29 outubro, 2025

Custodiense Paulo Mapu comenta seu novo livro "O Doce Amargo do Açucar"



Introdução por
PAULO MAPU



A ideia desse romance não foi premeditada, nem mesmo numa possibilidade futura, a única explicação que dei para mim mesmo para escrevê-lo, foi ter ido morar na cidade do Recife, que sempre me fascinou, quando com doze anos, nossa família saindo de Sertânia foi morar na capital pernambucana. A vontade de escrever foi surgindo espontaneamente, me incomodando como uma febre incontida incendiando o meu corpo.

Talvez esse tenha sido o gatilho que me fez pensar no Recife e suas histórias. Assim foi nascendo o Doce Amargo do Açúcar. As lembranças dos engenhos onde se fabricavam a rapadura sempre me encantou na infância, onde passava as férias junto com os primos no engenho de Zé Baé no sítio do Umbuzeiro em Custódia. Fazer o alfenim melando a cana raspada no caldo quente no tacho em ebulição foi uma das melhores recordações das férias.

Zé Baé tornou um dos personagens relevante onde o Reino de Daomé, Pernambuco e Portugal formaram um triângulo de amor e ódio, de dor e alegria de lucro e miséria e de opressão e resistência.

Os período históricos em torno do Recife, foram se descortinando como camadas de cebolas, onde cada uma trazia à tona novas camadas que se uniam, até chegar no ciclo da produção do açúcar e consequentemente na época da escravização. 

La dolce vita gozada pelos brancos europeus em seus cafés parisienses e nas diversas cidades europeias só foi possível com o amargor das correntes, das chicotadas nos lombos dos negros nos pelourinhos e das marcas dos escravagistas nos corpos de milhões de escravizados vindo da África.  Cada colherada de açúcar numa xicara de um branco europeu, tinha no seu correspondente as gotas de sangue de um negro. 

Essa história foi mal contada e depois invisibilizada para que a República fosse poupada das atrocidades do império. Assim Rui Barbosa deu a ordem para queimar todos os documentos referente a escravidão, anistiando todos escravagistas e deletando os escravizados da história do nosso país. O prédio da Alfandega do Rio de Janeiro esconde essa história em meio a fumaça. 

Os fatos históricos emolduram o romance onde Kalimba e Teresa furam a bolha. Ela uma indígena e sinhazinha dona do engenho Olho D’água e ele um escravo do Reino de Daomé que se apaixonam e vivem um romance inusitado, onde a ficção e a realidade se abraçam concatenados. 

Ora surge o malunguinho do quilombo do Catucá da Cova da Onça no Recife recebendo foragidos do quilombo do Urubu em Salvador. Personagens históricos voltam reescrevendo a história nas figuras de Frei Caneca, Cruz Cabugá, Baquaquá e a Rainha Nã Agotimé do Reino de Daomé, atual Benin. O curioso baiano Francisco Félix de Sousa, maior traficante de escravizados da época despede Kalimba através da Porta do Nunca Mais. O Seminário de Olinda e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos cumprem seus papéis no movimento abolicionista da época incendiando os corações e as mentes dos jovens revolucionários. 

Personagens ficcionais, mas que fazem parte da vida real do autor ganham vida e destaque com detalhes sutis que são narrados na trama. Em alguns momentos mudei a história pela simples razão de dar vazão as próprias emoções, como um gesto terapêutico de me curar de alguma dor da alma, seja de raiva, ciúmes ou desapego. 

Cada uma se identificará com aquilo que tocou sua alma. Nada foi por acaso, até os mínimos detalhes como as cores da blusa da Teresa na queda, o paninho da menstruacão da Lucinda, a agulha e a linha no Lago em Ganvié, as marcas do prazer nas costas de Kalimba ou o oco do Jacarandá onde guardavam os segredos de Kalimba e Teresa tiveram seus correspondentes do mundo real. Alguns destes detalhes serão revelados nos próximos romances se um dia tiver o privilégio de escrever.  

As nomenclaturas escravos e escravizados caracterizam duas visões de mundo diferentes, uma aponta para a lente do opressor do mundo ocidental em acreditar que o ser escravo era uma condição natural. Quanto ao termo escravizado denota a condição forçada em que os descendentes de reis e rainhas, povos com suas histórias ricas e milenares foram colocados em condições de escravidão contra a sua vontade. A resistência e a resiliência do povo negro usam na contemporaneidade o termo escravizados.

Prefácio de "O Doce Amargo do Açuçar" livro do custodiense Paulo Mapu



PREFÁCIO PARA PAULO MAPU
 

Este romance de Paulo Mapu, a partir da combinação de diversos elementos entrelaçados por meios ficcionalmente criativos, resulta em surpreendente arranjo que seduz as leitoras e os leitores mais exigentes.  

O doce amargo do açúcar sugere que sensações, motivações, pensamentos e valores são relativos; dependem sempre de quem percebe e vive experiências com o mundo e com outras pessoas, disso extraindo o sabor que lhes apetece ou incomoda. O que é doce para um pode ser amargo para outro; ainda, pode haver um continuum doce-amargo-amargo-doce, a depender de circunstâncias e de estados de espírito. É isto: o que é doce num momento pode ser amargo logo a seguir. Coisas da vida, passageira, traiçoeira, que ora rebaixa, ora eleva; agora sorri favoravelmente para logo depois rir em desprezo num doce-amargo surpreendente. 

Ao lado de lances amorosos e arroubos revolucionários, a escravidão, por exemplo, um dos temas centrais deste romance, pode realçar a ideia desse duplo opositivo amargo-doce, pois terá um sabor para quem recebe chibatadas e outro para quem segura o chicote. Em nosso mundo, sempre há mãos para segurar o chicote: golpes de violência continuam e o enquadre violento do sistema servil ainda molda mentes e dirige ações.

Dentre elementos relativos à escravidão, o romance pincela os tumbeiros, navios de morte em que eram transportados os africanos para as Américas; num deles veio Baquaqua, africano que viveu uma saga em países diversos e nos legou um relato emocionado sobre a atroz condição desses cemitérios das águas; Baquaqua, essa figura inspiradora, fez questão de participar do romance de Paulo Mapu, com um depoimento tocante. 

As peripécias principais deste romance ocorrem em Recife e arredores, importante centro produtor de açúcar na segunda década do século XIX. Há ênfase à Revolução pernambucana de 1817, representada por Cruz Cabugá; o movimento contou com apoio de Frei Caneca, religioso que participaria da Confederação do Equador, ocorrida apenas dois anos depois da Independência, que teve caráter elitista, distante das aspirações populares. 

A economia açucareira estava fazendo a riqueza da elite senhorial de então (o doce), toda sustentada no trabalho escravo (o amargo), percepção que intitula esta narrativa cheia de reentrâncias que oscilam entre esses dois extremos.

Encontraremos neste livro menções a outros eventos históricos, sobretudo referentes a movimentos de resistência, como a revolução do Haiti, que difundiu terror nos senhores de engenho, todos escravagistas. Esse panorama enriquece as ações das personagens, tensionando o andamento da trama.

Leitores e leitoras vão ainda passear por paisagens africanas e conhecer aspectos das culturas de nossos ancestrais; conhecerão Francisco Felix de Souza, o Chachá, o maior traficante de escravos de seu tempo que, por lance de oportunismo e arrojo, chegou a ter muito prestígio em Benin e Daomé; do Brasil negros libertos e parentes para lá retornaram, sob a proteção do Chachá, formando uma comunidade ainda hoje existente, um pedaço do Brasil na terra-mãe. 

A vida de escravizados nunca foi fácil, situação sempre conhecida; eram obrigados a viver sempre no fio da navalha da sobrevivência, para o que era preciso muita arte, o que não lhes faltou, inclusive para lutar pelo fim do jugo que os desumanizava. Afinal, ninguém gosta de viver em escravidão. Não foram inertes nem conformados os escravizados e o romance de Paulo Mapu aponta essa dimensão, inspirado na luta pelo fim do regime servil, com resgate da coragem e da memória de nossos ancestrais.

A liberdade tão sonhada não viria por concessão dos senhores, mas por ação corajosa, consciente de escravizados e de idealistas da Abolição. Nas inciativas do romance figuram mulheres como agentes de protagonismo – de rainhas africanas a jovens brasileiras: Nzinga, Na Agotimé, Tereza, Lucinda, Eliane, Eulália; expõem-se elas à tarefa, nem sempre simples, de reconhecer a violência daquele sistema e de se comprometer com a sua extinção. Assim, há esforços de reabilitação do lugar que mulheres ocupam em processos de resistência, que a elas também dizem respeito; e aqui vai mais uma efetiva contribuição desta narrativa. 

Paulo Mapu é poeta de mão cheia, de aguçada sensibilidade, tendo já oferecido ao público trabalhos de envergadura; aventura-se agora em prosa, gênero que exige fôlego, por certo, o que não faltou ao autor, que produziu um relato romanesco recheado de emoção e de surpresa. Ao longo de sua trajetória, acumulou singulares experiências e desafios que pintaram seus sonhos com a cor da solidariedade e da luta por um mundo justo. Viveu como hippie na juventude, tendo circulado por países da América Latina e convivido com comunidades indígenas, vítimas de interesses diversos, desumanos; como pastor protestante, sempre adotou o caminho mais difícil de olhar – e sentir – o sofrimento dos oprimidos; militou ao lado dos sem-teto; abraçou a causa ecológica; organizou cooperativas. Atualmente é terapeuta comunitário integrativo e se dedica a assessorar mães atípicas, dentre outras atividades. 

Essas emanações de incentivo das pessoas e dos grupos aos quais se dedicou são o pano de fundo que organiza a trama narrativa; acompanham também os enlaces entre as ações das diversas personagens que realçam os recursos expressivos que brotam das diversas relações que mantêm com o conjunto.

Marca saliente deste romance é a dimensão ficcional, arranjada com muito tino e esmero, em que as diversas passagens convergem para a edificação de um todo coerente. Por outro lado, a materialidade linguística é constituída por uma escrita que afrouxa o cinto, tira a gravata e adota a simplicidade do povo que procura representar. Daí nasce a vivacidade e a expressividade da matéria narrada.

África (a mítica, talvez, mas inspiração necessária), Brasil, Cuba, Haiti se encontram numa geografia romanesca para gerar e sustentar a utopia, simbolizada na conjunção amorosa entre Kalimba e Teresa, que representam a comunhão de povos originários daqui e de lá; no romance, o africano e a brasileira-indígena, depois de breve separação, se encontram em solo cubano tendo por miragem os contornos do lugar em que uma revolução de escravos venceu o poderio militar do império de Napoleão Bonaparte: doçura utópica de outros mundos, possíveis.

Tudo pura expectativa de redenção, inspiradora da necessária superação do racismo, herança da escravidão – desafio que ainda incomoda e, por isso mesmo, faz de O doce amargo do açúcar uma narrativa arrebatadora e indispensável para nos reencontrarmos com nossa própria história.


Por Paulo Proença 
professor e especialista em assuntos da África e diretor da TV Matracas


19 outubro, 2025

Projeto Custódia Mais Verde & Sementes da Caatinga no EREM José Pereira Burgos



No mês de setembro, os alunos do EREM José Pereira Burgos, participaram do PROJETO CUSTÓDIA MAIS VERDE, sob coordenação do professor e idealizador Vinícius Melo. Em diversos pontos da cidade, foram plantadas mudas de Ipê Amarelo e Caroá.




Outro projeto realizado no EREM JPB foi SEMENTES DA CAATINGA, idealizado pela professora Raquel Melo, da disciplina de Biologia. Ambos foram realizados no mês de setembro, em alusão ao aniversário de Custódia e também mês em que é comemorado o Dia da Árvore.

18 outubro, 2025

Livro Eclipse de Paulo Mapu




Apresentação

Eclipse, de Paulo Mapu, é uma leitura indispensável, um convite que não se pode rejeitar. Coleção de poemas e de crônicas, o livro é uma oferta do autor, uma abertura de si mesmo em tentativa de capturar aquilo que de melhor ainda habita em nós.

A trajetória de vida de Paulo Mapu tem consonância com a proposta do livro. Em sua juventude foi hippie, em momento no qual jovens ousaram sonhar com um mundo livre do consumismo capitalista e que fosse movido por paz e por amor, logo após os escombros da Segunda Guerra. Andarilho da esperança, Paulo Mapu viajou pelo Brasil e pelo interior de si mesmo à busca de sentido para a vida.

Encontrou-o. Na expansão de si, solicitada por um sentimento de solidariedade cada vez mais raro e que nos faz descobrir a dimensão que nos torna mais humanos: a solidariedade.

Viveu-a. Primeiramente entre povos originários, guardiões da Mãe Terra, mestres da vida plena e saúdaável, inspirada na simplicidade e mistério de vínculos coletivos e na direta conexão com as forças da natureza. Por sua vez, essa conjunção aponta para forças divinas.

Descobriu-as. Foi nova motivação. Tornou-se pastor, missionário da velha e cada vez mais esquecida e deturpada mensagem evangélica: paz e amor, aos seres humanos de boa vontade. Contudo, nem sempre é fácil defender essa bandeira em instituições eclesiásticas, por incrível que nos pareça tal contradição.

Há ventos contrários.

Enfrentou-os. Procurou mostrar e viver o evangelho em sua simplicidade e essência, percorrendo por dentro organizações eclesiásticas. Apoios pessoais e eventuais houve, mas insuficientes para sustentar projetos e ideais que se expandiam para além dos quintais das comunidades religiosas. Era preciso abrir portas e janelas para a sociedade e para o mundo.

Abriu-as. Sua comunidade religiosa passou a ser as ruas, os grupos marginalizados, os sem teto. Foi assim que atuou com catadores de lixo, com a luta de moradia para eles e com os hóspedes da Cracolândia.

Paulo Mapu é isto: a alegria de viver para o próximo, na exata dimensão do que Evangelho significa.

Conheci-o quando, há pouco mais de quinze anos, já tendo exercido o pastorado na Igreja Presbiteriana Unida, ele foi recebido na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil e, por exigência desta última, deveria cumprir o curso teológico da Instituição. Eu era, então, professor da Faculdade de Teologia e Paulo Mapu foi meu aluno. Logo pude notar sua vocação e compreender sua trajetória de vida e a falta de adaptação que suas propostas de vida e sua atividade pastoral provocavam, no âmbito institucional. Continuou firme em seus propósitos e, embora atuando além da dimensão eclesiástica, manteve seus princípios e sua entrega solidária aos esquecidos.

Hoje ele encontra motivação também na Terapia Comunitária Integrativa, técnica terapêutica que busca soluções nas potencialidades curativas de grupo, qualquer que ele seja, no esforço coletivo necessário para curar as nossas feridas.

Além de tudo, Paulo Mapu é escritor, de grande inspiração, como demonstra Eclipse. O título, segundo indicação do autor na introdução ao livro, faz referência à escuridão que vivemos, às vezes, de diversas maneiras, em nosso árduo drama de viver. O livro é esforço de superar essa escuridão existencial, no anseio de que o sol, com seus raios, possa aquecer corações e mentes: o dia da justiça e da igualdade haverá de raiar.

O livro se compõe de crônicas e de poemas; em maior número, os poemas são representativos de experiências vividas em diversas fases da vida do autor; também há reflexões e muita intuição poética, necessária à ressignificação da banalidade de certos lances da vida e da violência que passeia pelas ruas da nossa cidade e pelas nossas mentes e corações.

Em alguns poemas há epígrafes de Naara Saboia, formuladas também com sensibilidade poética, como esta: “Não há nada como o sonho pra criar o futuro que você desejar” (p. 77). Além disso, algumas fotos ilustram acontecimentos e pessoas mencionadas, para realce e maior vivacidade das experiências partilhadas.

O poema “Desapego” indica com propriedade a renúncia à ânsia proprietária inculcada pelo capitalismo, que deforma a solidariedade para superpor a ela a acumulação:

Nada é seu
Nem você se pertence
Viva na eminencia da perda
De si e do outro.

Finalizando, vai aqui reproduzida a parte final de “Contradição”:
Meu poema
Me muda
Me veste
De trajes
De justiça
Me transforma
Me leva a luta.

Esse poema pinta, em sintonia com todo Eclipse, por meio de recursos literários adequados, a vida de não conformidade com a ordem desumana de nosso mundo e aquilata o anseio de que nós, seres humanos, encontremos na solidariedade a motivação maior para a vida. Essa é, por certo, a grande inspiração de Paulo Mapu e o legado de sua trajetória de vida.


Paulo Sérgio de Proença
Professor da Universidade da Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Campus dos Malês-BA




Biografia

Paulo Mapu nasceu em Betânia, com menos de um mês a família Belo se muda para Custódia. Aos quatro anos foi morar em Sertânia e aos 18 mudou-se para o Recife e quando completou 18 anos foi morar no mundo como hippie junto com Ramon Japiassu e Digerson de Sertânia. Foi ordenado reverendo por convite do Rev. Jaime Wright um dos autores do Brasil: Nunca Mais pela Igreja Presbiteriana Unida. Sempre em apoio aos movimentos sociais, com destaque para o MTST, e os povos originários, em especial os Guarani Kaiowá e os Mapuche no Chile. Trabalha há 12 anos na Cracolândia como especialista em Dependentes Química e atualmente se dedica a trabalhar como Terapeuta Comunitário Integrativo com mães e pais de crianças com autismo. Terminou recentemente o romance o Doce Amargo do Açúcar que conta uma história do ciclo da produção de açúcar em Pernambuco, com foco em um engenho no Recife, a trama mistura fatos históricos e fictícios e os protagonistas são a dona do engenho que se apaixona por um dos seus escravos. Em janeiro será lançado em Sertânia numa balada cultural, com à convite de Marcos Nigro e Ésio Rafael que deram a ideia. Aguardem!

16 outubro, 2025

Raissa Gonçalves representa a Tambaú na Feeira Anuga 2025 na Alemanha



A gerente de Marketing, Raissa Gonçalves, representou a Tambaú na Feira Anuga 2025, o principal evento mundial de alimentos e bebidas, realizado entre os dias 4 e 8 de outubro, em Colônia, na Alemanha.

A Anuga reúne a indústria alimentícia global em um encontro estratégico para tomadores de decisão, visionários e formadores de mercado, que se conectam para fazer networking, definir tendências e moldar o futuro do setor.

Durante o evento, Raissa participou do The Tomate Conference News, que trouxe discussões sobre temas relevantes para o mercado de atomatados. A gestora tambémTa destacou a oportunidade de fortalecer o relacionamento com parceiros estratégicos e conhecer inovações que estão transformando a indústria alimentícia.

Como ressaltou Raissa Gonçalves:

“Além de acompanhar as principais tendências do setor, participei do The Tomate Conference News, onde pude aprender sobre temas relevantes para o mercado de atomatados. A feira também foi uma excelente oportunidade para fortalecer o relacionamento com parceiros estratégicos e explorar inovações que estão moldando o futuro da indústria alimentícia.”

10 outubro, 2025

O Medo e o Respeito de Seu Dede pelo Sargento Jorge Arruda



Lá pras bandas de Custódia, no coração quente do sertão pernambucano, quando o sol rachava o chão e o vento trazia cheiro de terra molhada, vivia um menino magricelo de uns sete anos de idade — curioso e cheio de imaginação. Era eu mesmo.

Naquele tempo, a cidade era pequena, mas cheia de personagens grandes, daqueles que a gente nunca esquece. Um deles era o Sargento Jorge Arruda. Homem de presença!

Barrigudo, bigode grosso, farda apertada, revólver na cintura e uma conversa que prendia qualquer um do começo ao fim. Quando ele começava um “causo”, ninguém arredava o pé.

Eita homem que gostava de contar história!
Dizia, com a maior firmeza do mundo, que tinha brigado com Lampião, o cangaceiro mais temido do Nordeste.

— Eu meti foi taca em Lampião, menino! — dizia ele, batendo no peito. — E quando ele tava se levantando, eu gritei: “Aqui é família Arruda, aprenda a respeitar!”

E o povo, mesmo duvidando, ficava quieto… porque o Sargento Jorge falava com tanta convicção que até o vento parava pra ouvir.

Meu pai, seu Dede do Sítio dos Nunes, era o que ele chamava de “inimigo número um” do sargento. Ninguém sabe direito o porquê — talvez política, talvez orgulho de homem sertanejo.

Mas o mais engraçado é que, mesmo dizendo que não tinha medo, quando tomava umas pingas a mais, chegava em casa e soltava a pérola:

— Tô todo cagado de medo de Jorge!
E ria, completando:
— Jorge, vem me limpar!

Era o jeito dele de tirar onda do medo que não queria admitir.

Diz o povo que um dia o Sargento Jorge prendeu meu pai, mas não durou muito. Parece que até a cadeia respeitava o humor de seu Dede.

E mesmo com essa “inimizade” dos grandes, lá na Rua da Várzea, nós, os pequenos, éramos amigos dos filhos do sargento — o Bebé, Edmilson e mais uma porção deles.

Brincávamos juntos, correndo no barro, dividindo bola, pão e segredo. Porque, no sertão, as rixas dos adultos não impediam as amizades das crianças.

No fundo, o Sargento Jorge era um homem justo, desses que pareciam ter nascido pra fazer justiça com as próprias mãos e com o coração.

Diziam que ele não era de Custódia, que tinha vindo lá de Triunfo, mas acabou se enraizando ali, entre as histórias e o respeito do povo.

E até hoje, quando lembro dele, imagino o homem de farda, com o revólver pendendo na cintura e a voz grossa dizendo: Aqui é família Arruda!

E fico pensando: se ele brigou mesmo com Lampião, ninguém sabe…

Mas que ele brigou com o destino e venceu na memória da gente, ah, isso ele venceu.


Por Jânio Queiroz
São Luis-MA
Outubro/2025

29 setembro, 2025

Rua Manoel Borba e Praça 04 de Outubro em 1957


Essa foto é bem representativa para nós custodienses. 

Ela tem um indicativo que nos leva ao ano de 1957. 

As pedras de calçamento (paralelepípedos) empilhadas na praça. 

Esse calçamento do centro da cidade, começou a ser executado no ano de 1957, na administração de Luiz Epaminondas Nogueira de Barros,  eleito em 1955 e assassinado no início do mês de dezembro de 1957 no curso do seu mandato. 

O vice Prefeito,  Adauto Pereira assumiu a prefeitura, concluindo o calçamento. 

No primeiro plano, a Praça que inaugurada no governo de Inocêncio Lima, levou o nome 04 de outubro.

Não sei dizer se homenageando o dia dos animais e da natureza, criado na Itália no ano de 1931. Anos depois o nome da Praça mudou para Vinte de Julho, em homenagem ao dia de nascimento de Ernesto Alves Queiroz,  prefeito de Custódia por três vezes.

Em setembro de 1978, durante as comemorações  do cinquentenário da emancipação política da nossa cidade, a praça ganhou o nome de Praça Ernesto Queiroz. Seguindo, Rua Dr. Manoel Borba, que governou o Estado de Pernambuco de 1915 até o ano de 1919. Esteve em Custódia de passagem, em dezembro de 1916.

No final da foto,  a esquerda, vemos o Grupo Escolar General Joaquim Inácio,  construído na administração do governador Alexandre Barbosa Lima Sobrinho 1948-1951. 

O prefeito nessa época era Ernesto Queiroz,  filiado a UDN. O governador que era do PSD, tinha atendido duas reivindicações do prefeito, a construção do açude da Boa Vista e o campo de pouso, onde hoje fica o Bairro de São José. 

Para contemplar o corregilionário político local que era do PSD, José Pires Ferreira, conhecido por Zuzu Pires, e a seu pedido, construiu o Grupo Escolar General Joaquim Inácio e a Cadeia Pública, onde funcionava também a Delegcia.

informações de Jorge Remígio 

21 setembro, 2025

Custodiense Francisco Alves lança livro "O Despertar da Consciência"

 


(Capa)

Título: " O Despertar da Consciência"
Autor: Francisco Alves


O escritor e psicanalista Francisco Alves, filho de Cícero Alves da Silva e Maria José Alves, sobrinho de Chico Pedreiro (in memorian), é bacharel em Ciências Jurídicas, jornalista, radialista e compositor, conhecido como Cabo Chiquinho, foi secretário de Segurança Pública e da Segurança Civil de Limeira.

Lançou em setembro a sua mais nova obra literária: "O Despertar da Consciência: Um novo olhar para a superação de novas conquistas e uma reflexão profunda sobre o eu interior com a base da Psicanálise".

Sinopse: Este livro explora e destaca "O Despertar da Consciência", e nos leva a uma experiência transformadora através do intrincado labirinto da mente humana. Neste provocante livro, trazemos as sutilezas da consciência, para discutirmos temas como autoconhecimento, espiritualidade e a fé buscando um por um significado mais profundo na vida. Por meio de uma narrativa cativante, une-se descobertas científicas com as próprias vivências, mostrando como o entendimento de nossa mente pode resultar em um despertar significativo e profundo. Com uma escrita clara, apresenta-se métodos práticos e reflexões que auxiliará o leitor a desfazer crenças limitantes e ampliar sua visão do mundo. O livro aborda questões como a relação entre mente e corpo, a influência das emoções e a conexão com o universo. O Despertar da Consciência" vai além de uma obra sobre autoconhecimento; é um convite à meditação sobre a função que exercemos em nossas vidas e na sociedade. "O Despertar da Consciência" é um chamado à mudança individual e em grupo, oferecendo meios para que cada um encontre seu próprio caminho para o autoconhecimento e a conquista espiritual. Perfeito para aqueles que desejam uma compreensão mais aprofundada de si próprios e almejam seguir um caminho de transformação pessoal, este livro promete motivar e orientar todos que estão prontos para revelar sua verdadeira essência. Este livro não somente propõe soluções práticas para educadores e gestores. Bem como é destinado a acadêmicos, educadores e profissionais de áreas da psicologia analítica.



Os interessados em adquirir o livro podem comprá-lo pelo
QR Code ou pelo ZAP (19) 99242-7777.

O valor para compra é de R$ 69,99.




Participação na TV Cidade Limeira de Francisco Alves ao lado da apresentadora Daniela Rocha, debatendo vários assuntos, e para falar sobre o lançamento de seu mais novo livro.
 

Cerimônia de Descerramento de Placa na Biblioteca do EREFEM Gal. Joaquim Inácio.


Foto: João Paulo, Linalva, Lucia, Lindinalva e Arnaldo.

A justa indicação do nome de Dona Rosa Góis para a Biblioteca é o reconhecimento de anos de trabalho em prol de uma educação de qualidade. A escolha de seu nome revigora a nossa memória no que tange a essa dedicação e devoção desta grande mulher. Nasceu no dia 12 de junho de 1912, custodiense de berço, com raízes fincadas nessas terras do Padroeiro São José. Trazia no mais profundo de seu âmago o amor pela educação. Filha do Sr. Aureliano Simplício de Góis e da Sra. Francisca de Góis. Viúva do Sr. João Veríssimo, foi mãe de um casal de filhos: Lúcia Góis e Luciano Góis.

Sempre disponível à sua missão: educar e educar. Quando estava na escola, não se preocupava com o tempo. Trabalhava conforme o tempo lhe dispunha.

Neste doze de setembro, estiveram presentes neste evento: sua filha Lúcia Góis, seu esposo Geovane e a família Góis, a gestora e toda a equipe do EREFEM. Também estavam presentes um ex-aluno, Arnaldo Almeida, que teve Dona Rosa como sua primeira professora, além de amigos que vieram prestigiar esta linda homenagem. O pano da placa foi retirado com o objetivo de revelar a bela homenagem a Dona Rosa Góis, que será eternizada neste espaço físico, onde se proporciona o acesso ao conhecimento, sem dúvidas, o maior valor cultural para o aluno. Toda e qualquer biblioteca tem trânsito democrático, o que a torna grandiosa. Ah, quantas boas lembranças de um tempo que marcou as nossas vidas. Este gesto de reconhecimento da direção foi brilhante. Benigna e sua equipe merecem aplausos. São nesses registros da história que ficam nossas doces lembranças: as marcas de carinho, respeito, empatia e amor que Dona Rosa nos dispensava, registradas como digitais que nunca se apagam. Essas marcas estão nos jardins, nas salas de aula, na biblioteca, no laboratório, no palco, na secretaria, na direção, na quadra e na cozinha. Mesmo com a ampliação da escola, vemos que elas continuam vivas em nossas mentes.

A história da educação na vida de Dona Rosa me recorda a célebre frase de um dos intelectuais mais conhecidos de seu tempo, Dom Pedro II, Imperador do Brasil no século XIX, que disse:

"Se não fosse Imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e prepará-las para o futuro."

Essa frase corrobora a importância do professor em todos os confins da terra. Este processo que conduz o aluno ao conhecimento não é fácil. Contudo, se bem trabalhado, ele irá retirar as pedras encontradas e descobrirá que o terreno é fértil e promissor.

Uma vez professora, eternamente professora.

Lembranças que nos marcam e nos ensinam.



Eu tinha doze anos e estudava na Escola General Joaquim Inácio, onde Dona Rosa era a diretora. Era bonito ver a escola caminhar com tanta disciplina. Tudo muito limpo e organizado. A entrada central ficava na Avenida Doutor Manoel Borba. Hoje, o acesso central fica na Avenida Aparício Feitosa. Os jardins eram um convite para entrar e ver a beleza da natureza sendo bem cuidada, e ver ainda o processo educacional direcionado ao desenvolvimento.

Sete horas da manhã. Todos esperando os portões abrirem. Hora de concentração total. Momento cívico. Professores e alunos, apostos para o Hino e hasteamento das bandeiras. Dona Rosa, como sempre, muito atenta. O coral, composto por várias vozes, dava a certeza de um espetáculo.

O desfile de 7 de setembro, a Independência do Brasil, era um dos dias mais importantes da minha vida.

E foi em 7 de setembro que aconteceu um fato que nunca esqueci. 

Os preparativos para esse evento começavam com antecedência e, como o comércio de Custódia não tinha muitas opções, era necessário comprar tudo com bastante antecedência. Assim, todos se apressavam nas compras. Mamãe comprou tudo certinho para seus nove filhos, mas não percebeu que faltavam dois pares de meias brancas.



Os dias passaram. As fardas já estavam prontas. Saias de pregas bem passadas. Na época, não havia ferro elétrico; algumas roupas, no estilo das saias, eram colocadas embaixo do colchão para não amassar. O dia seguinte seria 7 de setembro, e mamãe se preocupou com nossas meias. E agora? Será que no comércio ainda havia meias? Chegando à loja, pediu dois pares de meias brancas, tamanhos 10 e 12 anos. A atendente disse que encontrou apenas um par branco e, depois de procurar muito, achou um bem clarinho. Mesmo assim, mamãe comprou, sabendo que não ia dar certo. Ao chegar em casa, nos mostrou, dizendo: “Uma de vocês não vai desfilar.” Percebi que minha irmã ficou triste, então optei por usar as meias diferentes. O grande dia chegou, 7 de setembro. Tudo pronto. Seguimos para a escola. Eu estava bem bonitinha. E ao chegar, percebi que os alunos olhavam para os meus pés. Comentei com minha irmã e com a amiga. Meu coração disparou, mas não desisti de desfilar. Não demorou muito e Dona Rosa apareceu pedindo que todos se organizassem em fila. Senti uma mão leve tocando meu ombro e uma voz suave, como se soprasse no meu ouvido. 

Era Dona Rosa. Eu gelei.

Ela disse: “Nenê, me acompanhe.” 

Na diretoria, ela pediu que eu sentasse. Minhas pernas tremiam muito. E, num gesto de carinho, perguntou: 

“Como estão seus pais?” 

Respondi que estavam bem. 

Perguntou ainda se eu me lembrava dos avisos sobre o fardamento escolar. 

Respondi que sim. E, com uma voz singela, disse: 

“Hoje você não vai poder desfilar. Suas meias não são brancas.” 

Ninguém me disse, eu vi. E, num murmúrio doído, murmurei: “Misericórdia!” 

Ela percebeu meu descontentamento por não poder desfilar. A tristeza estava estampada no meu rosto. 

E ela disse: “Entenda, Nenê, fica difícil para mim. Eu não posso abrir exceções para você e trair minha consciência, trair a confiança das mães, dos alunos e de todas as pessoas que estão assistindo ao desfile.” 

Eu justifiquei dizendo que mamãe não tinha culpa. Ela pediu que não fosse ao desfile e, desobedecendo, fui por amor ao 7 de Setembro. Peço desculpas! Ela chamou um funcionário e pediu para me acompanhar até minha casa. Eu disse que não precisava, mas fui acompanhada até a metade da Rua da Várzea.

Passados 51 anos dessa história, senti a necessidade de contá-la em um dia especial: o descerramento da placa na Biblioteca em homenagem a Dona Rosa pelo brilhante trabalho educacional no EREFEM Gal. Joaquim Inácio. E é neste contexto que me sinto à vontade para relembrar essa história.

Como é sabido, a história é a ciência que estuda as ações humanas no tempo e no espaço. 

Hoje, analisando o passado e suas transformações sociais e culturais desse estabelecimento de ensino, percebo que sua essência continua a mesma. E, numa soma de aprendizados, faço a melhor reflexão sobre um “espelho” do passado que reflete até hoje positivamente.

Essa história poderia ter sido interpretada como um motivo para a frustração de uma adolescente, mas não foi. Foi, na verdade, uma lição de aprendizado.

Este evento foi agradabilíssimo. Ver pessoas amigas que há muito tempo não se encontravam alegra o espírito.

A homenagem a Dona Rosa  foi registrada por Paulo Peterson. Paulo, a sua dedicação de registrar fatos de Custódia tem alimentado o Blog Custódia Terra Querida com importantes história que ficará para a posteridade. Parabéns!

Lúcia, querida, muitíssimo obrigada pelo convite. A minha irmã Linalva, Arnaldo e meu filho João Paulo, gratidão!

Gratidão!

Abraços de paz e luz,

Lindinalva-Nenê
Escritora.
Custódia, setembro de 2025.


12 setembro, 2025

Inauguração da Biblioteca da Escola General Joaquim Inácio. Uma Homenagem à Educadora e Diretora Dona Rosa Gois.


A década de 1970 foi um período marcado por mudanças significativas na sociedade e na educação. Os professores tinham um perfil distinto, moldado pelas condições sociais, políticas e econômicas da época. As dificuldades e a simplicidade eram características marcantes da vida no Sertão.

Diante das limitações de recursos, os professores precisavam ser criativos e engenhosos para proporcionar uma educação de qualidade a seus alunos.

Os alunos faziam de tudo para não serem chamados à atenção e evitar suspensão. As professoras eram figuras de autoridade que inspiravam respeito e admiração. 

A educação de ontem e hoje é diferente, mas a essência permanece a mesma: formar indivíduos capazes de pensar, criar e contribuir para a sociedade. 

Na minha infância, tive a honra de ser aluna da Escola General Joaquim Inácio - 1° e 2° graus, na gestão da professora Dona Rosa Gois. Uma mulher respeitada e reverenciada, não apenas por sua autoridade, mas por sua dedicação e amor à educação. Ela se destacava pelo seu jeito simples, sua paixão e compromisso com a escola. Uma mulher, que marcou gerações de alunos com atitudes e valores grandiosos. 

Com gestos suaves e mãos cruzadas para traz, ela percorria a escola, como se tivesse procurando o que corrigir, para melhorar e aperfeiçoar. Sua voz mansa, mas firme, era um reflexo de sua personalidade: uma mistura de doçura e autoridade. Até hoje, ecoa na minha memória o “sininho” que, ela usava para nos lembrar o horário de entrar na escola, hora do recreio e da saída. Como não lembrar o Hino Nacional Brasileiro, cantando durante a semana da pátria, como esquecer os desfiles de 7 e 11 de setembro, data da nossa emancipação política? 

Hoje, 12 de setembro de 2025, ao inaugurar a biblioteca, Dona Rosa Gois, celebramos também a importância dos livros e da educação. 

Os livros são janelas para o mundo, portas para o conhecimento e ferramentas para o crescimento. Eles nos ajudam a descobrir novas ideias e perspectivas, e desenvolver nossas habilidades e competências. Os alunos terão acesso a este tesouro de conhecimento e de inspiração.

Como disse Paulo Freire, "A educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo." E foi exatamente isso que Dona Rosa fez: mudou a vida de muitos alunos e inspirou uma geração de educadores.

Esta biblioteca é um tributo à sua memória e ficará como símbolo da importância da educação em nossas vidas.

Os filhos de Dona Rosa devem sentir um grande orgulho do trabalho dessa mãe, professora e diretora, que dedicou sua vida à educação e ao desenvolvimento de tantas pessoas em nossa querida Custódia.  Seu legado é um testemunho da importância da educação e do impacto que uma pessoa pode ter na vida dos outros. Aproveito para agradecer o convite de Lúcia Gois para participar desse momento de reconhecimento e gratidão. Ainda que distante, sinto-me parte.

Na Escola General não recebi apenas um certificado de conclusão do ensino médio, mas o conhecimento e o encantamento pelos livros. 


Muito obrigado a querida Dona Rosa.
Carinhosamente,  

Leônia Simões

10 setembro, 2025

[Folha de PE 19/05/2014] O industrial dos pirulitos


Gerson Gonçalves de Lima

Empreendedor abriu empresa em nome de terceiro porque ainda tinha 17 anos


Hugo Gonçalves Lima conta que a empresa já passou por dificuldades econômicas por causa da seca


Pirulito. Todo mundo tem que começar a vida de algum jeito. O sertanejo, que sonhava em ser industrial e admirava Antônio Ermírio de Moraes, iniciou a vida “profissional” vendendo pirulitos nas ruas de Sertânia, município do Sertão de Pernambuco. Disciplinado já aos 14 anos, todo o apurado do dia era gasto com a matéria-prima para a produção do dia seguinte. Passou alguns anos nessa rotina até que chegou para os pais dizendo que queria abandonar os estudos para ganhar o próprio sustento. O rapaz estava determinado. Terminou o ensino médio e, com a ajuda financeira e a ideia do pai, montou uma fábrica de doces, em1962, em nome de outra pessoa, porque aos 17 anos não tinha idade suficiente para abrir um negócio formal. Começou aproveitando a safra de goiaba da região e vendendo o doce da fruta em vários formatos. Depois veio a banana, o mamão, a jaca. Alguns anos de seca, outros de chuva em excesso. Tempos de perdas e de vitórias. Tudo na vida de Gerson Gonçalves de Lima parecia ser erguido em cima de extremos.

Saiu de uma vida humilde para uma de fartura; do anonimato para ser um dos empresários mais conhecidos da região; da luta de um homem só para mudar a vida de centenas de pessoas. Mas algo sempre permaneceu estável em sua vida: a determinação para o trabalho. Em1997, quando a indústria de Alimentos Tambaú já funcionava em Custódia, cidade vizinha à Sertânia, uma enchente assustou os moradores, trouxe muita destruição e deixou todo o maquinário da fábrica debaixo d’água. A empresa ficava às margens do rio. Quando o proprietário chegou e viu aquele desastre não se abateu, nem lamento o infortúnio. Homem de fé inabalável, “se pegou como Deus de Moisés”, como costumava dizer, e começou a construir tudo de novo. Em vez de entregar os pontos, a coragem de Gerson cresceu coma ocasião. Costumava falar que depois de se reerguer, tudo parecia chegar mais facilmente.

Quando as águas baixaram, a fábrica mudou de endereço. Foi para o prédio onde funcionava o hotel que pertencia à família, que mudou de lugar por causa das obras da BR-232. O hotel passou a operar às margens da rodovia para atrair os visitantes. A Tambaú ocupa o antigo local até hoje. É um dos pontos de referência da cidade. A empresa foi crescendo e comprando as casas vizinhas. Boa parte da vida do município gira em torno da fábrica, que emprega 400 pessoas e produz 93 itens.

Gerson sempre viveu para a empresa. Diariamente se antecipava ao sol, colocava a roupa e ia para a fábrica. Gostava de ver o movimento começando, os trabalhadores chegando, as máquinas girando. Sete e meia da manhã, voltava para casa para tomar café. Comia e corria novamente para o negócio. Ficava por lá o dia inteiro. A noite, a diversão era jogar gamão e damas com os amigos, mas tinha poucos momentos de lazer. Seu vício era o trabalho. Em um Carnaval, a direção da empresa resolveu parar por quatro dias e dar folga aos funcionários, mas o dono não tirou o olho do gado. A sua folia era no escritório. Mesmo coma insistência da família, não quis viajar para aproveitar a folga.

Uma herança que atravessa gerações

Hugo Lima, que toca a empresa juntos com irmãos, gosta de falar do pai. Parece até um menino grande quando recorda as peripécias do velho. Relata tudo com orgulho e diversão. Foi criado dentro da fábrica. Conta que, assim como acontece com todo negócio, a fábrica passou por dificuldades enormes com os diversos planos econômicos que, volta e meia, sacudiam a vida financeira dos brasileiros. “Lembro da inflação de 90% na época do Governo de Sarney. A gente ficava louco, mas meu pai não se abalava. Acreditava muito no que fazia”, relembra. Em 1993, o negócio viveu um momento difícil. A seca assolou a região e acabou com a safra de goiaba. Não se via uma fruta nas árvores. Para não demitir os funcionários, Gerson deu folga coletivas remuneradas a boa parte deles e, dois meses depois, quando os tomates começaram a brotar, chamou todos de volta para começar a produzir a linha de atomatados que hoje responde por boa parte da produção da Tambaú.

“Era um líder nato. Muito Respeitado pelos funcionários e até pelos concorrentes”, garante Hugo. Além do trabalho árduo, uma qualidade que Gerson respeitava era o empreendedorismo. Ele trazia essa característica na alma e sentia prazer em ver isso nos seus empregados. Quando alguém batia na porta do seu escritório para dizê-lo que iria sair da empresa para montar o próprio negócio, o dono não só dava conselhos sobre gestão como ajudava os novos patrões financeiramente. O mesmo tratamento era dado aos concorrentes. Quem quisesse visitar a fábrica para aprender sobre o setor era recebido de portas abertas.

Nos anos 1980, o sonho de muitos funcionários era ter uma bicicleta. Esse também era um desejo de consumo de Gerson quando jovem. Ela alugava a magrela para impressionar as namoradas. Mas não tinha dinheiro suficiente para comprar uma. “Como ele não conseguiu realizar esse sonhou, trazia de São Paulo as bicicletas para os empregados da fábrica e pagava metade do valor do produto. Era um orgulho grande para ele poder proporcionar esse prazer aos funcionários”. O filho conviveu com o pai na empresa durante 10 anos. Em 2000, Gerson faleceu com 63 anos, dois anos depois de ter perdido a filha caçula para o câncer. Mas sua marca está em todos os cantos da fábrica. Das fotografias do escritório ao modelo de gestão adotado. “Aprendi muito com meu pai. Não sou como gerir uma empresa, mas também como ser uma pessoa de caráter”.

Produção - Hoje a Tambaú produz três mil toneladas de alimentos por mês e atende todo o mercado Nordestino e parte do Norte. O próximo passo, que deve ser executado nos próximos cinco anos, é abrir uma unidade em Goiás.

Fonte Folha de PE

09 setembro, 2025

Luiz Straw HRZ brilha no Campeonato Haras Germano, principal evento de QH do Nordeste do Brasil

 


Luiz Straw HRZ vence à luz do dia sob o comando do jóquei Ryan Freitas no
Campeonato de domingo no Haras Germano.


CUSTÓDIA, BRASIL – 9 DE SETEMBRO DE 2025 – Os holofotes do hipismo brasileiro Quarto de Milha se voltaram para Custódia, Pernambuco, no último fim de semana, onde alguns dos melhores cavalos de três anos do país se enfrentaram na terceira edição do Campeonato Haras Germano. O principal evento da região Nordeste gerou uma atmosfera eletrizante e arrecadou mais de R$ 2,5 milhões (US$ 480.769) em arrecadação, um testemunho do rápido crescimento do esporte em todo o Brasil.

A jornada para a final de domingo começou um dia antes, com quatro provas no sábado, 6 de setembro. Treze candidatos se inscreveram, mas apenas o vencedor de cada bateria garantiu vaga na final do campeonato. Os quatro que garantiram a vaga foram Luiz Straw HRZ, Secreta Jess STM, Bueno Fantastic e Máximo Senator HBR.


A ordem de chegada no Campeonato Haras Germano de domingo foi
Luiz Straw HRZ, Secreta Jess STM,
Bueno Fantastic e Máximo Senator HBR.
© Turfeeunapolis



Luiz Straw HRZ se apresentou cedo, conquistando uma vitória expressiva na primeira prova. O potro é filho de Desirio. Ele é filho de Three Times The Toll, de Tres Seis. 

Secreta Jess STM, uma impressionante potranca cinza, venceu a segunda prova. Ela é filha de No Secrets Here, campeão do All American Futurity de 2006 e renomado recordista de pistas. Ela é filha de Miss Jessie Eyelene, do Sr. Jess Perry.

Bueno Fantastic se destacou na terceira tentativa. Ele é filho de Fantastic Corona Jr, filho de Corona Cartel . Ele é filho de Iberica Fly MRL, de Granite Lake.



As conexões vencedoras do Luiz Straw HRZ recebem o troféu do
Campeonato Haras Germano neste domingo.
© Turfeeunapolis

No domingo, 7 de setembro, a expectativa para uma das corridas mais importantes do ano na região aumentou. Embora Máximo Senator tenha registrado o tempo mais rápido nas eliminatórias do dia anterior, os apostadores depositaram sua confiança em Luiz Straw HRZ — e ele cumpriu a promessa.

Partindo bruscamente e terminando forte, o potro disparou para a vitória, parando o cronômetro em 17.305. O desempenho o consagrou como o destaque da temporada de 2025 no Nordeste do Brasil.



O treinador multicampeão “Berg” sorri com o troféu de campeão do
Campeonato Haras Germano.
© Turfeeunapolis

Para o jovem jóquei Ryan Freitas, marcou a repetição do triunfo no Campeonato Haras Germano. Um ano antes, ele pilotou a potranca Potência Lake para a vitória na mesma corrida. Potência Lake ainda detém o recorde de 330 jardas no Haras Germano, com 17,071 s, em uma superfície que não costuma produzir tempos rápidos.

“Luiz sempre foi um tipo diferente de cavalo: muito gentil, fácil de treinar e gentil”, observou seu treinador, o múltiplo campeão Berg da Cunha.

Criado por Rancho Horizonte, Luiz Straw HRZ carrega a marca de um pedigree de qualidade. Seu pai, Desirio, venceu o All American Juvenile de 2004 e o Zia Park Championship de 2006. Sua mãe, a égua Tres Seis, Three Times The Toll, arrecadou US$ 121.525 nas pistas, com destaque para duas vitórias e um terceiro lugar no Ed Burke Million Futurity-G1 de 2009.

Luiz Straw HRZ com seus tratadores após conquistar o troféu do Campeonato Haras Germano no domingo. © Turfeeunapolis
A vitória rendeu a Luiz Straw HRZ o título do Grand Prix Haras Germano e sua bolsa de R$ 330.000 (US$ 63.462). Ele foi adquirido por R$ 90.000 (US$ 17.308) no Leilão Haras Monte Verde de 2024 pelos proprietários Haras HMX & Stud HB — um preço que agora parece uma pechincha.

A ordem de chegada no Campeonato Haras Germano no domingo foi Luiz Straw HRZ, Secreta Jess STM, Bueno Fantastic e Máximo Senator HBR.

As corridas de cavalos Quarto de Milha brasileiros continuam a mostrar força, com prêmios em alta em diversas regiões. No Nordeste, eventos como o Campeonato Haras Germano, organizado pela Capistrano QMC, estão quebrando recordes e atraindo linhagens de garanhões de classe mundial, que são constantemente introduzidos nos programas de criação da região. Essa tendência sinaliza um crescimento constante e um acesso mais amplo à genética de classe mundial.

Crédito: Uma colaboração entre StallioneSearch e Turfeeunapolis

Postagem Originalmente em inglês: CLIQUE AQUI

Jorge Remígio será um dos organizadores do Cariri Cangaço Recife 2025 Oficial



PROGRAMAÇÃO OFICIAL - CARIRI CANGAÇO RECIFE
Pernambuco - Nordeste do Brasil


18 SETEMBRO 25 QUINTA


NOITE SOLENE FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO
ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS
Avenida Rui Barbosa, 1596 - Graças - Recife PE


19h Formação da Mesa Solene de Abertura


RAQUEL TEIXEIRA LYRA LUCENA - Governadora do Estado de Pernambuco
MANOEL SEVERO BARBOSA - Curador Cariri Cangaço
FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO - Pesquisador e escritor
ERIVELTON DE FRANÇA - Presidente da Comissão Organizadora
KAIO MANIÇOBA - Secretário do Turismo e Lazer do estado de Pernambuco
CACAU DE PAULA - Secretária de Cultura de Pernambuco
CEL. IVANILDO CESAR T. DE MEDEIROS- Comandante Geral da Policia Militar
LOURIVAL DE HOLANDA BARROS - Pres. da Academia Pernambucana de Letras
RINALDO CARVALHO BARBOSA - Museu do Estado de Pernambuco
WESCLEY RODRIGUES DUTRA- SBEC Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
ARCHIMEDES MARQUES- Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço
LEONARDO GOMINHO - Academia Brasileira de Estudos do Sertão Nordestino
WASTERLAND FERREIRA - GECAPE Grupo de Estudos do Cangaço de Pernambuco
BISMARCK MARTINS - Presidente do Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço
ANITA PAIXÃO - Presidente do Grupo Sergipano de Estudos do Cangaço


19h20 Hino Nacional

Banda de Música da Polícia Militar de Pernambuco
BANDA DE MUSICA CAPITÃO ZUZINHA


19h15 - Entrada do Estandarte 15 Anos do Cariri Cangaço
Conselheira Cariri Cangaço CÉLIA MARIA PARAHYBANA

20h - Fala das Autoridades

20h30 Entrega da Comenda "Personalidade Eterna do Sertão"

FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO

Entregue pela Conselheira LUMA HOLLANDA

Palavras pelo Homenageado

20h40 - Entrega de Comendas "Mérito Cultural Cariri Cangaço"

MANOEL SEVERO - Curador do Cariri Cangaço


1. RAQUEL TEIXEIRA LYRA LUCENA
Governadora do Estado de Pernambuco

2. PRISCILA KRAUSE BRANCO
Vice-governadora do Estado de Pernambuco

3. KAIO CÉSAR DE MOURA MANIÇOBA NOVAES FERRAZ
Secretário do Turismo e Lazer de Pernambuco

4. MARIA CLÁUDIA DUBEX DE PAULA FIGUEIREDO BATISTA
CACAU DE PAULA - Secretária da Cultura de Pernambuco

5. CIDA PEDROSA
Vereadora, Poeta e Escritora

6. LAMARTINE DE ANDRADE LIMA
Oficial médico da Marinha, professor, pesquisador e escritor

7. MARILOURDES FERRAZ
Jornalista, pesquisadora e escritora

8. MIGUEL MEIRA DE VASCONCELOS
Pesquisador e Editor

9. MARGARIDA DE OLIVEIRA CANTARELLI
Desembargadora, jurista, professora, escritora

10. ANA CELY FERRAZ
Produtora Cultural

11. CAPITÃO ARLINDO ROCHA, in memorian
Edivanete Bione Rocha

Palavras pela representante dos Homenageados

21h - Entrega às Instituições "Mérito Cultural Cariri Cangaço"
MANOEL SEVERO - Curador do Cariri Cangaço


1. PMPE - POLICIA MILITAR DE PERNAMBUCO
Coronel Ivanildo Cesar Torres de Medeiros

2. IAHGP - INSTITUTO ARQUEOLÓGICO HISTORICO GEOGRAFICO PERNAMBUCANO
George Felix Cabral de Sousa

3. CEHM - CENTRO DE ESTUDOS DE HISTORIA MUNICIPAL
Elisabeth Meneses Gomes Silva

4. GECAPE - GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DE PERNAMBUCO
Wasterland Ferreira

5. IHO - INSTITUTO HISTÓRICO DE OLINDA
Severino Vicente da Silva

6. MUSEU DA POLICIA MILITAR DE PERNAMBUCO
1º Sargento Leandro Cleiton Breyner

7. APL - ACADEMIA PERNAMBUCANA DE LETRAS
Lourival de Holanda Barros

8. MEPE - MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Rinaldo Carvalho Barbosa

Palavras pelo representante das Instituições Homenageadas

21h15 - Posse Conselho Cariri Cangaço

Encerramento


19 SETEMBRO 25 SEXTA




MANHÃ


8h MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Avenida Rui Barbosa,960 Graças - Recife PE

Conferências


8h30 DENNIS RICHARD MOCOCK
As Armas do Cangaço

9h15 CLAUDIO AGUIAR
Movimentos Sociais Assistêmicos: O Caso de Caldeirão

10h JOSÉ MARCELO FERREIRA FILHO
O Cangaço e a Questão Ambiental no Semiárido

10h45 EVANDRO DUARTE DE SÁ
A Saga do Cangaceiro Cabeleira

11h30 BISMARCK MARTINS DE OLIVEIRA
Lançamento "Cangaceiros de Antônio Silvino, o "Rifle de ouro" de A a Z


TARDE

14h MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Avenida Rui Barbosa,960 Graças - Recife PE
Conferências e Lançamentos

14h30 SAULO DE TARCIO DUARTE DE LIMA
Lançamento "Memória da Pedra Bonita do Reino"

14h45 MARCOS ROBERTO NUNES
Os Poetas do Alto Pajeú: Itapetim, Berço Imortal da Poesia

15h25 ANA MARIA CÉSAR
Três Homens Chamados João

16h GEORGE FELIX CABRAL DE SOUSA
Pernambuco Libertário

16h40 DIRCEU SALVIANO MARQUES MARROQUIM
1824 - A Confederação do Equador

17h20. JOAQUIM PEREIRA
A Via Crucies de Anayde Beiriz, com base no Processo Judicial

18h FABIANA AGRA
Lançamento "O Sertão em Chamas: Lampião e Prestes em 1926"

NOITE LIVRE

20 SETEMBRO 25 SÁBADO

MANHÃ

8h30 QUARTEL DO DERBY
Comando Geral da Policia Militar de Pernambuco
Rua do Derby, Derby - Recife PE

9h Visita Técnica
MUSEU DA POLICIA MILITAR DE PERNAMBUCO
9h50 Entrega de Comenda Mérito Cultural Cariri Cangaço

1. CORONEL PM MARCUS VINICIUS RIBEIRO DE OLIVEIRA
Chefe da Assessoria de Comunicação Social da PMPE

2. MAJOR PM GABRIELA ALMEIDA FRAZÃO MACIEL
Chefe do Cerimonial da Assessoria de Comunicação Social da PMPE

3. 1º SARGENTO PM LEANDRO CLEITON BRAYNER
Gerente e Historiador do Museu da PMPE

4. 2º SARGENTO PM CÍCERO BATISTA DA SILVA
Curador do Museu da PMPE

5. CABO ANDERSON JOSÉ DA SILVA
Historiador do Museu da PMPE

10h Roda de Conversa no Quartel do Derby
MARILOURDES FERRAZ
Memórias de "O Canto da Acauã"

TARDE

14h MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Avenida Rui Barbosa,960 Graças - Recife PE
Conferências e Lançamento

14h30 LUIZ RUBEN BONFIM
Lançamento: "Lampião: seu perseguidores e o jornalismo desvirtuado 1935"

14h45 IGOR CARDOSO
A Hecatombe de Garanhuns

15h30 TEN. CEL. ALESSANDRO LOPES BEZERRA
Comandante do BEPI- PMPE - Batalhão Especializado de Polícia do Interior
"A História do BEPI e a Importância das Técnicas de Rastreamento em Ações no Bioma Caatinga"


16h10 ANDRÉ CARNEIRO DE ALBUQUERQUE
Conferência e Lançamento
"Os Capitães do Fim do Mundo"

16h50 ERIVELTON DE FRANÇA & DIANA RODRIGUES
Padre Ibiapina, o Apóstolo de Sertão

NOITE

18h MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Avenida Rui Barbosa,960 Graças - Recife PE
18h15 Grande Lançamento

FREDERICO PERNAMBUCANO DE MELLO
LANÇAMENTO NOVA EDIÇÃO
" Benjamin Abrahão: Entre Padre Cícero e Lampião "
CEPE - Companhia Editora de Pernambuco

Encerramento

21 SETEMBRO 25 DOMINGO

MANHÃ

8h Saída para Roteiro Histórico pelas Ruas do Recife
Concentração no Instituto Arqueológico Histórico Geográfico Pernambucano
Teatro do Parque
Casa de Clarice Lispector
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Boa Vista
Sobrado de Joaquim Nabuco
Ponte de Ferro
Confeitaria Glória
Casa de Detenção - Casa da Cultura
Cais do Sertão

Encerramento

Comissão Organizadora

Presidente: ERIVELTON DE FRANÇA
Vice: ANA GLEIDE LEAL
Membros:
JOAQUIM PEREIRA
LUMA HOLLANDA
JOSÉ AILTON MATTOS
JORGE REMÍGIO
ANINHA FERRAZ
TAILENE NOGUEIRA BARROS



08 setembro, 2025

7 de Setembro! Dia da Independência do Brasil! (Lindinalva Almeida)




Esta data é um marco fundamental na história do país, que lembra sempre ao povo a importância da conquista da nossa soberania. 

O grito de independência ou morte, dado em 1822, ecoa até hoje nas nossas mentes e nos nossos corações, num entendimento de defesa e amor à nossa Pátria. Esta frase reafirma ainda a certeza de que o Brasil deu um passo decisivo rumo à autonomia, proclamando sua independência do domínio de Portugal

Brasil, Terra adorada!

Entre outras mil, és tu, Brasil, oh Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! 

O Brasil é um país democrático. A democracia significa literalmente "poder que emana do povo". Um sistema de governo onde a soberania norteia cada cidadão que nasceu nas terras de Santa Cruz! 

Vivemos numa democracia presidencialista, com três poderes distintos: Executivo, Legislativo e Judiciário, onde as leis são cumpridas conforme a  Constituição Federal. 

O Brasil é soberano. Afinal, o que é soberania? O conceito de soberania é dinâmico e em constante evolução, que precisa ser constantemente defendido e reafirmado. Destaca-se a autonomia e independência. A Soberania Nacional implica na certeza de que o Estado tem o poder de tomar suas decisões políticas, econômicas e sociais sem pressão ou controle de outras nações.

A soberania se manifesta sobre o território do país, sua população e o governo estabelecido. O poder soberano de um estado deve ser exercido de acordo com lei e a Constituição, garantido a legitimidade do governo e de suas ações.   

E nesta semana de brasilidade, procuremos fazer uma reflexão sobre a nossa soberania. Eu já fiz a minha: Pergunto: Como um brasileiro é capaz de conspirar contra o Brasil? Como tem a coragem de ir na contramão do seu país? E aí, fico pensando: Não poderia ser diferente. Essa pessoa, filho do ex-presidente Bolsonaro, faz parte da própria súcia de Bolsonaro. Bando de irracionais que usam a máquina pública em benéfico próprio! Nunca fizeram um projeto que beneficiasse os menos favorecidos.

Bolsonaro, Eduardo, Flávio, Carlos, Renan e Michele precisam ter em conta que "a história não traí, não esquece, não perdoa".

O Brasil está sendo penalizado por ideologia da parte de Eduardo, Deputado da República. Imaginem: diante de tudo isso, ainda recebe salário integral. E com a cara e astúcia de mal caráter, ele e seu amigo Paulo Figueiredo, querem dar mais um golpe. Pedem a Trump que taxe o Brasil com taxas fora da realidade do mercado internacional. Trump está querendo um "toma lá dá cá”, com o intuito de se beneficiar das riquezas do Brasil.

Não satisfeitos, os lambe-botas de Trump pedem uma punição para o Ministro Alexandre de Moraes, acreditando que o Supremo iria recuar da condenação de Bolsonaro por seus crimes, sendo o mais grave deles a tentativa de Golpe de Estado em Oito de Janeiro de 2023. A Lei Magnitsk foi aplicada ao ministro num contexto totalmente fora da sua originalidade e aplicabilidade.

Acredito que quem está  acompanhando essa desagradável situação já percebeu que o mentor de todas essas armações tem uma pitada do veneno de  Bolsonaro. Quem lembra da sua trajetória no Exército Brasileiro? A raiva canina dessas pessoas impediram por um tempo o começo dos trabalhos da Câmara e do Senado. Seres abjetos, com suas exceções, que bloquearam a passagem do Presidente da Câmara e do Senado que iam recomeçar os trabalhos após a volta do recesso parlamentar, mês passado, se apossando da cadeira do Presidente Hugo Mota e atrapalhando também o início dos trabalhos do Senado. Foi assustador! Gritos, zombarias, desrespeito e molecagem dentro das casas parlamentares onde "trabalham”. Tudo isso se deu aos olhos atentos de uma Imprensa que registrou tudo para a posteridade. E de eleitores incrédulos e assustados pela violência de uma classe que se diz representante do povo que os legitimou. Vergonha nacional! Esse fato tem uma narrativa um tanto quanto capiciosa: Pressionar pelo Impeachment do Ministério Alexandre de Moraes e a ANISTIA de Bolsonaro e seus comparsas. É uma vergonha! Estou com vergonha alheia! 

Esse cidadão e seus filhos golpeam com a nossa  Democracia. Não aceitaram os resultados das Eleições de 2022, apesar de que esse foi o mesmo processo que os legitimou deputado e senador. Nem pai nem filhos nunca apresentaram projetos em prol do povo brasileiro, muito menos dos desfavorecidos.

"DEUS, PÁTRIA e FAMÍLIA".

Eles falam de Deus sem testemunhar as suas ações; falam da Pátria sem esboçar nenhum sentimento de amor; falam da família como se dessem bons exemplos e se tivessem ensinado os princípios fundamentais da família. Que ensinamentos foram esses? Que os filhos não tem respeito e que trabalham contra o Brasil. 

Essa família nunca cantou o Hino Nacional. Se eles tivessem cantado jamais ousaria manchar o verde e amarelo. Usurpadores da Bandeira Nacional!

Essa Bandeira não é e nunca será de quem conspirou contra seu próprio país. Golpista não tem bandeira. A nossa Bandeira representa luta, coragem, fé e amor pelo símbolo que é a nossa identidade.

Parabéns para o Brasil, Parabéns para o povo brasileiro! 

Parabéns para os nossos símbolos que resistiram às intempéries do tempo. Muita luz para o meu Brasil!


És livre pelo esforço de teus filhos, que te adoram e te amam com fervor.


Lindinalva Almeida (Nenê)
Escritora.
Custódia, setembro 2025.