Carlos A. Lopes
Recife-PE
Julho/2011
(*) Publicado originalmente no Blog Gandavos
Como
falei anteriormente em matéria publicada neste blog (Sobre o Grupo
Teatral Astecas), no dia seguinte da apresentação de Pluft o
Fantasminha, de Maria Clara Machado, Paulo Andrade me procurou na saída
do cinema, dizendo-se satisfeito com nosso desempenho e queria
contribuir com o grupo. Estava nascendo ali um novo Grupo Teatral.
Aliás, o ressurgimento do Grupo Teatral Os Gândavos, fundado
inicialmente por Domingos Sávio, Fernando José, Jussara Burgos, Antônio
Remígio, entre outros.
Paulo
Andrade chegou a nossa cidade como um dos funcionários pioneiros do
Banco do Brasil, provindo de Caruaru, onde foi engajado na arte de
representar e em outros trabalhos comunitários. A partir deste momento
os ensaios passaram a ser elaborados, inclusive com marcação de palco.
Paulinho não só trouxe de sua cidade natal um empilhamento de
ensinamentos, mas também sua ilustre esposa que se incorporou ao grupo
na peça: “Morre um Gato na China”. O elenco foi composto pelo próprio
Paulo Andrade no papel de Gastão, Célia Regina como Liane, cabendo a mim
o personagem Sérgio, enquanto Antônio Remígio nos dava segurança no
ponto.
¨Morre
um Gato na China”, foi encenada no Centro Lítero Recreativo de
Custódia, em primeira instância, no dia 23 de novembro de 1977. A obra
prima de Pedro Bloch ficou encravada na história da dramaturgia local
como a mais sucedida montagem e também como a única capaz de arrancar
lágrimas da plateia. A peça ainda foi levada às cidades de Monteiro na
Paraíba e a Serra Talhada, onde foi encenada no Colégio Nossa Senhora de
Fátima.
A
segunda metade da década de setenta é positivamente o expoente maior da
cultura custodiense. Além das tantas peças montadas por membros da
própria comunidade, naqueles anos recebemos o ilustre fenômeno Nino
Honorato com os monólogos: “As Mãos de Eurídice”, “Esta Noite Choveu
Prata” e “A entrada de Lampião no Inferno”. Através de Paulo Andrade
veio de Caruaru as peças “A Segunda Virgindade”, e a premiadíssima “Rua
do Lixo 24”, apresentada em 21 de janeiro de 1978, pelo Grupo Feira de
Caruaru, do próprio Vital Santos.
Com
este grupo nascia também uma consciência coletiva no teatro
custodiense. Esta mudança de mentalidade foi constatada durante e após
as apresentações de ¨A Entrada de Lampião no Inferno,¨ e “A Segunda
Virgindade.¨ Ou seja, as pessoas em sua maioria iam às peças por ser ¨uma novidade¨ mas não assimilavam bem o conteúdo. A partir daquele momento decidimos que os textos seriam de criação do próprio grupo.
Sob
a direção de Paulinho, no dia 6 de março de 1978 fizemos três
apresentações da peça de minha autoria “Como é Difícil Viver”, nos
colégios: Técnico Joaquim pereira, Padre Leão e Joaquim Inácio. Logo no
final da primeira apresentação, a estudante Leny ao ser entrevistada
respondeu: “Gostei porque entendi”.
A esta altura contávamos com os atores Fátima Ferreira, Magdália
Chavier, José Wilson, Luciano Washington, Lúcia Maria, Luís William e
Angélica Ferreira. No dia 3 de maio de 1978 estreamos: “Pedido de
Casamento”, também de minha autoria. A partir daí compus mais seis
peças: “Uma Vaga de secretária”, “Autarquia”, “O Filho Pródigo”, “Um
caso Diferente”, “Rua Torta” e “O Ladrão que Nada Roubou”.
A
exemplo da geração anterior chegara a hora de nos tornamos cidadãos do
mundo. Paulo e Celinha se mudaram para Gravatá. Outros como eu, desceram
ao nível do mar buscando faculdades e empregos. No apagar das luzes,
com Marleide Espídola, Fátima Ferreira, José Eugênio, José Assis e uma
gama de excelentes colaboradores, fundamos um jornal de circulação
mensal sob o título “O Grito”, e assinei matérias em duas edições do
Jornal Custódia Hoje.
Fonte: BLOG GANDAVOS
Fonte: BLOG GANDAVOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário