29 outubro, 2024

"Quanto tempo o tempo tem?" (Lindinalva "Nenê")



"Quanto tempo o tempo tem?"
Vivemos na expectativa de que o tempo não é o mesmo de antes. A sensação é de que mal o ano começa e logo um outro surge.
Hoje, lendo essa mensagem que vou reeditar com alguns acréscimos, lembrei de um texto que li há treze anos, sobre o púlpito da Matriz de São José. A leitura não foi fácil. O momento era de tristeza e dor. A população estava consternada pela perda brutal de um jovem que estava em ascensão. André partiu, deixando dor e saudades. Nesse espaço de tempo, muitas coisas mudaram. E neste dia 28 de outubro, data da sua partida, senti saudades e um aperto no coração.
O tempo já não é o mesmo. Mudanças aconteceram.
A Rua Luiz Epaminondas também já não é como antes. Não vemos mais aquela alegria de crianças felizes. Muitos dos seus moradores já cruzaram a ponte que leva à eternidade.
Retrato Moral de André
Carlos André Campos Lopes
Nasceu: 28.04.1979
Natural: Custódia-PE
Grau de Instrução: Licenciatura Plena em História. À época, estava cursando o sétimo período de Direito.
Profissão: Policial PMPE
Pais: Carlos Fernandes Lopes e Verônica Maria Campos de Almeida Ribeiro.
Irmãos: Do primeiro casamento de sua mãe, uma irmã, Veruska Fabíola Campos Lopes; e do segundo casamento: dois irmãos, Euclides Ribeiro Siqueira Sobrinho e Wilker Ribeiro de Siqueira Campos.
Vi um garoto que teve uma linda e inesquecível infância. Vi um adolescente pautado na educação recebida. E vi um jovem educado, inteligente, amigo de fé e com uma vontade incrível de se destacar na sua profissão.
Ah, as noites da Rua Luiz Epaminondas eram tão bonitas que pareciam com a alegria da Rua da Várzea, com um lindo cenário de crianças que corriam e brincavam sob os olhares de mães, avós e tias. André teve o privilégio de ser criado por sua avó materna, Nilda Campos de Almeida, que lhe deu uma educação primorosa. Não fugiu da regra que educou suas quatro filhas. Todos eram movidos pela unidade da matriarca. Grande era a preocupação para que nunca lhes faltasse nada. André viveu em uma casa de três mulheres corajosas e obstinadas, que se doaram para fazê-lo sempre feliz. Mesmo morando em casas separadas, o amor por sua mãe era o de um filho bom. Na aconchegante casa da avó Nilda, que era casada com o Senhor Lola, ele se fez presente na vida dos seus irmãos e sempre contou com a presença de suas tias Mônica, Francisca e dos muitos primos. Deus os presenteou com dois anjos bons: sua tia Rogéria, que tinha o cuidado e amor de uma mãe dedicada, e o amor incondicional de sua mãe de coração, a bondosa Divonete, "Diu", como era conhecida carinhosamente. Nós passamos, no tempo, tão rapidamente, como uma corrente de água. (Salmos 9:5)
Ao abrir a porta pela manhã, lembrei dos cumprimentos carinhosos de cada dia que ele dispensava. Era um bom dia! Uma boa noite! de quem estava em paz. E recordei a pergunta cheia de uma amizade sincera. Ele dizia: "Dona Nenê, cadê meu amigo Gleissinho? Mande meu abraço pra ele".
André sempre nos mostrou seu jeito carinhoso e cuidadoso para com os amigos.
Sei que estás em paz, meu querido amigo! Luz, muita luz!
Carinhosamente,
Lindinalva-Nenê Custódia, outubro de 2024

Nenhum comentário:

Postar um comentário