07 julho, 2020

[Causo] A bença

Enviado por
Jorge Remígio
João Pessoa-PB
Junho/2020

A minha sobrinha Marina, filha do meu irmão Sérgio Remígio e da cunhada Olga Góis, era uma menina muito esperta. 

Nos seus quatro para cinco anos, já batia pernas nas proximidades da sua residência que ficava no centro da cidade, e já sabia piamente que o meu pai Claudionor Remígio, era um frequentador assíduo do “Pau do urubu”, que ficava ao lado da igreja, e com certeza o mais famoso de Custódia. 

Era uma espécie de reunião informal de amigos, muito frequente nas cidades interioranas, onde se conversa e se discute de tudo. Inclusive, da vida alheia. 

Em um domingo pela manhã, lá estava meu pai reunido com os amigos naquele fórum de debates, e olhando na direção da Praça Ernesto Queiroz, vislumbrou Marina ao longe. 

Falou para os amigos. 

- Eita! Lá vem minha neta Marina. 

Ao chegar bem próximo, os adultos deram uma pausa no burburinho observando aquela menininha tão bonita. Como já era o costume, Marina disse. 

- A bença vovô! Deus te abençoe, minha neta

E batendo na calça por cima do bolso, falou. 

- Mas Marina, me pegasse desprevenido. 

Marina decepcionada com aquela situação, botou a mão esquerda nos quadris e com a mão direita apontou o dedinho indicador na direção do meu pai e sapecou. 

- Olhe vovô, já é a segunda bença que o senhor me deve, viu? 

Foi aquela gargalhada geral

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