23 novembro, 2021

Visita do Governador Marco Maciel a Custódia - 1980



No dia 29 de Dezembro de 1980, o jornal Diário de Pernambuco, trouxe em suas páginas a matéria “Milhares de agricultores saúdam Maciel pela atuação no Interior”, relatando a visita do então Governador Marco Maciel ao nosso município. O Governador foi recepcionado por homens, mulheres, crianças, estudantes, além de 30 vaqueiros e 80 bacamarteiros se fizeram presente em sua chegada ao campo de pouso. O motivo de tanta festividade na recepção do Governador, foi devido a cinco grandes obras para nosso município na época, foram elas: CIBRAZÉM, RODOVIA DE ACESSO À CIDADE BR-232, ESCOLA POLIVALENTE, ELETRIFICAÇÃO RURAL DE CAIÇARA E SALGADO e RODOVIA VICINAL PARA QUITIMBU.




O Governador foi à cavalo até o armazém da Cibrazém, vestido com um parapeito e um chapéu de couro, presente dos vaqueiros. Depois da visita ao armazém, o governador foi olhar as obras da estrada de acesso a BR-232. Sem tempo para descansar, partiu para a inauguração da Escola Polivalente José Pereira Burgos, com capacidade para 1.600 alunos, na época, apenas Caruaru e Petrolina, fora a capital, tinha uma escola com esse potencial e estrutura.

Seguindo o roteiro, Marco Maciel assinou autorização da concorrência pública para construção da rodovia que liga Custódia-Quitimbu com trecho de 20km de extensão. Encerrou sua agenda com uma visita ao sitio Salgado e ao distrito de Caiçara, recepcionado em peso pela população dessas regiões, felizes pela eletrificação na zona rural.

Durante a visita do Governador, estiveram presente vários personalidade política locais e estaduais, como: Inocêncio Oliveira(Deputado Federal), João Carlo de Carli(Deputado Federal), Airton Benjamin(Deputado Estadual), Argemiro Pereira, Romero Alencar(diretor do DER), Mário Antonino (Diretor do Projeto Asa Branca), Antonio Pereira(Diretor da Celpe) e Francisco Perazzo, Orlando Ferraz, Olimpio Ferraz, vereadores e jornalistas e dirigentes de diversos órgãos federais e estaduais.

Fonte: Diário de Pernambuco

22 novembro, 2021

OSMINDA: Marcante e inesquecível leveza de ser

Osminda Carneiro

Por mais que eu procure palavras, por mais que eu construa frases e períodos, por mais que eu vasculhe as lembranças, tentando traçar o perfil dela, de forma que se aproxime mais do que ela foi, e continua sendo, não consigo satisfazer o meu desejo. O resultado fica sempre distante da intensidade do que ela é no coração de quem teve a graça de desfrutar do seu convívio. Uma pessoa linda - e não só pra rimar com Osminda, mas porque a beleza que trazia dentro de si transparecia na sua figura carismática. Aprendi desde criança a admirá-la. Seus múltiplos e reconhecidos dons são fascinantes. A leveza, a ternura, a paz, a cumplicidade terna e mágica e tantas outras características, que destacam essa marcante figura humana, estavam expostas e explícitas no seu olhar, no seu sorriso, na sua voz, na sua palavra, nos seus gestos, nas suas atitudes. Uma pessoa absolutamente rica de humanidade, que trazia sempre o sinal do amor, da alegria e da luta, impregnados na sua alma e no seu coração e refletidos no seu jeito de ser e de estar no mundo. E não sou eu apenas quem diz isso. A vida diz. As pessoas dizem. O tempo diz. O grande poeta, escritor e amigo Zé Carneiro afirmava, com a maior convicção, a voz embargada e os olhos brilhantes: "Tudo o que sou devo a Osminda - tudo o que sei aprendi com ela."

Amante da arte, percorreu suas vias e foi destaque por onde caminhou: na pintura em tela e tecido, nos bordados, na palavra escrita ou falada - sempre mostrou beleza, criatividade e humanidade. Como as pessoas que tomam esses caminhos por eles revelam uma sensibilidade muito intensa, ela sempre estava revelando esse lado com muita espontaneidade, sem alardes e sem segundos propósitos - ela apenas precisava ser. Tinha muita imaginação, sempre aliada ao sentimento, que precisava brotar e revelar-se por alguma saída, por alguma porta, por alguma brecha, por alguma janela, por algum caminho. Eram traços fortes que precisavam ser libertados. E entre tintas e pincéis, tecidos e telas, linhas e agulhas, cores e formas, ela ia pintando, bordando e criando o que saía quentinho do coração pra virar arte e aquecer o coração de quem se identifica com esse mundo mágico. E ia mais além: motivava o outro, aluno, a entrar em contato com a beleza que a arte produz. Queria levar sua rica experiência para o outro também ser contemplado com os encantos desse lado bonito da vida. E muitos passaram pela sala onde com ela treinavam bordados e pinturas, em exercícios permeados de ricos momentos de troca como aprendizes da arte da vida. Nessa teia de ricas relações, muitos encontros com ela eram marcados, à parte, para cada um suprir a natural necessidade do ser humano de ser ouvido - pra fortalecer os laços ou pra desatar os nós da vida. E ela tecia, com sabedoria, sensibilidade, respeito e cumplicidade, as "sessões" privadas e secretas. Era uma psicóloga nata - e cumpriu muito bem esse papel por muito tempo e para muitas pessoas. Mesmo sem ter essa intenção e mesmo sem programar ou arvorar-se dessa condição. As confidências fluíam como um rio seguindo seu curso natural.

Ligando todas as linhas que teciam seus diversos dons, ela seguiu servindo, com alegria, porque via o mundo como uma ampla casa onde todos precisavam dar-se as mãos para cumprir a missão de ser feliz.

Mestra da vida, pós-graduada, com doutorado e especialização, ela é uma incontestável referência entre as pessoas que marcaram a história de nossa amada Custódia.

Laíse Rezende
Recife-PE
Novembro/2021

Sevy Gomes de Oliveira - Mulheres que mudaram a história de Pernambuco


Natural do Município de Custódia – Sertão do Moxotó, ali vivi uma infância de muito espaço, muitos folguedos, contato com a natureza e aconchego familiar. Conclui o curso primário aos 11 anos no Grupo Escolar General Joaquim Inácio. No Colégio Santa Dorotéia, em Pesqueira, as irmãs, abnegadas e competentes, souberam lidar com as inquietações e as fantasias de normalistas adolescentes, tornando-se cidadãs profissionais.

Volto à minha terra como profissional titular, e, aos 17 anos, fui designada para uma escola multisseriada em Samambaia – zona rural do Município. A inexperiência, as limitações do material didático, a falta de energia elétrica e transporte motorizado só nos finais de semana, num primeiro impulso, me fizeram pensar em renunciar.

O exemplo de bravura e a persistência das crianças vindas de sítios e de fazendas, a pé ou a cavalo, sob o sol forte ou sob chuvas, o seu afeto e carinho me sensibilizaram, e assumi a escola e as atividades da comunidade durante cinco anos.

Essa experiência, que me legou uma bagagem pedagógica e de vida, me fez administrar sem dificuldades o Grupo Escola João Guilherme, em Tacaimbó, no Agreste, e passar com destaque no Concurso de Supervisor Escolar de Professores Leigos, promovido pela Secretária de Educação, em Recife. Tal supervisão se desenvolveu dentro de um programa com excelentes resultados nas escolas municipais do Interior e da Região Metropolitana, que lamentavelmente foi suspenso com o afastamento do governador Miguel Arraes.


Lotada na Divisão de Contabilidade da Secretaria de Educação, participei do curso intensivo Orçamento e Administração Financeira, da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. A programação de visitas e passeis da disciplina Relações Pública me fez comprovar ser o Rio de Janeiro a Cidade Maravilhosa, que não se repete, pela exuberância de sua natureza, pela construção do homem e pela sua vocação turística.

De volta a Recife, prestei vestibular para o Curso de Pedagogia, com especialização em Supervisão Escolar, na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Professora atuei em turmas com perfis sociais, econômicas e emocionais diferentes: alunos da zona rural e do Recife – Nova Descoberta, Colégio Israelita (particular) e Juizado de Menores. Foram vivências que exigiram uma dinâmica pedagógica diferenciada para lidar com um universo de atendimento tão distinto, ainda que criança.

Como técnica em assuntos educacionais, o tempo maior de serviço público, foi voltado para o Ensino Supletivo. Coordenei a equipe de Educação e Promoção Profissional do Adulto – DEPPA, sob a direção do Professor Josias de Albuquerque.

Com o advento da Lei de Diretrizes e Bases n° 1.692, de 11 de agosto de 1972. O Ministério de Educação e Cultura- MEC, cria o Departamento de Ensino Supletivo – DSU Nacional e nos Estados.

Com a reforma da estrutura técnica e administrativa da Secretária de Educação e Cultura – SEC, em 1974, durante gestão de dois secretários – Coronel Costa Cavalcanti e Dr. José Jorge, assumi a Divisão de Ensino Supletivo – DSU.



Com essa função, participei dos encontros de diretores dos DSU´s, em Brasilia, congressos dos Secretários de Educação, em diferentes Estados, e reuniões técnicas com representantes de outros países, patrocinada pela OEA, OIT e Ministério do Governo Brasileiro. Em todos esses eventos, a pauta social incluía jantares, passeios e festas de congratulações que estreitavam círculo de relações pessoais e profissionais.

Com a pretensão de ampliar experiências, submeti-me ao concurso interno da SUDENE/MINTER. Selecionada, integrei a equipe da Divisão de Treinamento do Departamento de Recursos Humanos, assessorando as Secretarias do Trabalho nos Estados do Nordeste, com visitas mensais.

Para essa atuação, participei do curso de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos, por meio de convênio celebrado entre a SUDENE e a Universidade Federal de Minas Gerais. Foi uma experiência de universidade aberta, com um curso a distância e em serviço, com avaliações prévias e posteriores para cada módulo de ensino, em Belo Horizonte, durante 18 meses.



Essas atividades de trabalho e de estudo foram entremeadas por viagens de férias em excursão a cidade brasileiras e passeios aos países da América do Sul e da Europa.

Revivi, com festas comemorativas, à altura das datas, as bodas de 50 e 60 anos dos meus pais, com a presença de quatro gerações, casamentos e conclusão de curso dos familiares.

Com a aposentadoria, voltam as imagens da “pátria da infância” – Custódia. Edito o primeiro livro autobiográfico, Caminhos do Afeto, com recursos próprios e lançamento em Brasília, Recife e Custódia, onde a renda foi revertida para a restauração da Matriz de São José, um belo templo construído pelo Padre Pedro Leão Verzeri, italiano, no ano de 1934.

Participei de reuniões do Centro de Estudo da História Municipal – CEHM, em Recife, organismo integrante da Agência CONDEPE/FIDEM, e centrada na afirmativa do poeta acadêmico Cyl Galindo de que “Um povo sem história é um povo se identidade… ”e de que o Brasil precisa coletar o registro histórico dos municípios e do seu povo”, decidi historiar o meu município.

O livro Custódia Relicário do Sertão tem a justificativa de homenagear os 80 anos de emancipação política do Município, divulgar de modo singular e específico a história e a força dessa gente sertaneja, despertar o senso de preservação nos jovens da sua própria história e propiciar o acervo particulares público de escolar, bibliotecas e instituições.

Do Sertão ao Litoral, passando pelo Agreste e pela Zona da Mata, vivenciei experiências com grupos diferenciados social e economicamente, cujo linguajar, costumes e anseios caracterizaram o regionalismo do meu Estado. Esses caminhos são minha história, onde fui me deixando e me construindo como individuo, como um ser coletivo e como profissional.

Texto extraído especialmente do livro “MULHERES que mudaram a história de Pernambuco” – IV Volume – Carlos Cavalcante.

Bons Tempos - por José Carneiro


J.Carneiro
Recife -PE
11.08.2010

Ah! Que tempo bom aquele
Em que tudo era alegria
Tempo em que me deleitava
De tudo quanto eu ouvia
Que bom que era aquele tempo!

Em que para a igreja eu ia
E tudo era santidade
Em tudo eu acreditava
Tudo que o padre dizia
Ah! Tudo era santidade!

Em que o pai tudo sabia
Era um verdadeiro herói
E eu sempre me admirava
De tudo que ele fazia
Todo pai era um herói!

Em que tão somente via
Na minha mãe uma santa
Cheia de graça e beleza
Só pro lar ela vivia
Toda mãe era uma santa!

Em que da moça casadeira
A lei em voga exigia
Só depois do casamento
A virgindade perdia
Era a lei que exigia!

Ao cumprir a dura lei
O melhor aconteceu
Quando ela ao altar subiu
A sua honra me deu
E a virgindade perdeu!

Hoje é muito diferente
De quase tudo de outrora
Que se passava ao redor
Dos tempos de antigamente
Com liberdade maior
E livre da bruta lei
O tempo bom é agora.

20 novembro, 2021

Custodiense Luizinho Tenório de Melo passa mal e é transferido para hospital em Campo Grande - MS

 

Segundo informações de familiares, o custodiense radicado em Cassilândia no Mato Grosso do Sul, Luizinho Tenório de Melo, teve um agravamento do seu quadro de angina, precisando de tratamento, foi transferido para Hospital em Campo Grande, capital daquele Estado.

Seu sobrinho Rogério Tenório de Moura, postou em suas redes sociais, a seguinte mensagem:

"O tio Luiz receberia um estente hoje de manhã, mas antes de iniciar o procedimento o cardiologista decidiu fazer uma reavaliação e foi constatado que ele está com uma lesão isquêmica importante no coração e enquanto o cirurgião não avaliar o melhor procedimento a ser feito (talvez uma angioplastia) ele não sairá da UTI. Teremos que aguardar o parecer do cirurgião. Pedimos orações!"

Luiz Tenório de Melo, o Luizinho, nasceu em 1945 no distrito de Quitimbú, filho da senhora Maria José de Oliveira e do senhor Joaquim Tenório Sobrinho, o Pernambuco, como ficou conhecido e afamado em Cassilândia-MS e região. Luizinho foi prefeito e Deputado por aquele estado.

Para conhecer um pouco de sua biografia, clique aqui

O Blog Custódia Terra Querida e todos custodienses desejam uma plena recuperação da saúde do nosso conterrâneo e colaborador de longa data deste site.

Praça Padre Leão antes da última reforma (2007)






Enviadas pelo colaborador Paulo Roberto Bezerra, estas fotos, mostram a Praça Padre Leão em 2007, antes de sua última reforma. Vamos recordar? Quantos modelos a praça já teve até o presente momento?


A seleção da Várzea (1993)



EM PÉ: 
PERU, DERRUBADO (JULIO CESAR), NEGUINHO (AIRTON), GORDINHO, KEUFFER, MARCIO, GIGIU (MARCIO) 

AGACHADOS: 
PAULO CÉSAR (PAULINHO), JADER, MAKALE, EDUARDO DE CARRINHO DE ENILTON, MARCIEL, NOGUEIRA, 

TÉCNICO: BETAO 

Foto registrada no campo do sítio Dona Nita, antes do amistoso contra o time do ACÁCIA, do bairro Rodoviária em 1993.

Arquivo Pessoal: Paulo César Bernardo Dantas

Vinil de Zé Caboclo de Custódia


Alguém se lembra desse vinil? Gostaria de incluir a este ‘post’ informações e depoimentos sobre esse artista que nos 80’s levou o nome de Custódia para todo o país ganhando o Prêmio Arizona, competindo com mais de 5mil candidatos.

Quem se habilita? Vamos lá pessoal, cada depoimento por mais simples que seja, servirá e muito para fazermos a biografia desse artista local para o blog.

COMENTÁRIOS

Zé Caboclo de Custódia foi o Grande vencedor do Trofèu Viola de Ouro, no Concurso Arizona, promovido pela Souza Cruz. Sem nunca antes ter vindo ao Recife, saiu anonimamente de Custódia, se apresentou cantando músicas de sua autoria, e sagrou-se o grande vencedor com uma música de agradecimento ao Padre Cícero. Cantou também uma música crítica que falava da migração do sertanejo para o sul, fugindo da sêca. Tem um vasto repertório de música autenticamente nordestina, pura, de raiz.Gravou um LP junto aos outros vencedores do Festival, foi contratado por uma gravadora, gravou um compacto Duplo, mas infelizmente não havia divulgação naquela época, e o sucesso ficou restrito à crítica, sem atingir o grande público. (José Melo)

19 novembro, 2021

Biografia: Francisco Alves da Silva


Uma das caracaterísticas primordiais do Blog Custódia Terra Querida, é, além de resgatar a história, tradições, cultura e costumes da cidade, apresentar sempre que possível, aos demais custodienses espalhados por todo o Brasil e pelo mundo, a história de conterrâneos que se destacam fora de nossa cidade.

Hoje iremos apresentar um pouco mais sobre Francisco Alves da Silva, um custodiense que reside atualmente em Limeira-SP desde de 1980. Vários post já foram publicados sobre ele no Blog, neste em especial, passaremos a conhecer mais profundamente a trajetória desse ilustre custodiense, representante da Academia Limeirense de Letras.

FRANCISCO ALVES DA SILVA
Natural: Custódia PE.
Data de Nascimento: 20/DEZ/1960
Casado com: Maria Auxiliadora Moura da Silva.
Filhos: Kelvilyn Matheus Moura da Silva; Athina Alves Moura da Silva..

TRAJETORIA Chega à limeira em 14 de Janeiro de 1980, com seus genitores Cícero Alves da Silva e Maria José Alves juntamente com seus 05 irmãos, Flávio, Flavinaldo, Fábio, Fabiano e José Fernando. Inicia em 20 de janeiro de 1980 sua jornada de trabalho na área industrial de limeira, precisamente na indústria de máquina NEWTON MAZUTE, trabalhou como montador de máquinas, pintor, operador de máquinas. Porém em virtude da necessidade de juntar-se ao seu genitor, solicita sua demissão e passa a atuar no ramo da construção civil, atividade essa realizada na época por seu pai, Cícero Alves da Silva, assim executarão diversas obras importantes no município e fora dele (construção do condomínio residencial independência, conjunto habitacional Jd. Do Lago, Pq. Nossa Senhora das Dores I, Jd. Tangará na Cidade de São Carlos).

Em 1983 quando a saudade já era imensa, seus familiares retornaram à terra natal, mas o amor que lhe causara limeira e sua vontade de conquistar um novo espaço o impediu de partir com seus entes queridos. Sozinho inicia uma longa trajetória, através de um amigo (OLIVIO MACHADO) começa a trabalhar na industria de suco (CITRAL) como ajudante geral, pois tudo que haviam conquistado com tanta luta havia se perdido, e este fora o motivo pelo qual seus pais voltam à terra natal. Daí começa a surgir novas oportunidades novas atividades comerciais (mercearia) que lhe trouxe em pouco tempo uma nova dinâmica e o fez observar com maior atenção o sistema de “Segurança Pública”, ingressando em 1984 na guarda municipal de limeira, e os sonhos não param por ai, a cada dia aumentavam e em 1985 partes desses ideais foram realizados, ingressando nas fileiras da Polícia Militar do Estado de São Paulo, obtendo êxito na sua trilha pela corporação, após sua formatura prestou serviço na própria cidade Campinas Estado de São Paulo, onde fizera a escola de policia e depois solicitou sua transferência para a cidade de Piracicaba, onde prestou por um longo tempo seus serviços policiais, entretanto sua meta era voltar para limeira, cidade que havia adotado para viver e conquistar seus objetivos.

Após ser aprovado no concurso para cabo foi promovido em 1992 à graduação de Cabo PM, traz consigo, medalhas de 5º 4º e 3º grau as quais ostenta com muito orgulho, por bons serviços prestados a comunidade além de vários elogios. Essa caminhada pela Polícia Militar trouxe-lhe diversos admiradores, sendo indicado por unanimidade pelos Policiais a representá-los junto à sociedade frente á Associação dos Cabos e Soldados do Estado de São Paulo, que fora fundada em Limeira no dia 22/mar/1997, fundou e presidiu juntamente com seus amigos; João José de Souza; Valmir Duca; Osvaldo Moreira e Vilela. Uma caminhada coberta de realizações e sucesso, onde trouxe o amparo ás causas sociais e psicológicas aos policiais militares e seus familiares, numa região de 43 municípios.

Destacou-se como palestrante devido seu vasto conhecimento na área de entorpecentes. Tantas foram ás conquistas reconhecida pela sociedade limeirense que face a sua dedicação à causa pública e o combate efetivo as drogas e armas. Que no dia 20 de abril de 1995, foi indicado na ORDEM ACADÊMICA DOS INTELECTUAIS DO CONE SUL (Entidade de Âmbito Internacional), como MEMBRO TITULAR. Em 29 de junho de 2002, recebeu a CRUZ SOCIAL de reconhecimento e Cultural no grau de COMENDADOR. No período de 2001 a 2004 exerceu a função de Secretario de Segurança Publica no município de limeira, a convite do então prefeito da época Pedro Theodoro Khull seu amigo particular. De 2004 a 2005 assumiu a função de vereador.

No dia 24 de julho de 2002, recebeu o certificado de reconhecimento do projeto AFRO- CIDADANIA, intercâmbio cultural AFRICA/BRASIL Prêmio Nelson Mandela reconhecido pela ONU como o segundo melhor projeto latino-americano de pesquisa. Globalização, Interferência /Terapia de Desafeto, como o desafio do século, Símbolo da participação da Segurança Municipal da Constituição da ordem e cidadania. Em novembro de 2002 foi homenageado pela Câmara Brasileira de Cultura com o Grã-Colar “LIBERTADORES DA AMÉRICA”. O evento ocorreu no Memorial da América Latina, onde autoridades representantes do Governo Federal, Estadual, Ministério da Educação do Estado de São Paulo e o Prefeito de limeira, José Carlos Pejon, estiveram presentes, prestando também suas respectivas homenagens.

Em dezembro de 2003 foi homenageado na câmara municipal de limeira através do vereador Antoniel Carlos de Lima com o titulo: GRATIDÃO DA CIDADE LIMEIRA – ORDEM DE TATUIBY “MEDALHÃO” – MERITO CIVICO 15 DE SETEMBRO. Em 2004 recebe da câmara brasileira de cultura em São Paulo a outorga. A CRUZ DE RECONHECIMENTO SOCIAL E CULTURAL NO GRAU DE GRÃ-OFICIAL. Em 2005 recebe da Sociedade Brasileira de Filosofia de São Paulo. A cruz do mérito filosófico e cultural. No âmbito cultural, participou de várias Antologias de Poetas. Em 1990 registra a sua primeira obra na Biblioteca Nacional, o livro intitulado NA VIDA TUDO ACONTECE. Em 1992 participou da antologia VERSO E REVERSO.

Em 1995 escreveu a poesia intitulada A ESCOLA BRASIL, pelos seus 60 anos de existência, a qual fora escolhida e publicada no jornal a Gazeta do Brasil, ganhou também na mesma escola pela criação da paródia musical, Hei-Jud. de John Lenon, uma canção em alerta a AIDS. Que se comemora em 1º de Dezembro. Em 1997 registrou o livro SEM ALGEMAS o qual teve a participação de vários poetas militares, participação no III PRÊMIO CIDADÃO DE POESIA. Em 2000 registrou sua participação no livro BRASIL 500 ANOS, além de vários artigos inscritos em revistas e jornais de âmbito nacional.

No campo musical é autor de várias músicas gravada por intérpretes limeirenses, BANDA PÉ DE PASSAGEM, VALTINHO SANY, VILMAR E FABIANO. Desenvolveu varias campanhas em prol da comunidade limeirense, entre elas; ARMAS E DROGAS – RISQUE ESSA IDÉIA.

Formação Acadêmica

- Graduado em Direito – Faculdade de Letras em Araras SP (UNAR), no período de 01/02/2000 á 06/12/2005
- Formado em Psicanálise clinica pelo Instituto WCCA – SP

Curso de Especialização

- CEP-Munitor (Curso de Especialização Profissional) o que o habilita a ministrar aulas em cursos da Polícia Militar, Escolas de Soldados.
- (Curso de especialização em técnica de ensino) no CEFAP (PM) (1998);
- Curso de Instrutor PROERD – Programa de Educação e Resistência às Drogas e à Violência.
- Marketing pessoal em 2007 pela uni nove São Paulo
- Habilitação em jornalismo – Violência, Criminalidade e Prevenção – SENASP – 2008 a 2009
- Sistema e Gestão em Segurança Pública – SENASP – 2008 a 2009
- Uso da informação na Gestão de Segurança Pública – SENASP – 2008 a 2009 – EAD

Formação Profissional

- Inspetor de qualidade – SENAI – Limeira (1980)
- Escola de Formação da Guarda Municipal de Limeira (1984)
- Escola de Formação de Soldados da PMESP (1985)
- Curso de Formação de Cabos da PMESP (1992)

Trajetória de Carreira

Chegando a Limeira em 14 de Janeiro de1980, trabalhou como montador de máquinas, pintor, operador de máquinas na indústria NEWTON MAZUTI.

Em 1981 trabalhou no ramo da construção civil (construtor)
Em 1982 e 1983 Exerceu atividades no ramo comercial.
EM 1983 trabalhou na Citral (suco) atividade ajudante geral
Em 1984 Ingressou na Guarda Municipal de Limeira.
Em 1985 Ingressou na Policia Militar do Estado de São Paulo
Em 1992 foi aprovado no curso de Cabo da Policia Militar/SP.
Em 1997 Presidiu e fundou a associação dos cabos e soldados em limeira
Em 2001 Foi secretário de segurança Publica – Governo Pedro Khul
Em 2004 Exerceu atividades no poder legislativo – Vereador
Em 2005 Exerceu Atividades no poder executivo – Assessor técnico da secretaria de governo e desenvolvimento – Governo Silvio Félix.
Em 2007 Passa para Assessora técnica da secretaria de educação.

Comunicação em eventos com anais ou certificados

Congresso Nacional de Instrutores PROERD. – São Paulo – 2000
Congresso Nacional dos Guardas Municipais – Santo André -2001
Encontro sobre segurança publica – Judiai – 2001
Congresso nacional das guardas municipais – Goiana – 2002
Fórum de Segurança Publica – Limeira – 2002 Organizador
Congresso nacional de Segurança Publica – Brasília – 2003
Seminário Internacional da qualidade na educação – Limeira – 2006
Feira do livro (bienal do livro) desenvolvimento e organização do projeto – Nov2007
Seminário de vendas (Palestrante Alfredo Rocha) 2007
Vários projetos desenvolvidos em áreas sociais, culturais, e literárias.

Participação em obras literárias publicadas:

Verso e reverso
Sem algemas
Brasil 500 anos
Cidadão de poesia
Olhos de poetas Espelho d’água…etc.

Dados elaborados por: Antonio Carlos Hambruster / Isabel Leite Fernandes/ Eduardo Maguerbes.

Infância no Sertão - por Vanize Rezende



Não era difícil de então desvendar

Ainda menina de olhar repuxado
Da vida os encantos dos banhos de chuva
E da bica gostosa da igreja matriz
Pulando na corda traçando o cordão
Cantando em fileira ou fazendo roda
Saindo a tomar leite bom no curral 
Vaquinhas bem perto lá do meu quintal...

As primeiras bênçãos me foram chegando
Ao sabor dos bolos de goma e também
Do doce de leite e dos pirulitos
Pão doce quentinho lá da padaria
Comida gostosa de Maria Grande
Os frutos da feira a carne de bode

E os cafunés que o meu pai me pedia
E as coisas bonitas que a mãe me dizia.

Na longa manhã da minha vida a brincar
De roda, de corda ou de pastoril
Teatro e esquetes pra o povo aplaudir
Monteiro Lobato a ler sem parar
As tantas fofocas pra ouvir e calar
E as muitas histórias às vezes medonhas
Também assombradas que a mãe me contava
Na doce cantiga que me embalava.

Bonecas bonitas compradas na feira
De pano eram feitas de pano vestidas
De roupa de chita de bico e filó 
Panelas de barro, burrinho e o que mais?
Bichinhos pintados de azul e amarelo
De arame e de palha também se fazia
Coisas de brincar e aqueles biscuits
Quem sabe chegavam de lá de Paris?

Só para os meninos os carros de boi

E o papagaio de papel e cor 
puxado a cordão e sem nunca parar.
Carrinhos bonés petecas e botas 
Bigodes bonitos camisas xadrez 
E calças compridas iguais às do pai

As bolas de gude e de meia e o pião
A cela os cavalos e o caminhão.

http://vaniserezende.blogspot.com.br/

18 novembro, 2021

Salmo Silva estreia amanhã em "Angel", peça em Cartaz no Rio de Janeiro



ANGEL

Poder, ambição e AMOR…

Bem-Vindos ao Cabaré Apocalipse, um lugar onde “anjos“ estão à solta para realizar as suas fantasias mais secretas. Aqui se misturam sedução, poder, dinheiro, amor, ambição e ninguém é inocente.

Apertem os cintos e preparem-se para uma noite turbulenta, mas acima de tudo, sensual e divertida!

Elenco:
Custódio Júnior
Felipe Roque
José del Duca
Lucas Casonatti
Salmo Silva
Werles Pajero
E
Eduardo Martini

Participações especiais
Liane Maya e Ruben Gabira

Estreia dia 19 de Novembro, no teatro das artes, no Shopping da Gávea

 

Biografia - Josias Leandro



Josias Leandro de Morais, nasceu na Vila de Maravilha, município de Custódia, em 24 de junho de 1927, filho de Manoel Leandro de Morais e Joana Nogueira de Menezes. Ficou orfão de pai e mãe aos 14 anos de idade, sendo o filho mais velho dos 7 irmãos, ficando responsável pelos mesmo. Foi tangerino de uma frota de dez burros que o pai deixou, transportando nos período de seca mercadorias como: milho, feijão e farinha, da cidade de Mata Grande – AL.

Transportou também casca de angico para a indústria do senhor José Estrela na cidade de Custódia, tudo isso na década de 1940. No ano de 1952, casou-se com Inácia Bezerra, com quem constituiu uma família de 8 filhos, sendo eles: Wiliamarques, Uilson, Ubiraci, Wellington, Uilza (in memorian), Uilma, Joaquim e Uelba. Em 1960 teve início a sua vida política candidatando-se ao cargo de vereador com o apoio de seu amigo Adauto Pereira de Souza, na época, político de grande influência em nosso município, sendo eleito com uma votação expressiva.

A partir daí foi eleito seis vezes consecutivas, elegendo ainda seus filhos Ubiraci e Uilson Leandro, que até hoje dá continuidade ao seu trabalho. No ano de 1985 submeteu-se a uma cirurgia na aorta, tendo êxito na mesma. Permaneceu na vila de Maravilha até o ano de 1995, mudando-se para a cidade de Custódia onde ficou até o seu falecimento em 02.02.1999.

Em justa homenagem a este grande cidadão custodiense, nobre representante do nosso povo, a Câmara Municipal de Vereadores aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei de autoria do Vereador Cristiano Teixeira Dantas, que se transformou na Lei nº 826/2008 que denomina oficialmente de PRAÇA VEREADOR JOSIAS LEANDRO DE MORAIS, a praça construída na entrada principal da Vila Maravilha, município de Custódia-PE.

(*) Texto e foto extraído do Informativo da Câmara, edição nº 023, junho/2008.

17 novembro, 2021

Acróstico para Osminda Carneiro


Olhos marcados pelo tempo…Reluzentes pela saudade doída. Não esquecida, adormecida apenas.
Sonhos ingratos que escaparam das mãos como grãos de areia fina. Soprados pelo vento traiçoeiro.
Mesclados de surpresas, levando apenas a certeza do querer amar a cada vez mais o amor.
Impulsiva era a paixão escondida no peito que não dominava as rédeas d’um coração ainda inocente.
Não descobrira os segredos do verdadeiro amor e morreu cedo. A ilusão que brotava do coração.
Dera sentido às palavras misturando-as com seus verbos de prosas. Apelantes ao mundo pérfido.
Andara por caminhos diversos construindo o seu próprio ninho, mas a cicatriz feita pelo o espinho do amor ainda continua A sangrar sem dó.

Extraido do livro “Olhos de Poeta“, em homenagem a essa grande mulher custodiense “Osminda Carneiro”. Publicado em 2004 por: Francisco Alves da Silva.


Internacional de Custódia



Time do Internacional em amistoso em Sítio dos Nunes.

Em pé: 
Arnóbio, José Carlos (gago), primo de Arnóbio,Derny, Nego Sim, Djailton e Tony de Antônio Sobreira.

Agachados: 
Johnson, Jussimar, Airon, Artuzinho, Solon e Franciélio.

Foto: Clisoneide Melo e Jussimar.

Severino Paraíba - por Fernando Florêncio



Texto
Fernando Florêncio
Ilhéus-BA
Fevereiro/2014





Sempre fui avesso a qualquer tipo de comportamento que servisse de chacota humilhante para o nordestino, muito embora muitos deles, principalmente aqueles que migraram para São Paulo, caíssem numa postura beirando o ridículo e por isto eram, e ainda são ridicularizados, via de regra hostilizados, devido ao comportamento de capacho subserviente.

Contei no primeiro FOI ASSIM, que num domingo qualquer, assistia na casa do Tio Catonho, em Nova Iguaçú a um programa de televisão cujo título exprimia bem a necessidade dos participantes: TOPA TUDO POR DINHEIRO.

Naquele programa tinha de tudo. Do sério ao hilário.

Certo domingo apareceu um candidato participante bastante desinibido, trajando uns andrajos, cujo paletó indicava que o “defunto era maior”.

O apresentador perguntou o que ele fora fazer ali. O que ele se propunha a apresentar para ganhar os cem cruzeiros.

--“VOU IMITAR UM JEGUE.”

Quando o cara perguntado de onde era, de onde tinha vindo, respondeu:

--SOU DE SERRA TALHADA, PERNAMBUCO!

O mundo desabou sobre mim, para não ver até aonde iria parar aquela presepada, fiquei rubro de raiva e desliguei a Tv. Não quis ver o desfecho daquele quadro imoral.
Depois me disseram que o candidato que imitou um Jegue, ganhou o prêmio do programa pela perfeição da apresentação.

Relinchou, coiceou e conseguiu a proeza de murchar as orelhas tal qual faz os nossos jumentos quando se sentem acossados.

Essa do cara murchar as orelhas, deve ter sido patético. Já vi alguém mexer com as orelhas, mas murchá-las...!

Com a chegada da nossa família ao Rio de Janeiro, Zé Daniel, Dona Laura Florêncio, as minhas  irmãs, Dulcilia e Darcira, além dos dois sobrinhos, todos tiveram que passar por um aprendizado de como proceder em “Terras Alheias”, teriam que ter muito cuidado nos termos usados para que fossem entendidos. Mesmo assim, aconteceram alguns “acidentes” que deixaram muitos deles numa saia justa daquelas.

Quando meu pai entrou numa farmácia para comprar um comprimido e pediu um “ENVELOPE DE CACHETE” pra dor de cabeça, os balconistas olharam-se entre si, a seguir olhavam  pra cara do meu pai e riam, perguntavam-lhe se ele tinha certeza que aquele tal de CACHETE se comprava mesmo em farmácia. Se não seria produto vendido em loja de ferragens. A coisa clareou quando meu pai, já irritado falou de CACHETE MELHORAL.

Foi então que a ficha caiu, os balconistas entenderam, venderam um envelope de Comprimido Melhoral (ácido acetil salicilico) pra Zé Daniel que voltou para casa para curar a dor de cabeça, arretado da vida, imaginando que tinha sido feito de palhaço pelos atendentes da farmácia.

A história se repetiria quando Darcira foi comprar num armarinho, uma caixa de “BILIROS”.(Grampos para prender cabelos.) A balconista fez cara de espanto, perguntando o que era aquilo e se Darcira estava querendo comprar aquela coisa no lugar certo. Aquilo não seria coisa para ser comprada em padaria, ou mesmo em casa de produtos de macumba. Foi preciso Darcira retirar do cabelo um daqueles grampos e quase enfiar nas fuças da atendente. Desta vez a gozação foi tal que Darcira disse poucas e boas para as balconistas que já eram três. Por pouco não sai tapas e puxões de cabelos.

Ainda pude comprovar outra pérola do dialeto nordestino.

Uma nossa vizinha estava com uma filha grávida em vias de ir para a maternidade parir. Regina era seu nome. Quando minha mãe, Dona Laura, encontrou na rua  outra moradora da vizinhança que perguntou por  Regina, Da. Laura respondeu  que Regina havia “DESCANSADO”, a mulher ficou penalizada:

“COITADA DE REGINA. MORREU TÃO NOVINHA. FOI DO PARTO, FOI?

Dona Laura não entendeu nada.

São Paulo como cidade eclética, berço involuntário de pessoas provenientes de todo o Brasil, migrantes carentes de necessidades diversas, sejam brasileiros ou estrangeiros, São Paulo sempre os acomodou. Alguns mais, outros menos. Cidade cosmopolita.

Uma queixa estava sendo prestada por um transeunte na Delegacia de Policia da Praça da Sé. Alegava o queixoso que terminara de ser assaltado por um turista, e pelo que se depreendia, seria um turista estrangeiro.

O Dr. Delegado acolhia a queixa, mas estranhava: Um assalto praticado por um turista, se questionava.

Teria sido mesmo um turista? Impossível. Turista não assalta, pelo contrário: É Assaltado

Pediu mais detalhes ao queixoso: Tipo físico, arma usada para perpetrar o assalto, enfim, como teria sido.

O assaltado passou a descrever o assaltante:
Baixinho, 1,50 de altura mais ou menos, cabeça proeminente, ou seja, cabeça grande achatada que dava ao rosto uma forma triangular, coberta por um chapéu tipo solidéu de bispo e uma faca tipo peixeira na mão, sacada do cós das calças.

O delegado identificou logo de quem se tratava. Pela descrição o assaltante tinha tudo para ser o Severino Paraíba. Severino aprontara mais uma. Chegado da Paraíba, fugido da seca feroz, não dera sorte em São Paulo, perdera inclusive o endereço dos primos que o chamara para enricar em “Sum Palo”. Severino passou a cometer pequenos delitos com a finalidade de amealhar o dinheiro e comprar a passagem de volta para Patos Espinhara, sua terra natal. Severino não levava jeito para aquele procedimento, por isso o Dr. Delegado da Primeira Delegacia de Polícia da Praça da Sé,  sempre se fazia de morto diante das queixas contra Severino. A peixeira era um pedaço de serra de aço, que quebrada ficava pontiaguda. Severino começou usando o ardil do falso revólver que consistia em fechar a mão, esticar os dois dedos-indicador e médio-, cobri-los com um lenço sujo, fingindo ser uma arma de fogo e anunciar o assalto como se armado estivesse. Usou este método até um lutador de luta livre reagir com um “rabo de arraia” acertando-lhe o queixo jogando Severino longe. Depois disso, Severino levou um tempão sem aparecer na Sé.

Baixinho, barriga grande, com um chapeuzinho de couro enterrado na cabeça tinha um barbicacho, uma tirinha de couro que descia até o queixo para que o chapeuzinho não caísse numa eventual escapada. Como disse lá atrás, o Dr.“Delega” tinha alguma intimidade complacente com Severino, já o detivera e o  aconselhara algumas vezes. O delegado era gente fina. Talvez até paraibano como Severino.

Apenas para dirimir as dúvidas e certificar-se, o Delegado esticou a conversa perguntando ao queixoso:

--Cidadão, em que o Senhor se baseia para afirmar que foi assaltado por um turista?

E repetiu a máxima:

TURISTA NÃO ASSALTA. PELO CONTRÁRIO, EM SÃO PAULO, PRINCIPALMENTE AQUI NA PRAÇA DA SÉ, TURISTA É ASSALTADO.

Portanto relate o acontecimento.

Pois é Doutor, foi assim:

--No meio do povão, o assaltante aproximou-se de mim, encostou a ponta de uma peixeira enrolada num papelão na minha barriga e foi ameaçando:

- ISBARRE AGORA E PERA AÍ SEU BIXIGUENTO!
- ARRIBE OS BRAÇO E NÃO SE BULA.
- DEIXE DE PANTIN E NUM FAÇA MUNGANGA.
- ME DÊ LOGO ESSA BRUACA SE NÃO FAÇO DO SEU BUCHO UMA ARUPEMBA.

Diante deste dialeto o Dr. Delegado que não tinha intimidade e não conhecia este idioma, foi obrigado a concordar, registrando a queixa como a vítima relatava.

Fora mesmo um turista.

Tempos depois Severino Paraíba mandava para o Delegado da Sé, notícias da sua cidade. Notícias agradecidas procedentes de Patos Espinhara, na Paraíba.

Aos trancos e barrancos Severino amealhara a passagem de volta.


16 novembro, 2021

Bar o Ponto Certo - por Zé Melo



Indiscutivelmente o “point” mais famoso de Custódia foi o Bar Fênix, ponto de encontro da sociedade custodiense nas décadas de cinqüenta e inicio de sessenta. Depois, com a fundação do Centro Lítero Recreativo de Custódia, ficou mais popular, perdendo espaço para a sociedade organizada. A partir daí surgiram vários bares que marcaram época na Custódia de antigamente. Lembro que no final da década de cinqüenta além do Fênix, existiam o Ponto Certo e o Bar Confiança, este na Avenida Inocêncio Lima, onde hoje existe um supermercado. Mas sem dúvida, nas décadas de sessenta e setenta um dos melhores locais para os momentos de lazer era o Ponto Certo, ao lado de “O Casarão”.

No período em que esteve sob o comando de Deta, o Ponto Certo era bastante animado. Foi um dos primeiros locais a usar decoração e iluminação próprias das boates, onde a juventude da época podia curtir um “cuba libre” ao som inesquecível de Tim Maia, Os Incríveis, Renato e Seus Blues Caps, e tantos outros sucessos da época. Recordo que naquele tempo rolava mesmo era o Tim Maia, com seus sucessos lembrados até a hoje. Lembro bem que as paredes internas do bar eram revestidas com esteiras feitas de fibra do tronco de bananeiras, o que associado a uma iluminação colorida (não recordo se havia a luz negra), dava aspecto agradável, tranqüilo e ao mesmo tempo romântico ao local. Quantas não foram as tardes/noites embalados por músicas inesquecíveis, o vozeirão de Tim Maia cantando “quando a gente ama, não pensa em dinheiro, só se quer amar, quer amar quer amar”, acompanhados do papo gostoso e despreocupado entre amigos. Inesquecível!

Nos finais de semana, logo a partir das dez horas começava a chegada dos habituês, aos poucos iam tomando conta das mesas, e por vota do meio-dia não se conseguia mais uma cadeira. Detase desdobrava para atender a demanda dos clientes, servido um tira-gosto pra, um cerveja pra outro, e a bebida mais chique da época: Rum Montilla, com Coca-Cola e Limão, para a maioria.

Em dias de festas – natal, ano-novo, São José, 11 de setembro, a movimentação se tornava intensa. Se antes era freqüentado pela juventude, nesses dias a sociedade excluía a juventude e assumia todas as mesas, espalhadas pelo interior do calçada do Bar. Nunca tive conhecimento de nenhum incidente ocorrido entre a juventude freqüentadora daquele Bar.

É verdade que naqueles tempos de grana curta, não se podia exagerar, mas sempre se arranjava um jeitinho de curtir um final de tarde naquele que era o melhor ambiente da cidade: o “Ponto Certo” da juventude.

Depois, surgiu o Casarão, que já mais incrementado, proporcionou noitadas agradáveis a centenas de jovens custodienses. Amplo salão que servia de pista de dança, decoração atualizada, iluminação apropriada, com o sucesso que era a luz negra atraía a atenção de jovens e adultos, principalmente nos finais de semana, quando a casa se tornava pequena para o grande número de freqüentadores, que se deliciava ouvindo Tinna Tunner e outros sucessos da época. Lourival cativava a todos com tratamento personalizado e amigo. Bons tempos aqueles, que infelizmente não voltarão, a não ser na nossa lembrança.

por José Soares de Melo

Um dos cabra era eu - Autor José Adenilton



Fiz esta música em homenagem a meu avô Antônio Eufrásio, que vivenciou a era do cangaço.
José Adenilton

Site Viajando por Todo o Brasil posta vídeo de Custódia


O site Viajando Todo o Brasil postou em seu canal do Youtube um vídeo por algumas ruas de nosso município.

A equipe do site visitou mais de 5.564 cidade pelo país, gerando assim um acervo de 8.000 fotos e mais de 88 horas de vídeo.

14 novembro, 2021

Poema para Custódia escrito por Miguel Lopes da Silva


A fotografia do crepúsculo custodiense é de Hugo Gonçalves de Souza

"E na hora dezoito dos mistérios, com as seis badaladas de um sino, em que anjos entoam doce hino sobre almas postadas em reverência, é aí que se mostram as ausências de Olívias, Anitas e Corinas, de Quitérias, Marias e Olindinas, dedilhando os segredos do rosário, transformadas em puros santuários, murmurando orações em bela rima. 

É a hora da prece e do perdão, evocando a beleza de um salmo: “paz na terra àqueles que são calmos, pois que são os herdeiros dessa terra!” diluindo rancores, ódio e guerra e hasteando a bandeira da esperança, assumindo a pureza da criança e implantando o brasão da harmonia. 

Esqueceram? – “vós sois o sal da terra e se o sal não salgar, como se salga?” São reflexos do Cristo em Sua saga de verdades, de dor e de paixão, um apelo aos traços de união que se deve implantar aqui e agora, não há mais tempo de espera ou demora, pois que urge implantar o reino eterno. 

E é na hora dezoito dos mistérios que as Olívias, Anitas e Corinas, as Quitérias, Marias e Olindinas, vão pedindo a Deus paz e concórdia, e que o futuro reserve pra Custódia, as noções do que o Mestre nos ensina."

Miguel Lopes da Silva
Petrolina 2013