Marcos, partiste para ficar juntinho dos teus familiares, seus pais, Chico Eugênio e Maria Eugênio além de seus irmãos Janoca, Nilson, Márcia e Alceu.
A vida é de uma magnitude que nos encanta e nos engana. Nós nos iludimos com a firme convicção de que somos donos dessa maravilha que é vida. E, com certeza, não somos. Criar subterfúgios para evitar o encontro com a morte é impossível.
Ela encontra e leva embora pessoas que são especiais e que amamos, deixando para traz tudo que se construiu: Sonhos, planos, projetos já não têm mais importância.
Neste domingo, trinta de junho, fui a missa como de costume. Estava concentrada em oração e aguardando a celebração começar, quando meu celular tocou. Atendi e para minha surpresa a amiga Lúcia Góis me comunicou o falecimento do nosso querido amigo, Marcos Eugênio. Ela me pediu que avisasse a toda família Pinto Simões e a Leônia, repassasse o endereço do velório. Senti um misto de tristeza e aí chorei baixinho. Ao mesmo tempo, outro sentimento invadiu meu coração, numa paz que parecia que eu tinha voltado aos anos da minha infância e adolescência. A mente reprisou em detalhes a bonita amizade das nossas famílias.
Acredito que a Rua da Várzea à época foi "territorizada" pela criançada e ainda poderia ter recebido o título de "Crianças Varzenses".
Na história desse espaço que vivíamos, as nossas famílias tinham uma conexão e uma empatia, o que justificava a participação mútua em momentos de dificuldades e de alegrias.
As brincadeiras eram convidativas e acolhedoras para crianças que vinham de outras ruas para brincar. As brincadeiras eram de se esbaldar nas noites de lua cheia, cujo brilho nos acompanhava por longas e divertidas horas.
Quando não tinha lua, as brincadeiras duravam só até a luz piscar três vezes, dando sinal que ia apagar. Nessa época, a eletricidade era suprida por um gerador que era instalado também na Rua da Várzea e garantia iluminação até às 22h.
"As lembranças são pétalas que nunca murcham no terreno fértil da memória".
A Rua da Várzea foi palco das mais sinceras e ingênuas brincadeiras de meninos e meninas.
Brincávamos de amarelinha, carrinho de rolimã, feitos por meu irmão, Nano.
Ainda brincávamos de pião, pipa, passa anel, de roda, esconde-esconde e de bola, que sempre foi e é um dos brinquedos mais atrativos da criançada.
Muito, mas muito diferente de hoje, os brinquedos não eram tão complexos. As crianças atualmente brincam com tecnologia com tanta propriedade que nos surpreende.
A nossa convivência de vizinho/irmão era harmoniosa. Senti saudades boas daquela época e lembrei de uma infância e de uma adolescência que marcou a sua vida, Marcos, e também dos seus irmãos. Da mesma forma, ficou registrada na vida dos meus três irmãos Azinha, Nano, Lucinha e Luciene. Meus outros irmãos eram pequenos: Lélia, Leonildo, Leônia e Hugo. Esse exemplo de amizade sincera merece ser seguido como exemplo pelos dois ciclos, infância e adolescência, bem vividos.
Somando a tantas recordações, lembrei dos nossos pais Sr. Chico e madrinha Maria, Mestre Lunga (papai) e Lindalva (mamãe), além dos queridos vizinhos que faziam parte da roda de histórias e estórias bem contadas. As conversas se prolongavam até tarde da noite.
"As memórias são a herança preciosa dos que se foram".
E num instante, volto meu olhar para a porta central da Matriz de São José e vi o turíbulo soltando a fumaça que subia aos céus, levando as preces feitas pelos paroquianos e por mim, que pedi a misericórdia de Deus para que volvesse seu olhar sobre nosso amigo, Marcos Eugênio em sua ida rumo à Casa Celestial. E que esse brilho contemple seu irmão Pedro Eugênio, sua esposa, seus filhos, sobrinhos e familiares que aqui ficaram.
Descansa em paz, Marcos!
Abraços de paz a todos enlutados.
Família Pinto Simões.
Custódia, julho, 2024.
Lindinalva (Nenê).
Família lembrada e querida ,vivida na minha Infância, Jesus o Guie na Eternidade!!
ResponderExcluirEdinha