31 março, 2022

Só lembrando de Custódia - Zé Caboclo








Postado originalmente em 07/08/2012

AOS CUSTODIENSES

Nesta semana em que a nossa querida terrina completa oitenta e um anos de emancipação política, peço aos internautas que dediquem apenas pouco mais de três minutos, para ouvir a música que foi lançada recentemente por um artista filho da terra.

Fiz a letra e Zé Caboclo de Custódia musicou, a qual era apresentada em shows e comícios no inicio da década de oitenta.

Quase três décadas depois, Zé Caboclo me deu o melhor presente de aniversário: no dia sete, recebi um CD que ele gravou – cuja edição já está esgotada, na qual ele conseguiu recuperar aquela música, dando uma nova roupagem e um arranjo mais aprimorado.

Ouça e comente.

José Melo




OFERECIMENTO



Padre Leão durante Primeira Comunhão em 1929


Essa é para o povo de Custódia, especialmente para minha prima Lídia Andrada. Esta foto era emoldurada e pendurada na parede do quarto de papai. No verso ele escreveu que é de 1929 (não disse dia e mês). Trata-se de primeira comunhão, ministrada pelo inesquecível padre Leão, a quem Custódia deve muito, especialmente a construção da bela Igreja Matriz.

Talvez ainda haja alguém vivo dos que foram retratados. Se não, seus descendentes podem identificar mães, pais, avós e avôs. 

Seu Flavio é inconfundível, sentado, com sua característica cabeça. 

Espero que seja uma foto rara para o povo de Custódia, cidade que era um dos seus amores.

Joaquim Pernambuco é citado em livro


Custodiense Joaquim Tenório Sobrinho, popularmente conhecido como Joaquim Pernambuco, em Cassilândia-MS, cidade onde fez carreira e história. 

Era natural do sítio Lajedo, próximo à Quitimbu. No recém lançado livro Misturas, na página 33, de autoria do jornalista Auci Fernandes, existe um relato fotografado sobre este ilustre conterrâneo. 

Matéria enviada por Luizinho Tenório, filho e também custodiense.

Para conhecer mais sobre estes dois ilustres custodienses, clicar: Joaquim Pernambuco ou Luizinho Tenório

30 março, 2022

Sílvio Carneiro de Farias Souza - por Creuza Carneiro


Um olhar sobre a trajetória de vida de Sílvio Carneiro de Farias Souza 

“Custódia é a minha terra e a minha primeira devoção como professor e homem público”. Silvio Carneiro de Farias Souza. 

Apresentação 

O teor deste trabalho registra uma retrospectiva feita em arquivos, textos, memórias e fotografias, mostrando o que significou para Custódia ter Sílvio Carneiro como cidadão, professor e prefeito. Implicou, antes de mais nada, plantar uma semente que nasceu, cresceu, deu bons frutos e que vive até os dias de hoje. 

Um olhar sobre a trajetória de vida de Sílvio Carneiro de Farias Souza.

Sílvio Carneiro de Farias Souza nasceu no dia 18 de abril de 1940 na cidade de Custódia, onde passou toda a sua infância ao lado dos seus pais Apolônio Carneiro de Farias e Maria de Souza Farias e dos seus seis irmãos. 

Em Custódia, estudou e concluiu o primeiro grau menos (1ª a 4ª série) em seguida transferindo-se para a cidade de Pesqueira onde, no colégio Cristo Rei, fez o ginasial (5ª a 8ª série). Logo em seguida ingressou para a capital pernambucana – Recife e, no colégio Salesiano iniciou e concluiu o 2º grau maior (hoje ensino médio). 

No seu currículo escolar ainda consta a formação de Técnico em Contabilidade, curso que ele fez no Colégio Comercial de Sertânia-PE. 

O gosto de Sílvio, pelos estudos, a dedicação e determinação com que realizava suas tarefas, o respeito que tinha pelos seus semelhantes, em especial pelos seus professores, foram determinantes para a sua formação profissional cujo exemplo é digno de ser seguido por todos aqueles que sonham e lutam por um mundo melhor. 

Em todas as funções que exerceu: Professor, Secretário da Prefeitura e Prefeito, Sílvio mostrou com ações práticas que é possível construir uma sociedade justa. Já que, segundo o mesmo a sociedade é um reflexo de que somos. Sejamos então, justos e a nossa sociedade será melhor.


Um olhar sobre a profissão-professor 

Muitos dos que são professores o fazem por vocação, e inspirados na própria família ou influenciados pelo ambiente em que vivem partilhando da convivência com pessoas com as quais se identificam cujo exemplo merece ser seguido. 

Essas razões e tantas outras da mesma grandeza conduziram Silvio Carneiro à sua vocação natural: ser Professor. 

Verdadeiramente, nasceu professor. Quem usufruiu do privilégio da sua convivência, quer seja como aluno ou como amigo, guarda certamente alguns dos seus ensinamentos podendo constatar a sua validade até os dias atuais. 

O magistério para Sílvio, sempre foi uma das atividades mais importantes, exigindo por parte de quem o exerce comprometimento profissional, ética e competência, qualidade que alicerçaram sua vida de professor dando-lhe a certeza ao término de cada dia de aula de ter cumprido como o dever da sua profissão e de sua consciência. 

A lembrança do homem e do professor Sílvio Carneiro, na área educacional, resultou no reencontro do professor com a atividade na qual ele mais se realizou tornando justo o reconhecimento pelo seu trabalho por toda a sociedade de Custódia. 

Um bom exemplo dessa dedicação ocorreu no inicio dos anos de 1960, por ocasião da fundação do Ginásio Municipal Padre Leão (hoje Colégio Municipal Ernesto Queiroz), quando pela falta de professores, o que acabaria prejudicando os alunos e, consequentemente, o funcionamento do Ginásio, Sílvio Carneiro se dispôs na condição de professor voluntário a lecionar disciplinas fora da sua área de formação, situação que perdurou até 15 de março de 1963. 

Reconhecido pela presteza e comprometimento com o magistério (a partir de 1963), Sílvio Carneiro assume as disciplinas de História e Desenho Geométrico fascinando e cativando todos os seus alunos. 

Os mais saudosistas lembram da sua simplicidade, da sua linguagem e da sua forma natural de ensinar, fazendo com que o conhecimento fosse construído numa relação de confiança, entre professor e aluno. Se aprendia para a vida e ensinar História fazia sentido porque também fazia parte do dia a dia de cada estudante. 

Já em Desenho Geométrico a régua, o esquadro e o compasso além de desenharem as formas geométricas fundamentais para o desenvolvimento da percepção e compreensão da realidade, ganharam também u sentido poético que hoje se pode ser traduzido por Toquinho na canção Aquarela que diz “Giro um simples compasso e num círculo eu faço um mundo”. Talvez tenha sido esta a grande missão de Sílvio, enquanto educador: Acreditar na construção de um mundo melhor para todos. 

A sua brilhante trajetória no magistério o elevou da condição de professor do Ginásio Municipal Padre Leão de Custódia a diretor do mesmo ginásio. Tendo exercido essa função com o mesmo zelo, dedicação e competência que lhes eram natos, prestando serviço de grande relevância ao Ginásio Municipal, à sociedade de Custódia e à Educação do Estado de Pernambuco até abril de 1979. 

O profundo conhecimento de Sílvio Carneiro sobre a situação socioeconômica e educacional do município de Custódia credenciou-lhe a por duas vezes como Secretário da Prefeitura Municipal nos mandatos dos prefeitos João Miro da Silva e do Tenente Miguel José. 

Em ambas as administrações, Sílvio Carneiro teve seu trabalho reconhecido como de fundamental importância para o desenvolvimento da cidade de Custódia, tanto pelos prefeitos supra citados, mas especialmente pelo povo de Custódia, sobremaneira, pela própria comunidade educacional da cidade, o que para ele era motivo de muito orgulho. 


Um olhar sobre a vida pública 

A vocação para servir aos interesses do povo, a seriedade e competência profissional além de seu indiscutível pode de liderança, fez do cidadão comum, Sílvio Carneiro, o representante mais respeitado dos interesses da cidade de Custódia, na condição de prefeito eleito pelo voto do povo. 

No exercício do seu mandato compreendido no período de 31 de janeiro de 1969 a 31 de janeiro de 1973, o prefeito Sílvio Carneiro defendeu os interesses do seu povo com determinação e perseverança conquistando para o seu município, o respeito e a credibilidade junto as esferas do poder público Estadual e Federal. 

Discurso na Câmara Municipal dos projetos de interesse da população de Custódia. 

A transparência, a ética, a austeridade e a determinação política que caracterizaram a sua gestão à frente do poder executivo municipal, trouxeram para o seu município, sede e distritos, investimentos em obras e serviços que além de garantirem o desenvolvimento da cidade ajudaram o homem da roça a enfrentar com dignidade os longos períodos das secas. 

Apesar das inúmeras dificuldades que existiam na época quanto à escassez de recursos passados à prefeitura e a centralização do poder de decisão por parte do governo federal dentre tantas outras, não tiraram do prefeito mais jovem da história política de Custódia, sua visão empreendedora implementada no município com o mais absoluto controle fiscal, onde prevaleceu sempre a regra “gasta com qualidade o pouco que se tem”. 

Essa teoria simples de administração pública, praticada por Sílvio Carneiro e as suas convicções pessoais, que elegeram a educação como a grande propriedade do seu governo, demonstra a sua visão de futuro. E para que tenhamos uma ideia do que isso significa hoje, basta analisarmos os dados atuais referentes a nossa educação. Hoje, em pleno século XXI mais de 50% das nossas crianças na 4ª série não sabem as quatro operações fundamentais e 57% na 5ª série não são capazes de entender um texto simples sem contarmos com os tantos milhões entre crianças, jovens e adultos que mal sabem assinar o próprio nome. 

Os dados favoráveis ratificam hoje, a decisão tomada por Sílvio Carneiro há mais de 30 a nos passados, quando priorizou a educação enquanto um direito fundamental do seu povo e assumiu enquanto prefeito a responsabilidade e o dever de garantir o pleno exercício dessa direito a toda população. 

Nesse sentido, ações como as construções, ampliações e reformas das escolas e biblioteca municipal merecem ser destacadas, além da nomeação dos primeiros professores diplomados para o exercício do magistério no município, mostrando-nos a importância de Sílvio Carneiro para a educação da cidade de Custódia e um bom exemplo, digno de ser seguido pelas autoridades políticas de nosso país, pois se ações iguais a essas tivesse sido implantadas em todo país e tido continuidade nas sucessivas administrações públicas, a situação atual da educação brasileira seria outra.

Executivo e Legislativo da gestão de Sílvio Carneiro (1969-1973) 

Ações destacadas na sua gestão 

A visão administrativa implantada em Custódia por Sílvio Carneiro transformou a cidade e os seus distritos em um canteiro de obras, e a confiança do povo em seu líder político era retribuída de forma justa, honesta e responsável. 



Difícil seria destacar entre tantas obras, a de maior relevância, pois cada uma teve a sua importância. Porém o assentamento das famílias carentes em casa de alvenaria construída pela prefeitura, o abastecimento de água da cidade, a instalação de uma repetidora de televisão na cidade para lazer e entretenimento do povo, a construção do estádio de futebol “Carneirinho” para os desportistas e amantes dos esportes, a construção de postos de saúde e os investimentos na melhoria do funcionamento do hospital público, as eletrificações dos distritos de Quitimbu e Maravilha, construção e reformas de escolas, calçamentos de ruas, além de tantas outras ações devem fazer parte da história de Custódia porque, verdadeiramente é parte da história do seu povo. 


Amostra de algumas construções e reformas realizadas na cidade de Custódia na gestão do Prefeito Sílvio Carneiro.



Um olhar sobre a cultura 

A paixão pelos carnavais revela o lado artístico e alegre do cidadão Sílvio Carneiro. Da sua criatividade nasceu o bloco carnavalesco CARCARÁ, cujos participantes influenciados pelo entusiasmo e animação saíram às ruas, todos fantasiados no compasso da marchinha “Carcará” composta pelo próprio Sílvio (...). 

Além da paixão pelos carnavais, era também um amante da literatura e, além da literatura dos clássicos literários, foi também o primeiro prefeito de Custódia quiçá, do interior do Estado de Pernambuco a fazer uma assinatura de um jornal (Diário de Pernambuco) para sua cidade, fato de grande significado, pois na verdade tratava-se de uma medida no sentido de democratizar as informações sobre a situação política, econômica e social do nosso Estado e do Brasil. 

No universo da arte, Sílvio também foi de grande relevância para a música da cidade, não como compositor, mas certamente como admirador da musicalidade do seu povo. Nesse sentido sua contribuição foi fundamental para a incrementarão da Banda Marcial Mário César. 

Da sua imaginação sempre surgiam idéias que logo eram abraçadas por seus amigos e, consequentemente, por toda a população de Custódia. A exemplo da construção do prédio para o Centro Lítero Recreativo de Custódia, cuja participação do primo Aparício Feitosa (Shands) e do amigo Gerson Gonçalves além de outros companheiros merecem destaques, sobretudo, por terem alcançado o principal objetivo da obra: proporcionar à população de Custódia um espaço físico adequado para a realização de eventos sociais, culturais, etc. 





Um olhar sobre a família 

Foi no embalo dos ritmos carnavalescos que Sílvio Carneiro conheceu Creuza Leopoldina com quem construiu uma relação de amor e respeito consolidado pela união de suas vidas através do matrimônio sagrado. 

Cerimônia de casamento de Sílvio e Creuza.

Sílvio Carneiro e Creuza Leopoldina de Souza Carneiro construíram um modelo exemplar de família. Tiveram uma única filha, Isabella Carneiro de Souza, que herdou do pai a sua personalidade, idoneidade e determinação – características presente na sua vida acadêmica, profissional e pessoal é, certamente, um motivo de muito orgulho para toda a família. 

Hoje, Isabella é casada com Luiz Carlos Evangelista Bezerra e do fruto desse amor nasceram seus dois filhos Rodrigo Carneiro de Farias Evangelista e Gabriela Carneiro de Farias Evangelista. Ambos são motivos de muita satisfação para os seus avós e, sem nenhuma dúvida de muita alegria para Sílvio Carneiro. 

Mais uma palavra 

A trajetória de vida de Sílvio Carneiro deixa para as futuras gerações a certeza de que é possível construir uma sociedade com base na liberdade e na igualdade e o seu compromisso na luta por esses ideais democráticos através de suas ações, praticadas enquanto Prefeito, Secretaria Municipal, Professor e cidadão comum ratificam a sua posição de destaque no cenário político e educacional da história de Custódia. 

Sílvio Carneiro é, verdadeiramente, uma referência para a vida publica, não só da cidade de Custódia onde nasceu, cresceu e para qual se doou completamente, mas também para o Estado de Pernambuco e para o Brasil. 

A ética, a honestidade, o compromisso e o amor pelo trabalho, independente do cargo ou função que exerceu, fazem com que seja lembrado pelos seus conterrâneos da maneira mais sublime e sincera, pois esse reconhecimento vem exatamente da atividade que mais lhe deu prazer em vida, a educação. Um pouco de sua história, a partir de hoje, será compartilhada com os estudantes e professores, pelos quais sempre teve respeito e carinho. 

No dia 2 de fevereiro de 1989, Sílvio Carneiro concluiu sua trajetória de vida e deixa para sua cidade Custódia e distritos e para todos os seus cidadãos a sua lição maior: - De ter vivido inteiramente sua vida, de ter transformado em realidade muito dos seus sonhos e, finalmente, poder oferecer a sua vida como exemplo para todos aqueles que sonham, acreditam e buscam um mundo melhor.



Principais obras da gestão Sílvio Carneiro 

1-Construção, ampliação e reforma das seguintes escolas: 

a) Escola Marli Mira da Silva, localizada no Guarani; 
b) Escola Aureliano Simplíssimo de Góis, localizada no Bom Nome; 
c) Escola Deputado Olímpio de Souza Ferraz, localizada na Pitombeira; 
d) Escola Prefeito Miguel José, localizada na Pindoba; 
e) Escola Germano de Souza Lima, localizada na Boa Vista; 
f) Reforma do antigo prédio do Posto de Saúde na Avenida João Veríssimo para o funcionamento da Escola Reunida Maria Augusta; 
g) Construiu duas salas de aula, um depósito e um auditório na Escola General Joaquim Inácio; 
h) Reformou e equipou a Biblioteca Municipal na praça Padre Leão, hoje denominada Zenilda Simões; 
i) Reformou a Escola Mínima do distrito de Maravilha; 
j) Foi o primeiro prefeito a nomear professores diplomados para o exercício do magistério nas Escolas Municipais; 
k) Iniciou a construção do prédio onde hoje é a atual Escola Normal Municipal Ernesto Queiroz. 

2 – Abastecimento de água, inaugurado em 1972; 

3 – Conclusão de calçamento das seguintes ruas e avenidas:

a) Avenida Dr. Manoel Borba; 
b) Rua Tenente Moura; 
c) Rua João Veríssimo; 
d) Travessa Heleno Aleixo 

4 – Construção de prédios na Rua Tenente Moura onde na época funcionavam: almoxarifado, depósito e sede do Mobral; 

5 – Desapropriação de dez casebres na Rua Major Experidião de Sá, onde hoje funciona a Escola Municipal Ernesto de Queiroz; 

6 – Construção de dez casas de alvenaria no final da Avenida Inocêncio Lima, para assentamento das famílias dos casebres desapropriados; 

7 – Firmou convênio com DETELPE no qual a prefeitura pagou uma grande quantia para a instalação da Repetidora de Televisão; 

8 – Construiu o Estádio de Futebol que foi denominado o “Carneirinho”; 

9 – Em convênio com a Secretaria de Saúde do Estado, construiu um Posto de Higiene e melhorou o funcionamento do Hospital. 


Zona Rural 2º Distrito – Quitimbu 

a) Eletrificação do Distrito 
b) Construção de Chafariz Público 
c) Construção do mini Posto de Saúde 
d) Construção de uma Escola no Mimoso 
e) Reforma na Escola Mínima 

Zona Rural 3º Distrito – Maravilha 

a) Construção de calçamentos 
b) Eletrificação 
c) Construção de Mini Posto de Saúde 
d) Construção de uma Escola no Açude dos Costas 

Ingá 

a) Construção de Chafariz Público 
b) Eletrificação do povoado de Ingá e Samambaia 
c) Construção e conservação das estradas 


Recife, 10 de Novembro de 2003.

Atenciosamente, 

Creuza Leopoldina de Souza Carneiro 
Isabella Carneiro de Souza 

Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Caiçara


A Igreja do Sagrado Coração de Jesus, de Caiçara, povoado do município de Custódia, foi inaugurada em 12/03/1980, por Áurea Clara de Melo, conhecida por Dadá.

Celebrada a primeira missa por Padre José. O primeiro casamento foi de Rosa Rodrigues e Daniel, o primeiro batizado foi de André Rodrigues de Melo. O cemitério foi construído em 1989.

Natal da L.B.A. em Custódia (1951)


Foto recebida por meu avô Joaquim Pereira.

"Para Joaquim Pereira, tesoureiro do centro municipal da L.B.A. uma recordação do Natal da L.B.A. realizado no dia 25 de dezembro de 1951."

Maria Josefina de Queiroz (esposa de Ernesto Queiroz)
Presidente da L.B.A.


Jussara Burgos e sua Turma de Inglês (1974)



Por trás: Cristomeres, Maricelia, Jussara(professora), Tatiana, Adson, Alecsandra e Lindomar.
Na frente: Sergio Murilo, Alvaro Amaral, Lula, Flávia, Marcio Wellingotn e Severino.




Perfilados: Alvaro, Tatiana, Sergio, Jussara, Cristomeres, Lindomar, Flavia, Marcio, Maricelia, Adson, Lula e Alecsandra.


Ps.: Quem tiver fotos com suas turmas, por favor, envie para o Blog, teremos o maior prazer em publicar. Divulgue sua turma e suas histórias de infância. A história do nosso município agradece, deixando esse material registrado para as futuras gerações.

28 março, 2022

Deficiência ou Conveniência - autor Aírton Araújo

            Deficiência ou Conveniência


Falar que tem uma deficiência,
Hoje em dia virou moda,
De falar ninguém se incomoda,
Isso depende da conveniência;
Todo e qualquer artifício,
É válido para receber benefício,
E, em fila obter preferência.

Há também a lei de cota,
Que para ter acesso,
E alcançar o sucesso,
Ninguém se importa;
De ser chamado de deficiente,
Pois, no momento é conveniente,
Ter alguma coisa torta.

Para tirar proveito,
Da lei de prioridade,
 Fere até sua dignidade
Para assegurar o direito,
E passar a frente,
Afirma ser diferente,
Incapaz de se dá o respeito.

Essa atitude tira a oportunidade,
De quem o sistema não foi capaz,
De desenvolver um plano eficaz,
Que atenda as necessidades;
Onde todos sejam valorizados,
Com a garantia dos direitos reservados,
Às pessoas com deficiência de verdade.

Se for para ter preferência
Alguns dão logo um jeito,
De encontrar um defeito,
Sem pesar na consciência;
Dizendo que sente uma agonia,
E esperar não poderia,
Porque falta-lhes a paciência.

Hoje está tudo mudado,
Estudar agora é possível,
Porém, já foi bastante difícil,
Direitos foram conquistados;
Mas, nem sempre foi assim,
A deficiência significava o fim,
E o indivíduo era muito discriminado.

Há pouco tempo atrás,
A vida dessa pessoa,
Não era lá muito boa,
Tratada como incapaz;
Não era considerado cidadão,
Vivia na mais completa exclusão,
Porque não havia lei eficaz.

Desde o início do mundo,
Que elas são maltratadas,
Muitas vezes marginalizadas,
Viviam em um abandono profundo;
O extermínio era normal,
A zombaria era total,
Um descaso cruel e imundo.

Houve a fase da compaixão,
Onde ter piedade,
Era sinônimo de bondade,
Porém, sem participar de decisão;
Foi apenas por pena e dó,
Que não largavam só,
E passaram a receber dos outros proteção.

Normal/anormal foi um conceito,
De inválido total,
Passou a ser especial,
Também foi pessoa com defeito;
Portador de necessidades especiais,
Todos foram termos oficiais,
Que ajudaram a perpetuar o preconceito.

Agora pessoa com deficiência,
É o termo adequado,
O sujeito sente-se valorizado,
A palavra pessoa traz uma consciência;
Deficiência não é falta de habilidade,
Mas, um déficit de funcionalidade,
Dentro de sua existência.

Posso dizer que mudou bastante,
Mas, antes era mais difícil,
Não pense que tem sido fácil,
O esforço é constante;
Nada veio sem luta,
Se não gritar ninguém escuta,
Tão pouco dar importância.

Se hoje somos respeitados,
Mais já estivemos na lona,
Não tente pegar carona,
Em quem foi tão discriminado;
Só para exercer a cidadania,
Precisa provar todo dia,
Que é um sujeito capacitado.

O que precisamos é de oportunidades,
Não pretendemos receber sentença,
Queremos respeito às diferenças,
Promover igualdades;
E incentivar a valorização,
De todo cidadão,
Poder desenvolver suas potencialidades.

Houve avanço em nossa legislação,
Que pode ser bastante significativo,
E tem que ser definitivo,
Para acabar com a exclusão;
Vamos envolver a sociedade,
Que também é de sua responsabilidade,
Junto com a melhoria da educação.

Autor: Airton A. Araújo.


Antonio do Junco - por José Melo


Jose Melo
Recife-PE
Setembro/2013



Naqueles tempos antigos, corriam muitos boatos interessantes. Mentira ou verdade, não se deve assegurar, mas pela curiosidade dos fatos, muitos deles devem ser lembrados.

Conta-se que a maioria dos grandes fazendeiros, com medo de ataques de cangaceiros, sempre que arrumavam dinheiro, escondiam muito bem escondido, na maioria das vezes enterrados próximo a um lugar de boa segurança, e de um ponto de referência fácil de ser reencontrado. Um lajeiro, uma pedra, uma lagoa, enfim, qualquer ponto que assegurasse que o local não seria esquecido por quem enterrasse o dinheiro. E aí surgiu a lenda das Botijas.

Dizia-se que se um desses proprietários morresse sem desenterrar a botija, a sua alma ficaria vagando, penando, até que alguém desenterrasse a dita cuja. E que muitos eram escolhidos por essas almas, para desenterrar aqueles tesouros. Teria que ser alguém muito corajoso, pois a botija só poderia ser desenterrada a meia-noite em ponto, e o sortudo teria que ir sozinho, e ainda ter que aturar as aparições do demo, que tentaria espantar o mesmo, para que a alma do dono da botija fosse para o inferno. E não adiantava levar alguém ou desenterrar o tesouro durante o dia: nesses casos, a botija era encontrada, porém todo o ouro, prata e dinheiro se transformaria em carvão.

Essa explicação talvez justifique o boato que correu há muitos anos em Custódia. Contava-se que um velho fazendeiro, rico, de tradicional família local – conhecido por Antônio do Junco, juntou uma verdadeira fortuna durante a sua vida, com a venda de gado criado na caatingas do Moxotó. Dizem que o Fazendeiro era mais seguro que papagaio no arame: não gastava com nada, e tudo que ganhava, era amealhado em local desconhecido.

Aliás, dizem que certa feita ele vendeu uma grande boiada a boiadeiro desconhecido, por um preço bem acima do mercado, porém com pagamento para alguns dias depois. Passadas semanas, meses e meses sem que o boiadeiro esperto voltasse para efetuar o pagamento, seus vizinhos começaram a questionar o velho fazendeiro

– “ E aí, Seu Antônio, parece que o cabra lhe enganou!

Ao que ele, inocentemente retrucava, afirmando:

– “É, ele pode ter me enganado, mas ele também vai ter prejuízo, pois eu vendi a boiada muito caro!!!”

Como disse anteriormente, verdade ou mentira, nada se pode provar. Apenas repassei o que ouvi várias vezes. Como repasso o que ouvi durante muitos anos, sobre a botija de Antonio do Junco.

Contavam que um parente dele, desconfiado de que ele estaria escondendo o dinheiro, procurava por todos os meios descobrir onde ele guardava aquela fortuna, sem nunca conseguir.

Dizem que certa vez, esse parente estaria caçando pelas caatingas, quando avistou o velho Antonio do Junco, sorrateiramente, aproximar-se de uma velha baraúna, subir em seu tronco enrugado, e, cuidadosamente enfiar polpudos maços de contos de réis no oco da baraúna, recobrindo cuidadosamente o buraco com cascas e folhas, e retornando para casa.

O parente esperou que ele fosse embora, acompanhou sorrateiramente, e quando o velho entrou em casa, ele voltou correndo para a baraúna que lhe aguardava com uma fortuna.

Em pouco tempo corria a notícia de que “ fulano” tinha achado uma botija, pois ele que nada tinha, já estava rico, morando na rua, em casa cara, no centro da cidade, com um bom comércio e dinheiro a rodo. Verdade? Mentira? Não sei. Só sei que ouvi contar que foi assim.

Texto:
José Soares de Mélo
jotamelo@exatta.com.br

Causos Joaquim Pernambuco


Por Severino Tenório Cavalcante de Arruda Braga:

sou primo de Joaquim e com ele convivi muitos anos em Quitimbu. Joaquim era meu primo preferido, foi-se de Quitimbu em 1.949, para o Mato Grosso e nunca mais nos vimos, fiquei muito triste quando soube de sua morte, porque até então esperava ter oportunidade de revê-lo, eu e Joaquim fomos vaqueiros nas caatingas de Custódia/Quitimbu-PE, me lembro que montávamos descalço e sem camisa e os galhos não tinham nem um pouco de piedade de nós, nos ferimos várias vezes, nossas costas eram cortadas pelos galhos, más sempre conseguimos pegar as rezes, Joaquim era muito esperto e tinha muita força e juntos sempre fizemos a diferença. O aboio de Joaquim era inconfundível. Tenho 87 anos, moro em São Luiz-MA, gostaria de manter contato com a família de Joaquim. Peço se for possível que me mandem telefone ou e-mail.

Severino Tenório Cavalcante de Arruda Braga.

Acesse o Blog Joaquim Tenório Sobrinho: AQUI
Confira a seção CAUSOS JOAQUIM PERNAMBUCO

26 março, 2022

Amizade é tesouro para cuidar - por Rogério Gonçalves


VIII Encontro de Amigos de Infância
Escola General Joaquim Inácio
[1978-1986]

 

Muito interessante quando comento em uma conversa de família ou encontros aleatórios, que consigo sim, me encontrar e reencontrar com amigos de infância de 40 anos atrás (isto mesmo, quatro décadas).  Mas como pode? É muito tempo!

Espanto para uns, gratidão para mim, para nós, que vivemos isto e perseveramos em não deixar morrer.

Cada um foi atrás do seu sonho, do seu destino para tocar suas vidas, perto ou longe do nosso sertão, da nossa Custódia. Novas famílias, novos lugares, novas pessoas, mas um sentimento que é difícil de explicar e que mexe com nosso coração, moveu a todos nesta busca do reencontro, facilitado também pelo advento das redes sociais, onde as novidades são compartilhadas bem como também os desafios  e tristezas que por vezes podem nos abater. Com esta força, temos motivação pela palavra, pela atenção, por estarmos juntos, pelos conselhos, enfim, sempre atualizados.

E quando o encontro é presencial? Ah, daí um misto de alegria e uma vontade de falar, de contar as novidades, de rever a característica de cada um, de cantar as músicas da época, de dançar, de brincar, de fazer uma viagem no tempo sem sair do lugar. Nem esta época sombria que estamos passando fez a gente parar, justamente por fazermos um encontro on line com a mesma alegria. Agora que tudo volta a clarear, planos são feitos para continuar com este encontro tão belo, tão gratificante, tão fortalecedor, que faz até os mais soltos, se aventurarem em versos simples e até amadores, mas carregados de emoção, como estes, que deixei para o coração de cada um, para sempre entalhado na lembrança:

 

 



Amizade é Tesouro para cuidar
Rogério Gonçalves

                              

Vamos aqui fazer história
Neste encontro que não é esquecido
E na terra de um povo querido
Aventura que fica na memória


Não uso dedicatória
No recado que vai pro coração
Sigo aqui com a minha missão
De tirar isso tudo da cabeça


Que ninguém neste mundo não esqueça
A amizade é tesouro pra cuidar


No começo era sonho e curtição
Lá na praça e também no mei da rua
Todo dia e até na luz da lua
E ninguém arredava não


E a gente crescendo meu irmão
Cada um foi tomando seu destino
Seja menina ou menino
Procurando o futuro que mereça


Que ninguém neste mundo não esqueça
A amizade é tesouro pra cuidar



Vou aqui lembrar do clube
Toda festa a galera sempre ia
Era vó, era pai e era tia
Essa turma ninguém pegava não


Mas também tinha o casarão
Eita lugar tão quente apertado
Todo mudo com aquele cuidado
Com a ressaca outro dia na cabeça


Que ninguém neste mundo não esqueça
A amizade é tesouro pra cuidar



O açude pra banho ali tomar
Pra nadar lá no fundo escondido
E a mãe sem saber do moído
Na cria tinha que confiar


E no mundo sem e-mail e celular
A fofoca demais ali corria
Se brincasse tão serio alguém morria
Seja segunda, seja quarta ou até terça


Que ninguém neste mundo não esqueça
A amizade é tesouro pra cuidar



E na praça pra turma passear
Todo dia assunto diferente
Coisa simples alegrava toda gente
Não tem como esquecer este lugar


Sabazinho também para ficar
Tu sozinho ou bem acompanhado
O cantor com o violão de lado
Repertório o melhor que se conheça


Que ninguém neste mundo não esqueça
A amizade é tesouro pra cuidar


Sei que agora é hora de parar
Vai acabar ficado sem graça
Todo mundo enfiado na cachaça
E o véi inventando de cantar

 Minha gente meus irmãos pra terminar
Peço a Deus que abençoe sua vida
E em Custódia minha terra querida
Pedir que essa  união nunca pereça

Que ninguém neste mundo não esqueça
A amizade é tesouro pra cuidar