31 março, 2021

Abílio José Duarte - por José Melo

 

Abílio José Duarte

Texto: 
José Soares de Melo
Recife/PE
Março/2021


Uma das figuras mais populares da Custódia de ontem, foi sem dúvida Abílio José Duarte.

Dono de um humor pra lá de afiado, Abílio era presença obrigatória em toda roda de papo dos mais velhos. Sua condição de deficiente (deformação da coluna, popularmente chamada de corcunda), em nada o prejudicava nos relacionamentos, e estes eram com praticamente de todas as camadas sociais. Na função de Serventuário da Justiça, mantinha bom relacionamento com as autoridades judiciárias locais e com a população em geral. Contavam pessoas mais chegadas, que Abílio dispunha de um vasto acervo de escritos, que relatavam fatos históricos de Custódia e dos Custodienses. Pena que jamais o público teve acesso a essas informações. Pai do emblemático Zezito – Rock Lane, para a maioria das pessoas, a quem tive o prazer de conhecer e conviver, juntamente com seu companheiro de trabalho na então TELPE, o radialista Lulinha Tenório, gerou uma numerosa família cujos descendentes estão espalhados por esse Brasil afora.

Seu bom humor contagiava a todos, quando narrava “causos” de antigamente, lembrando as aventuras das quais quase sempre era protagonista, histórias sempre recheados de fatos curiosos e pitorescos.

Não sei se é verdade ou lenda, o fato que eu sempre ouvia contar, a respeito de Abílio. Diziam os contadores de causos de Custódia, que Abílio era muito amigo de Lampião, quando este reinava no Sertão. Servia de defensor dos proprietários locais, contra a sanha do cangaceiro, que sempre lhe atendia os pedidos.

Dizem que pessoas invejosas criaram uma intriga entre Abílio e Lampião, tendo este cortado a amizade e jurado vingança contra Abílio. E que certa vez mandou um duro recado a Abílio:

- “Diga a Abílio que quando eu me encontrar com ele, vou cortar a corcunda dele de facão”.

A resposta de Abílio não poderia ser mais desaforada. Mandou o recado pelo mesmo portador:

- “ Diga a Lampião que se ele quiser ver um homem na família, traga a mão dele pra dormir comigo uma noite!”

Não é necessário dizer a ira que o Rei do Cangaço ficou nutrindo pelo ex-amigo. E sempre o procurava nas incursões que fazia pelos arredores de Custódia, por saber que Abílio vivia constantemente percorrendo aqueles rincões, a serviço da Justiça.

Contam que certa feita Abílio se encontrava em São Caetano, então povoado de Custódia, hoje município de Betânia, no pequeno hotel, tomando café, com seu cavalo selado e amarrado no quintal que ficava por trás do hotel. O quintal ficava em um nível bastante abaixo do nível da casa, e para se chegar lá tinha que descer uma escada com vários degraus.

De repente, ouve-se o tropel de cavalos se aproximando da entrada pequena rua, quando um menino entra correndo, assustado e gritando:

- “ E Lampião, é Lampião com os cangaceiros!!”


Sem esperar para conferir, Abílio correu para a cozinha, e na mesma corrida que vinha pulou a janela, caindo sentado exatamente sobre a sela de seu cavalo, tendo cortado o cabresto com sua faca, e partido em desabalada carreira.

Lampião jamais poderia imaginar que esteve tão perto de cumprir a ameaça que havia feito, e somente depois de um bom tempo, foi que lembrou de perguntar se Abílio não teria aparecido por aquelas bandas. Quando a dona do hotelzinho disse que ele saiu exatamente quando a tropa chegara, Lampião não se conteve:

- “ Ô caba féla da puta! Se eu te pego aqui hoje tu ia ficar sem a corcunda!!

Verdade ou mentira, não se pode provar. Porém uma coisa é certa. Abílio foi uma figura excepcional na Custódia de ontem.

Por ironia do destino, Abílio morreu vítima de um acidente. Foi atropelado na Avenida Inocêncio Lima onde morava, quando retornava de uma de suas caminhadas. Isso quando demoravam horas para se observar um veículo trafegando pela cidade.

(*) Publicação autorizada pela família

O voo do Ícaro - por Fernando Florêncio



Fernando Florêncio
Ilhéus/BA
 22/11/2008


Fernando chegou a Custódia procedente de Ibimirim, por força da transferência do seu Pai, que soldado da Policia Militar de Pernambuco, viera “servir” por aqui. Chegaram em cima da carga de um caminhão, carregado com fardos de algodão, debaixo de um sol de rachar. Vieram via Betânia. Estrada de chão.

Lembro de ambos descendo do caminhão. Quando pularam, ficaram alguns bons segundos “sumidos” envolvidos que foram por uma nuvem de uma poeira vermelha acumulada nas roupas durante a viagem. Mais parecia um “redemunho” .

Na bomba, mais precisamente em frente ao Hotel Sabá, onde aconteceu o desembarque, demorou algum tempo para sabermos o que “era aquilo”. O Fernando pisava assim, tipo: “AQUI TÁ FUNDO E AQUI TÁ RASO, AQUI TÁ FUNDO, AQUI TA RASO.”porque tinha uma perna maior que a outra.

O Pai de Fernando, devidamente fardado, com a gandola abotoada até o pescoço, foi aparecendo aos poucos de acordo com a dissipação do pó. Portava na mão o inseparável Fuzil/Mauser 1908, comumente chamado de “MOSQUETÃO’. Arma potente. Precisa. Matava um boi a mil metros de distância. Arma respeitada. Bala de aço. Fernando se adaptou logo ao novo ambiente.

Tentou de todas as formas jogar bola com a gente, mas, com as pernas tortas, ainda por cima finas e descalibradas, tipo assim, “DEIXA QUE EU CHUTO”, não levava jeito. Por ser filho de soldado, e como naquela época todo soldado, não sei por que, andava com um apito, e como o silvo do apito era bonito, diferente, arranjamos para Fernando ser o juiz de nossas peladas, desde que apitasse o jogo com o apito do soldado. Aquele apito era de mais. O Fernando, sendo juiz da pelada e filho de “otoridade” era respeitado.

Certa feita Fernando apareceu com uma geringonça fabricava umas pipocas que mais pareciam isopor. O sabor era indefinido. Mas com sal e manteiga “de gado” até que a tal pipoca era comível. Fazia a nossa alegria, principalmente nos dias que tinha “cinema”.

O soldado, pai do Fernando, fazia gaiolas com tal esmero, que eram conhecidas até na Feira de Caruaru, e o Fernando era encarregado pelo pai a pegar os passarinhos, já que as gaiolas seriam vendidas mais cara e mais fácil, com um pássaro dentro. Como todos nós, o Fernando também passou a “freqüentar” o sítio de “Sêo Arnou” pois lugar melhor pra “pegar” Golinha, Pintasilgo, Papa-Capim, Galo de Campina..etc não tinha, pois era numa cacimba onde esses passarinhos iam beber que nós armávamos os alçapões.

Sêo Arnou até que não ligava muito. Desde que não mexesse nas frutas, tudo bem. Ao contrário do irmão, Ananias. Esse sim, se pegasse um de nós, o cipó comia no centro. Mas, começou a sumir alguns cachos de coco, de uns pés que Sêo Arnou tinha nos fundos do sítio. Os coqueiros eram nativos e altos . Alguns com mais de 30 metros de altura. Tanto que poucos se atreviam a trepar neles. Os cocos caiam já secos. Foi em cima de um desses gigantes que Sêo Arnou flagrou Fernando roubando cocos. Não pensou duas vezes.

Com Fernando lá em cima, pedindo pelo amor de Deus “– Sêo Arnou num faça isso, é muito alto, eu vou morrer –“ e Sêo Arnou num tava nem aí para as súplicas do lalau. Quanto mais Fernando pedia, mais Arnou brandia o machado no tronco do coqueiro.

Vendo que não tinha saída, a disposição de Arnou era mesmo derrubar o coqueiro, o larápio, que era de uma magreza extrema, sacou da cintura uma pequena foice que sempre carregava para tirar madeira de fazer gaiolas, cortou uma palha do coqueiro, botou embaixo de um braço, cortou outra, colocou no outro braço, apertou nos sovacos e se jogou lá de cima.

Quem viu, disse que Fernando deu um rasante sobre o bar de Sêo João Miro, arremeteu, subiu, desceu, passou raspando a antiga Tambaú que ficava ali perto da ponte, e se não fora uma rajada de vento que o jogou na direção do pé de tamboril de Sêo Luiz Mataverde, aonde ficou enganchado, Fernando teria aterrissado lá pras bandas do Texaco.

FERNANDO DO SOLDADO, MORREU (?) SEM SABER QUE INVENTARA 
A ASA DELTA

O combate de Umburanas - Jovenildo Pinheiro


Sertão Sangrento: Luta e Resistência
Jovenildo Pinheiro de Souza

Umburanas é uma localidade perto de Custódia, em Pernambuco, onde a Coluna Prestes travou o combate mais importante, quando da passagem por este Estado. O combate foi travado no dia 14 de Fevereiro (primeiro dia de Carnaval) de 1926, era, então, Governador do Estado, Sérgio Loreto. A tropa pernambucana era composta de cerca de 200 soldados, comandados pelo “célebre Coronel João Nunes, velho perseguidor de Lampião”.

Era, portanto, conhecedor da região e afeito à dureza dos combates nas caatingas.

Vale salientar a opinião de outro célebre oficial militar, sobre o colega de farda, o Coronel João Nunes. Segundo Optato Gueiros, que foi também por muitos anos Comandante das Forças Volantes contra o cangaço, “o único comandante da tropa que, de fato, cometeu desatinos, foi o Coronel João Nunes. Não tivesse ele mandado fuzilar os pobres rapazes gaúchos que caíram prisioneiros nas mãos das tropas legalistas em Floresta, em Nazaré, e determinado que se acabasse de matar um pobre revoltoso, que, além de ferido estava tuberculoso, e se achava moribundo em Campo Alegre, não teria a polícia de Pernambuco adquirido por algum tempo a fama de perversidade …”

Em Umburanas a Coluna Prestes preparou uma emboscada e na qual caiu a tropa sob o comando do Coronel João Nunes. Diante da surpresa e do poder de fogo por parte dos revoltosos, a tropa legalista bateu em retirada, desordenadamente, perdendo no campo de batalha uma grande quantidade de material bélico, além de ter perdido um quarto do seu efetivo militar, entre mortos e feridos.

O Coronel João Nunes já tinha tido a oportunidade de contatar a Coluna, no sul do Estado do Piauí, quando enfrentou o destacamento comandado por Siqueira Campos. Nesta ocasião, João Nunes saqueou e incendiou a cidade de Valença.

Em Umburanas, o Coronel João Nunes teve o seu Waterloo. Segundo descreve Moreira Lima, “à frente dos fugitivos corria o Coronel João Nunes que abandonou seus comandados em pleno combate, com um mísero poltrão, e gastou dois dias para alcançar Custódia, a três léguas de distância, onde chegou ‘arrazado’, a pé e com a roupa estralhaçada pelos espinhos da caatinga”
40.

(14)Anos depois, em 1930, esse veterano perseguidor de Lampião, já aposentado da Polícia Militar de Pernambuco desde 1927, foi aprisionado por Lampião, quando repousava na fazenda Sueca, de sua propriedade, em Águas Belas, Pernambuco.

Disponível Clicando Aqui

30 março, 2021

Abílio José Duarte - por Marlos Duarte


Por Antônio Marlos Duarte

A história desse homem reflete-se na importância de explorar a memória da família e também da sua cidade, Custódia. Meu avô nasceu no ano de 1888: ano da abolição da escravatura. Percebe-se que o meu avô nasceu algumas décadas antes da emancipação de Custódia como município. Abílio José Duarte nasceu em Cacimba Limpa e foi criado pelo tio José Josino em São João do Leite. Seus pais moravam em Palmeiras dos Índios, no estado de Alagoas, e, por motivos desconhecidos por mim, não criaram meu avô. Vivendo nessa região a sua infância, meu avô foi criado num contexto de bucólico, de fazendas e de sítios. Tendo fazendas para se dedicar a cuidar (visto que seu tio era dono de terras), meu avô sonhava em ser vaqueiro... e foi. Tornou-se o vaqueiro do sítio de seu tio-pai.

Meu avô cresceu e virou o que ele sempre quis na infância: vaqueiro. Num dia, em que corria pelas fazendas que fora criado, Abílio José Duarte corria em alta velocidade com o seu cavalo quando não viu um buraco enorme. Não conseguindo "frear" o cavalo, caiu e ficou, como se diz na nossa linguagem típica, "corcunda". Ele ficou assim até o último dia de sua vida. Com o acidente, deixou de ser vaqueiro para ser outras coisas. Casou-se anos depois com a sua primeira mulher - Enedina Leite - , a qual morreu após uma série de complicações após um parto. Ela deixou filhos, tios meus que já morreram - Joanita, Zezito (Rock Lane), mas outros continuam vivos como Tia Neta e Irene. Passado alguns anos de "viuvez", casou-se novamente. Casou com a jovem Juvina Alves Figueredo, minha avó, a qual permaneceu com o meu avó até o seu último dia de vida. Com ela, teve oito filhos: Gilda, Djanira, Josa, Afonso, João, José, Dorinha e Magaly, esta última minha mãe.

Como Oficial de Justiça, meu avô pregou a Justiça sempre, nunca se subjugando a subornos ou coisas do ramo. Por várias vezes, pessoas que queriam ser privilegiadas em divisões de terras, em heranças, tentavam subornar meu avô querendo "dar um bônus", caso meu avô aumentasse suas posses. Meu avô nunca aceitou a ideia de ser um qualquer corrupto da justiça, sendo reconhecido por todos. Já escutei várias histórias sobre pessoas que hoje são idosas e que, quando jovens, conheceram meu avô e me falaram sobre isso. Sempre escutei histórias sobre Abílio José Duarte como um homem digno, honesto, entendido, inteligente, sábio... incorruptível.

Na Justiça, meu avó já passou por muita coisa como o caso, que sempre escuto com muita frequência, da insistência de Lampião em enfrentar o meu avô. O tio que criou o meu avô gostava muito de Lampião, dando comida e abrigo quando os cangaceiros vinham a Custódia. Meu avô, ao contrário do seu tio-pai, nunca gostou de Lampião e vivia reclamando quando o anti-herói ia se abrigar na casa que fora criado. Lampião soube desse "mal-estar" e passou a afrontar o meu avô, mandando ameaças. Dizem que, quando Lampião chegava em Custódia, meu avô corria. Quando Lampião o ameaçava, ele viajava para outros lugares, inesperadamente. Eu disse que ele era incorruptível, não corajoso com cangaceiros! Enfim, todos os homens têm suas fraquezas... e meu avô não seria diferente! (risos)

Já aposentado, meu avô criava em sua casa um papagaio muito ciumento, que só queria a atenção dele e de mais ninguém da casa. A minha tia ensinava palavrões ao papagaio. Após dias da morte do meu avô, ele também morreu. Eram inseparáveis dentro de casa. Enquanto vivia nessa vida de aposentado, meu avô tinha uma rotina: durante a manhã, caminhava em direção ao Cruzeiro, onde tinha alguns parentes que ia visitar; durante a tarde escrevia muito e, a noite, vivia em casa. Meu avô fez um livro autobiográfico, que se encontra com minha tia, que mora no Estado do Rio de Janeiro. Diversas prosas pequenas meu avô escrevia, todos os dias. Além disso, meu avô era "consultor político". Muitas pessoas iam na casa dele para saber em quem ele iria votar, para votar no mesmo candidato, visto que todos julgavam meu avô "entendido". Quem não gostava desses "conselhos políticos" era a minha avó, que sempre dizia: "Abílio, esse povo só vem na hora do almoço, é? Abílio, deixa de ser besta... esse povo só vem para cá comer!!!" (risos)

Em uma de suas manhãs, foi caminhar e, mais ou menos, de frente onde hoje é a Tambaú (na época era o Posto Texaco) teve o seu destino cruzado com o de uma moça que estava aprendendo a dirigir carro. Inesperadamente, ela atropelou o meu avô, que não resistiu às lesões e faleceu. Era 15 de Dezembro de 1972. Meu avô tinha 84 anos e deixou filhos e a minha avó, que ainda tinha 50 anos na época (hoje, minha avó - Juvina Alves Duarte - tem 89 anos e completará 90 anos no dia 22 de Março). Em 2012, completa-se 40 anos da morte do "Abílio Corcunda", da morte de um homem de caráter incontestável, de índole, de firmeza de ideias, de pensamento e de sonhos. Existe uma rua com o nome "Rua Abílio José Duarte", que fica perto da CIOSAC, na entrada do Bairro Mandacaru.

Foi uma satisfação muito grande compartilhar, mesmo que tão pouco, a história de um homem de ideais. Tenho orgulho de ser neto dele, porque, quando se é adolescente, sempre nós procuramos a quem seguir em pensamento, vendo as histórias de seus heróis. Encontrei, além do meu pai, um outro herói na minha família: uma homem de Justiça e de sabedoria paterna. Encontrei um herói querido por todos na sua vizinhança e na sua cidade. Encontrei um herói paciente e que não guardava mágoas de ninguém. Encontrei a história de um incorruptível, de um cidadão, de um homem real e ideal. Encontrei a história de Abílio José Duarte. 

Publicado no (blogdotoiim.blogspot.com)

Custódia: A última grande peleja do século XIX


Em 1900, em comemoração festiva que homenageava São José, em Custódia, cidade vizinha de Carnaíba, se encontraram e travaram uma luta verbal o famoso poeta Antônio Açudinho, carnaibano e Ferreirinha, natural de Caruaru.

Essas festas eram eventos privilegiados pelos cantadores porque reuniam grande número de pessoas que após os atos litúrgicos saiam em busca de diversão.

As pelejas, modalidade de cantoria em que dois poetas disputam o reconhecimento do público através de sua agilidade com as palavras proporcionavam esse entretenimento. Mas, muitas vezes a poesia dava lugar a discussões e brigas como acontece hoje nos estádios de futebol entre as torcidas organizadas.

Não foi diferente em Custódia, há mais de cem anos, naquela festa de São José em que cantavam Ferreirinha e Açudinho, pois cada estrofe improvisada por esse último era seguida de sorrisos e aplausos, enquanto as do outro eram acompanhadas de urros, gritos e vaias.

Criava-se assim, o ambiente propício para agressões físicas que não ocorreram em virtude da habilidade dos poetas que acalmaram os ânimos da plateia.

Vejamos algumas estrofes dessa peleja:

_ Meu colega Ferreirinha,
Seja bem-vindo a esta terra,
Mas me diga se é de paz.
Ou tem intenções de guerra,
pois eu preciso avisar
Os meus caboclos da serra.

_Muito obrigado, Açudinho
E permita que o saúde,
mas você fala com um homem
que a ninguém no mundo ilude,
Eu venho aqui de bem longe,
Só conhecer seu açude.


No meio da cantoria entra no recinto um padre que de certa forma é eleito pelos cantadores o juiz da disputa, como deixa evidente uma estrofe de Ferreirinha:

_Assim você bem parece
Que está com medo de mim,
Porque não me mostra o açude,
Eu fico pensado assim,
Chega agora um sacerdote…
Nos julgue o padre Rolim.


A partir desse momento os ânimos se agitam entre os admiradores de um e outro cantador, pois Ferreirinha afirma em uma estrofe não ser católico e Açudinho sai com essa:

_Valha-me Nossa Senhora,
E bom Deus que tudo pode,
Em meio dessa surpresa,
Um seu ministro me acode,
Com o cordão de São Francisco,
Meu padre amarre este bode.


Material enviado por José Soares de Melo, extraído do blog BRAIÇÃO.

(*) A palavra braiação significa em uma das variantes linguísticas do Sertão nordestino mistura. Nosso objetivo, portanto, é braiar. Diante, entretanto, das inúmeras possibilidades de braias que o Sertão oferece decidimos pela braiação da cantoria e do cordel, sobretudo, a produçao daquelas figuras notáveis como Antônio Açudinho, poeta carnaibano, do final do século XIX, respeitado pelos cantadores e amado pelos seus ouvintes, mas completamente esquecido dos que vivem, hoje, em sua cidade natal.

26 março, 2021

Nem Davanira simboliza tanto as Casas José Araujo como Seu Jurandi (natural de Custódia)

 


Por MARIANA MESQUITA
09/10/2017
Por Aqui


Grande parte dos funcionários das Casas José Araújo, que segue no coração fregueses, se orgulha de fazer parte da empresa por dez, vinte, trinta anos ou mais. No salão da única remanescente da rede na Tamarineira, muitos têm histórias para contar desde o tempo em que a loja foi inaugurada e tinha uma escada rolante que fazia a festa das crianças. Porém, em matéria de tempo de serviço ninguém bate Jurandi Bezerra de Messias – Jurandi “sem r”, como ele faz questão de ressaltar.

Natural de Custódia, no Sertão pernambucano, ele veio trabalhar na filial da Rua Duque de Caxias em 1956, por indicação do padre Duarte, de Pesqueira. De lá para cá, já são quase 61 anos de dedicação à empresa. Certamente, ele não ficou tão famoso como a personagem Davanira, que foi interpretada num dos comerciais mais famosos da loja pela hoje advogada Veruska Lins, mas é um símbolo imbatível da empresa.


Dono de uma memória invejável, seu Jurandi gerencia o setor de decoração da loja e conhece cada detalhe. “Aqui o sortimento é muito grande, temos de panos baratos, de R$ 7 o metro, até tecidos para vestido de noiva que custam mais de mil reais”, comenta. Simpático, ligeiro, de fala mansa e olhar esperto, seu Jurandi entende de tudo: estoque, estampa, textura, valor, fabricação… E nós da reportagem do PorAqui pudemos conferir como é necessário e querido.

A conversa foi interrompida por três funcionários diferentes pedindo informações e autorização, e por uma cliente antiga, que parou para cumprimentá-lo. Aos 84 anos, Seu Jurandi está aposentado mas não quer parar de trabalhar, contrariando a vontade da esposa, dos filhos e das netas. “Minha vida é isso aqui”, sorri.

Você conhece ou sabe como nós podemos encontrar Veruska Lins? 

Envia uma dica para o e-mail colabore@poraqui.news

Queremos também contar a história da menina que interpretou a inesquecível Davanira.


19 março, 2021

19 de março, dia do nosso Padroeiro São José.


“O anjo do Senhor manifestou-lhe em sonho dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua mulher, pois o que nela foi gerado vem do Espírito Santo”. (Mt. 1, 20)


19 de março, dia do nosso Padroeiro São José.

Ano especial de São José!


2021, ano especial do pai adotivo de Jesus. No dia 08 de dezembro de 2020 foi iniciado, a pedido do Papa Francisco, a celebração dos 150 anos da Declaração de São José como padroeiro da Igreja Católica.

São José: nascido em Belém; nome: Joseph; pai: Jacob; profissão: carpinteiro; esposo da Virgem Maria; pai adotivo de Jesus e venerado por toda a cristandade.

São José; José de Nazaré; José, o Carpinteiro ou São José, o Operário.

O nome José é a versão lusófona do hebraico Yosef, que significa “Ele acrescenta”, referindo-se a Deus. Descendente da Casa Real de David, é venerado como santo pelas Igrejas Católica e Ortodoxa, que o celebram como seu Padroeiro Universal. A liturgia luterana também lhe dedica o dia 19 de março a sua memória, sob o título de “Tutor de Nosso Senhor”. Operário, é tido como “Padroeiro dos Trabalhadores”. E, pela fidelidade a sua esposa e dedicação paternal a Jesus, como “Padroeiro das Famílias” e empresta seu nome a muitas igrejas e lugares ao redor do mundo.

Nas tradição católica, José é considerado o Santo Padroeiro dos Trabalhadores e está associado a vários dias de festa. O Papa Pio IX declarou-o Patrono e Protetor da Igreja Católica. Na piedade popular, José é considerado um modelo para os pais como também se tornou patrono de várias dioceses e lugares. Na iconografia religiosa popular, ele é associado a lírios ou nardo, representando sua castidade e pureza.

Padroeiro da Igreja Católica da Bélgica, do Canadá e dos pais biológicos e adotivos, das famílias, da Diocese de Beja (Portugal), da cidade de Santarém, do Estado do Ceará, do Maranhão e das capitais Palmas e Macapá.

A Paróquia de Custódia tem a graça de tê-lo como patrono. A veneração ao bom José é de uma singeleza e amor que transcende as nossas forças.

Chegamos ao dia 19 de março, encerramento das homenagens ao nosso padroeiro. As restrições impostas pelas autoridades públicas de saúde afastaram os paroquianos da Casa de Deus. A pandemia da COVID-19 chegou a Custódia e assustou todos nós. E no dia 15/03/2020, na sétima noite de Novena do Padroeiro de Custódia, para a surpresa dos paroquianos, o Padre Roberto comunicou a suspensão de toda programação da festa. A determinação era contundente e precisa. No seu bojo, determinava o isolamento social e cuidados efetivos de higiene. Não foi e não está sendo fácil ficar afastada de tudo e de todos. Sinto falta de ir à igreja, de tomar a Hóstia - Corpo de Cristo - mas entendo que estamos num caos total, onde o sistema de saúde colapsou e o povo está morrendo sem assistência médica. E hoje, não diferente do ano passado, temos de priorizar a vida. Tivemos procissão de São José com as pessoas dentro de seus carros, de máscara e com álcool em gel, seguindo todo protocolo que se faz necessário. O percurso foi conduzido pela equipe da Paróquia de Custódia. Os carros seguiram o andor com seus vidros fechados. Terminada a procissão, voltaram para suas casas.

São José, intercede a teu filho Jesus pela minha família, pelos meus amigos e pelo Mundo inteiro! Amém!

São José, rogai por nós!

Lindinalva (Nenê).

Custódia, 19 de março de 2021.


Guardião e História de José - Música e Letra de Lindinalva "Nenê"

 


Letra e Música: Lindinalva Almeida "Nenê"
Interpretação: Linalva e Hugo Simões

18 março, 2021

Está morrendo a geração de ferro, para dar passagem à geração de cristal - Atanael Rezende


Dias atrás eu recebi a imagem abaixo acompanhada de um texto que dizia:

ESTÁ MORRENDO A GERAÇÃO DE FERRO, 
PARA DAR PASSAGEM À GERAÇÃO DE CRISTAL.

Está morrendo a geração que sem estudos educou seus filhos.

Aquela que, apesar da falta de tudo, nunca permitiu que faltasse o indispensável em casa.

Aquela que ensinou valores, começando por amor e respeito.

As pessoas que ensinavam aos homens o valor de uma mulher.

E às mulheres o respeito pelos homens.

Estão morrendo os que podiam viver com poucos luxos sem se sentir frustrados com isso.

Aqueles que trabalharam desde tenra idade e ensinaram o valor das coisas, não o preço.

Morrem os que passaram por mil dificuldades e sem desistir nos ensinaram a viver com dignidade.

Aqueles que depois de uma vida de sacrifícios e agruras vão com as mãos enrugadas, mas a testa erguida.

A geração que nos ensinou a viver sem medo está morrendo. Ela está morrendo.
Autoria desconhecida.

Agora sou eu aqui: De fato está morrendo a geração que sem estudo transmitiu valores para os seus descendentes e estes, aos poucos, vêm se rendendo a um mundo de hábitos doentios e de valores distorcidos. 

Atanael Rezende
Empresário

Roteiro da carreata com a imagem de São José dia 19 em Custódia


Roteiro da carreata com a imagem de São José.
Dia 19/03 às 17hrs

Saída da igreja Matriz de São José segue pelo Banco do Brasil  Avenida Inocêncio Lima Parede da barragem  Rua Samuel Carneiro Rua 02 contorno na academia das cidades Rua do Polivalente CIOSAC sobe a Av. Inocêncio Lima Rua Manoel Tenório (ao lado da igreja de Lourdes) Rua do Espaço Vip Pindoba Velha  cruza a BR 232  Pindoba nova (Igreja de Santa Luzia) BR 232 Principal da Redenção Rua do depósito da Atan  cruza a BR 232 Rua 11 de setembro Av. Dr° Manoel Borba  Igreja Matriz.

Doe alimentos, entregue durante o percurso da carreata em honra a São José no dia 19. 


Custodiense faz a diferença no Piauí



O sucesso de uma empresa depende de um bom planejamento estratégico (plano de negócios), pessoas capacitadas e conhecimento geral do empreendimento. Por este motivo, a Batista Representações, comandada pelo custodiense Juscelino Amaral Batista,  vem fazendo a diferença no estado do Piauí.  


Motivo de orgulho para todos custodienses!!!
Parabéns



 

08 março, 2021

Oito de Março, Dia Internacional da Mulher!


Texto: Lindinalva Almeida (Nenê)
Custódia-PE
Março/2021


O dia é seu, é meu, é nosso! Quem é você?

Sou mulher com muito orgulho!

Durante muitos séculos fomos retratadas com conceitos que não nos deixavam caminhar com nossas próprias pernas. Fomos humanizadas no sentido de fragilidade, de virtuosa e de tantas outras características que nos imprimiam incapacidades.

Hoje, entende-se que humanizar é a capacidade de ser frágil, ser vulnerável e ao mesmo tempo ter vigor, ser criativa e resistir às intempéries da vida e poder traçar seus caminhos sem jamais deixar de ser terna e amável. É, “a mulher, traz essa harmonia que nos ensina a acariciar, a amar com ternura que faz do mundo uma coisa bonita”.

A mulher aprendeu em sua longa caminhada a ser ela mesma e a partir dessa visão, criou-se uma nova “Eva”, com luminosidade no condão de viver a vida conforme lhe proviesse à sua natureza ao aceitar-se plenamente, a mulher deu seu grito de liberdade, de alforria de um paradigma que afugentava a alma feminina.

Mulher de um novo tempo: o tempo delas! O tempo delas serem tudo que podem e o que quiserem ser. Mulheres que ousam ultrapassar fronteiras e assumir a transformação de uma sociedade ainda tão dona da verdade.

Guiada pela proteção da Virgem Maria, a mulher seguiu sua coragem e a sua fé. É premente que a classe dominante, que teima em vê-la como submissa, alargue o olhar e veja a mulher como uma figura presente em toda história da humanidade. É preciso, sim, aprofundar o pensamento e compreensão e com certeza encontrará a história da mulher, Mãe que deu seu Sim, num tempo em que tudo era visto na condição de obediência e subordinação. E sob à luz das Escrituras, a mulher esteve presente no nascimento do Salvador, no primeiro milagre de Jesus, na sua vida pública e ainda como as primeiras testemunhas da Ressurreição de Jesus Cristo.

O Papa Francisco tem demonstrado preocupação com o escancarado preconceito com as mulheres negras, pobres e enfim, com mulheres que buscam um lugar ao sol. E esboça frases que merecem reflexão: “A Igreja é feminina, é esposa, é mãe”. “Uma Igreja sem as mulheres é como o Colégio Apostólico sem Maria”.

As Marias, as Josefas, as Júlias, as Clarices, todas estão aí precisando do seu apoio para uma convivência saudável, onde seu espaço seja acolhedor e amigo.

Concluo com a célebre frase de Jean-Jacques Rousseau: “as mulheres constituem a metade mais bela do mundo”. Eu particularmente amo essa frase.

Parabéns a cada uma, mesmo distante pela pandemia, transmito de coração o meu desejo de um mundo de paz e de luz. E que a Virgem Maria interceda a seu filho Jesus, nos livrando desse mal que assola o mundo.

Abraço fraterno,

Lindinalva (Nenê).
Custódia, 08 de março de 2021.



07 março, 2021

[Gandavos] A Cruz da Professorinha (Vídeo)

 


Mais uma produção do CANAL GANDAVOS, "A CRUZ DA PROFESSORINHA". 

Neste documentário, sobre um fato ocorrido em 1918 no município de Custódia.

Assista clicando acima. Siga o CANAL GANDAVOS

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O Canal Gandavos tem como objetivo publicar vídeos sobre a literatura e a cultura de um modo geral.

06 março, 2021

Madrinha Cila. A mãe de muitos - por João Verissímo

Foto: Acervo Familiar

por
João Veríssimo Neto
Sertânia
Março/2021

A senhora deixa eu ir madrinha Cila?. Você vai.

Assim foi o início da trajetória que o Senhor do universo possibilitou a mim e a este espírito de luz rumo ao litoral, naquela viagem que seria o desenraizamento do sertão e o enraizamento mais perto do mar, para mais tarde fazer o caminho inverso porque tudo volta ao princípio.

Madrinha Cila.

Extraordinária guerreira com a coragem de migrar para uma cidade grande acompanhada de nove filhos (Álvaro, Adson, Adilson, Nairlê, Naiclê, Nadja, Natiene, Niedja e Nadege), um sobrinho/afilhado agregado (que sou eu) e duas irmãs (Edith e Toinha) que ajudavam tanto.Treze pessoas!!! Nem tanto diante de tantos mais que ela abraçaria na sua extraordinária trajetória de vida.

Madrinha Cila

Enfrentou todas as intempéries que uma mãe, como só elas mesmas conseguem ser assim, às vezes é escolhida para resistir. E resistiu. Plantou sementes. Que frutificaram, diga-se. Ergueu uma imensa árvore genealógica que jamais esquecerá os seus ensinamentos, os seus exemplos, a sua fortaleza, a sua fé, a sua compaixão, a sua mansidão feroz quando o momento exigia uma posição mais enérgica. O vigor e o senso de quem sabe que sua missão é EDUCAR.

AUXILIADORA E EDUCADORA.

Construiu um império. Não desses impérios cheios de riquezas materiais. Não. Construiu o maior e mais forte de todos eles. Ensinou que é na luta cotidiana, na garra, na vontade e na crença em si mesmo que as coisam andam. E, acima de tudo, que estudar éuma das melhores maneiras de viver a vida.

Deixa, por isso, o legado que sempre enunciou, ou pelo menos era o que eu ouvia naqueles fins de tardes nublados e já distantes na varandinha de sua casa ao lado da igreja da Praça Padre Leão. Ali estava ela conversando com Dona Mocinha sobre a vida. E eu, meio que de cócoras ou sentado com as costas na parede ouvia.

Estudar, estudar, estudar. Simples assim.

Não há maior ensinamento do que dizer que a melhor forma de aprender é estudar e é ensinando que se aprende. Seja nos livros, seja nos relacionamentos, seja no emprego ou aonde quer que vá. Bom senso. Moto-contínuo.

Por isto que hoje melhor que chorar é ter conforto. Tenho orgulho de ter recebido ensinamentos tão profundos. Ela deixou muita coisa boa aqui conosco e que frutifica.Agradeço a Deus por ter o privilégio de ter sido, por um triz de tempo, aprendiz desse maravilhoso ser que foi Madrinha Cila. E sabê-la como espírito de luz passageiro e filha do tempo é confortante.

Aceitar e lutar com bravura e coragem, como fez Madrinha Cila, com o inexorável destino da vida inteira, me faz lembrar um poeta que eu lia nos anos 1980/1981 quando moravaem sua casa na Vila Cardeal e Silva, que diz:

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Khalil Gibran 

O tempo e a história da professora Maria Auxiliadora

Foto: Acervo de Familia
Texto: Lindinalva Simões "Nenê"
Custódia-PE
Março/2021

Dona Cila, como era chamada carinhosamente, registrou no livro do tempo a sua extraordinária história vivida nas escolas do município. Custódia, sua terra berço, teve a honra de tê-la como filha ilustre e hoje, com certeza, constará na galeria dos profissionais em educação que engrandeceram esse belo e sagrado processo educacional do município.

A sua vocação andou de mãos dadas com o seu profissionalismo porque amava o que fazia. E já dizia o filósofo chinês Confúcio: “escolha um trabalho que você ama e nunca terá que trabalhar um dia sequer em sua vida”.

Tenho recordações de Dona Cila como sua aluna e professora de seus filhos. Senti saudades das aulas dadas por ela e da sua organização nos desfiles cívicos. Lembrei da sua fala mansa, porém segura. E ainda quando se dirigia aos alunos para explicar determinados assuntos. E num gesto rápido, fechava os olhos, como a dizer: “olhem para mim, eu estou aqui!”. E agora, seus olhos foram fechados para sempre pelas mãos do Altíssimo, fazendo-a dormir um sono profundo até a ressurreição, quando participará da vida eterna.

Dona Cila, a senhora, com a luz do seu saber, iluminou a vida de vários alunos e esse brilho a iluminará na eternidade.

Meu sincero pesar aos irmãos Lúcia e Luciano, em nome dos quais transmito também meu pesar.

Abraço fraterno,

Lindinalva (Nenê).

01 março, 2021

Poetas de Custódia na casa do Poeta Leonardo Bastião em Itapetim-PE

 

Os poetas custodienses Izaias Moura e Marcos Silva, foram até a cidade de Itapetim-PE, visitar o poeta Leonardo Bastião

Um agricultor de 75 anos que vive na zona rural, no Sertão do Pajeú pernambucano. 

Não sabe ler e nem escrever. Suas poesias são inspiradas no que vê no seu sítio.



Gandavos - Série sobre o Sabá

 

Serra do Sabá - Episódio 2
Série NE Gandavos pelo Brasil.


Serra da Torre - Episódio 3
Série NE Gandavos pelo Brasil


Lagoinha do Sabá - Episódio 4
Série NE Gandavos pelo Brasil


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