A paixão pelo futebol me acompanha desde infância, com as peladas na frente de casa, quando a Avenida Inocêncio Lima nem asfalto tinha. Esta paixão começou com meu pai Dr. Pedro Pereira Sobrinho, e se reforçou com o saudoso tio José Pereira Burgos, na época carinhosamente chamado de “Buá”.
Ambos foram responsáveis por torcer pelo Sport Clube do Recife. Meu primeiro momento marcante como torcedor, foi em 1977, numa partida final contra o Náutico, jogo histórico com 140 minutos, duas prorrogações, finalizada já de madrugada, com Sport sagrando-se campeão com gol de Mauro.
Naquela noite, vários torcedores foram acordar meu Pai para avisá-lo do gol do título. Lembro que fizemos uma carreata em plena madrugada pelas ruas da cidade.
Outro momento que dificilmente sai da minha lembrança, foi numa noite em que meus pais viajaram, e tive que dormir com minha avó Corina Pereira, no primeiro andar da Farmácia Pereira. Ela e minha tia Auta Lins, tiveram a missão de não deixar eu fazer xixi na cama durante toda noite.
A cada duas horas de cochilo, elas me acordavam, para urinar, e em seguida fazer uma oração. Foi uma madrugada longa, não estava mais suportando tantas interrupções do sono.
Já quase com o dia raiando, fui acordado para mais uma vez esvaziar a bexiga, como já tinha feito as orações do “Pai Nosso”, “Ave Maria”, “Credo”, “Salve Rainha”, restava rezar o “Sinal da Cruz”.
Ainda sonolento comecei “Pelo Sinal da Santa Cruz...”, quando cheguei nessa parte, parei imediatamente de rezar, minha tia e minha avó olharam para mim espantadas, mandando continuar. Afirmei que não iria rezar. Elas ficaram perplexas com a minha atitude.
Vovó Corina não se fez de satisfeita e insistiu perguntando o porquê de eu não querer rezar.
Sem pensar duas vezes respondi:
- Vó, eu sou torcedor do Sport, como é que eu vou rezar para o Santa Cruz. Rezo não. (rs)
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