14 julho, 2020

Aniversário de oitenta anos é um marco na vida de uma pessoa.

Texto:
Lindinalva & Arnaldo
Custódia-PE
14/07/2020

Homenagear é preciso!

Aniversário de oitenta anos é um marco na vida de uma pessoa. 

Celebrar a vida de Dr. Pedro Pereira Sobrinho nos faz lembrar seu amor por Custódia e pela educação do nosso município. Lembrar do filho devotado, do pai orgulhoso, do homem intelectual, com oratória primorosa, lembrar do advogado e odontólogo, do professor e do diretor é lembrar que se faz necessário agradecer. 

Tenho lembranças agradabilíssimas e inesquecíveis de Dr. Pedro. Fui aluna no colégio que fundou e que homenageou seu pai com o nome dessa instituição: Colégio Técnico Joaquim Pereira da Silva. Numa de suas aulas na minha turma, ele contextualizou um conteúdo com o futebol, citando o nome do Rei Pelé, dizendo: “Pelé é da cidade de Três Corações, Minas Gerais”. E fez a pergunta: “quem nasce em Três Corações é o que?”. Silêncio! Ninguém respondeu. Eu levantei a mão e respondi: os moradores dessa cidade são tricordianos. Aplausos! Essas e tantas outras pérolas de seu oceano de conhecimento enriqueciam suas conversas e suas aulas. 

Anos depois, já formada no curso de magistério, fui convidada por minha prima Zenilda Simões de Oliveira Burgos, filha de Adamastor Ferraz e Oscarina Simões Oliveira e esposa de Arnaldo Burgos para ensinar no Colégio Municipal Ernesto Queiroz, onde Dr. Pedro era o diretor e ela era a vice-diretora. Gestão dos tempos dourados da educação do município. O esmero era muito grande, nos mostrando que uma escola pública deve, acima de tudo, acreditar na capacidade transformadora. “Sabia que ser diretor escolar é um desafio e conquista diária, uma busca constante para a prática e resultados melhores todos os dias”. 

A preocupação em formar o quadro de professores qualificados era uma das prioridades daquele colégio. Professores que compunham o quadro da administração escolar: Zezito Caju, Marlene Feitoza, Joselita Bezerra, Maria do Carmo Simão, Creuza Carneiro, Ceiça Germano, Lindinalva Bezerra, Rosalva Bispo, eu, Lindinalva Pinto, entre outras. A cada ano, o colégio entregava ao mercado de trabalho professores prontos para assumir o primário de primeira à quarta série, hoje Fundamental I. Antes de qualquer evento, eu ensaiava com todas as turmas os hinos cívicos e Dr. Pedro, cuidadosamente, observa como estava o ritmo. Quando não gostava, pedia para repetir. 

A formatura do magistério era de um aparato tão grande que não ficava atrás das formaturas de faculdades. Tudo tinha de sair como ele havia planejado. A disciplina assegurando o bom funcionamento. Os portões abriam e fechavam sem adiantar ou atrasar um segundo sequer. O fardamento era impecável. Nenhuma aluna entrava no colégio sem o fardamento completo. Nos desfiles cívicos ou mesmo nos eventos do município, a escola se fazia presente majestosamente. Todos perfiladas, sem passar um centímetro marcado com giz. Era bonito ver tanta dedicação e cuidado.

Um dia ele chegou na escola e falou com Zilda e comigo. Nos pediu que copiasse a Salve Rainha. E Zilda disse: “oh gente, o senhor vai dar aula de catecismo a quem?”. E todos rimos. Ele disse que ia ter um júri muito complicado e que precisava usar esse recurso didático. O júri foi um sucesso. 

Como odontólogo, me recordo quando ele trabalhava no posto de saúde, na Rua da Várzea, onde hoje é a Escola Maria Augusta. Naquela época, qualquer cariezinha, as crianças e adultos faziam filas para arrancar os dentes. Qualquer dor de dente ia para Dr. Pedro tirar o dente. Tempos difíceis! 

Todos sabíamos do seu amor pelo Sport Clube Recife. E uma certa vez, eu ia com meu esposo Arnaldo e meu filho Gleisson passando por seu escritório de advocacia. Ele nos chamou e disse: “Arnaldo, já se conformou com o 3 a 0?”. Arnaldo se aproximou e disse: “Dr., o campeonato começou agora. O Santinha (Santa Cruz, time de meu esposo) está melhor que seu Sport”. Dr. Pedro olhou para Gleisson, meu filho, e disse que tinha uma camisa e um bombom para lhe dar. Deu a bala a Gleisson, a primeira que ele chupou aos cinco aninhos. E respondeu a Dr. Pedro: não senhor, eu sou Santa Cruz! 

Parabéns por sua vida, Dr. Pedro!

Custódia, 14 de julho de 2020.

Com carinho,

Abraços,

Arnaldo e Nenê.

2 comentários:

  1. Texto perfeito de D. Lindinalva!
    PARABÉNS Dr. Pedro!

    ResponderExcluir
  2. Nenê, você fez uma excelente homenagem a Dr. Pedro e muitíssimo merecida! Ao lê o seu texto foi como se estivesse assistindo um filme, as lembranças vieram à tona. Eu, particularmente, amava desfilar nos dias sete e onze de setembro. Ensaiávamos o mês inteiro quando ele era diretor do Colégio Municipal Ernesto Queiroz. Recordo também, que quando cursava o magistério, na hora da troca de professores, às vezes saíamos um pouquinho da sala de aula, mas quando alguém dizia lá vem Dr. Pedro corria gente pra todo lado. Vale enfatizar, que Dr. Pedro sempre foi muito rigoroso, porém, muito estimado por todos. Lembro também, quando estive diretora da Escola Maria Augusta e fui pioneira em implantar projeto político pedagógico no município. Sendo assim, trabalhei o Projeto Metamorfose da Prática Pedagógica de minha autoria, rememoro perfeitamente que realizávamos mensalmente uma formação continuada para os professores na própria escola e um dia convidei Dr. Pedro para falar sobre a identidade e consciência do professor, foi muito bom! Ele falou bem e fez todos rirem com suas engraçadas histórias. Parabéns Dr. Pedro! Sempre fui sua fã, saudade de suas oratórias. Muita saúde e vida longa, esse é o desejo do meu coração.
    Sinceramente,
    Luciene Pinto.

    Custódia,15/07/2020.

    ResponderExcluir