Caros amigos custodienses, e caros leitores amigos dos custodienses,
Vanise Rezende em 2018, aos 80 anos.
Sou Vanise Rezende. Recentemente recebi um convite do ilustre Paulo Peterson – que há vários anos se dedica com afinco à produção e manutenção do Blog Custódia Terra Querida – para fazer parte do grupo de colaboradores desta 2ª fase do blog. Desde a sua 1ª fase eu acompanho este blog. Com colaboradores como José Carneiro de Farias, um amigo inesquecível, que nos deixou dois excelentes livros de memórias da nossa terra natal. Zé Carneiro, como o chamávamos, foi um excelente pesquisador de história das famílias custodienses. Uma produção que, certamente, ainda está à nossa disposição.
José de Melo é um colaborador muito reconhecido, bem mais jovem do que eu e Zé Carneiro. Consultor de profissão, tem uma memória ímpar, e uma narrativa irretocável. Não esqueço a postagem que ele fez sobre o meu pai, Manoel Marinho de Rezende, aqui neste espaço. Não seríamos capazes de descrever o meu pai como José de Melo o fez. Suas crônicas revelam o conhecimento que ele tem dos antigos habitantes de nossa terra, descrevendo inclusive as aventuras da sua infância ativa e precoce.
Fernando Florêncio – muito conhecido por nós todos – tem a capacidade de nos contar, nas histórias que publica, detalhes preciosos dos acontecidos que ele presenciou ou que nos revela nas suas pesquisas. Foi, também, o incentivador e animador dos primeiros encontros periódicos dos custodienses.
Hoje, em sua fase de maior expressão, como vimos no recente encontro de março passado, em Custódia, organizado por uma equipe local capaz de promover o retorno de muitos que há anos não voltavam à sua terra natal.
Minha sugestão é que as pessoas que participaram desse evento, enviassem à redação deste blog, as suas impressões dos reencontros com a nova paisagem da cidade, e com os seus antigos amigos.
Não poderia deixar de lembrar, aqui, duas primas minhas que certamente muitos conheceram. Odete Andrade – membro da velha guarda do blog, que muito cedo nos deixou, e Sevy Oliveira, que também escreveu um livro, com suas memórias de quando foi professora primária no interior do município.
Para essa nova etapa, o nosso redator chefe, Paulo Peterson, convocou a ilustre Jussara Burgos, cujos escritos que li, neste blog, comprovam um sábio manejo da arte da escrita. Além do conhecido Jorge Remígio que, salvo engano, está, como eu, entre os novos convocados. Sinto-me imensamente honrada de poder colaborar com esse grupo de redatores ilustres, tão presentes na história de nossa cidade natal.
Aos 82 anos, careço da compreensão dos leitores, pelos lapsos da memória e imprecisões das minhas lembranças. Neste sentido, a correção e as dicas dos leitores serão sempre bem-vindas. O que resultaria num texto mais preciso para a história da cidade. Sintam-se à vontade
A minha impressão é que – no percurso da velhice de escribas e escritores – à medida que se desgasta a precisão da memória, em seu lugar surge um refluxo criativo. Dá-se, então, que o cérebro nos devolve um lastro de invenções e memórias entrelaçadas, que nos dá suporte às nossas narrativas, tornando-as reais. E com certeza serão. Basta que o leitor aceite esse faz-de-conta da imaginação, como um novo recurso do ofício de escrever.
O nosso caro Zé Carneiro, publicou dois livros – A Baraúna, prosa e verso, em 2015, e A sabedoria do tempo, em 2016, quando já adentrava a casa dos 90 anos. Nesses seus livros, de prosa e poesia, fatos reais e fictícios contam a sua história, e cabe ao leitor decidir o que é real ou imaginado.
Um outro custodiense, o Prof. José Pires da Silva – que esteve em Custódia, pela última vez, nos anos 50 – escreveu Viver, Pensar, Amar, um livro de poemas publicado em 2015, quando já estava com 81 anos. Nasceu em Custódia, filho do Sr. Elias e de Emília Pires (minha tia). Foram tentar a vida no Rio de Janeiro. Lá, fez mestrado em Literatura Portuguesa na UFRJ e foi professor titular de Literatura Portuguesa, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ.
É certo que o tempo urge, mas ainda está à nossa disposição. Certamente o blog Custódia Terra Querida estará sempre aberto, para todas as nossas memórias, pesquisas, e inspirações poéticas. Não importa a idade, nem o estilo da narrativa, nem se é uma crônica em prosa ou poesia, uma fotografia, ou mesmo uns versos de cantador. O que importa é que façamos uma troca de talentos, e somemos as nossas memórias, para enriquecer o precioso acervo da história da nossa cidade querida.
Vanise Rezende
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