O dominio do atual território onde se situa o municipio de Custódia foi feito pelo Coronel Luiz de Melo (Dodô), no século XVIII, este território, antes habitado por índios das aldeias de Serra Negra, começou a ser explorado pela localidade de Quitimbu. Em 1909, Quitimbu formava um núcleo de relativa importância chegando a ser sede de Distrito de Alagoa de Baixo, hoje Sertânia, conforme Lei Estadual nº 991, de 01 julho de 1909. Algum tempo depois, os senhores Manoel Alves de Siqueira, Serapião Domingos de Rezende, José Florêncio da Silva, José de Moura Leite, Manoel Alves de Siqueira, Joaquim Pereira de Sá, Antônio Alves de Góis Melo e o Tenente Antonio José de Moura, se instalaram em local próximo ao distrito atraindo, assim, várias pessoas para o citado local. O primeiro nome dado a este local foi de Fazenda Santa Cruz.
Neste mesmo local também se instalou uma hospedaria, cuja proprietária chamava-se Dona Custódia. Após algum tempo, chegaram a localidade os padres jesuítas Ibiapino e Agostiniano, que vinham fugindo de uma perseguição política e foram acolhidos pelos habitantes que resolveram construir uma capela e a dedicaram a São José.
Os habitantes se reuniram a fim de escolher outro nome para a localidade, que até então, chamava-se Fazenda Santa Cruz, quando decidiram pelo nome de Custódia, que significa proteção, prisão, em referência aos jesuítas e também uma homenagem a Dona Custódia.
O crescimento rápido da localidade deveu-se a sua localização, pois, era passagem de tropeiros e viajantes vindos de Serra da Baixa Verde (Triunfo), Vila Bela (Serra Talhada), Alagoa de Baixo (Sertânia) e Olho D’agua dos Bredos (Arcoverde) favorecendo o aparecimento de pessoas de outras localidades para habitar no povoado de Custódia. Foram-se erguendo latadas e depois pequenos hoteis, onde se serviam café e almoço. O povoado de Custódia se desenvolveu de tal forma que pela Lei Municipal de 15 de outubro de 1909 foi elevado a categoria de Vila. Os fazendeiros mais abastados ergueram casas na vila para virem aos domingos para a missa e para fazer compras aos tropeiros. Custódia nasceu das feiras livres, feiras que até os dias atuais são respeitadas, por sua grandeza e diversidade de produtos, em toda região e pelos que aqui negociam. José Estrela de Souza manteve uma fábrica de tanino, da casca do angico, para fins farmacêuticos. José de Moura Leite era negociante de miçangas. Aureliano Simplício de Góis e seus filhos Sebastião e Domingos Góis, constuíram o maior empório comercial de tecidos, estivas e ferragens da região.
Antonio José de Moura (Tenente Moura), José de Siqueira Barbosa e Antonio Umbuzeiro, doaram o terreno em que hoje consta a paróquia de São José e a Praça Padre Leão. Em 1920 o padre italiano Leão Pedro Verseri começou, com recursos de donativos e próprios, a construção da atual matriz de São José, porém, morreu pobre na enfermaria do Hospital Santo Amaro, em princípios de 1935, no Recife, sem ver seu sonho realizado. A igreja for terminada por Padre Duarte, no ano de 1944, com total ajuda dos donos das usinas de caroá, Vasconcelos & Cia.
O primeiro professor foi Valfrido Barbosa (1921), depois Simplicio Nunes Duarte e Dona Bela Padilha. Ainda na década de vinte surgiu à professora Dona Maria Augusta do Amaral e Sá (Dona Manoca).
A luz elétrica, movida a motor, chegou em Custódia em 1939, no governo de Ernesto Queiroz. Joel Inocêncio foi o primeiro construtor da Praça Padre Leão, depois calçada por Luiz Epaminondas. Adauto Pereira fez funcionar a primeira Biblioteca Municipal.
Na divisão administrativa de 1911, Custódia figurava como distrito de Alagoa de Baixo, em 1916, seus habitantes ansiosos em tornar a vila independente, aproveitaram a visita do governador Dr. Manoel Borba, prestando-lhe significativa homenagem e pedindo autonomia da vila, que só veio com 12 anos depois. A vila de Custódia passou a ser cidade através da Lei Estadual nº 1931, de 11 de setembro de 1928. Atualmente, o municipio é formado por 3 ( três) Distritos – 1º Sede, Custódia – 2º Quitimbu e 3º Maravila e povoados de Samambaia, Caiçara,Ingá, Bom Nome (DNOCS- Perímetro Irrigado) e por mais de 100 (cem) sítios.
Fonte:
Texto da antiga Biblioteca Municipal, hoje disponível no site do IBGE, de autoria desconhecida.