08 novembro, 2024

Homenagem ao meu Pai, Né Marinho de Custódia - (por Vanise Rezende)


Ester Marinho e Né Marinho

Retalhos... Recortes de uma memória rachada nas secas ventanias do tempo, areia difusa de uma saudade iluminada de alegrias. 

As doçuras simples de um tempo sem televisão e sem o toque frequente do Whats App. Não carecia ter o olhar atento ao celular carregado de informações sobrepostas na ligeireza dos raios fortes do Sertão, quando anunciam trovões e chuvarada.

Ele era escrivão no cartório que herdara de meu avô, em Custódia, região do rio Moxotó, a sua e a minha terra natal. Aqueles livros enormes com escritas à mão de caneta tinteiro. Ainda conservo a sua Parker de tampa dourada, ao lado do dedal que minha mãe Ester usava para consertar as roupas dos sete filhos que vieram. Eu, a segunda filha. Quando nasci, ele não veio logo me saudar porque esperava o filho homem que antes não chegara. A alegria tranquila de minha mãe nos cuidados do dia-a-dia. "Seu Né", o chamava. Ele era Manoel, e tinha uma assinatura de dar inveja a qualquer um de tão bonita e rebuscada.

Manoel Marinho vestia-se de terno de linho branco e gravata sempre. O calor não o impedia, mesmo se àquele tempo não houvesse ventilador, quanto menos ar refrigerado. A única mudança era o “guarda pó” sobre o traje, quando viajava de trem até Pesqueira onde estudávamos.

À hora do almoço a mãe mandava um dos filhos buscá-lo, pois havia antes a cerveja gelada com os amigos. A geladeira era peça rara, mas havia uma no bar que por algum tempo fora seu. O almoço devia estar servido à sua chegada, as crianças e a mãe ao redor da mesa. Ele, o primeiro a ser servido. Era gentil, Seu Né, mas exigente, e usufruía bem o lugar que a cultura de então dava aos homens. A obediência dos filhos era coisa sagrada. Como era sagrado fazê-los estudar, mesmo que lhe tivesse custado deixá-los ficar no internato, em Pesqueira, para os primeiros anos de estudo. 

Mais tarde viemos todos residir no Recife. Ele já aposentado. Não sabia que sua vida seria tão longeva, pois só nos deixou meses antes de completar cem anos. Nascera abrindo o século XX, em 1902, e partiu à chegada do novo século, em 2002. No fim da vida, o que mais desejava era saber se os filhos estavam desenvolvendo bem a profissão que haviam escolhido. Sorria feliz quando, ao seu lado, eu lhe contava – com os contornos que a veracidade me permitia – as conquistas de cada um e cada uma. E repetia tantas vezes ele quisesse ouvir, para me dizer em seguida: “Cumpri meu dever”.

Nessas rememorações, a minha gratidão imensa ao meu pai. Especialmente por ele ter apoiado uma das mais importantes decisões de minha vida. 


Vanise Rezende

Ainda jovem – depois de ter participado de um Congresso na Europa, (minha primeira viagem internacional), resolvi permanecer na Itália, integrando-me ao Movimento dos Focolares. Ele impôs uma só condição. Que eu o fizesse saber da minha inscrição na universidade. E foi, talvez, a convivência com as “escrituras” do cartório que me levaram à faculdade de comunicação e jornalismo.

Desejo imenso  de voltar a Custódia para rever cada detalhe e, quem sabe, encontrar a sombra de uma Algaroba num lugar qualquer, que me traga de volta a leveza e a graça da infância que lá vivi. 

A antiga casa de meus pais foi desfeita na pressa do tempo, mas o chão que pisei nas ruas da cidade ainda será o mesmo, e os amores da menina adolescente, que um dia fui, serão relembrados naquela nova paisagem sertão. 

Ali, quero ser uma presença feliz, e reavivar entre amigos – os poucos que ainda encontrarei – a presença de Ester e de Seu Né, que viveram seus tempos de encantamento naquela cidade, como os vivi também eu nos tempos da adolescência.  

(*) Texto publicado originalmente no BLOG ESPAÇO POESE, de Vanise Rezende. Para acessar, CLIQUE AQUI

Joaquim Pereira - "Um velho farmacêutico" (por José Carneiro)


Joaquim Pereira da Silva
* 10/03/1902 (Sertânia)
+ 25/07/1972 (Custódia)

Joaquim Pereira da Silva, farmacêutico licenciado pelo Departamento de Saúde do Estado, casado com Corina Marques Pereira, foi uma personalidade marcante na história de Custódia. Era um homem de tempera e Ação. Inteligente, dinâmico e social. Não perdia de vista o Chernovis (Dicionário de Medicina Popular e das Ciências Acessórias) usado pelas famílias, importante na divulgação do conhecimento e práticas medicinais nos meios Rurais. Único maçom do município, tinha a Maçonaria como centro de sua vida. Moscoso, por pertencer a ordem Rosacruz, com grande afinidade com a Maçonaria, tornou-se amigo dele.

Os dois se encontravam com frequência e decorriam bastante em torno das bases filosóficas das confrarias aqui pertenciam. Às vezes chegavam a se estranhar, cada um puxando a brasa para sua sardinha, isto é, cada qual defendendo a primazia da sociedade sobre o ponto de vista social e doutrinário. Joaquim Pereira, como um bom "pedreiro" de compasso e esquadro na mão, sabia como conservar as duas colunas que sustentavam as obras do Grande Arquiteto Do Universo.

A Farmácia Pereira era das maiores do interior do Estado por possuir único rádio da cidade, todas noites se enchia de gente para ouvir o Repórter Esso, com as últimas notícias da Segunda Guerra Mundial e, às segundas-feiras, assistir ao programa de Jararaca e Ratinho, de audiência Nacional.

O casal teve um filho caçula, Arnaldo Pereira Sobrinho, morto prematuramente, o que deixou a sua mãe inconsolável e sofrendo a dor da separação por muito tempo, só vindo a se conformar com a chegada do neto Arnaldo Pereira Burgos, filho de Zé Burgos e Noêmia Pereira., pois nele via o filho renascido.

Do consórcio houve ainda os filhos José Pereira Neto, Pedro Pereira Sobrinho, Noêmia Pereira e Joana Pereira, mais conhecida como "Joany" Pereira, todos os meus diletos amigos.

Um feito do engenhoso farmacêutico, que despertou a atenção da comunidade, foi ele ter naquela época sem meios adequados, ensinado a um sobrinho mudo e surdo, a ler, escrever e a contar. O povo exagerava dizendo que ele havia ensinado o mudo a falar.

Joaquim Pereira era um farmacêutico competente, inclusive se sobressaindo na área de manipulação. Gostava de ler e era enfronhado nos compostos gregos e latinos.

Para Joaquim Pereira, o nosso alfabeto, como quase tudo o mais, terminava na letra "G".

(*) Texto faz parte do livro A BARAÚNA (PROVAS E VERSOS), página 123-125, de autoria de JOSÉ CARNEIRO DE FARIAS SOUZA, lançado em 2015, em Recife pelo autor.

29 outubro, 2024

"Quanto tempo o tempo tem?" (Lindinalva "Nenê")



"Quanto tempo o tempo tem?"
Vivemos na expectativa de que o tempo não é o mesmo de antes. A sensação é de que mal o ano começa e logo um outro surge.
Hoje, lendo essa mensagem que vou reeditar com alguns acréscimos, lembrei de um texto que li há treze anos, sobre o púlpito da Matriz de São José. A leitura não foi fácil. O momento era de tristeza e dor. A população estava consternada pela perda brutal de um jovem que estava em ascensão. André partiu, deixando dor e saudades. Nesse espaço de tempo, muitas coisas mudaram. E neste dia 28 de outubro, data da sua partida, senti saudades e um aperto no coração.
O tempo já não é o mesmo. Mudanças aconteceram.
A Rua Luiz Epaminondas também já não é como antes. Não vemos mais aquela alegria de crianças felizes. Muitos dos seus moradores já cruzaram a ponte que leva à eternidade.
Retrato Moral de André
Carlos André Campos Lopes
Nasceu: 28.04.1979
Natural: Custódia-PE
Grau de Instrução: Licenciatura Plena em História. À época, estava cursando o sétimo período de Direito.
Profissão: Policial PMPE
Pais: Carlos Fernandes Lopes e Verônica Maria Campos de Almeida Ribeiro.
Irmãos: Do primeiro casamento de sua mãe, uma irmã, Veruska Fabíola Campos Lopes; e do segundo casamento: dois irmãos, Euclides Ribeiro Siqueira Sobrinho e Wilker Ribeiro de Siqueira Campos.
Vi um garoto que teve uma linda e inesquecível infância. Vi um adolescente pautado na educação recebida. E vi um jovem educado, inteligente, amigo de fé e com uma vontade incrível de se destacar na sua profissão.
Ah, as noites da Rua Luiz Epaminondas eram tão bonitas que pareciam com a alegria da Rua da Várzea, com um lindo cenário de crianças que corriam e brincavam sob os olhares de mães, avós e tias. André teve o privilégio de ser criado por sua avó materna, Nilda Campos de Almeida, que lhe deu uma educação primorosa. Não fugiu da regra que educou suas quatro filhas. Todos eram movidos pela unidade da matriarca. Grande era a preocupação para que nunca lhes faltasse nada. André viveu em uma casa de três mulheres corajosas e obstinadas, que se doaram para fazê-lo sempre feliz. Mesmo morando em casas separadas, o amor por sua mãe era o de um filho bom. Na aconchegante casa da avó Nilda, que era casada com o Senhor Lola, ele se fez presente na vida dos seus irmãos e sempre contou com a presença de suas tias Mônica, Francisca e dos muitos primos. Deus os presenteou com dois anjos bons: sua tia Rogéria, que tinha o cuidado e amor de uma mãe dedicada, e o amor incondicional de sua mãe de coração, a bondosa Divonete, "Diu", como era conhecida carinhosamente. Nós passamos, no tempo, tão rapidamente, como uma corrente de água. (Salmos 9:5)
Ao abrir a porta pela manhã, lembrei dos cumprimentos carinhosos de cada dia que ele dispensava. Era um bom dia! Uma boa noite! de quem estava em paz. E recordei a pergunta cheia de uma amizade sincera. Ele dizia: "Dona Nenê, cadê meu amigo Gleissinho? Mande meu abraço pra ele".
André sempre nos mostrou seu jeito carinhoso e cuidadoso para com os amigos.
Sei que estás em paz, meu querido amigo! Luz, muita luz!
Carinhosamente,
Lindinalva-Nenê Custódia, outubro de 2024

21 outubro, 2024

Gomes de Sá, o primeiro Deputado de Custódia

Gomes de Sá 
(Com uso de IA)
By 
Jaquelline Correia




José Gomes de Sá, nasceu em 06 de Dezembro de 1901, em Custódia. Filho do casal: Espiridião Mariano de Sá e Januária Pereira Maranhão. Teve uma irmã, Maria Josefina Gomes de Sá (esposa de Ernesto Alves de Queiroz, ex-prefeito de Custódia). 

Gomes de Sá, como gostava de ser chamado, era Escrivão Federal da Coletoria de Alagoa de Baixo, Afogados da Ingazeira e São José do Egito. Foi deputado Estadual em 4 ou 5 legislaturas e presidente da Caixa Econômica Federal de Pernambuco. Foi fundador do PTB em Pernambuco. 

Foi deputado numa época em que os parlamentares não desfrutavam das mordomiais que tornaram mais fácil a representação Popular durante a Constituinte de 1947.  Naquela época, o Palácio Joaquim Nabuco não contava com nenhum ar condicionado, e muito menos Chapa branca, poucos eram parlamentares que possuiam carro particular. O país acabava de sair da ditadura Vargas e os constituintes de Pernambuco se nivelaram no desconforto de um Velho Casarão.

Era um defensor de seus pontos de vistas, de suas reivindicações. Gomes de Sá se considerava um deputado sertanejo não só porque nascera em pleno Sertão, na cidade de Custódia, mas também porque como Coletor percorreu a região, identificou as dificuldades, incorporando assim, o sofrimento das pessoas desassistidas pelo governo. Se elegeu a primeira vez em 1947, e depois por mais três mandatos, em 1950, 1954 e 1958 respectivamente. Sempre era eleito para a Assembleia Legislativa com os votos sertanejos de seus conterrâneos, além de compadres e afilhados. 

Com persistência defendia seus rincões não só na Tribuna da Assembleia, como em suas peregrinações diárias, pela secretaria do Estado, principalmente a de Agricultura. Sem título universitário, era um autodidata que se formou na escola da vida, no contato permanente. 

E deputado ele foi até quando o tempo permitiu. Não propriamente o tempo, mas as condições que mudam. Jipe foi substituído pelo avião. O trabalho, pelo dinheiro, pela compra de votos.

José Gomes de Sá deixou os filhos Garibaldi (Jornalista), José Péricles (médico) e Wellington (funcionário público), e Luiz Rildo.

De sua autoria, lançou o livro Manual do Fiscal de Renda.

Foi inaugurado com o seu nome, um açude público na cidade de Sertânia. Construção de barragem era uma permanente preocupação do deputado. 

Em 1947, veio pessoalmente acompanhar as eleições municipais em Custódia, para apoiar o seu cunhado Ernesto Queiroz, contra Felicissimo de Lima Pires. Em entrevista ao jornal Diário da Manhã, do dia 04 de Novembro de 1947, afirmou "Fui, vi e venci" aos jornalistas daquele jornal em sua redação. Sua assetiva foi devido a vitória na urnas ter sido contra o partido majoritário. Destacou as dificuldades durante a campanha, sendo grato a atuação de Dr. Plácido Silva, Juiz de Direito da Comarca, pela sua integridade em suas funções durante essa campanha. Ressaltou ainda a imparcialidade dos representantes da lei, devido a cidade ter passado por 3 mudanças de delegado. O pleito eleitoral transcorreu normalmente. 

Gomes de Sá faleceu aos 82 anos, em sua residência no bairro de Campo Grande em Recife.

Fonte: Diário da Manhã, de 04 de Novembro de 1947. Texto adaptado por Paulo Peterson 

18 outubro, 2024

A violência doméstica é um prenúncio para o feminicídio.


Custódia acaba de registrar uma das mais cruéis cenas de violência.

É difícil entender uma ação brutal contra pessoas indefesas. Três mulheres: mãe e filhas. Duas adolescentes que tinham seus sonhos e uma vida inteira pela frente. E, de repente, suas vidas são interrompidas pelas mãos de um homem cruel, que, impiedosamente, tirou o que não lhe pertencia: a vida de sua mulher e suas filhas.

Esse tipo de homem não cabe mais no convívio social.

A desigualdade de gênero estrutural e a cultura do ódio são as principais causas da violência contra a mulher.

É fundamental que a mulher entenda e coloque em prática que, em toda e qualquer relação, não pode faltar o respeito. Quando acaba o respeito, não existe mais relação a dois. Uma conversa alterada, um grito de ameaça, palavras de baixo calão não são normais! A isso se dá o nome de relação tóxica. E tudo que é tóxico pode levar ao extremo.

Todos sabemos que, em muitas relações, não existe amor. Mas existe respeito.

A violência é resultado de uma cultura patriarcal que está ligada ao fundamento da nossa sociedade. Honestamente falando, essa cultura nunca valorizou a mulher como sujeito de direitos. Infelizmente, a mulher continua sendo alvo de muitos mal-caracterizados.

A sociedade nos apresenta, todos os dias, a posição da mulher na conjuntura brasileira. Por exemplo: em um pleito eleitoral, vemos essa desvalorização quando se trata das cotas. A preeminência das cotas dos homens desestimula as mulheres, mostrando a importância do homem na contínua cultura patriarcal.

Em um dos meus textos, fiz uma referência à cultura grega antiga, que já demonstrava a misoginia com o mito da caixa de Pandora. Diz a narrativa que era uma caixa misteriosa e que não era permitido abri-la. E Pandora abriu a misteriosa caixa, espalhando o mal pelo mundo.

Para os gregos da época, quem lançou o mal no mundo foi a mulher. Em resumo: essa "história", apesar de ingênua, legitimava e fundamentava a cultura misógina.

A violência faz a mulher ficar acuada: o medo de ser assediada, violada, perseguida e censurada é uma constante.

Essa tragédia que fez Custódia chorar reabre uma discussão urgente para contemplar políticas eficazes e uma maior conscientização para prevenir a violência doméstica.

Lembrando que a violência contra a mulher expressa-se de várias maneiras, desde o estupro até a violência psicológica.

Segundo os números mais recentes, foram registrados 750 feminicídios consumados e 1.693 casos de feminicídios tentados até o momento.

Com tudo isso não quero dizer que as autoridades competentes não estão fazendo sua parte, não é isso. Porém, creio que nossas autoridades estão diante de um cenário bastante desafiador.

Concluo com o coração cheio de compaixão.

Que a bondade infinita do Altíssimo receba mãe e filhas com o abraço que lhes faltou.

Lindinalva-Nenê.
Custódia-PE
Outubro/2024


Custódia, 20 de outubro

16 outubro, 2024

Alunos da 1ª Série da Escola General Joaquim Inácio (1981)


Foto: Cristiano Dantas


Turma da 1ª série na Escola General Joaquim Inácio, Professora Germana em 1981,

Segundo alguns aluno da época, não foto temos:

José, Márci Virgilio, Elton John, Tércio Martins, Aldir Marinho, Clóves Aleixo, Nadiene, Cristiano Dantas, Petrucia, Geomercia, Patricia, Django, Sivanildo, Geraldo, Elvio, Fábio e Edilene Amaral, não necessariamente na ordem da foto.


14 outubro, 2024

Se vivo fosse, Antonio Noel faria 94 anos


Fotos: Acervo familiar

Esse é o meu pai, muitos tiveram a honra de o conhecer e conviver com ele, outros só o conhecem das histórias contadas através dos familiares. 

Meu pai, o homem que tenho o maior orgulho em falar, era um homem pobre, de uma família tradicional e unida. Era o Tonho Noel pra uns, para outros Tonho de Rosa Teixeira. Nascido em Tupanatinga, agreste pernambucano.

Para uns primos, que ele não considevam apenas como simples primos, eram nas palavras do mesmo, primos carnais (muito tempo depois, entendi o porquê desse carnal), ou sejam, eram irmãos: Zezinho de Amélia (o primeiro a se despedir de todos), meu pai foi em seguida, João de França (in memória), João de Morena (in memória), João Rodrigues (primo e parceiro nas feiras das regiões vendendo cereais), Odilon Teixeira (primo e também feirante junto ao meu pai e ao seu futuro genro), Lourenço Alves (in memória) e Lourenço Alves de Souza Sobrinho. 

Hoje, a saudade bate com mais força e nos deixa mais frágeis, pois completa 38 anos que nos deixou. Era um homem bastante rígido com suas regras, mas um pai, marido, filho e irmão cheio de amor e muito carinho. 


Meu pai quando Deus o chamou, eu tinha apenas 14 anos. Durante esse pouco tempo em sua companhia, nunca o vi destratar minha mãe com uma palavra, com nós os filhos, ele falava com os olhos e nós entendíamos muito bem o significado. 

Papai, mesmo depois de mais de três décadas digo que queria muito ter o senhor ao nosso lado (tudo poderia ter sido diferente), infelizmente o destino já vem traçado e ninguém tem o poder de mudar. 

Queria sim ter o privilégio de dizer, meu pai vai fazer 94 anos (tantos vivem mais do que isso). Hoje sei que onde estás deve ser bem melhor que aqui, mais iluminado. Tenho certeza, papai, que o senhor nunca nos abandonou. Te amo muito e sinto sua falta!

Maritônia Cavalcante Souza
filha

13 outubro, 2024

Buenos Aires é Campeão Estadual do Campeonato Quilombola Nacional. 



A 1ª Edição da Copa Estadual Quilombola de Futebol chegou ao seu encerramento, hoje dia 13 de Outubro, na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. A competição, iniciada em 21 de setembro com uma fase de grupos, foi promovida pela Secretaria de Educação e Esportes do Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Executiva de Esportes, e reuniu 26 equipes de 22 municípios pernambucanos. Este torneio abrangiu 22 equipes masculinas e 4 femininas de diversas comunidades quilombolas, oferecendo uma oportunidade única de integração e visibilidade.

A equipe do Buenos Aires de Custódia, venceu a equipe Estivas de Garanhuns na semifinal pelo placar de 1x0, gol anotado de penalty por Rauli. Com o resultado a equipe custodiense foi para a final, contra a excelente equipe de São Lourenço da Mata. Mesmo assim, o Buenos Aires foi superior nos dois tempos, se consagrando assim Campeão da 1ª Copa Estadual Quilombola de Futebol, repetido o placar da semnifinal, com gol feito por Léo. Mérito também para a Comissão Técnica, composta pelo treinador Leandro Capita, Edilson Silva e Ricardo Góis (Auxiliares Técnico) e Alan Amaral (Diretor de Esportes).

É a primeira que a cidade de Custódia, vence uma competição Estadual, e parte para disputar a etapa nacional, que será em Novembro, com datas a definir, no Estadio do Rio de Janeiro. Os atletas custodienses jogarão suas partidas no centenário estádio do Maracanã, palco de jogos inesquescíveis de times de todo o mundo. Um templo do futebol mundial. 

Texto:
Com informações do Diário de Pernambuco. 
Colaborou Rogério do Peti (Diretor do Colégio Municipal Ernesto Queiroz) e Edilson Silva.



Confira a Transmissão ao vivo da Custódia Sports TV com narração de Fabiano Santos, o popular Mãozinha.

10 outubro, 2024

Quilombo de Buenos Aires: caracterização histórica, econômica, ambiental e sociocultural

Este artigo mostra um resumo do relatório antropológico e tem por objetivo a definição do território do quilombo de Buenos Aires, localizada no município de Custódia – PE, como parte do Programa de Desenvolvimento dos Territórios Quilombolas item 17, (PBA 17) no âmbito das ações do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Projeto São Francisco). A comunidade de remanescentes de qui- lombos de Buenos Aires está localizada a uma distância de 14 quilômetros da sede do município de Custódia. Lá habitam cerca de 250 famílias. O que mais caracteriza a comunidade é a heterogeneidade étnico racial: convivem brancos, negros e mestiços. O discurso dos moradores é que todos se misturaram ao longo de uma convivência que conta mais de seis gerações.

Neste trabalho, iniciamos nosso contato com os representantes dos territórios de remanescentes de quilombos do município de Custódia acompanhando os técnicos do Ministério da Integração em diversas reuniões na sede do município com seus representantes. No caso de Buenos Aires, realizamos, em seguida, uma reunião no próprio território para expor o trabalho a ser desenvolvi- do.Após esta visita, foram iniciadas conversas com colegas antropólogos em busca de orientação de como melhor proceder para realizar um trabalho de pesquisa antropológica dentro dos referenciais da Instrução Normativa Nº. 49 (IN 49). A opção foi pela constituição de uma equipe multidisciplinar. Com- pomos esta com um antropólogo e uma pedagoga em período integral; e,oportunamente, tivemos a colaboração de profissionais das áreas de história, agronomia, engenharia ambiental, engenharia florestal e geografia, entre outros. Conversas profícuas com profissionais da Biologia, do Direito, da Educação Ambiental também fizeram parte do cotidiano da pesquisa.

Como parte do trabalho de campo foram realizadas diversas visitas, nas quais ficávamos em média três dias no território de Buenos Aires. Nestas, identificamos e entrevistamos os informantes de maior interesse para o nosso trabalho: os mais idosos, a ex-presidente da Associação de Remanescentes de Quilombos de Buenos Aires e atual vereadora Yolanda Amaral, professores da escola local, jovens ligados ao grupo de samba de coco e outros mora- dores.

Anterior às visitas no território de Buenos Aires, com o auxílio de duas historiadoras, fizemos uma pesquisa bibliográfico documental na internet na busca de dados gerais sobre os municípios; estas mesmas historiadoras, vinham já há tempos transcrevendo textos da área de antropologia relacionados à questão quilombola e de laudos antropológicos. Obtivemos também documentários regionais em livros e um vídeo sobre os quilombos de Pernambuco; estes foram realizados pelo Centro de Cultura Luiz Freire (uma ONG que trabalha no apoio aos territórios quilombolas de Pernambuco) em parceria com a Coordenação Estadual de Articulação das Comunidades Quilombolas e com a Associação do Território Quilombola de Conceição das Crioulas.

A entrada na comunidade foi facilitada pelo fato de estarem sendo construídas na comunidade cerca de 44 casas de alvenaria em substituição às de taipa. Esta obra faz parte do acordo entre o Ministério da Integração - MI e a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA. Ao chegar à comunidade o técnico do MI, foi logo “identificado e adjetivado” como o rapaz das casas. Apesar de ter explicado a sua real função na comunidade, isto não somente facilitou seus contatos, como também o colocou à disposição das pessoas que queriam perguntar sobre os outros benefícios, como o telefone comunitário, o posto de saúde, os projetos de geração de emprego e renda, etc. Esta situação coibiu qualquer embaraço por parte dos moradores locais. Na prática, sempre tinha alguém disposto a colaborar o seu cotidiano na comunidade.

As mais de 20 entrevistas gravadas em gravador digital totalizaram aproximadamente 05 horas. Como recurso auxiliar, fizemos, em todas as viagens, o registro fotográfico das pessoas sendo entrevistadas e do meio ambiente.

A transcrição das entrevistas e a posterior leitura crítica desta possibilitaram a observação dos hiatos de informações que nos faltavam.

Foi realizado o reconhecimento da área do território quilombola de Buenos Aires em várias situações com o apoio de Antônio Amaral, professor de geografia e morador local. Depois, foi realizado um trabalho técnico de identificação das áreas indicadas como pontos limítrofes do território de Buenos Aires; levando em consideração as referências geográficas dos moradores locais.

Dados Gerais





Nesta parte iremos colocar uma visão do município de Custódia e do território quilombola de Buenos Aires abordando aspectos gerais e específicos de ambos. A história, a demografia, a economia e a organização política de uma maneira ampla.

O município de Custódia com uma área territorial de 1.484,6 Km² dividi- dos em três distritos: Distrito-sede (Custódia), Quitimbu e Maravilha e com os povoados Caiçara, Ingá, Sabá, entre outros, está situado na parte setentrional da micro região do Pajeú, com os seguintes limites: ao norte com os municí- pios de Iguaraci (aproximadamente 34 km) e Carnaíba (aproximadamente 69 km), a leste com o município de Sertânia (aproximadamente 44 km), a oeste com o município de Betânia (aproximadamente 60 km) e Flores (aproximadamente 52 km), e ao sul com os municípios de Ibimirim (aproximadamente 111 km) e Floresta (aproximadamente 164 km).
Em relação à geopolítica das populações afro-brasileiras, o município
de Custódia tem 10 comunidades quilombolas. São elas:

01)    Buenos Aires
02)    São José
03)    Cachoeira da Onça
04)    Lagoinha
05)    Açudinho
06)    Serra da Torre
07)    Lajedo
08)    Carvalho
09)    Riacho do Meio
10)    Grotão (***) esta comunidade ainda não se definiu em relação à sua identidade quilombola.

Custódia possui ainda uma Comissão Municipal de Articulação das Comunidades Quilombolas que mantém uma representatividade junto à Comissão Estadual de Articulação das Comunidades Quilombolas de Pernambuco.

O território de remanescentes de quilombos de Buenos Aires

O território quilombola de Buenos Aires, em Custódia-PE, distante da sede do município 14 quilômetros é constituído por 08 sítios interligados. A saber, são elas: Catolé, Berruga ou Verruga, Saco, Queimada Nova, Lamarão, Caldeirão, Santana e Boa Viagem onde habitam aproximadamente 255 famílias. Os limites atuais do território incluem as terras circundadas pelas comunidades de Cachoeira da Onça, Barra de São Jorge, São José e pela Serra do Urubu.

O acesso ao território de Buenos Aires se dá por meio de uma estrada em leito natural a partir da localidade conhecida como Barra de São Jorge. A paisagem nesta viagem é cortada por rios e plantações de feijão e milho.

As terras não cultivadas são poucas.

A economia do território de Buenos Aires é basicamente da renda dos aposentados, da renda extra que vem dos parentes que se deslocam, com muita frequência, para São Paulo para trabalhar na construção civil e das atividades agropecuárias (com maior ênfase para a agricultura: feijão e milho e, a venda de leite e seus derivados – neste caso queijo).

As atividades sociais de cunho religioso são predominantemente oriundas da religião católica. Existe em reorganização um grupo de Samba de Co- co, com maioria composta por crianças. Acompanhando este, existe a Banda de Pífanos.

A população da comunidade é em sua maioria composta por jovens. Em termos étnico-raciais a população local mostra um mosaico de negros, brancos, descendentes de indígenas e mestiços de forma geral.

A comunidade de remanescentes de quilombos de Buenos Aires está localizada a uma distância de 14 quilômetros da sede do município de Custódia. Lá habitam cerca de 250 famílias. O que mais caracteriza a comunidade é a heterogeneidade étnico racial: convivem brancos, negros e mestiços. O discurso dos moradores é que todos se misturaram ao longo de uma convivência que conta mais de seis gerações.

Em termos de estrutura física o território de Buenos Aires apresenta a seguinte configuração: O sistema de abastecimento de água implantado é operado pela Associação dos Quilombolas de Buenos Aires, já a manutenção é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Custódia, sendo considerado deficitário no que se refere à oferta, à captação, à distribuição e à reserva.

A captação é efetuada em dois poços tubulares profundos localizados nos sítios: Lamarão, Luiz Carlos, Catolé, Caldeirão de Baixo, Santana, Sabá e Capim com uma vazão total de água captada e distribuída superior a 12,0 m3/h. O tempo de funcionamento dos poços é de 16 horas diárias para todos. Entretanto, não existem reservatórios elevados/apoiados e também, não existe rede de distribuição. A água é distribuída à população através de diversos chafarizes. O transporte desta água até as casas é, geralmente, feito com carro de boi.


07 outubro, 2024

Marcos Ramalho e amigos em 1977


Nosso colaborador e historiador Jorge Remígio, enviou para o Blog Custódia, uma homenagem póstuma ao amigo Marcos Ramalho, falecido ontem, dia 06 de Outubro.

Segue as informações da foto acima.

Vou nominar as pessoas dessa foto. Afinal, esse registro já tem 47 anos.

Em pé, Jailson Simões, filho de Cecílio Ferreira, seguido de Jorge Remígio, filho de Claudionor Remígio.

Sentados. Marcos Ramalho, filho de Edésio Ramalho, Zezinho Freire, que passou grande parte de sua vida na casa da tia Diva. César Constantino, filho de Manoel Constantino, Gilson Pereira, filho de Adauto Pereira, Cláudio Simões, filho de Júlio Ferreira e Elione Constantino, filho de Manoel Constantino.

Foto na casa de Dona Toinha, mãe de Cecy, Antônio Eli, Elione e César.

20 setembro, 2024

Esposa de Joaquim Tenório Sobrinho recebeu nome de rua em Cassilândia-MS


Em Cassilândia-MS, no Loteamento Durval Vendrame, uma de suas ruas, recebeu o nome Maria José de Oliveira, esposa de Joaquim Tenório Sobrinho, custodiense nascido em 23 de Dezembro de 1922. Era conhecido como prefeito dos pobres, também conhecido como Joaquim Pernambuco.


 

Em mais uma homenagem a esta família que teve diversos serviços prestados à cidade de Cassilandia, agora foi a vez da matriarca receber uma justa homenagem. A sra. Maria José de Oliveira, também era custodiense. Filha de Pedro Jerônimo de Oliveira e Amélia Batista Vilar, sobrinha de Euclides Jerônimo de Oliveira que viveu até a morte em Quitimbú.  Sua Mãe era prima de Ariano Suassuna e sobrinha de Rita Vilar, mãe do escritor paraibano.


16 setembro, 2024

BEPI prestou homenagem em 2021, aos PMs mortos em emboscada da Coluna Prestes em 1926


Policia Militar de Pernambuco


No dia 14 de Fevereiro de 2021, foi realizada no Sítio Umburanas, município de Custódia, uma solenidade em homenagem aos PMs tombados em cumprimento do dever em 14/02/1926, durante uma emboscada promovida pelos militantes da Coluna Prestes. O movimento político-militar brasileiro ocorreu entre os anos de 1924 e 1927, cuja principal motivação era a insatisfação com o governo do presidente Arthur Bernardes. O evento, que foi realizado pelo Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (BEPI), vem resgatar e enaltecer a história e bravura desses heróis que foram mortos em combate.

Em um domingo de Carnaval, como este, a Coluna travou seu combate mais violento durante sua passagem por Pernambuco. Os revoltosos interceptaram uma mensagem nos fios do telégrafo, dando conta do deslocamento de uma tropa da Força Pública do Estado, de Custódia para Serra Talhada. Eram 137 homens distribuídos em cinco caminhões. Foi montada uma emboscada, com a colocação de um chapéu de engenheiro na estrada.

Um dos caminhões parou para um soldado verificar do que se tratava, e todo o comboio também parou, quando os policiais foram cercados e atacados pelos insurgentes, em número quase cinco vezes maior. Após seis horas de combate, ao escurecer, a tropa conseguiu furar o bloqueio, e retornar a Custódia. No entanto, quatro caminhões foram queimados, escapando apenas aquele onde estavam as munições, facilitando a reorganização da tropa, que no dia seguinte deu início à perseguição dos agressores, que já haviam escapado do local.

Foram oito mortos e três feridos, vindos do 1°, 2° e 3° Batalhões, Regimento de Cavalaria e Companhia de Bombeiro da época. As vítimas foram enterradas no local do combate, onde foi erguido um monumento com uma placa de mármore em homenagem à bravura dos chamados mortos do Riacho do Mulungu, no Km 345 da BR-232.

Texto: Otávio Toscano

Fonte: Blog Custódia, com informações colhidas em livros e na imprensa

Publicado Originalmente em: CLIQUE AQUI

15 setembro, 2024

"Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce!"

 


Sebastião Patrick Campos de Almeida Souza.


Nascido em 22 de março de 1984, natural de Custódia, filho de Paulo Germano de Souza e Francisca Valéria Campos de Almeida. O casal teve dois filhos: Paula e Patrick.

Do segundo casamento de sua mãe, teve como irmão Vinícius Augusto Campos de Almeida Amaral (In memorian).

A família paterna, Germano e a família materna, Barrista. Eram apaixonadas por cavalos. Os avós de PatrícK, Raimundo Germano e José Rodrigues de Almeida (Lola) eram apaixonados por cavalos. Autênticos "Pradistas."

Patrick é pai de Letícia Maria, Valentina, Heitor Germano e José Germano.

Sua linhagem é composta por homens e mulheres que contribuíram significativamente para o desenvolvimento de Custódia, representando as famílias Campos, Almeida e Souza.

Seu pai, Paulo Germano, pioneiro nas terras do Maranhão, não pôde testemunhar a realização do sonho de seu filho. Mas, como diz o ditado: "Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele pode se tornar realidade."

Desde a infância, Patrick tinha admiração pela dedicação de seu pai no trato com cavalos. Desenvolveu amor pelos cavalos, sentimento que corre nas veias de sua família paterna e materna. Em um gesto de gratidão por todo o cuidado e ensinamento, fez o que um bom filho faria: deu o sobrenome de seu pai a essa grande obra, o Haras Germano. "A gratidão é a moeda luminosa que resgata os verdadeiros valores da vida."

Patrick, além de suas qualidades pessoais, é conhecido por sua beleza física. Entre suas virtudes, duas se destacam: sua educação e simpatia. Embora possam parecer semelhantes, são diferentes em essência. Em um mundo cada vez mais desafiador, a simpatia tem um papel único, tornando a vida mais leve e harmoniosa. Durante os eventos, Patrick demonstrou educação impecável, sendo um anfitrião cortês e civilizado, evidenciado em sua atenção aos convidados.

Neste mês de setembro, nossa querida terra natal celebra seu aniversário. No dia 11 de setembro, comemoramos os 96 anos da Emancipação Política de Custódia, terra repleta de histórias e conquistas. A estrofe do hino da cidade:

"Custódia, Terra Querida, Berço Amigo de Gente de Valor, És Livre Pelo Esforço de Teus Filhos, Que Te Adoram e Te Amam Com Fervor" reflete o sentimento que Patrick nutre por sua cidade natal, um amor evidente e enraizado.

A programação do II GP Haras Germano, realizado entre os dias 6 7 e 8 de setembro, foi um verdadeiro sucesso:

A abertura contou com música ao vivo.

Apresentação cultural do grupo de teatro de Arcoverde.

Nos dias 7 foram as classificatórias e 8, dia das estrelas que foram X 1 Baid For Me e X Marquezine Lake.

Foi bonito ver a numerosa família de Patrick sempre presente, celebrando esse momento. O buffet, impecável, foi um verdadeiro show de profissionalismo.

E, Rogéria, nossa querida amiga, você merece todos os parabéns. Sua dedicação foi exemplar faz a diferença em tudo o que se propõe a realizar. Em seu nome, parabenizamos toda a equipe, que trabalhou unida com excelência!

Parabéns ao maior prêmio do Nordeste!

E, por fim, parabéns a você, Patrick, por esse grande investimento em nossa cidade.

Abraços fraternos,
Nenê e Arnaldo

13 setembro, 2024

Um dos três mosqueteiros - (80 anos)

Dr. Pedro Pereira Sobrinho

Alguém designou um trio de jovens custodienses de OS TRÊS MOSQUETEIROS. Era formado pelo brilhante advogado tributarista e escritor Ernesto Queiroz Júnior, professor, membro de diversas academias, popularmente conhecido por Ernestinho, Sílvio Carneiro, Contador, Professor,  Prefeito de Custódia, e por Pedro Pereira Sobrinho, advogado, odontólogo e professor.

Hoje, dos três resta o Dr. Pedro, o último dos TRÊS MOSQUETEIROS. E é sobre ele que dedico estas mal traçadas, pelo muito que representou, como os outros dois,  para Custódia e paria várias gerações de jovens custodienses.

Nascido em 14 de julho de 1940, o garoto Pedrinho era o xodó de seus pais, o austero e estudioso Joaquim Pereira, e essa mulher extraordinária que foi Dona Corina. Ambos se dedicavam ao ramo farmacêutico, o que lhes proporcionava grandes oportunidades de ajudar os seus semelhantes, numa época em que a assistência à saúde praticamente não existia. 

Dona Corina era a salvação das pobres mães custodienses, quando aflitas não sabiam o que fazer com seus pequenos filhos acometidos de vários males. Sua experiência salvou muitas vidas, ao prescrever medicamentos para as mais diversas doenças dos pequeninos custodienses de então.

Levado pelo extremo zelo que seus pais dedicavam aos filhos, Pedrinho foi encaminhado nos estudos na capital pernambucana, onde adquiriu o diploma de Odontólogo, sempre retornando à terrinha durante as férias para rever os familiares, amigos e a cidadezinha que ele tanto ama.

Com o canudo na mão e mil ideias na cabeça, iniciou uma trajetória que rendeu muitos frutos, mais para Custódia e sua gente do que para si. Idealista por natureza, não se contentou com o diploma de odontólogo, ingressando na Faculdade de Direito de Caruaru, sendo um dos componentes das primeiras turmas daquela instituição.

Com o curso, dedicou-se mais ao Direito, onde destacou-se como um excelente orador, um dos melhores da região na sua época de ouro.

Agora com dois diplomas de cursos superiores, dedicou-se de corpo e alma ao que ele mais amava: educar. Antes de odontólogo ou advogado, Doutor Pedro Pereira foi um Educador na expressão exata da palavra. Lecionou por décadas, no Ginásio Municipal Padre Leão, Colégio Normal Municipal Ernesto Queiroz, e no seu Colégio Técnico Joaquim Pereira.

Não só a educação de Custódia deve muito ao dr. Pedro Pereira. Seu apego às coisas da nossa terra o fez Vereador, muito contribuindo para a mudança na forma de atuação dos edis custodienses. Durante sua gestão, desenvolveu ações junto ao então Prefeito – outro dos TRES MOSQUETEIROS, o Professor Sílvio e Carneiro, e com sua participação Custódia ganhou o seu estádio de futebol, o famoso Carneirinho, nome por ele dado ao nosso conhecido estádio.

Lembro do lançamento da “pedra fundamental” do Carneirinho. Um quatorze de julho, de ano que não recordo, dr. Pedro me convida para junto a outros amigos, fazer uma vistoria numa área de terra que ficava distante da cidade, cerca de dois quilômetros, no então Sítio Pindoba. Recordo que foi no dia 14 de julho por seu aniversário. 

Debaixo de uma jurema preta, sentamos formando uma roda em torno de um gravador mine cassete, última tecnologia da época, para registrar aquele momento. Recordo que estávamos, eu, o Dr. Pedro Pereira, Djalma Moisés, se não me engano presidente da Câmara de Vereadores na época, além de outras pessoas que não consigo lembrar. E alí foi lançada a ideia de transformar aquela área plana no campo de futebol, o que foi concretizado graças a ação do então Prefeito Sílvio Carneiro. 

Na ocasião dr. Pedro já batizou o estádio, homenageando o Prefeito Sílvio Carneiro,   afirmando que diferente da mania de grandeza de muitos da época, ao invés de chamar de CARNEIRÃO, o estádio seria o CARNEIRINHO, nome que “pegou” e ficou marcado para sempre.

Mas não foi só na educação e nos esportes que o dr. Pedro deixou sua marca. Muitas outras ações por ele desenvolvidas marcaram sua atuação. Criou e fez funcionar o curso de contabilidade, através do COLÉGIO TÉCNICO JOAQUIM PEREIRA, colaborou e muito na criação do Lyons Club de Custódia, na implantação de uma pequena repetidora de TV, instalada no Macambira, na criação e instalação da COOPERCUSTO, cooperativa agrícola com muitos serviços prestados aos agricultores, junto aos dois outros MOSQUETEIROS, Ernestinho e Sílvio  manteve por um bom período o semanário CUSTODIANAS, jornalzinho sensação da época, sempre colaborou na realização de eventos culturais, esportivos, recreativos, a exemplo de formação de equipes de futebol, participação nas festas populares, Carnaval, São João etc., 

Coletou centenas de causos do nosso folclore (pena se não os tem escritos), sempre colaborou com os gestores municipais, quer com orientação legal, quer como mestre de cerimonias, em suma, viveu intensamente a vida na acanhada Custódia de antigamente.

Ao completar oitenta anos, o Dr .Pedro Pereira lega aos seus filhos um exemplo raro de dedicação e amor a nossa terra, o que os obriga a continuar o seu histórico; aos custodienses, o respeito e a admiração pelo muito que fez por nossa terra e a todos pelo carinho e amizade sincera que sempre devotou a seus familiares e amigos. 

Sinceros parabéns meu compadre e amigo, o Bidoutor Pedro, como sempre o chamava.

Texto por
 José Melo
Recife-PE
Julho/2020

Perfil: Ernesto Queiroz Júnior


 ERNESTO QUEIROZ JÚNIOR 

Natural de Custodia-PE, filho de Ernesto Queiroz e Maria Josefina de Sá Queiroz.

Casado com Ana Rosa de Queiroz desde 24.12.1962 com quem viveu feliz e contente por mais de 43 anos, pai honrado e dedicado de 07 filhos: José Ernesto de Queiroz, João Bosco de Queiroz, Joaquim Jose de Queiroz, José Marcelo de Queiroz, José Emerson de Queiroz, Ana Paula de Queiroz, Maria Luiza de Queiroz. 

PROFISSÕES: 

Político, Funcionário Público, Professor, Escritor e Advogado. 

Na sua profissão exerceu os seguintes cargos: 

Foi secretário municipal de Custodia de 17.04.1957 até 15.10.1963. 
Vereador eleito em 15.11.1963 ate 31.01.1969 pela cidade Custodia. 

Auditor fiscal concursado em 1968, promovido a agente fiscal em 20.09.1972 tendo exercido sua função até aposentadoria. 

Advogado Tributarista, militante desde 1971, quando se formou pela FADICA – Faculdade de Direito de Caruaru. – assumindo no ano seguinte a cadeira de professor em direito financeiro. 

Escritor – autor de vários livros publicados, dentre eles, um coronel sem patente, onde a brisa encosta o cisco e deixou ainda 02 livros no prelo. 

Advogado militante desde 1971, jamais deixou de lutar pela justiça e pelo direito. 


TÍTULOS RECEBIDOS 

Membro efetivo das seguintes Academias jurídicas: 

Da Academia Brasileira de Ciências Morais, Políticas e Sociais – RJ 

Da Academia Internacional de Direito Comparado – RJ 

Da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas – PE 

Da Academia Brasileira de Letras Jurídicas – RJ 

Da Academia Pernambucana de Ciências Morais e Política - PE 

Professor de Dir. Financeiro da Faculdade de Direito de Caruaru. 

Da Academia Caruaruense de Cultura Ciências e Letras - ACACIL - 

Cidadão de Caruaru título recebido em 1997. por iniciativa do Vereador José Antonio da Silva ( Zeca ) aprovado por unanimidade. 

Incontáveis condecorações e medalhas de honra ao mérito por serviços prestados em todos os cargos que ocupou e em defesa da sociedade e da justiça. 

LIVROS

Um coronel sem patente
Onde a brisa encosta o cisco

OUTRAS REALIZAÇÕES 

Fundador de varias associações recreativas culturais e religiosas, destacando-se o Centro Lítero Recreativo de Custodia, o Centro Espírita Leon Diniz, o Centro Espírita Beneficente UNIÃO DO VEGETAL em 1989, em Caruaru. 

Autor do requerimento de fundação da escola normal ERNESTO QUEIROZ, hoje colégio ERNESTO QUEIROZ. 

Fundador nos idos de sua mocidade de um jornal denominado CUSTODIANAS. Com circulação mensal. 

Fundador da Biblioteca Pública Municipal de Custodia. 

OUTRAS ATIVIDADES 

AMIGO de todas as horas, fiel e companheiro. Desbravador desconhecia o medo do fracasso, Nordestino e lutador um homem de fibra. 

IRMÃO amou a família e semeou a união e a amizade entre todos, sabia cobrar, mas também sabia servir e amar. 

PAI em todos os sentidos e em todos os momentos, jamais deixou de estar junto com os filhos, participava de todos os acontecimentos escolares ou profissionais. Caseiro sempre voltava trazendo pequenas lembranças e grandes sorrisos. Um grande ser, o primeiro amigo, o primeiro Mestre. 

ESPOSO fiel e carinhoso fez do seu lar seu castelo, criou e educou seus filhos através do exemplo e da retidão dos seus atos. 

MESTRE iluminou e guiou os caminhos de todos aqueles que dele precisou, trazia sempre uma palavra amiga e confiante, jamais dizia NÃO, quando muito “vamos vê”. De doutrina reta buscava sempre a sinceridade, organizado e atencioso sempre respondia as indagações e as dúvidas de quem precisasse. 

Plantou e semeou um legado de boas obras e uma legião de amigos. 

Aos amigos a consciência de ter ajudado sempre que possível, aos familiares, manas, sobrinhos e netos a certeza de uma grande e infinita amizade, aos filhos o exemplo que sempre foi seu maior ensinamento, construiu sua vida sob a bandeira da justiça e da amizade verdadeira, a esposa amantíssima saudades eternas e um reencontro futuro, aos discípulos o espelho das boas ações e a certeza de um renascer em outra dimensão. 

Texto: Família

11 setembro, 2024

Discurso de Andréa Queiroz na Inauguração da requalificação do Colégio Municipal Ernesto Queiroz


Foto: Cleber Santos Propaganda


Excelentíssimas autoridades aqui presentes, a que saúdo professores, alunos e todo o povo custodiense!


Meu nome é Andréa Queiroz, sou filha de Maria José de Sá Queiroz, mais conhecida como Zezita Queiroz, Tabeliã do Cartório único deste município, a quem represento neste momento. Por motivos pessoais, ela não pôde estar aqui hoje, mas me incumbiu de ler estas palavras por ela escritas.

Hoje é um dia de grande emoção para todos nós. Estamos aqui reunidos para celebrar a revitalização de uma escola que carrega, em seu nome, uma grande história: Colégio Municipal Ernesto Queiroz. Para mim, essa homenagem tem um significado ainda mais profundo, pois este nome carrega o legado do meu pai, um homem cuja dedicação ao município de Custódia e ao bem-estar da nossa comunidade sempre foi inspiradora.

Quando colocamos o nome de alguém em um espaço público, queremos eternizar a história dessa pessoa, que sempre será conhecida pelas futuras gerações. E nada mais justo do que homenagear o cidadão Ernesto Queiroz, homem público, que por três vezes governou com dignidade nosso município e que deixou boas e inesquecíveis memórias em sua trajetória política e pessoal.

Ernesto Queiroz nasceu em 20 de julho de 1898, filho de Francisco Queiroz Melo e Álvara de Góis Melo. Casou-se com Maria Josefina de Sá Queiroz em 19 de junho de 1929, união da qual nasceram os filhos: Ernesto Queiroz Júnior, José Elídio de Queiroz, Maria José de Sá Queiroz e Maria das Graças Queiroz.

Em 1937 foi eleito Vereador e Presidente da Câmara Municipal, tendo perdido o mandato em razão do Golpe de Estado de 10 de novembro de 1937. Já em 15 de maio de 1939 foi nomeado prefeito, em substituição ao Major Inocêncio Lima, missão que cumpriu até julho de 1944.

Foi eleito novamente prefeito em 26 de outubro de 1947 para um mandato de quatro anos, de 15 de novembro de 1947 a 15 de novembro de 1951. E em 15 de novembro de 1959 assume novamente a prefeitura para seu terceiro mandato, até 15 de novembro de 1963.

Em todas as suas gestões buscou trabalhar pela população do seu município, executando várias obras, entre elas a construção de escolas, e deixando um exemplo de homem digno, correto e generoso. Assim, tem seu nome eternizado neste Colégio Municipal Ernesto Queiroz, assim como também na Praça Ernesto Queiroz, no centro dessa cidade.

O projeto de reforma dessa escola vai além da sua reconstrução física, ela faz parte de um trabalho mais amplo de desenvolvimento urbano, humano e social, criando para a população um ambiente propício ao ensino e à aprendizagem, atendendo às necessidades da comunidade escolar.

A reconstrução desse espaço oferece melhorias ao prédio, garantindo conforto aos alunos e profissionais, melhorando o bem-estar de quem utiliza esse ambiente físico, adequando o espaço escolar à demanda de alunos e tantos outros objetivos que serão alcançados ao longo tempo.

E para este dia tão especial, escolhi uma palavra que reflete o sentimento da família Queiroz: GRATIDÃO.

Agradeço a cada pessoa que fez parte dessa jornada de revitalização. O esforço de todos — professores, alunos, pais e a comunidade — fez com que este sonho se tornasse realidade. Somos imensamente gratos ao prefeito Manuca pela iniciativa de reformar o Colégio Municipal Ernesto Queiroz, mantendo viva a memória do meu pai e preservando um patrimônio público que eterniza seu nome.

Que esta escola seja, para cada estudante, o começo de uma jornada repleta de conquistas.

Muito obrigada!!!!




Conheça o vencedor da 2ª Mini Maratona de 5 KM nos 96 anos de Emancipação Política de Custódia.


Foi realizado hoje, dia 11, durante comemoração aos 96 anos de Emancipação Política de Custódia, a II Mini Maratona de 5 km, corrida vencida pelo maratonista Claudemir Rodrigues, conhecido como "Chiclete", atleta que representa a cidade de Custódia em eventos esportista em todo país, sempre apoiado pelas empresas privadas e comércio local.

07 setembro, 2024

Em noite de muita emoção e expectativa, tem inicio o II GP HARAS GERMANO.

 


Teve início ontem (sexta-feira dia 6), o II GP HARAS GERMANO, na cidade de Custódia-PE. Nessa edição, o evento mostra que veio para ficar, recebendo competidores de todo país, inserindo assim, a cidade de Custódia, no calendário de Quarto de Milha de velocidade.
No período da tarde, foi apresentado os animais competidores na presença de competidores e público em geral, a expectativa para as classificatórias e apostas já era grande durante amostragem dos animais.

A programação incluiu na parte noturna, na presença de competidores, empresários, convidados, uma apresentação cultural, do grupo de Teatro de Retalhos, da cidade de Arcoverde.



Teatro de Retalhos

Sob olhar atento do publico que compareceu ao haras, os artistas apresentaram a peça Malassombros – Contos Além do Sertão. A trupe é Vencedora do Prêmio Pernalonga (Roberto de França) de Teatro (2023) e do Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco (2023).

Em seguida foram convidados ao palco, o idealizador do II GP HARAS GERMANO, o sr. Patrick Germano, acompanhado de sua tia Rogéria Campos, sua irmã Paula, do advogado Dr. Bruno Elizeu, pessoas que estão diretamente empenhadas na organização do desse evento. Além de uma longa equipe de profissionais que auxiliam na realização e organização. Tudo muito bem pensado e executado.

Presenças ilustres de JONATAN WEISHEIMER,
vice-presidente do Jockey Club de Sorocaba-SP, e de seu pai, inclusive o mesmo recitou um verso de sua autoria, emocionando a todos, inclusive ao seu autor. Além Dr. Joaquim Adley advogado de Patrick e Neto Rodrigues, amigo.

Em cada palavra proferida, o que mais chamou atenção, foi a mistura de um sonho com o apoio da família, de amigos e empresários amantes do turfe, tornaram realidade e solidificaram ainda mais um evento deste porte, numa cidade que não tinha seu nome ainda no calendário nacional. Agora tem.

O tão aguardando jogo da Pedra, foi possível constatar ao seu final, com o número de apostas, que o II GP HARAS GERMANO já é sucesso, antes mesmo de seu encerramento. Os valores apostados passam da casa de 1 milhão de reais.

Hoje a partir das 14h tem as Classificatórias e finais.


Paulo Peterson