Um dos campeonatos de futebol mais empolgantes que assisti em nossa cidade, foi o realizado em 1984. Na época, foi criada uma Liga de futebol, o responsável pela organização do campeonato, foi Márcio Ferraz, filho de Dr. Orlando Ferraz. Participaram do Campeonato os times do Vasco, Grêmio,Tambaú, Roma, Santos, Sport entre outros.
Todos os domingos, era de praxe, ir ao Carneirinho acompanhar os jogos. Minha admiração pelo futebol local, começou anos anteriores, acompanhando o imbatível time do Tambaú, que ficou bastante tempo sem conhecer uma derrota. O esquadrão da Tambaú marcou história não só no futebol custodiense, mas na região, todos queriam quebrar a seqüência sem derrota.
Depois das rodadas iniciais, o campeonato de 1984 foi afunilando, até chegar aos jogos semi-finais, quando o Vasco enfrentou o Tambaú, e o Grêmio de Betânia enfrentou o Roma. Tanto o Vasco, quanto o Grêmio jogaram pelo empate contra o Tambaú e o Roma respectivamente. O time do Vasco tinha o artilheiro Luciano, jogador bastante ágil e habilidoso, logo se tornou um dos artilheiros. Na sua cola, teve outro jogador em busca da artilharia, era Sérgio centro-avante do time de Betânia. Disputava rodada a rodada a liderança na artilharia.
Com os empates na semifinal, os melhores times da competição chegaram a grande final: Vasco e Betânia. O time do Vasco tinha grandes jogadores: O goleiro Jorge Amador; o hoje empresário Albino; Tonho de Duquinha; Luciano “Goiaba”; Valdemir Amador, Dé e Rogério de Tabira; Tony e Franciélio de Antonio Sobreira, o último na minha modesta opinião, um dos maiores jogadores que Custódia já teve, dava gosto ver o nosso Garrincha local entortar os zagueiros com suas firulas; completava o time alguns jogadores de Quitimbu.
A grande final mexeu com o público custodiense, foi o assunto em toda roda de conversa. A cada chamado em carro de som, os torcedores esfregavam aos mãos com ansiedade para a grande final. Várias apostas foram feitas.
No dia da partida, o estádio Carneirinho recebeu um grande público, o clima era nervoso, tanto pelo jogo em sim, como pela rivalidade entre Custódia e Betânia. Havia provocação de ambos os lados. Conforme a hora do jogo ia se aproximando, o nervosismo meu aumentava. O público de Betânia fazia pressão.
A partida final teve como condutor, um senhor conhecido como Oliveira. O jogo começou bastante tenso, como são todas as grandes finais. Os times se arriscavam pouco, esperando o erro adversário. O primeiro tempo terminou 0×0. Na metade do segundo, eis que surge o primeiro gol, marcado por Luciano para o Vasco de Custódia. Nessa hora a emoção e a tensão caminhavam juntos. A euforia fez com que alguns jogadores do Vasco provocasse os do time do Grêmio de Betânia. Houve um princípio de confusão dentro do campo, jogadores do time de Betânia tentaram agredir tanto verbalmente como fisicamente o artilheiro Luciano.
Fora de campo ia aumentando também. Quando o árbitro Oliveira deu por encerrado a partida, os torcedores de Custódia correram para o campo, para abraçar os heróis da partida. Já os torcedores de Betânia, corriam para agredir torcedores e jogadores. Polícia agiu rapidamente acalmando os ânimos.
Graças a Deus não tivemos problemas mais sérios. O time de Betânia é que no retorno a sua cidade, durante uma parada na cidade de Sitio dos Nunes, teve um atropelamento com um de seus torcedores, causado pelo próprio caminhão que transportava.
Graças a Deus não tivemos problemas mais sérios. O time de Betânia é que no retorno a sua cidade, durante uma parada na cidade de Sitio dos Nunes, teve um atropelamento com um de seus torcedores, causado pelo próprio caminhão que transportava.
A festa pelo título tomou conta da Praça Padre Leão, os bares ficaram cheios, a festança foi até altas horas da madrugada. Uma final de campeonato marcante para quem teve oportunidade de acompanhar todo o torneio. Até hoje essa partida é lembrada por grandes desportistas locais.
Foto: José Orlando
Texto: Paulo Peterson
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