31 agosto, 2022

Os cabarés de Custódia

Ronaldo Silva
Setembro/2022
Arcoverde-PE


Os cabarés de Custódia nas décadas de 70 e 80, que eu vivenciei eram 2: um situado no Beco do Mijo, no centro da cidade; e o outro na Rua da Remela.

Todos os jovens, naquela época, para serem considerados homens de verdade, tinham que perder a virgindade com uma profissional do sexo, em um cabaré.

Geralmente, esse jovem era levado ao cabaré, para quebrar o cabresto, pelo próprio pai, ou por algum amigo. E era uma novela para o jovem ir...

Depois que tinha a primeira relação, os amigos diziam: Agora vc virou homem com H maiúsculo!!!

A Rua da Remela, era onde se localiza hoje, a Rua Major Esperidião de Sá. Na parte alta da cidade. Lá abria às 10 da noite, para ninguém saber quem ia, senão era mal visto pela sociedade conservadora da época.

Às principais meretrizes, eram: Dita, Quilara, Miguita, Aderita e Chica.

Após a primeira vez com uma meretrizes, o jovem ainda tinha que passar pelo teste do cordão. Quem fazia o teste, para ver se o rapaz continuava donzelo ou não, era Severino do Rádio, ex-vereador de Custódia, em sua oficina.

Severino pegava um cordão, colocava na boca do rapaz, fazia uma medição, e o cordão tinha que passar por cima da cabeça do rapaz, e descer até o pescoço, se descesse, o rapaz não era mais donzelo, e era aplaudido por todos os presentes!

Mas, se não passasse neste teste público, o jovem era vaiado, e a algazarra era geral!!! Quem não passasse no teste, ficava vermelho de vergonha por ainda ser considerado donzelo. Ainda havia os que pegavam  alguma doença venérea, na época, tinha orgulho de dizer que pegou num cabaré.

Recordo que certa vez, uma meretriz me disse: "é meu filho, às moças não estão deixando a gente ganhar mais dinheiro não!!"

Era o início do final dos cabarés em Custódia. Foi uma bela época que eu vivenciei!

A mulher tinha que casar virgem, senão era um escândalo na cidade!!

O homem, não.

Muitas coisas mudaram daquela época para cá!!

Pedala Custódia apresenta nova logomarca

 


Um novo ciclo, uma nova marca, um novo olhar. Seis anos se passaram desde a criação do Pedala Custódia e não somos mais os mesmos, nos transformamos, evoluímos. É com muito prazer e orgulho que apresentamos a nossa nova marca.

Numa visão macro, o desenho apresenta a reunião de várias pessoas em conexão umas com as outras, alinhando a marca ao objeto maior do grupo: reunir pessoas e proporcionar experiências imersivas, eficientes e com sentido, em contextos humanos e saudáveis.

Deixamos também mais evidente a forma de escrever o nome do grupo, porém com o composto mais bem definido.

As marcas têm muito poder, esperamos que nessa nova estrutura geométrica possamos comunicar a essência do nosso grupo e do nosso propósito!

O grupo Pedala Custódia agradece em nome de Dra. Francisca Melo e Dr. Hugo Gonçalves ao departamento de Marketing da Tambaú Alimentos que desenvolveu nossa nova marca.

Quem lembra "O Casarão"

 


Foto: Acervo Familiar
Claudete e Lourival Nunes


Um dos lugares mais badalados em Custódia no final da década de 70 que se prolongou para metade da década de 80, era localizado na Rua Luiz Epaminondas, no centro da cidade, de propriedade de Lourival NunesO Casarão.

Era um prédio enorme. Antes funcionava apenas como bar, o balcão era situado na parte de trás, deixando assim o local com muito espaço disponível, porém pouco utilizado. Como na cidade não dispunha de um local para dançar, que não fosse o CLRC, Lourival em conversa com clientes e amigos, gostou da indicação de abrir uma discoteca no local, já que era uma febre mundial a disco music.

Na televisão a novela da época era Dancing Days e no cinema o sucesso era o filme "Os embalos de sábado a noite" de 1977. Era comum músicas de artistas como Tina Charles, Gloria Gaynor, Roberta Flack, Bonny B., Village People entre outros sucessos da época.

Abria suas portas geralmente às 18h.  Tinha uma decoração feita a base de esteiras confeccionados com palha da bananeira.
Luzes coloridas e luzes negras.

As transmissões de TV começaram a funcionar bem em 1977 em Custódia. Foi colocado no local uma TV, onde os clientes iam ao bar para assistir a novela Dancing Days, e quando acabava, começava a discoteca no local, com todos já no clima.

Um dos primeiros clientes que chegava ao local era o sr. Joventino Feitosa. Foi durante muito tempo o espaço predileto da juventude daquela época.

No caminho para o banheiro, na parte de trás, tinha um macaco Sonhim, animal esse que, me deixou uma singela recordação, fui mexer com ele e terminei levando uma mordida. Resultado: 21 injeções na barriga.

Por Paulo Peterson

Colaboraram Flávia Epaminondas, Jorge Remígio, José Melo, Claudete e Lourival Nunes.

30 agosto, 2022

Nomes nada armoriais


Casal de origem sertaneja buscou outros idiomas para batizar os filhos que hoje vivem no Recife e aprovam os estrangeirismos

Ariano Suassuna ficará de cabelo em pé. Primeiro, Jessé mudou o próprio nome. Com apenas 17 anos, em 1953, ele foi ao cartório de Custódia, lá no Sertão do Moxotó, e passou a se chamar Washington, em homenagem ao sobrenome de George, aquele ex-presidente considerado "pai" dos Estados Unidos. Depois, achando pouco a mudança, o sertanejo teve um insight. Batizou os nove filhos com nomes de origem hebraica, inglesa, francesa e germânica. Achava arretado. Era uma homenagem aos países que sonhava conhecer. Coisa que Ariano jamais aprovaria, por ser contrário a estrangeirismos e defensor radical da cultura brasileira. Mas Washington não conheceu Ariano. E se tivesse conhecido, talvez não mudasse de idéia. Um rapaz que mudou o próprio nome porque o achava feio não se convenceria facilmente. Washington poderia até ter conversado com Ariano, ou quem sabe arengado. Mas cada um com seu teatro da vida, como deve ser.

Admirador de idiomas estrangeiros, o rapaz que nunca foi à escola e aprendeu a ler de forma autodidata, conquistou o coração de Maria Eunizete dos Santos pela lábia e inteligência. Embora fosse negro e a família da amada não aprovasse o casamento, ela nunca levou em conta a opinião dos outros. Esse tal de preconceito, para Maria Eunizete, era ultrapassado desde aquela época. O love pelo rapaz atraente e cheio das idéias era maior. Prometia um happy end. Uma vida que ela sempre sonhou. Washington casado com Maria. Até que combinava. Seriam virados no mói de coentro.

Não demorou muito e os dois fugiram avexados do Sertão e vieram morar na capital. E assim, no início da década de 1960, vieram os filhos. Quase dois dream team de basquetebol. Foram nove, ao todo. Chamam-se Ellen Angelly, 48 anos, Washington Júnior, 46, Grace Ellen, 44, Charles Wellington, 43, Joan Ellen, 42, Jane Grace, 42, Clavidia Pola, 40, Jean Paul, 39 anos, Any Karen, 36. Os nomes foram escolhidos pelo pai, à exceção de Charles. E eles fizeram fama.

Desde pequenos, os garotos ficaram conhecidos pelos nomes. Na rua, no bairro, na escola. Agora, eles estão grandes. Adultos. Já se despediram do pai tão especial, que faleceu em 27 de fevereiro de 1998. Mas têm orgulho dos nomes, do passado. Nunca tiveram pantim. Nenhum deles sabe a origem e o significado dos nomes, nem contar porque o pai fez estas escolhas. Mas Clavidia Pola explica que nem tudo precisa de explicação. E ela tem autoridade para isso. Pola foi a que mais sofreu com o nome. Nas chamadas da classe, era um deus nos acuda. Eita nome difícil do créu. As pessoas só queriam chamá-la de Cláudia. Very difficult!

"Um dia, eu fui fazer exame de vista e o médico disse que meu nome estava escrito errado, que eu deveria mudar. Ele insistiu e eu dizia que não (risos). Depois, quando eu fui ver, o nome dele era Dídimo. Eu deveria ter dito que ele mudasse de nome também", brincou Pola para, em seguida, acrescentar. "Tenho orgulho do meu nome. Meu pai um dia me chamou e disse: 'Clavidia, você tem que se acostumar com seu nome. Ele não esta errado. É Clavidia mesmo'. Daí, nunca mais eu fiquei chateada", relatou a moça, que disse ter se invocado com a insistência do oftalmologista. "Acho que meu nome é uma mistura de russo com austríaco", acrescentou, sem saber ao certo.

Segundo dona Eunizete, hoje com 72 anos, os nomes escolhidos pelo marido foram fonte de inspiração. Very beautiful. Washington era sempre tampa de Crush. "O nome de Charles Wellington fui eu quem escolhi, mas eu fui na mesma linha do meu marido. Ele gostava tanto de idiomas estrangeiros e olhe que nunca freqüentou escola. Aprendeu a ler na Bíblia, sozinho", lembrou a mulher, com orgulho. "Eu conheci ele desde novinho. Mas, para mim, ele não existia. Um dia, eu percebi que ele era muito inteligente e pedi para me ajudar nos assuntos da igreja. Me apaixonei. Em 1958, fugimos para o Recife e nos casamos", contou Maria Eunizete, com o sorriso nos lábios.

De pai para neto - Jane Grace conta que todos da família acham massa os nomes estrangeiros. Costume passado para outras gerações. Osnetos também têm nomes, digamos assim, diferentes. Os filhos de Charles chamam-se Charles Washington e Leyre Ellen. A filha Ellen Angelly chama-se de Mary Ellen. Joan, por sua vez, botou o nome da filha de Eny Kelly. E isto é só. For now. 

Matéria publicada no Diário de PE (2008)

Hugo Simões - Biografia e discografia


Só talento não basta!

De origem latina, a palavra talentu em sua essência significa balança, peso. Já foi moeda em Roma e na Grécia Antiga é citada nas parábolas de Cristo. No dicionário corporativo, a palavra talento logo nos lembra alguém com grande inteligência, extremamente hábil ou com alguma aptidão notável. O dom é um talento nato, mas nem todo talento é um dom.

Hugo Vicente Pinto Simões nasceu em Custódia – PE em 12/09/1967, filho de Mestre Lunga e Dona Lindalva, é o caçula de uma família de nove filhos, seus irmãos: Linalva, Floriano, Lindinalva, Lucidalva, Luciene, Lélia, Leônia e Leonildo. É casado com Josete, pai de Layza e Higor. Apesar de ter concluído apenas o primeiro grau, é um gênio na arte, na música, na engenharia mecânica, com várias criações e projetos de maquinários industriais, comerciais e residenciais, entre estes, criou um sistema de segurança eletrônica para comércio e residências. Lembro-me de uma vez que papai recebeu uma máquina da marca Singer, modelo recém-lançado, para consertar. Receoso de “mexer” na máquina, por desconhecer suas especificações técnicas, ia devolvê-la, quando Hugo, ainda criança, chegou na oficina e vendo a tal máquina, aproveitou a ausência do “Mestre Lunga”, desmontou peça por peça, espalhando parafusos e porcas por todo lado.





Quando papai viu aquela cena, ficou estarrecido e preocupado, dizendo-lhe: “Hugo, como você vai montar isso de novo? Meu filho, você quebrou a máquina da mulher!” Adamastor que chegava na hora, não agüentou e caiu na gargalhada, vendo a cara “aperriada” de papai e o jeito maroto de Hugo que dizia: “deixe comigo”. E não é que ele conseguiu remontar peça por peça. E o que é melhor, fazê-la funcionar, para espanto de todos, alegria do próprio e orgulho de papai. O talento desse jovem sonhador também está na música. Compõe, canta e toca. Na infância, aprendeu a tocar violão com um instrumento feito por papai. Sentava na calçada e cantava mesmo sem saber a letra de uma música que dizia mais ou menos assim; “por que já a chuva terminou o céu agora está azul para nós dois”. Hoje, tem três CD’s lançados. O primeiro, com letras e músicas de sua autoria.



O segundo e o terceiro, regravação de vários cantores de sucesso. Convém ressaltar que nossa terra tem muita gente boa, de talento ou alguns talentos, mas esses precisam ser descobertos e, principalmente, desenvolvidos. Hugo, é um desses grandes talentos de nossa terra, porém, ainda precisa ser descoberto para ser valorizado. Quando existem estímulos, os resultados positivos são conseqüências decorrentes de muitos talentos.

Por Leônia em 18/08/2008

Conheça o Bisaco do Cordel


 

O Bisaco do Cordel, se auto intitula a "A Casa da Cultura Brasileira, onde o artista tem vez e voz". Pois bem, sua página no Facebook vem aumentando diariamente seu público, levando diariamente conteúdos digitais sob comando do poeta cordelista Marcos Silva, diretamente de São Paulo. 

Contatos:

(11) 98245-6202
marcosas74@gmail.com
https://www.facebook.com/Marcossilvapoesia

28 agosto, 2022

Praça Padre Leão na década de 90


Uma foto para recordar, Praça Padre Leão em sua última versão antes do modelo atual reformado em 2008. Com fonte Luminosa, dividida em duas, e com algarobas. Ao redor dela hoje já não existe mais alguns locais, como a Quadra do CLRC. A rua Joaquim Tenório não tinha toda a extensão atual.

Quais lembranças você tem dessa época?

A Felicidade na simplicidade.



Wallace Bispo
Agosto/2022
Custódia-PE



Voltando no tempo, lembrei-me que a felicidade não está na casa com energia elétrica e TV à cores.

Lembrei também que podemos ser felizes sem a tecnologia do celular e sem a intensidade das redes sociais.

Lembrei que a felicidade não está nas etiquetas das grandes marcas.

Percebi que podemos ser felizes andando à pé e pegando carona na simplicidade das coisas.

Ostentar, era uma palavra que não existia. Talvez, fosse o velho "amostramento", quando alguém exibia uma caixa de lápis de cor da Faber-Castell com 12 unidades.

Galã, era aquele amigo que era escolhido várias vezes na "brincadeira do poço".

Diversão, era brincar de roda, esconde esconde, apelidar e ser apelidado, sem se preocupar com bullying ou preconceito, pois brincávamos todo mundo misturado, meninos e meninas.

O respeito era um costume e não uma obrigação. Pedíamos a bênção à todos os idosos que encontrávamos e não dormíamos sem sermos abençoados pelos os nossos pais.

Conciliávamos tudo. Trabalho, escola e diversão e nem por isso fomos escravos ou perdemos a nossa infância.

Hoje, somos adultos saudosos e cheios de histórias para contar do tempo em que éramos felizes com tudo que nos faltava e com o pouco que tínhamos.

Wallace.



27 agosto, 2022

Gafe durante Jecana - por José Melo


Nosso colaborador assíduo Zé Melo, foi um dos primeiros comunicadores de rádio do município, teve programa de rádio de 1989 a 1992 em Serra Talhada, na Rádio A Voz do Sertão e na Líder FM, com programa informativo da Prefeitura local, com uma hora de duração, produzido e criado pelo próprio, com auxilio de Zé Honório.

Fez locuções nos principais eventos ocorridos em Custódia entre 1966 – 1996, como todo comunicador, cometeu inúmeras gafes ao vivo.

A mais famosa ocorreu aqui, durante as festas de cinquentenário da cidade em 1978, na JECANA( corrida de Jumentos).

Ao final da corrida, pediu aos presentes: “Atenção minha gente vamos receber o vencedor! afastem um pouco.”

Nisso formou-se uma roda, mas como tinha muita gente, ele, naquele calor escaldante, doido pra encerrar a cerimônia, apelou:

“Abra a roda! Abra a roda pro jumento entrar!!!“

[Edmar Sales] Uma ideia para a velha ponte de Custódia


"Amigos Custodienses, uma OBRA URBANA, tem que ter grande importância para uma cidade, seja um ponto Cultural, turístico, tem que ter objetivo, eficiência, com beleza e estética, deveras ser referência no município, impactar, impressionar, ter caráter explosivo.


Uma OBRA notável; a cidade tem e sente orgulho de sua arquitetura...

PROJETAR é um grande desafio, aos Artistas, Projetistas, Técnicos, Arquitetos e Engenheiros Civil; pois a criação deve ser surpreendente, ainda mais nos nossos dias (Contemporâneo); que tenha inclusive uma LINGUAGEM GLOBAL, BRASILEIRA e PRÓPRIA.


Sobre esta antiga PONTE de Custódia, em suas reformas, como já algumas foram realizadas; sim; realizadas sem criatividade alguma; as passarelas tem um gradiado em concreto muito arcaico, sem beleza, não atraente. Portanto criei e optei por um desenho em arcos e traços sinuosos, com estrutura em concreto armado, ferros cruzados na proteção a vista.



A Criatividade em projeto é de suma importância, adicionada a conhecimentos artísticos ( ARTE ) e técnicos; isto tem de ser nato e a obtenção de saberes, conhecimentos.

Estas são imagens renderizadas do desenho 3D ( criativo e técnico ).



EU EDMAR SALES ( DESIGNER GRÁFICO, ARTÍSTA PLÁSTICO, ILUSTRADOR, PINTOR, DESENHISTA TÉCNICO E ARTÍSTICO, PROJETISTA TÉCNICO, TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES E ESTUDANTE DE ENGENHARIA CIVIL), vejo que nossa cidade poderia ter monumentos impactantes.

Vistas da PROJEÇÃO (modelo criativo) da VELHA PONTE de Custódia.

Amigos de Custódia, contemplem essas imagens de minha autoria".

EDMAR SALES - 2015
Facebook

Zé Biá na Festa do Folclore em 1975



Foto enviada por Jussara Burgos, durante Festa do Folclore em 1975, nela constam José Olavo, Marise Fernandes e o mestre Zé Biá. O registro foi feito na frente do antigo Parque Infantil Ernesto Queiroz.

25 agosto, 2022

Família do Major Rezende recebe Medalha de Maior Honraria da PMPE


Nesta quinta-feira 25 de agosto, em Recife, o Comando Militar do Nordeste (CMNE) realizou cerimônia comemorativa ao Dia do Soldado. A data faz referência ao dia do nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, exemplo de militar, Patrono do Exército Brasileiro.

O Comandante Militar do Nordeste, General de Exército Richard, presidiu a formatura, que contou com representações de tropas das Organizações Militares que compõem a Guarnição do Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Na ocasião, foram concedidas condecorações a personalidades com relevantes serviços prestados ao Exército Brasileiro, colaborando para reforçar os laços institucionais.


Na ocasião, a família do Major da Polícia Militar de Pernambuco, Glaúcio Rodrigues Rafael de Rezende, recebeu a Medalha de Maior Honraria da PMPE.

É um reconhecimento justo a esses homens e mulheres que, no dia a dia, enfrentam adversidades, mas superam qualquer desafio para bem servir ao povo pernambucano. Neste dia, reconhecemos e agradecemos a esses e outras personalidades que, no âmbito de suas atividades, também travam suas batalhas em apoio à segurança pública, tal qual um soldado”, disse o secretário de Defesa Social Humberto Freire.



Fotos cedidas gentilmente pela esposa Valéria Moura.

82 anos de Nilda de Izaías

Arquivo Familiar


Em 26 de agosto de 1940, nascia a 13° filha do casal; Izaias de Queiroz Amaral e Francisca de Siqueira Campos (Dona Feinha).

Ela é a caçulinha da casa.

Segundo relatos dos meus tios e amigos,  ela era uma  
menina mimada, destemida, peralta e muito astuciosa.

Essa garota dava "nó em pingo d'água"!

Foi uma criança que brincou muito e  "aprontava" todas; nas imediações da Praça Padre Leão.

Dentre inúmeras travessuras, quero destacar algumas:

Essa abençoada cortava as orelhas e os rabos dos cavalinhos do Carrossel de João Preto; Apagava o candeeiro das barracas de doces e salgados, nas noites de festas, (após comprar...)e para não pagar o lanche, apagava a chama acesa que iluminava...

Até na igreja ela não ficava quieta... enquanto  as fiéis estavam orando de joelhos, simplesmente,  ela unia as saias, ou vestidos,  com alfinetes... e ao levantarem... era um Deus nos acuda! Estavam com as roupas enganchadas pelos alfinetes.

E tem mais: ela  fez até o casamento de Maria das Cabras!

E para tal,  contratou até um "Tocador"... ela realmente era extra  em suas peraltices. E depois de tudo isso... os incomodados iam prestar  queixas ao pai Izaias, pois  precisavam serem ressarcidos  dos prejuízos causados pela "Arrupiada", como era carinhosamente chamada pelo seu tão amado pai.

De quem falo?

Da mulher guerreira, dona de uma prole de 4 filhas, 1 afilhada (mais que filha) ...
12 netos e 23 bisnetos.

Sabe quem é ELA?

É minha MAMÃE!

Com ela aprendi que    devemos  dizer:
Sim ou Não!

Com ela aprendi valorizar os mais fracos e oprimidos.

Com ela aprendi a não me apegar a bens materiais, porém, se puder,  usufruir do melhor.
Nos ensinou que tudo tem que ser feito, dentro de nossas "posses".

Com ela aprendi que o nosso Deus é o Deus da provisão e que não desampara os seus...

Nilda Campos de Queiroz Almeida,  orgulhosamente,  MAMÃE!

És um ser humano de um coração enorme,  praticantes a caridade, de acordo com os seus princípios.

Falar de minha mãe me dá prazer, pois ela é minha referência,  meu orgulho e, hoje, uma das  minhas razões de viver.


Minha qualificação é:
nada mais, nada menos do que: ROGÉRIA DE NILDA.

Hoje é dia de seus 82 Anos.

Sei que sua trajetória de vida não foi nada fácil.
És dona de uma vida pregressa sofrida, com marcos muito tristes.
Hoje, não tens mais lucidez, porém, não poderia ser diferente, diante de tantas histórias trágicas por ti, por nós,  vividas.

Sei que Deus te deu um fardo pesado, mas Ele te ajudou a carregá-lo.
Foi através da ajuda Divina, que com muita garra, luta e  maestria,  criastes e educastes tuas filhas e netos, sozinha,  sem a presença de um provedor (pai). Fostes, mãe,  pai,  avó e avô ao mesmo tempo, és  polivalente.

Contigo, mamãe,  nessa jornada terrena e árdua,  Deus  preparou um Anjo que viveu ao teu, ao nosso lado, até os últimos de dias de sua existência. Esse ANJO se chama Dionete. Minha querida "Dio", viveu por ti, para ti, e  por todos nós.
Que Deus a tenha ao Seu lado na Cidade Celestial.

Clamo ao Deus Todo Poderoso que te cubra de proteção,  que cuide de ti, que te proteja,  te livre de  acidentes,  que preserve sua saúde física; e nos conceda mais anos juntos.
Uma vez que, desejo viver muito mais anos ao seu lado.

Parabéns Mamãe,  
Feliz Aniversário
Te amamos!

Rogéria Marília Campos
Agosto/2022
Custódia-PE


Meus setenta anos de VIDA! Gratidão a Deus!

 


Caminhar é preciso. Caminhei ora com passos largos, ora com passos lentos. Olhei para trás, respirei e continuei. E aqui estou.

Tudo que aprendi, não guardei. Multipliquei com a finalidade evolutiva.


Esta idade congrega as anteriores pela experiência e pela sabedoria de ter vivido e atravessado tantas décadas registrando fatos e acontecimentos da minha vida e do mundo a fora. Isso faz de mim uma privilegiada. Não é por ter chegado até aqui que envelheci os meus ideais, que com certeza continuam a me inspirar e iluminar o meu espírito. É certo que os anos envelhecem o nosso corpo, transformando-o, mostrando que a juventude passou, levando embora aquela intensidade emotiva e nos mostrando ainda que a nossa pele é um dos órgãos que mais refletem a passagem dos anos. Esses sinais do tempo retratam uma pele “rachada”, como se vê num solo escasso de água em período de seca. A “seca” do colágeno e das células que não trabalham mais com tanta precisão, machucando a vaidade da mulher. Esse tempo vem acompanhado do “com dor”. Não me refiro à ave de rapina e sim a condição “com dor aqui, com dor ali”.



A ciência tem trabalhado para diminuir os traços que identificam a idade. Na década de 1950, aflorou os cuidados com a aparência. O padrão de beleza até então era marcado pelos corpos esquálidos. Com esse parâmetro, marcado pelas curvas de Marilyn Monroe, não demorou este se tornar o padrão também de Brigitte Bardot.

Além da beleza, a mulher acumulou a função de dona de casa, esposa e mãe. Os anos 1950 ficaram conhecidos como “Idade de Ouro” ou “Anos Dourados”, época de transformações econômicas, urbanas e comportamentais. Esse período trouxe a consolidação da urbanização, industrialização e da sociedade de massa do Brasil, com a expansão dos meios de comunicação.


Começo aqui a cronologia dos meus setenta anos com a certeza de que Deus me fez tudo que eu queria ser. E entendi que não se pode ter tudo e todas as pessoas que amamos para sempre. A década de 1950 foi difícil para o Nordeste: a região foi acometida por uma grande seca e registra-se os mais altos níveis de migração de nordestinos para o Sudeste do Brasil. A dramaturgia alcançou destacada importância naquela era, tanto no que se refere a produções americanas quanto nacionais. O ponto alto dessa fase foi a popularização da televisão. No Brasil, em setembro de 1950, foi inaugurada a TV Tupi, primeiro canal de televisão da América Latina. No cinema, dentre os filmes populares, meus preferidos eram Cinderela e Peter Pan. O papa da ocasião era Pio XII. Bossa Nova, influência do samba carioca e do jazz americano. Eleições presidenciais com vitória de Getúlio Vargas. Primeira Bienal de São Paulo, que é um marco do fim do isolamento cultural brasileiro. O governador de Pernambuco era Agamenon Magalhães. O prefeito do município de Custódia era Joel Inocêncio Lima. Criada a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Criação da Petrobras. Avanços notáveis: primeiro transplante de órgãos; primeira Miss Brasil, Martha Rocha; desenvolvimento da primeira vacina de poliomielite; criação do Ministério da Saúde Brasileiro; lançamento da nave Sputnik, bem como o primeiro ser vivo lançado à órbita da Terra (a cadela Laika). A Seleção Brasileira é campeã Mundial na Copa do Mundo realizada na Suécia.


Melhores atores definiram sua época: Marlon Brando, interpretando “O poderoso chefão”; Elizabeth Taylor em “Um lugar ao Sol” e John Wayne em “Os Pesquisadores”. No cinema nacional, se destacavam Grande Otelo em “Aviso aos Navegantes”, Inezita Barroso em “Angela”, Procópio Ferreira em “O Comprador de Fazendas”, Tônia Carreiro em “Appasisonatta” e Dercy Gonçalves em “A Baronesa Transviada”.

Música dos anos 1950: “Barracão de Zinco”, de Elizete Cardoso; “Estúpido Cupido”, de Celly Campello; “Olhos Verdes”, de Dalva de Oliveira; “Conceição”, de Cauby Peixoto; “Meu Mundo Caiu”, de Maysa; “A Volta do Boêmio”, de Nelson Gonçalves; “Lá Bamba”, de Ritchie Valens; “Hound Dog”, de Elvis Presley; “O Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga, Ângela Maria com “Recusa” e “Ave Maria do Morro”, de Trio de Ouro. Outros Estilos: Rock & Roll, Rockabilly e Bluegrass.

Com a cronologia dos anos 1950, quis mostrar a importância dessa década e das que se seguiram, registrando a importância de cada uma no cenário mundial.


Em 1960 é inaugurada Brasília-DF, no mesmo dia também era inaugurada a Unidade Mista Elizabeth Barbosa em nossa cidade; criação do Conselho Nacional de Reforma Agrária; fim da República Populista e início dos governos militares; é deflagrado o golpe político-militar que afastou João Goulart (Jango); o Marechal Castelo Branco assume a Presidência da República; movimentos de oposição são reprimidos com violência; o governo edita o Ato Institucional-5, o AI-5; o Brasil entra na era Nuclear, assinando acordo com a Alemanha em 1975; cinquentenário de Custódia, que era governada pelo prefeito Luiz Epaminondas Filho (Luizito); a sociedade civil intensifica o movimento em favor da democracia; eleição indireta de Tancredo Neves, que não chegou a governar, tendo assumido José Sarney; promulgada a Constituição de 1988; volta do voto popular e eleição direta de Fernando Collor; lançado plano econômico, que implicou em retenção por vinte e quatro meses de depósitos feitos em conta corrente e poupanças; lançada uma nova moeda: o Real; eleição de Fernando Henrique Cardoso; o Brasil comemora seus quinhentos anos de descobrimento; Lula discursa na Assembleia Geral da ONU propondo a criação de um fundo mundial de combate à fome, após ter sido eleito presidente do Brasil em 2002; Luiz Inácio Lula da Silva é reeleito presidente; Custódia celebra seu octogenário; Nemias Gonçalves era o prefeito do município de Custódia.


Após rememorar essas décadas e fatos históricos importantes, registro que nasci em meio ao estado de coisas dos “Anos Dourados”. “Aterrissei” por aqui, numa terça feira, 12 de agosto de 1952, dia de Santa Joana Francisca de Chantal, Dia Internacional da Juventude, Dia Nacional das Artes e Dia Nacional dos Direitos Humanos, trazida pelo “transporte” mais fascinante na imaginação das crianças à época: a cegonha, que vinha dos céus, trazendo bebês e que me trouxe em seu bico, rumando para a Rua da Várzea, casa dos meus pais, Mestre Lunga e Lindalva. Ufa! Bela viagem! Era assim que se contava a história da cegonha para as crianças. A lenda surgiu na Escandinávia e se espalhou pelo mundo no Século XIX, através dos contos de Hans Christian Andersen. Até então, os bebês nasciam em casa pelas mãos miraculosas das parteiras. As mães davam uma resposta vaga, sem entrar em detalhes sobre a chegada dos bebês. Cresci num lar onde não tinha riqueza, porém, a Família Pinto Simões era e continua sendo rica de carinho e amor, onde se comunga valores impagáveis. Linalva, Floriano, Lucidalva, Luciene, Leonildo, Lélia, Hugo, Leônia e eu, todos afortunados de dons e trabalham com um só objetivo: um por todos e todos por um.


A Rua da Várzea era um pedacinho do céu. As crianças brincavam com a alegria de ser livres e inocentes. Todos os vizinhos não eram só vizinhos, eram compadres e amigos. O chamado de um era o ecoar para todos.

Lembranças… anos 1950 e 1960: vivi e vi acontecimentos dessa época:

A Paróquia de Custódia era assistida pelo Monsenhor Urbano de Carvalho da Paróquia de Sertânia, que ficou até a chegada de Padre Luiz. Participação das missas com papai, mamãe, meus irmãos e irmãs e eu. Início da vida cristã: batismo. Início da vida estudantil - Escola General Joaquim Inácio. Primeira Eucaristia. Confirmação do Batismo - Crisma. Participação em pastoris e quadrilhas. Desfiles cívicos. Inesquecíveis brincadeiras de criança. Perdas dolorosas e inesquecíveis.


Saudade dos anos 1970/80. Formação do magistério: Colégio Ernesto Queiroz. Formatura em letras. Introdução no mercado de trabalho. Mobral. Mais oportunidades de trabalho vindos pelas mãos de Dr. Orlando Ferraz e Creuza Leopoldina de Souza Carneiro. Cinema de Sr. José das Máquinas. Escolinha Tia Nenê. Namoro com Arnaldo. Barraca de Zé de Arnô, nas festas de final de ano e de São José, embaladas pelas músicas de Roberto Carlos e The Fevers (Natali fazia um enorme sucesso). Perdas doloridas e inesquecíveis. Professora das Escolas Maria Augusta, José Pereira Burgos e Joaquim Inácio. Capacitações: Arcoverde, Garanhuns, Petrolina e Gravatá. Noivado. Casamento. Nascimento e batizado de meus filhos José Gleisson e João Paulo. Formatura do ABC de meus filhos. Carnavais. Difusora de Téia. Bar Fênix. O Sabazinho. Bailes do Centro Lítero Recreativo de Custódia (CLRC). Estudei no Colégio Técnico Joaquim Pereira da Silva por um ano e meio, que tinha o ilustre Pedro Pereira Sobrinho por diretor.


Anos 1990 a 2022: Nascimento da minha filha Janielle Maria. Secretária da Escola General Joaquim Inácio. Minha aposentaria. Catequista de Primeira Eucaristia, Crisma e palestras para noivos. Secretária do Conselho Pastoral da Paróquia. Lions Clube de Custódia. José Esdras se elege prefeito de Custódia e em sua gestão, fui presidente do Conselho de Direito da Criança e do Adolescente, além de assessora da então Secretária de Assistência Social Maria Cleides Fernandes Freitas Góis. Trabalho de assessora do saudoso José Nunes na Câmara de Vereadores de Custódia. Nascimento e batizado dos meus netos. Coordenadora dos Programas “Se Liga” e “Acelera”. Secretária Municipal de Administração de Custódia na segunda gestão do também saudoso prefeito Nemias Gonçalves. Formatura do ABC de meus netos Pedro José, Maria Júlia e José Arthur. José Heitor ainda não se formou no ABC, mas se forma em 2023. Fui juiza da Festa de São José junto a meu marido Arnaldo, após Padre Roberto Luciano ter nos indicado. Morre Eduardo Campos em 2014 e no mesmo ano, se elege Paulo Câmara para governador de Pernambuco. Afastamento de Dilma Rousseff. Paulo Câmara é reeleito em 2018, mesmo ano que o atual presidente Bolsonaro consegue sua vitória para o executivo federal. Emanuel Fernandes de Freitas Góis é o atual prefeito, já em segundo mandato, até o ano de 2024.

O mundo viveu uma das maiores pandemias da era contemporânea: a COVID-19. O isolamento das pessoas, a obrigatoriedade do uso da máscara e do álcool em gel foram providenciais para a diminuição da covid. A vacina chegou para amenizar a triste realidade dessa tragédia que arrebatou mais seis milhões quatrocentos e quarenta e cinco mil pessoas mundo a fora, dos quais mais de seiscentos e oitenta mil brasileiros.


A chave para superar todas as intempéries dessa data é entender e olhar para frente e ver que a vida não para. Ela anda em frente e no seu giro de rotação, permite que completemos anualmente o ciclo de nossa existência. E só assim entenderemos que “é preciso ser grato, reconhecido, forte, destemido, ser rima, ser verso e ver Deus no universo”.


Lindinalva Almeida (Nenê)
Agosto/2022
Custódia-PE