Texto
Fernando Florêncio
Ilhéus-BA
14/07/2020
Fernando Florêncio
Ilhéus-BA
14/07/2020
Dr. Pedro
Colhendo mais uma bela fruta no roçado da vida. Qualquer uma. Parabéns. Não se completa 80 anos todos os dias.
Revolvendo meu histórico de vida, me veio à lembrança uma situação protagonizada pelo Dr. Pedrinho, que passo a relatar:
Final dos anos 90, mais precisamente no dia 23 de dezembro de 1.990, estava chegando a Custodia, junto com minha Familia – Apolonia (esposa) Prúdence, Fabíola e Andreas. Até então, sempre aos finais de ano, costumava passar minhas férias no Rio de Janeiro, aonde moravam meus pais e meus sogros. Naquele ano, resolvi mostrar meu torrão natal à família. Combinado com Valdinho, um dos Ferreiras que vem a ser meu tio. Viajamos juntos. Aguardei Valdinho em Feira de Santana, vindo de São Paulo.
Pernoitamos em Paulo Afonso, de onde saímos cedo. Viemos tomar café num posto no meio da estrada.Provavelmente em Sitio dos Nunes.
Na lanchonete do Posto, Fabiola, a filha domeio, resolveu comer um ovo cozido, exposto numa vitrine, que só Deus sabia a quanto tempo fora cozido.
Chegamos a Custodia, ficamos hospedados numa casa da família da esposa do Valdinho, gente humilde mas de coração rico.
A tardinha, Fabíola já estava febril. À noitinha já chegava aos 39 graus de febre.
Entrei numa Farmácia procurando um anti-febril. Uma pessoa, que não a via a mais de 40 anos, me reconheceu.Não precisa dizer da alegria que foi aquele encontro. Encontro de 40 anos de saudades.
Contei a Pedrinho história do ovo e pra que queria o anti-febril.
Vamos ver a moça, disse......! A febre encostara nos 40.
Infecção intestinal, violenta. Provavelmente causada pelo maldito ovo.
Pedrinho entrou no carro e voltou com a medicação. Medicou a menina. Saiu deixando o endereço.
Retornou por volta de duas da madrugada. Voluntariamente. Veio ver Fabíola, que dormia serenamente com a temperatura normalizada.
Às sete, o Pedrinho reviu Fabíola e tomou café conosco.
Consultado sobre o preço daquela assistência, fez que não ouviu. Se fingiu de morto. Beijou a Fabíola, me deu um longo abraço, um beijo na face de Apolonia e se despediu.
Viria a rever Pedrinho em 2006, para o Primeiro Encontro dos Custodienses Ausentes e Presentes.
Esta é um tipo de atitude, cujo débito não se paga nunca.
Pedrinho, somos-lhe eternamente gratos.
Fernando Florencio
Maria Apolonia Secchin
Prúdence Secchin
Fabiola Secchin
Andreas Secchin.
Ilheus, Ba. 14 de julho de 2020
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