Emilson Pires - Micim
Maio/2013
Viajei. Lendo o livro “Foi Assim”, do ilustre conterrâneo Fernando Florêncio de Souza, viajei. Passeei pela Pça. Pe. Leão onde joguei muito pião com Arnaldo Burgos; joguei sinuca no Bar Fênix; brinquei os primeiros carnavais e dancei o ‘besame mucho’ no Centro Lítero Recreativo da Custódia, ao lado do Bar Fênix, inventado pelos rapazes da elite da época, entre eles Silvio Carneiro, Ernestinho, Pedrinho, Xandinha: estudei latim na 1ª turma do Ginásio Estadual Pe. Leão, onde, juntamente com o Totonho levei uma reprimenda federal do Professor de Matemática, História e Diretor do estabelecimento, Dr. Francisco de Sá Sampaio, então Juiz de Direito da Comarca.
De lá passei na Rua da Remela, descendo um pouco mais lembrei da zona do baixo meretrício onde me fiz macho entre as ‘Marias, Clarices e Helenas’; visitei a antiga Farmácia “São Jorge”, de papai, do lado de baixo da Praça, onde joguei muito futebol de botão com Betinho, Dirceu e outros meninos da época, tínhamos orgulho de nossos times feito por nós mesmos de coco, de botões de capa de frio que furtávamos dos romeiros em frente a casa de vovô Samuel, na rua da Bomba. Juntamente com Zezito Caju, em sua bodega, ajudei a Zé Melo no fazimento de um jornalzinho à mão, em papel de embrulho que ficava sobre o balcão (onde Zezito servia doses de cachaça com vermute aos feirantes), preso sob um peso pra não voar, o vento não perdoava.
Era bom ouvir o Hermes dizendo palavras novas que às vezes não sabia o significado e imitando na impostação da voz o Cauby Peixoto. Antes de visitar o Cemitério, onde estão os restos de parte importante dos meus maiores, revi os becos de Custódia: o beco de Pedro Rafael e o de Valentim, onde ao lado se encontrava a farmácia nova de papai e aos fundos o serviço de auto-falante de Adamastor com a locução inesquecível de sua irmã -“com este prefixo musical encerramos nossas atividade...” ouvíamos os dramalhões de Vicente Celestino, a Boemia e Deusa do Asfalto na voz de Nelson Gonçalves, até A Carta do brega Waldick Soriano, e os convites para sepultamento era feito com a trilha sonora de “Ave Maria” de Schubert; Depois veio o serviço de alto-falante do PTB de Zé de Chico.
Na Várzea tomávamos banho no Chafariz. Chupei umbu, comi quebra queixo e tomei rapadinha com essência de baunilha na feira; sorvi o melhor sorvete do mundo, na sorveteria do Xandinha e de vez em quando tomava um cafezinho no Hotel de Izabel. Inesquecível também era o doce de leite de Diva (‘vixe’ Maria, só de lembrar dá água na boca)... No final veio as lembranças tristes dos momentos de angústias, de incertezas e de stress culminando com a necessária melancólica partida...
De lá passei na Rua da Remela, descendo um pouco mais lembrei da zona do baixo meretrício onde me fiz macho entre as ‘Marias, Clarices e Helenas’; visitei a antiga Farmácia “São Jorge”, de papai, do lado de baixo da Praça, onde joguei muito futebol de botão com Betinho, Dirceu e outros meninos da época, tínhamos orgulho de nossos times feito por nós mesmos de coco, de botões de capa de frio que furtávamos dos romeiros em frente a casa de vovô Samuel, na rua da Bomba. Juntamente com Zezito Caju, em sua bodega, ajudei a Zé Melo no fazimento de um jornalzinho à mão, em papel de embrulho que ficava sobre o balcão (onde Zezito servia doses de cachaça com vermute aos feirantes), preso sob um peso pra não voar, o vento não perdoava.
Era bom ouvir o Hermes dizendo palavras novas que às vezes não sabia o significado e imitando na impostação da voz o Cauby Peixoto. Antes de visitar o Cemitério, onde estão os restos de parte importante dos meus maiores, revi os becos de Custódia: o beco de Pedro Rafael e o de Valentim, onde ao lado se encontrava a farmácia nova de papai e aos fundos o serviço de auto-falante de Adamastor com a locução inesquecível de sua irmã -“com este prefixo musical encerramos nossas atividade...” ouvíamos os dramalhões de Vicente Celestino, a Boemia e Deusa do Asfalto na voz de Nelson Gonçalves, até A Carta do brega Waldick Soriano, e os convites para sepultamento era feito com a trilha sonora de “Ave Maria” de Schubert; Depois veio o serviço de alto-falante do PTB de Zé de Chico.
Na Várzea tomávamos banho no Chafariz. Chupei umbu, comi quebra queixo e tomei rapadinha com essência de baunilha na feira; sorvi o melhor sorvete do mundo, na sorveteria do Xandinha e de vez em quando tomava um cafezinho no Hotel de Izabel. Inesquecível também era o doce de leite de Diva (‘vixe’ Maria, só de lembrar dá água na boca)... No final veio as lembranças tristes dos momentos de angústias, de incertezas e de stress culminando com a necessária melancólica partida...
Terminei de ler o livro e, numa agradável coincidência, conjuntamente com meus irmãos, filhos, netos, sobrinhos, genros, noras e amigos do peito que compõem o Grupo “Pídio Véi” (homenagem a papai), fui a Custódia em férias. Como num vídeo tape, procurei “as mesmas coisas que deixei”, mas lá não mais estavam, nem os amigos estavam mais lá. Custódia mudou, penso que mudou pra melhor, cresceu, ta bonita, a fábrica de doces de Gerson Gonçalves, a “Tambaú” hoje é um complexo industrial de dá inveja a cidade grande, simbolizando, naturalmente, o engrandecimento da cidade, nela mesma, sem contar com os projetos governamentais: ferrovia e transposição do São Francisco, “o Velho Chico”, que farão de Custódia uma referência no sertão pernambucano. Fiquei orgulhoso e em vários momentos tanto eu como toda a comitiva chorou de alegria e emoção.
por Emilson Pires de Souza - Micim
ibra.elzira@gmail.com
ibra.elzira@gmail.com
Belo relato Emilson.
ResponderExcluirEra aquilo mesmo. Sem tirar nem por.
Fernando Florencio
Ilheus/Ba
Belíssimo relato da nossa Custódia Querida!
ResponderExcluirViajei no tempo ouvindo meus queridos antepassados contare tudo isso é muito mais!