15 outubro, 2022

Salve o centenário de Zé Burgos.

 


Texto:
Jorge Remígio
Recife/PE
Outubro/2022

 

Ele foi para mim um ídolo. Muito próximo pelos laços familiares, ele era primo em primeiro grau do meu pai, sentia que a sua casa era uma extensão da minha. Foi essa vivência na minha infância, adolescência e  parte da minha juventude. Pena que ele nos deixou tão precocemente, poucos dias após o carnaval de 1978 aos cinquenta e cinco anos e quatro meses. 

Eu falei no início desse texto que ele era meu ídolo. Sim. Porque logo cedo eu percebi que Zé Burgos era uma pessoa diferenciada. A caridade dele era espontânea e muitos anos depois entendi como sendo um socialista no seu mais puro estágio do significado do termo. Não esperava recompensa pelas assistências que prestava, principalmente aos desprovidos ou aos que pouco tinha. Mas, não era só isso que me causava admiração. 

O seu jeito peculiar, brincalhão, firme nas atitudes e identificado com a juventude dos anos setenta, foi uma personalidade unânime para todos da nossa turma. Vez por outra ele passava na porta de um bar a caminho de sua casa para o almoço, vindo da Farmácia Pereira do seu sogro, então deparava-se com uma turma de estudantes descapitalizados, mas mesmo assim, tomando umas cervejas. Ele da porta. "Já tomaram quantas?" Tomamos onze, seu Zé. Então ele falava para o dono do bar. Essas aí pode anotar que são minhas. Nunca esquecerei dessa e de centenas de boas atitudes que esse homem teve em vida. 

Salve! Zé Burgos em seu centenário. 

Entendeu? Compreendeu?

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