Carnaval de 1978 - Bloco Custocada
Bel, Fabiano Rezende, Elijário, Savinho, Eli, Robério, Manoel de Zé Caboclo e Josemar (05/02/78)
Eram carnavais fenomenais, passado alegórico.
Carnaval de 1983 no CLRC - Bloco Viracopos, fantasia escravos estilizados
Componentes: Herbeth Queiroz, Vera Valeriano, Paulo Queiroz, Sérgio Remígio, Nadilson Santos, Hiran Burgos, Ione Miro, Ivone, Eliane Remígio, Luciana Gonçalves, Elzir Valeriano, Claudionor Patriota(trabalhava no Bandepe), Ana Cláudia e Janúncio de Custódia à frente.
Carnaval 80's no CLRC.
Bloco Trem das Cores
Bloco Trem das Cores
Na foto:
Roseane, Iuri Gonçalves, José Wilton, Reginaldo, Benigna, Germana,
Renivaldo, Lidia, Adinara Queiroz e Adriana Queiroz
Roseane, Iuri Gonçalves, José Wilton, Reginaldo, Benigna, Germana,
Renivaldo, Lidia, Adinara Queiroz e Adriana Queiroz
Um traço característico dos antigos carnavais, e que marcou gerações dos 80's, eram os Blocos de Fantasias nas quatro noites do Centro Lítero Recreativo de Custódia. Tinha a disputa entre o Cordão e o Cordão Encarnado.
Na foto em pé:
Ana, Rosinha, Soraia, Benigna, Solange, Lucicreide, Naiza e Aparecida Rael.
Agachadas:
Nairan, Zilene, Verinha, Soraia, Lidia e Adriana
Velhos Carnavais
Texto:
Texto:
José Soares de Melo
Na
Custódia de antigamente, havia carnaval, sim senhor. Diferentemente de
hoje, que no período momesco a grande maioria dos habitantes só vê o
carnaval pela TV, décadas atrás havia carnaval, sim, e muito animado.
A
folia começava cerca de 15 dias antes da semana carnavalesca. Eram os
papangús que saiam todas as tardes, estalando seus chicotes no ar. Todos
devidamente mascarados, com roupas rasgadas, chocalhos na cintura,
barcos pintados de preto. Era tradição correr atrás da molecada,
estalando o chicote, e ao mesmo tempo invadindo os estabelecimentos
comerciais, pedindo dinheiro.
Na
semana carnavalesca, era ansiosamente esperado o Zé Pereira, que saía
pelas ruas da cidade em cima de uma carroça de burro, abrindo o desfile
acompanhado das improvisadas orquestras. Já na madrugada de domingo, a
sensação era o Cariri, comandado pelo grandão Alaíde. Era o mais
democrático dos blocos carnavalescos da cidade. Se o Bloco de Carirí,
muito organizado e bonito era composto exclusivamente de mulheres da
vida “fácil”, ou o Bloco da sociedade era elitista, no Bloco do Cariri
todos tinham vez: meretrizes, “piniqueiras”, sociedade, enfim todo
mundo. Afinal, o horário permitia que todos participassem, sem os
olhares reprovadores das damas da sociedade conservadora. Alaíde
contribuiu e muito, para a alegria de centenas de foliões, durante
muitos anos.
No
clube, a animação era contagiante. A orquestra iniciava a alegria,
tocando velhas marchinhas e frevos autenticamente pernambucanos.
Certa
feita, quando eu ainda era criança, assisti a um bloco inusitado: na
calmaria da tarde da terça-feira de carnaval, surgiu na praça padre Leão
uma tropa de jumentos, montados por negros, acompanhado de uma
batucada. Quando nos aproximamos daquela tropa, a surpresa: todos os
cavaleiros eram membros da sociedade local, que devidamente
caracterizados de matutos e pintados de preto, inovavam no bloco daquele
ano. Recordo apenas de um componente: Dr. Pedro Pereira.
Aliás,
o Dr. Pedro era um dos mais animados foliões da época. Certa feita, ele
em parceria com Silvio Carneiro, aproveitando um fato ocorrido na
cidade, criou uma música que foi sucesso no carnaval. Naquele ano,
haviam acontecidos fatos estranhos, decorrentes de um Don Juan, que
altas horas da noite, saía para suas aventuras escondido sob um capote.
Surgiram versões de que seria um “lobisomem”, tendo Sílvio e Dr. Pedro
criado a marchinha “O Carcará”. Lembro de algumas estrofes de seus
versos:
Depois, do Carnaval,
Apareceu, um tal de lobisomem,
Uns dizem que é um homem,
Outros dizem que é guará,
É carcará, é carcará.
“Só aparece, depois da meia-noite”,
Lá na Rua da Remela,
Já abriu até cancela
Todos podem acreditar,
Mas quando perguntam qual seu nome
É lobisomem,
Não, é Carcará!
O
carnaval nesse ano foi bastante animado, e a música fez tanto sucesso,
que no ano seguinte a dupla resolveu fazer outra música, “Volta do
Carcará”.
Infelizmente
o tempo, a modernidade, a civilização conseguiu extinguir aqueles
carnavais, cheios de animação, de alegria, e confraternização. Era
interessante ver no domingo de entrudo, as pessoas tentando fugir do
tradicional banho. Isso sem falar nos “porres” de lança perfume, cujo
odor forte invadia os salões de festas. Tudo na mais completa harmonia e
calma.
Alaíde do Bloco Cariri
Filha de Alaide recebendo placa em homenagem
a um dos foliões mais antigos de Custódia,
durante o I Baile Municipal em 2009 no CLRC.
José Soares de Melo
Alaíde
era uma figura bastante popular em Custódia. Alto, forte, preto, tinha
no sangue a ginga da raça negra. Seu jeito de andar, o trato nas unhas, o
falar – um misto de carioquês com sertanejês eram notas marcantes nessa
figura de muitas histórias pitorescas da Custódia de ontem.
Manteve
por longos anos, uma das mais vivas tradições do carnaval em Custódia: o
bloco do Cariri, misto de troça e bloco, que saía toda meia noite do
sábado de Zé Pereira, acordando a pacata população dorminhoca da cidade.
A meninada fazia de um tudo para não dormir antes do Cariri passar, com
sua música característica:
Lá vem o cariri aí,
Com o saco de pegar criança
Pegando as moças solteiras,
Pega tudo quanto a vista alcança.
No
bloco, as meninas de Carí, a respeitável chefe do Sipitinga, apelido
dado à zona do chamado Baixo Meretrício. Carí comandava o bloco das
meninas, auxiliada por sua fiel escudeira Hozana, mulher calma,
baixinha, que iniciou tantos jovens na vida mundana do sexo.
Nem
por isso o Cariri ficava restrito aquele mundo: naquela ocasião,
democraticamente toda a respeitável sociedade custodiense estava
representada no Cariri. Jovens de todas as idades, senhores respeitosos,
crianças, enfim, ao sexo masculino era permitida a participação plena
naquele evento, que ocorria sem nenhum problema, sem excessos e sem
exageros, pois a única obrigação de quem participava era brincar ordeira
e alegremente.
Com
um megafone, Alaíde fazia as vezes de mestre de cerimônia, determinando
o roteiro, o ritmo, os passos, enfim, coordenando todo o desfile do
bloco, que saía do Alto da Cadeia, passava pela Rua da Remela, descia a
Avenida Manoel Borba, circundava o Quadro – como era chamada a Praça
Padre Leão, sempre cantando e dançando ao som de sanfona, zabumba,
violão e tudo o mais que produzisse barulho.
Ao
raiar do dia, o bloco retornava ao ponto de origem e se dispersava
tranquilamente, cada um seguindo a sua rotina de sempre, e aguardando o
carnaval do próximo ano, para mais uma vez alegar a madrugada dos
domingos de carnaval de Custódia.
Parabens Zé Melo👏👏👏👏Amo suas publicações. Bem detalhado. 🤗
ResponderExcluirJoselia.
ResponderExcluirRecorda é viver, fotos lindas de mais da conta.
ResponderExcluirZé Melo .Meu nome é Marcio sobrinho da melhor tia do mundo que se chama Dondon,vc pode ñ lembrar mais eu lembro muito bem de vc.Aquele abraço e parabéns por suas postagens.
ResponderExcluirLembro do Carnaval no Clube e dos festivais de cerveja da antártica muito bom nos anos 70 71,72 73 74 75 dos bailes era muito bom tinha os sócios do clube eu era uma das socias. Recordar é viver.
ResponderExcluir👏🏽👏🏽👏🏽
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