04 novembro, 2020

Caminhão - por Cristiano Jerônimo



O meu juízo tem um para-choque mutante de caminhão;
A minha boca é um megafone horizontal de ideais;
Só acredito nos aprendizes que aprendem tudo sempre;
Eternamente, os mestres formam mestres e não súditos.

O medo do saber é uma ferramenta para manter o poder.
Em vão, porque, após algumas tentativas mais difíceis,
A manutenção de um estado permanente ainda não vinga.
Eu só creio em sementes que só insistem em brotar sempre.

O meu conciso é tão relativo quanto o retrato do nunca;
Infelizmente, o que vejo e o que calo não fazem muito bem.
Mas deixei de andar nas espirituais e negativas espeluncas;
Sem, por isso, ficar dando explicações a quase ninguém.

Sabemos de tudo o que nos faz mal e também do que faz bem.
O protagonismo é uma linha inevitável na independência do ser.
Nem sempre fazem o que, na verdade, melhor lhe convém.
Confundem a beleza de ser humano com a crueldade do ter.

Nem tudo aquilo que se aprende trata-se de um saber.
Se você não acredita, não imagino que possa ter.
Não adianta se enganar e partir para dizer foi sem querer.
Nós sabemos da verdade e não esperamos ver pra crer.

Cristiano Jerônimo


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