08 setembro, 2020

Festa do Folclore de 1975.

 

Segundo Aurélio a palavra FOLCLORE quer dizer: 1.Conjunto das tradições, conhecimentos ou crenças populares expressas em provérbios, contos ou canções.2.Conjunto das canções populares de uma época ou região.3. Estudo e conhecimento das tradições de um povo, expressas nas lendas, crenças, canções e costumes; desmologia, demopsicologia.

Uma festa que ficou nos anais da história custodiense com certeza aconteceu nos dias 24 e 25 de agosto de 1975. Organizada por Zezita Queiroz. Tivemos apresentação de bacamarteiros e Zé Biá e banda tocou no Parque Ernesto Queiroz enquanto dançamos ao som do pífano.

Zita trouxe do Recife um coreógrafo Carlos Almiro Leite, conhecido como Mirinho. Ele era sobrinho de seu Manoel Moura. Ele passou vários dias ensaiando as apresentações de danças.

Tivemos antes do baile que aconteceu no sábado dia 24 no Centro Lítero Recreativo de Custódia uma apresentação de danças do Candomblé, caboclinhos e outro.



Fizemos roupas para as apresentações. Havia uma moça que ia se apresentar e não podia arcar com as despesas do traje. Ana de Brasa frequentava centro de umbanda e tinha as roupas. Eu pensei que ela me emprestaria à roupa então falei para pessoa que iria conseguir. Ana era minha amiga e não me negaria. Ledo engano. Quando falei, ela me disse: Vou pedir consentimento a Mãe de Santo. E a resposta foi um NÃO. Fiquei sem saber o que fazer, pois havia apalavrado. Cumprir com minha palavra é uma questão de honra. Há única alternativa foi “roubar” a roupa de Ana. Pensei que ela não ia nem desconfiar. Chegando a nossa casa após o baile eu guardaria a roupa e estava tudo resolvido. Mas não foi isso que aconteceu.

Na hora da apresentação, o Clube lotado as pessoas que iam se apresentaram formaram um círculo na pista de dança. O responsável pelo som ficou tentando sem sucesso colocar a música (nos idos anos 70 ainda era radiolas e os LPs). O tempo passando, o povo ficando impaciente. Era uma situação constrangedora. Foi quando eu me lembrei da roupa de Ana.



Corri até a menina que estava usando os trajes e pedi baixinho para ela tirar a saia e ficar só de anágua. Assim que ela retirou a saia o som funcionou. Célia Feitosa pode comprovar esse fato.

Contei a Ana o que aconteceu, ela não gostou nem um pouco. Ficou um tempo de cara amarrado com toda razão.

Devo dizer que hoje não concordo que candomblé seja folclore, embora possamos encontrar nele cânticos, danças e lendas. Candomblé é um rito. Está dentro de um contexto religioso. É uma religião pagã e primitiva trazida pelos escravos e que se expandiu pelo Brasil. Dizem que na Bahia o candomblé está mais preservado do que nos países africano.

Jussara Pereira Burgos

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