profissionais especializados, ausência de equipamentos adequados, medicamentos e ambulâncias para um socorro rápido.
O direito à saúde pública está previsto na Constituição Federal expressamente nos artigos 6º e 196, sendo um direito social e fundamental, é um dever do Estado. Vale ressaltar que há décadas as pessoas sempre recorreram às cidades vizinhas para exames mais complexos em todas as áreas, Custódia continua adotando métodos paliativos como política de saúde. O quadro é preocupante.
Na minha família quase todos estão doentes. No ano passado estive em Custódia para as festas de fim de ano, a situação era a mesma de hoje, minhas filhas e eu, ficamos doentes com poucos dias de nossa chegada. Mas o caso mais grave foi o de Priscilla minha sobrinha (filha de Linalva e Flávio). A princípio, ela apresentou os mesmos sintomas das doenças acima, como não melhorava, teve que interromper as férias e voltar pra Recife. Ao chegar, foi internada com dificuldade para andar, ou seja, o quadro avançou para uma Mielite, (inflamação da medula) que atacou os membros inferiores e quase a deixou paralítica. Até hoje faz tratamento. Só sabe do que estou falando quem acompanhou o drama. Graças a Deus, o problema foi detectado em tempo, mas poderia ter sido irreversível. Agora, imagine ficar numa cidade onde não tem estrutura nenhuma para diagnosticar e tratar o problema? Somente a misericórdia de Deus para livrar a população do pior, pois se depender do gestor e da visão política dos nossos representantes estará fadada ao descaso generalizado.
Estou colocando o caso de Priscilla para que sirva de alerta a Secretaria de Saúde do Município e do Estado, enquanto instituições responsáveis pela formulação e implementação de políticas de saúde, ao Ministério Público a fim de que sejam tomadas providências em caráter de urgência e a população como detentora de direitos e obrigações pois, o mosquito não escolhe pessoas, faz qualquer um de vítima.
Por Leônia Simões