Os problemas com a construção da Ferrovia Transnordestina ganharam novos capítulos. O coordenador da Câmara Temática de Engenharia Ferroviária, André Lopes, denunciou que a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), empresa que administra a obra, mandou retirar as talas de junção da ferrovia na área entre as cidades de Nazaré da Mata, em Pernambuco, e União dos Palmares, em Alagoas.
A previsão é de que a malha, que vai ligar o Porto de Pecém (CE) ao Porto de Suape, comece a operar em 2015. Entretanto, para cumprir o cronograma muitos são os percalços que devem ser enfrentados: contratos cancelados, licitações não publicadas e canteiros paralisados em vários trechos.“As peças foram levadas para Fortaleza. Sem elas, os trilhos ficam fáceis de serem roubados e perdem sua utilidade”, afirmou Lopes, enfatizando que desconhece o motivo da ação. “Infelizmente, só temos coisas negativas acontecendo no setor”, lamentou. Nos últimos 15 anos, estimase que já tenham sido furtados mais de 70 quilômetros de trilhos no Nordeste, levando a um prejuízo de R$ 10 milhões.
A queixa foi levantada ontem, durante evento realizado pelo Clube de Engenharia de Pernambuco, no auditório do empresarial Thomas Edison, na Ilha do Leite. Em Pernambuco, a situação no canteiro de obras da ferrovia é ainda mais preocupante.
Em Custódia, o canteiro foi desmobilizado devido ao impasse envolvendo a Igreja São Luiz Gonzaga. Para evitar a demolição do templo, a rota da ferrovia teve de ser modificada, com um desvio de 14 metros. A montagem da estrutura dos trilhos em Salgueiro também está parada, incluindo a fábrica de dormentes - peças que são colocadas transversalmente à via férrea e sobre as quais os trilhos assentam e são fixados.
A Odebrecht, responsável pelas obras no Estado, que informou que a discussão era de responsabilidade da TLSA.
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