Filho de Cazuzinha Góes e Belizarina Amaral Góes, Odilon nasceu na cidade de Custódia, sertão de Pernambuco, no dia 14 de março de 1906. De uma família de 7 filhos, eram seus irmãos: Demóstenes (casado com Maria Emília, irmã de Guardiato Veras), Lodônio (casado com Quitéria), Antônio (casado com Laudicéia), José (casado com Severina Morais), Maria (Nininha) e Marieta do Amaral Góes (casada com Aristeu Campos Góes).
A família residia no sítio Serra da Colônia, Carnaíba, onde não existia escola, motivo pelo qual Odilon começou seus estudos com a idade de 9 anos, quando deixou a família e foi morar em Custódia na casa dos padrinhos de batismo. Naquela casa, procurou se dedicar aos estudos, pois seu maior sonho era aprender a ler. No entanto, o horário das aulas era somado ao trabalho na roça com o plantio de feijão, milho, limpa da terra e cuidados com o gado. À noite, muito cansado, já não tinha disposição para as tarefas escolares. Como era de se esperar, seu corpo frágil e em formação não suportou essa carga de atividades. Assim, após três anos fora de casa, pediu aos pais autorização para retornar, no que foi atendido.
Aos 12 anos, já em Afogados da Ingazeira, voltou a estudar. Os pais continuaram na Serra da Colônia onde Odilon os visitava semanalmente. Nessa época Odilon Góes começou a trabalhar na loja de Secos & Molhados de dona Maroca, mãe de Cazuzinha e Liliza Travassos. Depois, já com 19 anos foi trabalhar na loja de Guardiato de Moraes Veras, onde permaneceu por muitos anos, até conseguir sua aposentadoria.
O seu matrimônio com Maria de Lourdes Freire Nascimento (Lurdes Góes) foi realizado em 5 de dezembro de 1935, em Ibitiranga (antiga Boa Vista), na casa de Cirilo José do Nascimento e Leontina Freire de Oliveira, pais da noiva. O Padre João Amâncio foi o celebrante. A festa do seu casamento durou três dias, com muita comida (foi abatido um boi) e animação da banda musical de Afogados da Ingazeira. Jaime Gomes Travassos e Antônio Mariano Silvestre (Antônio Dondon) foram os coroinhas. Quando se casou, Odilon Góes já trabalhava na loja de seu Guardiato Veras. O casal teve sete filhos: Jeanete, José Humberto (falecido), Terezinha (falecida), Maria Lúcia, Magdala, Carmem Lúcia e Marluce Freire Góes.
Odilon Góes trabalhou 36 anos, até abril de 1960. Após a aposentadoria, passou a explorar um pequeno comércio de tecidos até quando se sentiu disposto. Algum tempo depois, devido ao peso da idade, abandonou o comércio, passando a ocupar o tempo com o seu sítio, nas proximidades da cidade, como forma de lazer.
Fumava com frequência e gostava muito de ler, especialmente jornais, além de conservar o hábito de ouvir rádio. Em tempos outros, a sala de sua casa ficava cheia de gente: eram os vizinhos que queriam ouvir o Repórter Esso, noticiário jornalístico de grande sucesso até os anos 60.
Homem católico, muito correto e de poucas palavras, dizia aos amigos que a fortuna que iria deixar para os filhos se traduzia no exemplo do seu proceder. Acometido de um enfisema pulmonar, passou quase dez anos adoentado, até que, em decorrência de um AVC, faleceu numa quinta-feira, 29 de março de 1990, aos 84 anos de idade, em sua residência na Praça Padre Carlos Cottart, 22, em Afogados da Ingazeira. Seu sepultamento foi realizado no Cemitério São Judas Tadeu.
[Por Milton Oliveira, com enxertos de Fernando Pires, do site Afogados da Ingazeira Ontem & Hoje]
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