19 novembro, 2012

Lançamento do Livro "Lembranças do Sítio" e Exposição de Artes "Cores e Traços" de Lourdes de Deus



Mazé

“Lembranças do sítio” é um livro infanto-juvenil reunindo 12 histórias em 72 páginas: “O fogo”, “O banho”, “Para amadurecer bananas”, “Festival de cores”, “Odores de terra molhada”, “Medo de bicho”, “Madrinha Bé” e “Casamento no sítio” são algumas delas. Retratando paisagem, um universo da vida de uma criança no sítio, são “lembranças inventadas”, como diz o professor Marcelo Marinho na apresentação do livro.

Nascida no sítio, na sétima linha, em Glória de Dourados, a autora vive atualmente em Paris, depois de ter se formado e trabalhado em São Paulo e em Osasco. É jornalista, pesquisadora e doutora em ciências da informação e da comunicação pela Universidade de Paris VIII. Já publicou “Minha Paris Brasileira” e “Ouvrière chez Bidermann”. É casada com o poeta e compositor francês Bernard Chotil.

Lourdes de Deus, pintora naïf, ilustrou com 17 quadros as diferentes histórias-capítulos. Osasquense desde seus dois anos, vive entre São Paulo e Goiânia. É casada com o pintor Waldomiro de Deus. Convivendo com o dia-a-dia do artista, tomou gosto pela arte e desde 1992 não abandonou mais os pinceis. Começa, com este livro, sua experiência como ilustradora.

Apresentação de Marcelo Marinho

Mazé Torquato Chotil traz à luz algumas belas páginas de lembranças inventadas, mais verdadeiras que qualquer relato historiográfico: “Tudo que não invento é falso”, diz Manoel de Barros. Essas lembranças são inventadas na medida em que a palavra – sobretudo a palavra poética – é o instrumento para materializar entes e acontecimentos que se diluíram no passado, tempo que já não existe, desfeito na espuma da hora e no calor dos acontecimentos em constante devir.

Essas lembranças têm o aroma do café que descansa sobre o fogão à lenha, do leite ordenhado sobre uma pitada de canela em caneca de louça, da terra molhada pela chuva após longa estiagem. De Paris, onde agora vive, Mazé busca recuperar os traços de uma infância miticamente transcorrida em meio às aroeiras, aos guavirais e pequizeiros do cerrado, matizada pelas cores dos ipês, tucanos e araras. O leitor tem em mãos um universo mirífico e multifacetado, para ser degustado à sombra da varanda, esparramado como se possa sobre a macia rede de algodão de fatura guarani.

Marcelo Marinho

Doutor em literatura geral e comparada pela Sorbonne-Nouvelle, é docente pesquisador na área de Literatura Comparada e Literatura Brasileira

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