No meio disso tudo, a Missa de Vaqueiro era o grande momento de reencontro da gente. A grande reunião. É claro que também havia muita vaidade. Quem não se sentia dois dedos mais importante por desfilar num cavalo bem tratado a xote rasteiro pelas ruas de Custódia? Ricardo, Thiago e eu fazíamos parte do grupo que tentava manter as tradições, vestir terno de couro, levar a coisa a sério. Mas tinha também o grupo que se identificava muito mais com a Vaquejada do que com as Pegas de Boi. A diferença era cultural e de valores, mas na missa e no forró todo mundo brincava junto. Era bom encontrar os amigos, todos montados, se sentindo muito bem em seus cavalos. - “Vamo’ botar um prado?”, alguém provocava. Os mais ousados apostavam corrida, bebiam nos bares, paqueravam garotas... tudo isso fazia parte da festa e tão bom quanto a farra era a volta pra casa. À noitinha, saíamos em grupo rumo ao sítio. Durante o caminho, aquela coisa: papo, bebidas, toadas e... piadas, por que não? Depois era esperar o ano seguinte virar para se encontrar de novo. “Talvez eu volte, um dia eu volto”. De tudo, fica a memória, e uma parte dela em vídeo que agora vocês também podem ver.
Muito tempo longe, não tenho a menor ideia de como a coisa vem sendo feita. Gostaria de ver viva a tradição por mais tempo.
Um abraço,
José Maxsuel de Moura Siqueira
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