11 julho, 2020

Como me iniciei no rádio

Por
Miguel Pedrosa
Petrolina-PE
Janeiro/2014


Por incrível que possa parecer, após ter exercido por quase 40 anos a profissão de radialista e hoje aposentado, se me perguntassem quando e onde iniciei minha carreira de comunicador eu responderia enfaticamente: “na cidade de Custódia pelos idos de 1953”. 

Mas como, se naquele tempo não existia emissora de rádio na cidade? – estação de rádio naquele tempo era coisa para cidade grande. Rádio só os enormes receptores que funcionavam à base de bateria, ou então os de menor porte como o de nossa casa ( marca ABC a voz de Ouro ), e que só era ligado a noite quando havia energia gerada pelo “motor da luz” e que era desligado as 11 da noite. 

E isso já era uma grande novidade, e na nossa casa juntavam-se pessoas da vizinhança para assistir as rádio-novelas “A pequenina cruz do teu rosário” ou “Jerônimo o herói do sertão”.

Sabem em que estação de rádio em comecei minha vida profissional? Em cima de uma caixa d'água no chalé de Dona Anita na rua da Várzea. O microfone era um funil improvisado, a voz era a minha mesmo, e as ondas hertzianas era o vento. 

Ali sentado eu improvisava a minha locução procurando imitar os locutores que eu ouvia nas rádios: Sociedade da Bahia, Clube de Pernambuco, Difusora de Pesqueira, e mesmo reproduzindo o que ouvia na Difusora Duas Américas. Ali eu me sentia o próprio. Dali eu saí para a vida. 

Da Rádio Caixa D'Água do Chalé de Dona Anita ( minha madrinha) para a Rádio Jornal do Comércio, Rádio Globo, Rádio Gazeta de Alagoas. Rádio Clube de Teresina, Rádio Pioneira de Teresina, Rede CBN e tantas outras organizações de vulto. 

E só agora eu me lembro da injustiça que tenho cometido ao escrever meu Curriculum: nunca mencionei minha passagem pela Rádio Caixa D'Água do Chalé da Várzea.” Peço perdão!

Quem sou eu: Miguel Pedrosa Lopes da Silva
filho de: Pedro Lopes da Silva (policial militar ) e Olívia Pedrosa Lopes
Profissões: Radialista, professor de oratória e terapeuta holístico.
Nossa família morou em Custódia entre 1947 e 1953

2 comentários:

  1. Fico muitissimo feliz. Ví o texto que você colocou na comunidade "Eu conhecí Zé Biá". Na verdade estou passando por uma fase muito fecunda em que os arquivos da memória, principalmente aqueles relacionados com minha infância nesta cidade que amo, estão fluindo, e os observando sob a ótica de hoje é que consigo perceber quantos conteúdos importantes existem, e quanto personagens, ocorrências, sentimentos, e o próprio cenário desta parte do sertão em que vivi, possuem uma tremenda riqueza, dentro da singeleza de uma cidade do interior. Existe um conjunto de coisas que daria uma palestra dentro de um momento cultural da cidade, Tenho desejo de participar mais efetivamente dessas coisas, e deixo aqui um aceno positivo dessa disponibilidade. - Um Fraterno Abraço - MIGUEL PEDROSA

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  2. Caro Miguel.
    Aproveite, e compareça ao 4º Encontro dos Custodienses Ausentes e Presentes, previsto para acontecer no mês de setembro próximo por ocasião do aniversario de emancipação da nossa cidade.Uma palestra sobre o conteúdo da m ateria postada, seria muito interessante.
    Mande seu endereço para florencio.fernando@hotmail.com, que lhe enviarei material dos encontros anteriores, inclusive o "FOI ASSIM", livro autobiográfico de minha autoria.
    Fernando Florencio
    Ilheus/Ba

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