09 dezembro, 2021

Maria Vanete - "Guerreira da Paz"



O trabalho pioneiro que a pernambucana Vanete Almeida desenvolve há mais de 30 anos nos movimentos de trabalhadores rurais, e no Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais no Sertão Central de Pernambuco, é reconhecido mundialmente. A prova é que a ativista ganhou o Prêmio Cláudia, em 2002, e foi selecionada para concorrer coletivamente com mil mulheres de 154 países ao Prêmio Nobel da Paz, em 2005.


A história da pernambucana que nasceu há 63 anos no sítio Cachoeira, no município de Custódia, pode ser conferida no livro Brasileiras Guerreiras da Paz, que tráz a biografia das 52 mulheres do País indicadas ao prêmio Nobel. Publicado pela Editora Contexto, com coordenação de Clara Charf, textos de Carla Rodrigues, Fernanda Pompeu e Patrícia Negrão, a obra foi lançada no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.

Vanete começou a atuar nos sindicatos dos trabalhadores rurais do Sertão Central na década de 80. Ao notar que não existia a participação feminina, ela partiu para a mobilização das mulheres do campo. “Aos poucos, elas começaram a aparecer em reuniões, duas, três, mas não falavam, tinha medo“, diz ela.

Da primeira reunião em dezembro de 1982, em Serra Talhada, realizada com mais de 10 mulheres, o movimento das trabalhadoras rurais se expandiu para as cidades vizinhas, para o Nordeste e para América Latina. Hoje o movimento liderado por Vanete, que também coordena a Rede de Mulheres Rurais da Amérca Latina e Caribe, articulando 25 países, reune mais de 100 grupos, com cerca de 400 mulheres, de 12 municípios pernambucanos.

Elas estão à frente de sindicatos, coordenam encontros e têm consciência e reivindicam direitos trabalhistas, saúde, educação, respeito ao corpo e conservação ambiental. “Nesses anos, sofri muito por ver um povo tão trabalhador muitas vezes não ter o que comer. Mas me alegro com o progresso das trabalhadoras rurais“, conclui Vanete.

Matéria originalmente publicada no Jornal de Serra, em maio de 2006.

Maria Vanete faleceu em 09 de Setembro de 2012

2 comentários:

  1. Notinha era minha amiga pessoal,ela sendo depois da emancipação de Betânia, conterrânea e amiga minha, como também toda sua família.Aqui foi construída uma porção de casa populares,que formaram um bairro. Infelizmente encontra-se abandonado.
    Fui que atendir e encaminhei, para Recife, onde faleceu.

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