É gratificante para qualquer um nós – custodiense – que, por motivos diversos (pela sobrevivência digna principalmente,) teve que deixar suas raízes em busca de novos horizontes, e encontrar “lá na frente” com seus semelhantes em situação econômica e cultural bem diferente de outrora. Vitoriosos e bem sucedidos.
Desta família TENÓRIO DE MELO, tenho guardada na memória a silhueta de um cidadão que volta e meia, às segundas feiras “fazia uma feirinha” na bodega de Zé Daniel, meu pai.
DODÔ TENORIO era seu nome. Idade indefinida, pois aqueles sulcos a marcar-lhe as faces, obra indefectível produzida pelo sol inclemente do sertão, maquiava-lhe os anos já vividos.
Eu era menino de calças curtas, provavelmente antes dos 15 anos (hoje com 65) e via naquele homem de compleição franzina um exemplo a ser seguido. Parecendo-me que; ouvindo mais que falando, voz pausada com palavras moderadas, timbre equilibrado e encostado no balcão da bodega, atendia uma plêiade de pessoas originariamente humilde, com solicitude de um bom político.
Um bom político. Este era DODÔ TENÓRIO. Lá pelas plagas do Quitimbu, mantinha uma adversidade partidária e amistosa, (até porque eram visinhos de fazendas), com uma “raposa” chamada OZÓRIO VALERIANO. Contrastando com DODÔ, OZÓRIO tinha um corpanzil beirando os 150 kg. Pele avermelhada pelo sol, a obesidade não permitia que o astro-rei lhe sulcasse o rosto, como fizera com DODÔ. Portanto, idade também indefinida. Como diz o matuto, fiz este “leriado” todo para que a Família Tenório tire a dúvida:
TERIA SIDO DODÔ TENORIO O PATRIARCA DESTA FAMILIA QUE LEVOU COM TODO O ORGULHO DE UM CUSTODIENSE O NOME DA NOSSA TERRA A DISTANCIA QUASE INFINITA.??
Fernando Florêncio
Ilhéus/Ba
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