16 novembro, 2021

Bar o Ponto Certo - por Zé Melo



Indiscutivelmente o “point” mais famoso de Custódia foi o Bar Fênix, ponto de encontro da sociedade custodiense nas décadas de cinqüenta e inicio de sessenta. Depois, com a fundação do Centro Lítero Recreativo de Custódia, ficou mais popular, perdendo espaço para a sociedade organizada. A partir daí surgiram vários bares que marcaram época na Custódia de antigamente. Lembro que no final da década de cinqüenta além do Fênix, existiam o Ponto Certo e o Bar Confiança, este na Avenida Inocêncio Lima, onde hoje existe um supermercado. Mas sem dúvida, nas décadas de sessenta e setenta um dos melhores locais para os momentos de lazer era o Ponto Certo, ao lado de “O Casarão”.

No período em que esteve sob o comando de Deta, o Ponto Certo era bastante animado. Foi um dos primeiros locais a usar decoração e iluminação próprias das boates, onde a juventude da época podia curtir um “cuba libre” ao som inesquecível de Tim Maia, Os Incríveis, Renato e Seus Blues Caps, e tantos outros sucessos da época. Recordo que naquele tempo rolava mesmo era o Tim Maia, com seus sucessos lembrados até a hoje. Lembro bem que as paredes internas do bar eram revestidas com esteiras feitas de fibra do tronco de bananeiras, o que associado a uma iluminação colorida (não recordo se havia a luz negra), dava aspecto agradável, tranqüilo e ao mesmo tempo romântico ao local. Quantas não foram as tardes/noites embalados por músicas inesquecíveis, o vozeirão de Tim Maia cantando “quando a gente ama, não pensa em dinheiro, só se quer amar, quer amar quer amar”, acompanhados do papo gostoso e despreocupado entre amigos. Inesquecível!

Nos finais de semana, logo a partir das dez horas começava a chegada dos habituês, aos poucos iam tomando conta das mesas, e por vota do meio-dia não se conseguia mais uma cadeira. Detase desdobrava para atender a demanda dos clientes, servido um tira-gosto pra, um cerveja pra outro, e a bebida mais chique da época: Rum Montilla, com Coca-Cola e Limão, para a maioria.

Em dias de festas – natal, ano-novo, São José, 11 de setembro, a movimentação se tornava intensa. Se antes era freqüentado pela juventude, nesses dias a sociedade excluía a juventude e assumia todas as mesas, espalhadas pelo interior do calçada do Bar. Nunca tive conhecimento de nenhum incidente ocorrido entre a juventude freqüentadora daquele Bar.

É verdade que naqueles tempos de grana curta, não se podia exagerar, mas sempre se arranjava um jeitinho de curtir um final de tarde naquele que era o melhor ambiente da cidade: o “Ponto Certo” da juventude.

Depois, surgiu o Casarão, que já mais incrementado, proporcionou noitadas agradáveis a centenas de jovens custodienses. Amplo salão que servia de pista de dança, decoração atualizada, iluminação apropriada, com o sucesso que era a luz negra atraía a atenção de jovens e adultos, principalmente nos finais de semana, quando a casa se tornava pequena para o grande número de freqüentadores, que se deliciava ouvindo Tinna Tunner e outros sucessos da época. Lourival cativava a todos com tratamento personalizado e amigo. Bons tempos aqueles, que infelizmente não voltarão, a não ser na nossa lembrança.

por José Soares de Melo

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