Ao reler a matéria postada no blog Custódia Terra Querida, transcrevendo notícias a respeito da possível fuga de PC Farias através de uma Fazenda em Custódia, voltei no tempo e recordei um fato que me constrangeu naquele episódio.
Eu era Secretário de Administração da Prefeitura, e certa manhã adentrou no meu Gabinete um cidadão se dizendo repórter do Jornal “O Globo”. Queria obter informações sobre o tema, que agitou a imprensa naquele tempo. Perguntou-me muitas vezes sobre a possibilidade de PC Farias ter fugido da Fazenda Cavaco, e como eu nada sabia, nada pude adiantar.
No decorrer da conversa, pedi licença e atendi um telefonema. Era um Vereador da nossa base de apoio, contando que determinado Vereador da oposição pretendia apresentar um projeto de concessão do título de Cidadão Custodiense ao então Governador Miguel Arraes. Sempre fui avesso a esse tipo de “reconhecimento” para pessoas estranhas ao nosso meio (quando Vereador liderei alguns vereadores e derrotamos a concessão do título para um outro Governador); por isso, fui contra, e, a título de brincadeira, disse ao Vereador ao telefone:
- “O que o Governador já fez por Custódia, para merecer o título?”, acrescentando em tom jocoso:
- “ Muito mais merece PC Farias, que pelo menos está botando Custódia na mídia!”
Observei o repórter fazenda algumas anotações, e prosseguimos conversando, quando novamente o telefone toca, e o mesmo vereador repassa outras informações sobre o Projeto, tendo o repórter se despedido e saído em seguida.
Qual não foi o meu espanto, no dia seguinte, quando recebi, de Brasília, um fax com um recorte do jornal “Correio Brasiliense”, o qual estampava uma suposta entrevista minha, onde o repórter analisava a apresentação de um projeto de lei, concedendo o título de Cidadão Custodiense para PC FARIAS, e afirmava que eu estava articulando, em nome do Prefeito, a tramitação do Projeto.
Fiquei indignado com a falsa entrevista, e ao mesmo tempo apreensivo: naqueles tempos desafiar publicamente um Governador não era nada prudente, principalmente para um simples secretário de uma cidadezinha do sertão pernambucano. Fiz ver minha apreensão a Luizito, que, prático como sempre foi, me acalmou:
-“ Isso não tem nada de mais. Se eu estivesse aqui teria dado a entrevista mais dura ainda e não teria nada, apenas apareceria na imprensa nacional!”
Esse foi um dos vários episódios que vivenciei com relação a mídia. Breve relatarei outros.
Texto: José Soares de Melo
Oi Zé.
ResponderExcluirIsto faz parte.
O repórter precisava justificar perante o jornal, as despesas efetuadas com a viagem até Custódia.
Daí a "entrevista".
Fernando Florencio
Ilheus/Ba
Meu caro amigo Zé Melo.
ResponderExcluirPC Farias,Fernando Collor e outros menos votados, no que toca a roubalheira, são amadores comparados aos petistas que tomaram o país de assalto. São fichinhas.
Fernando Florencio
Ilheus\Ba
ERREI: Ao escrever a crônica acima, cometi um erro primário de quem confia na memória: citei Miguel Arraes como Governador na época da fuga de PC Farias. Na verdade, era Ex-governador, e pré candidato à reeleição. De resto, os fatos aconteceram exatamente como relatei. O ano era 1983,o Governador era Joaquim Francisco, e o Prefeito de Custódia o saudoso Luizito. J. Melo
ResponderExcluirLeia-se: o ano era 1993... as teclas pequenas do celular e a minha visão sempre me atrapalha. J. Melo
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