Iniciado em abril de 2021, o canal AMIGO MANO dispõe de registros em vídeo de diversos locais em Custódia, e até em cidades vizinhas. Até o momento, está disponível os seguintes conteúdos: Feira Livre de Custódia, Vaqueijada no Sítio Santana, a Serra da Torre, um Padro no Sítio Capim, Sítio Mata Verde, além de Buique e Sertânia.
31 outubro, 2021
[Monografia] Arqueologia em áreas de conflito: Cemitérios, obras de desenvolvimento e comunidades.
O sítio Fazendinha começa na Fazenda Tambaú, final do povoado do Cedro e segue até a propriedade de Chico Eliseu. Nesta propriedade começa o sítio do Carvalho que vai até a divisão com o Riacho do Meio. A comunidade quilombola está nos núcleos de casas do Carvalho, sendo que alguns, em conversas informais se reconhecem enquanto quilombola e outros não.
Após quatro etapas de campo (prospecção, intensificação da prospecção e duas fases do resgate) realizadas pela equipe da Zanettini Arqueologia, constatou-se que o sítio arqueológico possui uma área de, aproximadamente, 72.749,84 m² e caracteriza-se como uma unidade multicomponencial abrangendo dois fenômenos distintos no que tange à ocupação humana: um horizonte indígena delineado pela presença de material lascado, artefatos polidos e cerâmicos, localizados em algumas
porções do Sítio, e, outro, caracterizado por áreas de refugo doméstico e edificações dos séculos XIX e XX (notadamente unidades habitacionais, além da Capela de São Luiz Gonzaga18, onde foram identificados e exumados remanescentes humanos)
Atualmente, o lugar é utilizado como moradia, caminho, lugar de encontro, celebrações, obtenção de recursos hídricos por inúmeras comunidades de Custódia.
Entre elas, citamos: as comunidades do Carvalho, inclusive a quilombola; da Fazendinha; do Riacho do Meio; do Cedro; da Boa Vista, da Rua da Areia, do Umbuzeiro, bem como aqueles que moram na rua19. Essas comunidades é que dão significados, se apropriam da capela e do cemitério e os tomam para si, como parte de seu território; e têm, como parte da tradição oral20, a história relacionada ao português mestre-de-campo Pantaleão de Siqueira. Este se casa com Anna Leite de Oliveira no povoado de Jeritacó e toma posse de mais de 20 léguas de terras habitadas por grupos indígenas em meados do século XVIII e, juntamente com Frei Biaquino erguem uma primeira capela, a de São Luiz Gonzaga (LIRA, 2012).
No mesmo período, Pantaleão manda construir em sua fazenda uma capela dedicada a Sant’Ana, em homenagem à sua esposa, em local atualmente coberto pelo Açude Poço da Cruz, em área pertencente ao Município de Ibimirim. No interior da capela, submersa pelo açude, está enterrado o casal (NASCIMENTO, 2014).
A estrutura da grande propriedade de Pantaleão sugere que os escravos viviam nos casebres que cercavam a casa grande sertaneja e que sua morada não era diferente da população livre agregada à terra senhorial, como camponeses e vaqueiros. No século XVIII, a propriedade de terras era ainda dividida em grandes latifúndios. A partir da segunda metade do século XIX, estas passam a ficar cada vez menores, em decorrência da divisão entre herdeiros (DE CARLI, 2007).
A história da comunidade quilombola do Carvalho, localizada cerca de seis quilômetros da sede do município de Custódia registra a existência do Capitão Lili, neto de Pantaleão, a quem se atribui a “alforria” de escravos cativos e a ajuda ao processo de fuga desses escravos para áreas de quilombo, como a do Carvalho. A região era uma fazenda onde havia negros escravizados, de propriedade da família Siqueira, que possuía grandes extensões de terras e era detentora do poder econômico e político na região do Moxotó (CENTRO CULTURAL LUÍS FREIRE, 2008).
Capitão Lili permeia, ainda, o imaginário local na relação que ele tinha com os escravos, tanto que muitos dizem que “tamanha era sua crueldade que nem a terra comeu” e que seu corpo jazia inteiro no interior da Capela de São Luiz Gonzaga. Relatos como estes apareceram principalmente durante a fase do resgate arqueológico que focou na área cemiterial. Muitos moradores da região observavam as escavações, esperando a provável área de sepultamento do capitão Lili.
Em algum momento do final do século XIX, o sítio Fazendinha passou a pertencer à família de Elizeu de Moura Leite (05/05/1882 - †20/01/1963) e posteriormente a seu filho, Chiquinho de Elizeu (30/05/1918 - †18/11/1979), nascido no sítio Fazendinha. (ZANETTINI ARQUEOLOGIA, 2010).
Até hoje a família Moura Leite continua como proprietária de muitas terras no Sítio Fazendinha e próximas a ele, tais como: Francisco Lima Leite (mais conhecido como Chico Elizeu), Sebastião Batista da Silva e Luiz Gonzaga de Moraes, descendentes de Elizeu de Moura Leite.
Luiz Gonzaga de Moraes herdou terras, inclusive às da área da capela, de sua mãe Maria Isabel Leite de Moraes e tem comprado propriedades de algumas tias. Os limites das suas terras seguem, de um lado, a área de Sebastião Batista da Silva e, do outro, até à propriedade de Francisco Lima Leite, que está localizada na divisa do sítio Fazendinha e o sítio do Carvalho.
Na área cemiterial, Luiz possui um irmão inumado próximo ao cruzeiro, local onde se enterravam os anjinhos. Embora com esse parentesco direto com alguém enterrado no cemitério, Luiz não se contrapôs à ideia de demolição da capela. Em 2010 ele recebeu indenização da Empresa Transnordestina Logística S/A21 pelas áreas desapropriadas para a obra, cujo valor, segundo Luiz, foi aquém do valor de mercado.
Por outro lado, moradores do Sítio do Carvalho e da comunidade quilombola homônima tem lutado para a permanência da capela. Um aspecto comum à grande maioria das comunidades remanescentes de quilombo é que os territórios se constituíram, desde o início, a partir do uso de terras, não apenas para moradia e cultivos de subsistência, mas para diversas práticas – coleta, caça, pesca, rituais sagrados – que pouco a pouco foram criando vínculos afetivos e sentimentos de pertença (CENTRO CULTURAL LUÍS FREIRE, 2008).
O histórico de constituição dessas comunidades remanescentes de quilombo remete a dois processos: um que seguiu até o final do século XIX e outro que ocorreu a partir deste período. Ao primeiro, está relacionada a fuga de negros escravizados, provenientes de fazendas locais e também de regiões mais distantes como o agreste pernambucano ou mesmo da região de Palmares, no Estado de Alagoas, segundo pesquisa realizada pelo Centro Cultural Luís Freire (2008). Ao segundo, a origem das comunidades se relaciona aos fluxos migratórios tanto de comunidades quilombolas já existentes, bem como de fazendas que embora mantivessem o trabalho escravo, também tinham negros na condição de pessoas libertas (muito embora, na prática isso não ocorria); e, ainda, do Arraial de Canudos (Centro Cultural Luís Freire, 2008).
Atualmente, o Estado de Pernambuco possui 129 comunidades remanescentes de quilombos22, sendo que o sertão do Moxotó concentra a maioria dessas comunidades. Apenas no município de Custódia temos onze comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Palmares, conforme se verifica no Quadro 1
Comércio Esporte Clube (1962)
Em pé: Luiz Evaristo,Osvaldo (pai de Neguinho Luciano),Pelado, Zé Tavares, Zé de Alcides (avião), Zé de Zaqueu e Pinto.
História da Banda Mauro César - por Carlos Lopes
Carlos Lopes
15/09/2011
30 outubro, 2021
Seu Né Marinho - Por José Melo
Um domingo para jamais esquecer - por Paulo Peterson
28 outubro, 2021
História do Bairro do Cruzeiro.
Logo após em meados dos anos 70, o então Prefeito João Miro da Silva desapropriou por utilidade pública a área onde hoje está construído a Escola Municipal Ernesto Queiroz e construiu 10 casas e uma pequena escola no Final da estrada velha, escola que hoje é a Escola Municipal Anfilófio Feitosa.
Benedito Nunes e sua esposa D. Genesia
Nessas dez casas ficaram morando as famílias que foram desapropriadas da antigas casas então o bairro já começou a ser mais habitado, nisso veio para o bairro também no início dos anos 80 o Sr. Benedito Bezerra (in memorian) o qual contribuiu bastante para o desenvolvimento do local.
"Nós tínhamos alguns fornos onde ele queimava carvão e também tijolos de barro, ele vendia o carvão e os tijolos, trabalhava com a gente na época muitas pessoas."
D. Genésia Nunes (Viúva de Benedito Bezerra)
"Eu trabalhei com ele, tanto no corte de madeira para fazer carvão como também na olaria fazendo tijolos de barro, muitos jovens trabalhavam, dinheiro era difícil naquela tempo, era uma fonte de renda pra gente."
Jonas Pereira
Zezinho da Laje e família.
"Naquela época tive a oportunidade de começar a fabricar laje pré-moldada, pois trabalhava de pedreiro e os donos das obras tinha que comprar laje em Serra Talhada porque aqui não tinha, aí foi então que decidi começar a fabricar em 1992."
Zezinho da Laje
Foi a partir daí que o bairro começou a ser ocupado por mais famílias e começou a desenvolver e deixou de ser chamado de cachetes e ficou o nome de Cruzeiro em referencia a Serra do Cruzeiro local turístico/ religioso que fica ligado ao bairro, em 2004 foi alugada uma casa e instalado o Posto de Saúde e também eito melhorias na Escola e em 2006 o trecho da Avenida no bairro foi calçada em paralelepípedos, todas essas obras feitas pelo o Prefeito Nemias Gonçalves (in memorian).
"Vivi minha infância e me criei naquela avenida brincando na rua com meus coleguinhas, foi muito bom, fiquei bastante impressionado em saber que nos anos 60 no bairro já tinha, casa de farinha, olaria, comercio de carvão e plantação de agave para fabricação de utensílios domésticos."
Irmão Ricardo Feitoza
Colaboradores: Jonas Pereira, Zezinho da Laje e Genésia Nunes.
Maestro Galdino encerra 2021 com Títulos para Custódia
O Maestro Antônio Galdino conseguiu 2 Títulos para Custódia, com a Banda Musical Master da Escola General Joaquim Inácio. Foram eles:
Campeão da III Etapa no Sertão como Banda Musical Master e Campeão como Corpo Coreográfico na XIII Copa Pernambucana de Bandas e Fanfarras, realizada no município de Santa Terezinha, no último domingo, dia 24/10/2021.
Também levou títulos na categoria de Banda de Percussão Rudimentar, com as Corporações da EREM Olavo Bilac e Escola Técnica Arlindo Ferreira de Siqueira, ambas de Sertânia e por fim com a EREM Osmar de Souza Ferraz, de Betânia.
Para o Maestro, o sentimento é de Missão Cumprida em 2021.
Maestro Galdino.
Custodiense de Coração.
Vídeos
E.E. General Joaquim Inácio - Musical Master
EREM Osmar de Souza Ferraz - Percussão Rudimentar
E.E. Arlindo Ferreira dos Santos - Percussão Rudimentar
EREM Olavo Bilac - Percussão Rudimentar
Luciano Thadeu Pereira Burgos - por Jussara Burgos
[Traços e Retraços] Festa de São José da Paróquia de Custódia, nos idos de 1935 a 1945 - por José Carneiro
Bar de seo Chiquinho
27 outubro, 2021
Uma mulher, uma história, um exemplo - por Lindinalva "Nenê"
O caminho das serras no inverno - por Cristiano Jerônimo
A sequência de serras que circunda o limite do município de Custódia com os de Carnaíba, Afogados da Ingazeira e Iguaracy é um espetáculo para quem tem oportunidade de subir até seus brejos de altitude e chapadas com caldeirões de pedras repletos d’água, gelada o dia inteiro por ser coberta com pastas verdes. Para beber a água usamos a palha em forma de concha do coco catulé (também conhecido como coco-da-quaresma). A criação de cabras, como chamamos, anda pelas trilhas das serras e quando o fruto maduro do catulé cai, os bodes põem na boca e começam a remoer um caroço pequeno, mas com casca igual a de coco normal. Eles comem a carnosidade externa, amarelada e doce. Os caprinos trazem os caroços duros, na boca, até os arredores da fazenda, onde quebramos com pedras e encontramos uma amêndoa deliciosa do tamanho de um caroço de azeitona grande.