10 outubro, 2022

Respondendo crítica de comentário anônimo


Por José Carneiro

Na poesia em que trato da minha infância e juventude em Custódia há um comentário de um anônimo que, nas entrelinhas e veladamente, faz uma crítica ao meu modo de proceder com ao distanciamento e abandono à terra que tanto amei. 

Meu caro desconhecido: é lamentável não se identificado. Esconder-se no anonimato, sem um motivo que justifique, como é bem o caso, caracteriza uma fuga de si mesmo. Mas, mesmo assim, respeito sua atitude. 

Com toda sinceridade tenho a lhe dizer que não fui eu quem se afastou de Custódia, que tanto amei e dela guardo as mais gratas recordações e as mais doces saudades. Muito pelo contrário. Foi ela que não me quis, ou melhor, não soube me compreender e conservar meu bem querer.

Fui a primeira pessoa, na história de Custódia, a concluir um curso universitário. Fui eu e o Deputado Estadual Manoel Novais, natural de Floresta, que fundamos o Ginásio Padre Leão de Custódia, que funcionou precariamente no Grupo escolar General Joaquim Inácio, tendo eu como diretor. 

Mas, infelizmente, em que pese o interesse e colaboração do então prefeito Luiz Epaminondas Nogueira de Barros, o educandário não obteve o reconhecimento oficial. Lembro que, nas comemorações do primeiro Sete de Setembro da gestão de Luiz Epaminondas, o desfile do ginásio foi deslumbrante, a ponto de receber rasgados elogios do prefeito, que era, reconhecidamente, um bom administrador e um homem de visão. 

Além disso, tive outras atuações em favor da terra e seu povo, sem, contudo, receber nenhum reconhecimento. Mas, como refere a Bíblia Sagrada, ninguém é bom profeta em sua terra. Ressalvo que a única lembrança e homenagem que recebi de minha terra, em toda minha vida acadêmica e profissional, foi por intermédio de Jussara Burgos, que me agraciou com o paraninfado de uma turma do ginásio Padre Leão, que credito à amizade que me unia ao seu pai José Burgos, meu grande amigo, de quem conservo na memória e no espírito os mais legítimos sentimentos de admiração e apreço.

Meu caro amigo, envolto no manto do anonimato, longe de mim o mais leve ressentimento do meu torrão natal. O fato de somente agora, depois de tanto tempo, retornar a Custódia, entre outras coisas, não é outro senão, a tendência natural e humana da humanidade, de na velhice voltar às origens.

Parafraseando o poeta "depois de um longo e tenebroso inverno", matando saudades, eu volto à minha terra!

7 comentários:

  1. adooroo esse bllog ´paarabééns Paulo

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  2. Caro Zé Carneiro.
    Outro dia um também "anônimo" criticou este blog por só publicar "coisas do arco da velha".Questionei-o, procurando saber que tipo de colaboração - do arco da velha, ou não - ele já tinha enviado do blog.O mutismo foi a resposta.Já o anônimo objeto deste postado, perdeu uma boa oportunidade de ficar quieto.
    Anônimo,fique sempre escondido "atrás do tôco". É la que se reúnem os medíocres.
    Fernando Florencio
    Ilheus/Ba

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  3. Criticar é fácil, mas o mérito é de quem realiza. É assim mesmo, doutor, temos que aprender ligar com as criticas. Passei vinte anos sem ir a Custódia por circunstancias da vida e não posso ir com a freqüência que eu gostaria. Trago Custódia viva dentro de mim, não deixei de amá-la e confesso que já me perguntei algumas vezes: “ O que estou fazendo aqui, tão longe das pessoas que amo?” Outro dia conversando com um conterrâneo ele me disse que foi a Custodia e achou tudo diferente. Falei para ele que esse é o preço que pagamos pela escolha que fizemos quando deixamos nossa terra. Temos a falsa impressão que vamos encontrar a cidade e as pessoas do jeito que deixamos. Ledo engano, o tempo não para. Quando voltamos ao nosso lugar às vezes nos sentimos um estranho no ninho.
    Por mais que sejamos felizes na terra que adotamos, ela não é nossa terra mãe e. É que nem um índio que deixou a tribo e vai viver na civilização, ele permanece índio. Deixamos Custódia, mas não deixamos de ser Custodiense e continuamos amando nossa terra. Temos o direito de expor nossas lembranças e sentimentos. Fico emocionada com os textos de Jailson, sempre cheio de lirismo. Jorge também escreve bons textos e o glorioso Fernando de Laura me faz rir com suas estórias engraçadas. Agora estou feliz com sua participação, ainda mais agora que estou descobrindo seu lado poético. Adoro poesia.
    Se o senhor me permite um observação ouvi dizer que Dr Anisio Pires foi primeiro custodiense que se formou.Ele fez medicina. Um abraço.

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  4. Meu primo,grato pelas palavras,que todos de nossa familia sendo sempre o linhamento de postura correta e retilinha nos erdada do berço de nossos pais o meu Francisco Daniel, e sua mãe minha queirda tia Maria,ao longe mais de 5.000 km, sei bem o esforço que si tme feito em ficar longe do torrão natal Custódia nunca foi uma boa mãe aos seus filhos esforsos em progresso, fui eu a ultima de meus irmão a deixar Custodia mãe querida da infacia das ruas de barros dos amigos sinceros, mas pelas oportunidades em que o mundo nós oferece, temos que deixar o berço a entrar em outras pairagens e poentes como canta o hino do nosso estado de Rondonia,estive por ai Custodia nos deu regua e compasso como si diz em algumas escolas filosoficas,e nos tivemos que traçar estas linhas em outros horizontes como pioneiros trazemos na mala bastante de nossa CUSTODIA TERRA DE CHIQUINHO DANIEL, DE APOLONIO,DE MARIAS BEBELAS,PRESALINAS E SAMUEL, QUE NOSSO RETORNO SEJA BREVE AGREEÇO A CUSTODIA O QUE SOU HOJE COM MEUS FILHOS E FILHAS PELA ETRUTURA QUE ALCANÇARAM LONDE MAS NUNCA ESQUEÇEMOS O CAMINHO ALÉM DO ARCO IRIS! ABRAÇOS E BELA CRONICA ABRAÇOS OSMINDA MINHA IRMÃ MINHA MÃE AMIGA QUE NOS AJUDOU BASTATE GRATA SOU A TODOS VOCES E NUNCA ESQUECI CUSTODIA APENAS ESTAMOS DISTANTES!


    BARBARA PEREIRA DE SOUZA

    Espigão Do Oeste/RO

    obs:PEDI AO MEU FILHO DANNYLO QUE DIGITASSE!

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  5. Babá,filha de Chiquinho Daniel e Dona Salú. A saudade bateu forte.
    A trilogia que conheci dos "Daniel" era composta de: Zé Daniel(meu pai) Chiquinho Daniel e Quinca Daniel(meus tios,naturalmente). "Trambos" não se bicavam. Zé Daniel não amava Chiquinho que não amava Quinca que não amava Zé.E vice versa.Se se falavam, era apenas o estritamente necessário.Os três cultivavam pequenas glebas de terra vizinhas entre sí na fazenda Serrote.Não obstante as diferenças, quando uma vaca de qualquer deles atolava-se no "bebedor",como que por obra divina, lá estavam os três reunidos munidos de cordas e laços num esforço de irmãos tentando retirar o bicho atolado na lama.Verdadeira Inimizada Fraterna.
    Fernando Florêncio
    Ilheus/Ba

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  6. Bom Dia, Senhores!

    O que não seria das nossas vidas sem as críticas, construtivas ou não.
    Felizmente ou infelizmente não ceguei a ler a critica que, o senhor mesmo fala do abando no a Custodia, ou que a nossa querida Custódia não pode lhe acolher.
    E claro a todos nos que e uma das pessoas mais bem sucedidas desta terra, que e uma pessoa de bem, homem trabalhador e com um foco muito bem definido nos teus propósitos.
    Eu só acho lamentável esta vontade súbita em querer retornar a Custodia, esta cidade bela de pessoas acolhedoras sempre esteve por aqui lhe aguardando de braços abertos, pena que nunca quiseste, ou melhor, até queres os que bem te convém.
    Lembro bem há alguns meses, quando estava sentado em uma cafeteria da nossa querida capital e o senhor ia passado, quando me levante para lhe cumprimenta tive o nítido sentimento que não queria esta me cumprimentando.
    Talvez esta critica seja para lhe mostrar que as pessoas sentem a sua falta, que o senhor é amando por todos nos, e que talvez este seu jeito meio anti social, seja melhorado agora, espero que sim.
    Tenho uma memória muito forte na minha cabeça, Seu Apolônio sentado na praça velha próximo de sua residência conversando com as netas e filho José Olavo e Seu Samuel, lembro que em alguns momentos o senhor estava lá, vosso pai foi exemplo pra mim e muitas outras pessoas, na época ao lhe ver eu tinha o desejo se ser Juiz de Direto igual ao Dr° Carneiro, depois descobri que minha área de atuação é uma área afim a vossa mas nunca seria esta.
    Nestas palavras quero apenas lhe dizer que foste exemplo para muitas pessoas e se infelizmente não foste homenageado como deveria, foi justamente por esta falta de vindas a Custódia, de não nus deixar aproximar mos do senhor.
    Seja muito bem vinda a Custodia nossa terra querida.

    Abraços
    Chaiane Rodrigues

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  7. Meu Caro(a) Chaiane Rodrigues.
    Quero crer que o conteúdo do seu comentário sobre o MM Juiz José
    Carneiro de Farias Sousa, nosso conterrâneo, está eivado de um infeliz mal entendido.
    Zé Carneiro, desde priscas eras, sempre foi um gentleman.
    Sugiro que leia uma crônica de minha autoria,(consta neste blog) com o título de "O HOMEM QUE VIA LONGE". Provavelmente vç entenderá o que quis dizer o Dr. Zé Carneiro referindo-se ao fato de que: "foi ela (Custódia) que não me quis." Aproveite leia todo o FOI ASSIM, de minha autoria. Aí vç vai ver que rapadura é doce , mas não é mole.
    Abraços
    Fernando Florêncio
    Em tempo : Se não encontrar o livro por aí, mande seu endereço que lhe mando um exemplar com prazer.
    Ilheus/Ba

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