05 setembro, 2020

No meio da multidão - por Jussara Burgos


Um dia deixei a terra natal,
Dando a minha vida outra direção.
Vim morar na Capital.

Mas que decepção!
Na minha terra todos
Sabiam quem eu era.

Aqui sou apenas um rosto,
Mas você continua só
no meio da multidão.

Na cidade pequena,
O povo se cumprimenta.

Diz: Bom dia! Como vai?
Aqui é a maior agitação.

As pessoas parecem formigas
andando de um lado para outro,
Sem nunca prestar atenção,
que somos pessoas e
temos uma historia de vida.

Mas quem se importa?
Somos apenas mais um
No meio da multidão.

Na cidade pequena
Temos nossos amigos,
Colegas de escola e repartição.

Você se sente gente,
Todos conhecem sua família.
Aqui você sente solidão.

Tem muita gente ao seu redor,
Mas você continua só no meio da multidão.

Na cidade pequena
Todo mundo se conhece.
As pessoas acompanham
A vida uma das outras.

Nascimento, batizado,
Formatura, casamento,
Até o derradeiro momento:

O funeral
Aqui se alguém morrer,
Só os mais chegados vão saber
Ninguém vai perceber
que existe menos um
no meio.

Dedico esse poema aos amigos filhos do casal Augusto e Julieta Belo: Antônio, Joaquim, Paulinho e Inêz. Nossa amizade começou com nosso pais e espero que ela se perpetue com nosso descendentes.

por JUSSARA BURGOS

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