José Melo
Maio/2013
Recife-PE
Contam os mais vividos, que há várias décadas, quando a onda de cabeleireiro ainda não havia chegado a Custódia, que havia um barbeiro, cujo apelido era Carinhoso, famoso pelo seu linguajar autenticamente de sertanejo das “brenhas”.
O fato é que de certa feita, apareceu um cliente, – caixeiro viajante (hoje representante comercial) que resolveu tirar a barba com Sebastião Carinhoso. Contam que como sempre, o barbeiro conversou a mais da conta, sempre com seu linguajar característico. Ao terminar de raspar a barba, perguntou qual opção o cliente teria para arrematar o serviço e melhorar a aparência.
- “Vosmincê qué aico, taico ou qué qui mui?”. (traduzindo: O sr. quer álcool, talco ou quer que molhe?)
Observando tantas palavras erradas em uma simples frase, dizem que o viajante fez uma proposta irrecusável a Carinhoso:
- Se você dizer a primeira palavra corretamente, eu pago a barba em dobro.
Espantado com a possibilidade de ganhar um extra, Carinhoso apressou-se em confirmar o que ouvira:
- Cuma?
Desnecessário dizer que Carinhoso perdeu uma oportunidade de ganhar um extra.
Texto: José Soares de Melo
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