04 dezembro, 2021

Baú de fotos da política local - Acervo Antônio Rafael

 Cerimonia de transmissão do Cargo de Prefeito, de Luizito para Djalma Bezerra.

Entrega do Título de Cidadão Custodiense ao Dr. Zezito Antunes, do Perímetro Irrigado do DNOCS.

Inauguração da Escola Municipal do Sítio Lagoinha. 
Observe-se a alvenaria em tijolos aparentes, para baratear o custo da obra. 
Entre os presentes, Vereador Antonio Rafael, Deputado Estadual Eduardo Araujo, um dos moradores da região, José Melo, Edésio Ramalho e Djalma Moisés.

Visita de Marco Maciel, Governador do Estado na época.
Em primeiro plano, Inocêncio Oliveira, Marco Maciel, Luizito, Antonio Rafael e José Melo. 



Um dos Muitos Comícios da Era Luizito.
Tudo indica que na Campanha de Djalma para Prefeito.

Sessão da Câmara de Vereadores, com os vereadores: Alzira Tenório,Antonio Rafael, Djaniro Jerônimo, Severino do Rádio e Tião Martins.

Mais um flagrante de um Comício, da campanha de Djalma.

 Confraternização entre Vereadores e funcionários da Câmara.

Mais uma vista de um comício, com a distribuição de bebidas entre os presentes. Veja-se que a bebida era acondicionada em imensos galões de duzentos litros cada.

Encontro de Prefeitos da região. 
Hélio (Prefeito de Tacaratu), Luizito de Custódia, Rui de Barros de Arcoverde, Artur Leite de Betânia, entre outros. 


Fotos cedidas por: Maria Antônia (Viúva)

[Relembre] I Encontro de Custodienses em Recife 2009



Realizamos mais um evento.

Desta vez o Encontro dos Custodienses aconteceu no Recife. Mais precisamente no Clube dos Oficiais da Policia Militar do Estado de Pernambuco, gentilmente cedido para nosso Encontro pelo comando da Corporação a pedido de Betinho e Zezé Amaral.

A ideia inicial deste encontro no Recife, era a principio incentivar aqueles que nunca foram aos Encontros em Custódia. Muitos, confessaram, não tinham ideia da magnitude daquela “brincadeira”. Não perderei mais nenhum. Diziam.

Sempre questionei, porque vinham para os Encontros em Custodia, custodienses residentes na Bahia, no Rio de Janeiro, custodienses de Brasília, de Minas Gerais, do Rio Grande do Norte até do Mato Grosso.

Já os custodienses residentes no Recife, bem mais perto de Custodia, onde mora a grande maioria, aparecia apenas meia dúzia de “gatos-pingados”.

Resolvemos que íamos reverter este quadro.

O Encontro de Recife atingiu plenamente o objetivo.

Fizemos 134 convites. Conseguimos colocar dentro do clube 104 custodienses natos, com mais seus acompanhantes, o clube encheu. Não fora o 7 de setembro caindo na segunda feira, dando ensejo a um feriadão, creio que o espaço disponibilizado pelo clube seria pequeno. Foi uma alegria só.

Rever um doce de criaturas como Laise e Vanize de Seu Né Marinho? Não tem preço. Vale qualquer sacrifício.

Rever Janoca de Chico Eugenio, Regina de Gerson Pinto (carcereiro) Jurandir de Alcides, Tona de Chico Eugenio. Salete Veríssimo, Naísa Amaral, João de Zuca Pinto, Neuman Florencio, e mais uma infinidade de conterrâneos, foi realmente gratificante.

A propósito: A quanto tempo não se via Zé Carneiro. Ele estava lá.

A programação foi cumprida à risca.

O som ao vivo, impecável, com o cantor indo de mesa em mesa atendendo aos pedidos, almoço, (churrasco esperto) refrigerante s e água por conta do evento, fotógrafos e cinegrafistas profissionais documentaram a festa, cerveja bem gelada “trincando”.

Alguns saíram “no lixo”. Betinho Amaral, Fernando Florencio, Zé Ernesto, Cícero de Quitéria (noivou) Prometeu que vai casar no Encontro de 2010, inaugurando o coreto da nova Praça Velha.(Não vale “farrapar” estamos de olho).

Foi um encontro sem solenidades, inteiramente formal, serviu para as pessoas que não se viam a muito tempo se irmanarem e estreitarem os laços de amizade rompidos pela necessidade de uma vida fora.

Como ponto alto, houve a apresentação em slide, num telão, do projeto Arquitetônico e Urbanístico, que será usado pela Prefeitura na reurbanização da Praça Velha(Ernesto Queiroz) elaborado pela Arquiteta Fabíola Secchin, de Marilia (SP).

Esperamos entregar a aos custodienses a Praça Ernesto Queiroz(Praça Velha) totalmente reurbanizada no Grande Encontrão de Setembro de 2010. Para tanto estamos envidando todo esforço possível junto à Prefeitura, Câmara de Vereadores e demais órgãos, para a concretização daquele projeto que foi doado à cidade sem nenhum ônus para os cofres públicos. (Projeto não foi usado pelo Executivo Local na época, apesar de todo apoio do Encontro, na Gestão do Prefeito Luiz Carlos Gaudêncio houve a reforma usando um outro projeto arquitetônico, mantendo revitalizado este cartão postal de Custódia.)

Vale destacar o trabalho de João Elizeu, Hermes Leandro, Betinho Amaral, que num esforço sem limites contribuíram para o sucesso do evento.

Fernando Florencio

Rua João Veríssimo em 1970


Rua João Veríssimo, mais conhecida como Rua da Várzea.

Na foto, temos a residência do sr. Edézio Ramalho, vizinho ao tradicional CLRC – Centro Litero Recreativo de Custódia, na mesma rua e mesma calçada, temos ainda hoje a Escola Maria Augusta.

No passado, funcionava na rua, um posto de saúde, a fábrica de tanino (curtume) de José Estrela, a fábrica beneficiadora do caroá de Zé Marinho, o motor, o gerador de energia elétrica a oléo diesel administrado por José Siqueira Campos – Zé de Isaías e um chafariz público que abastecia a cidade, além de algumas cacimbas de água potável que brotavam no leito dos riachos.

03 dezembro, 2021

Geografia Sentimental da Várzea e alguma história [Jailson Vital]


Prezado Paulo

Lendo o livro Baraúna, escrito por Zé Carneiro, em certa parte destinada à memória da Várzea, ele recomenda como complemento a leitura da minha crônica sobre essa tão importante rua. Lembrei-me então que em certa época houve um problema com o seu servidor de onde "sumiram" várias publicações, entre elas a minha crônica. 

Hoje lembrei-me que tenho um Disco rígido que pertenceu a um notebook e uso eventualmente como backup. Fui procurar e lá estava a minha crônica sobre a Várzea. Aproveitei e fiz um reparo (edição) histórica, consertando um erro de pessoa. 

Diante dessa recomendação de Zé Carneiro, solicito encarecidamente a você, colocar de volta essa crônica na minha "página" do nosso tão querido blog.

Por Jailson Vital de Souza 



vár.zea 

sf 1 Campina cultivada. 2 Planície de grande fertilidade. 3 Terrenos baixos e planos, sem serem alagadiços, que margeiam os rios e ribeirões. 

Se fôssemos definir a Várzea, bairro (?) de Custódia, nos meados dos anos 50, não seria possível encaixá-la exatamente na definição do dicionário citada acima. No entanto a definição não é de todo inapropriada. Naqueles anos a Várzea começava no pé da ladeira (que ia do prédio do Forum onde hoje é a Biblioteca Municipal até onde hoje é a casa construída pelo Sr. Luiz Amaral) e terminava na casa do sítio de dona Izaque Lopes. 

Havia um espaço entre o pé da ladeira e a casa do sêo “Pedrinho da banca”, que não tinha nenhuma construção. Não havia ainda o clube, e os alicerces da casa do sêo Luiz Amaral foram erguidos alguns anos mais tarde. Esse espaço é que em alguma época de grandes chuvas poderia se assemelhar a uma várzea, pois corria aí um riacho que vinha das terras mais altas do sêo João Miro e barrado pela estrada da várzea inundava as terras a montante. 

Havia na estrada uma pontezinha de madeira sob a qual o riacho se metia para logo depois se espraiar por todo o espaço onde hoje é o clube, tomando o nosso campo de futebol, “a grama”, invadindo o sítio de dona Nita Remígio onde aguava os altos coqueiros, o canavial e as mangueiras da manga rosa mais cheirosa e saborosa que eu já chupei, passava por baixo da ponte da BR 232 e ganhava a Mata Verde. Aqui faço um parágrafo para explicar que a BR 232 nessa época passava pelo cemitério, pela Av. Inocêncio Lima (A Bomba) e seguia por onde hoje é a rodoviária. 

Não volto ainda ao ponto onde deixei a narrativa. Volto devagar e demoro-me um pouco na “grama” e aí me vejo jogando bola, embora fosse um perna de pau, pois sendo asmático não tinha muito fôlego para correr atrás dela, mas me vejo jogando pião, bola de gude, enterrando ferrinho, derrubando “pitelo” de castanha de caju ou prendendo besouro em caixa de fósforo para ouvir o zumbido dele tentando se soltar. Era a “grama” também o palco das “rolétas” como eram chamadas as brigas em que os parceiros se agarravam um tentando derrubar o outro, brigas essas muitas vezes incentivadas pelos companheiros para se divertirem. 

Pronto, retomemos a narrativa a partir da casa do sêo Pedrinho que ficava no lado direito da rua. Desse ponto em diante havia casas dos dois lados. Permitam-me citar como referências algumas pessoas do meu conhecimento e das minhas lembranças que moravam lá, assim como algumas construções. Após a casa do sêo Pedrinho morava a minha primeira professora, dona Alexandrina, a família de sêo Abílio Moura (Abílio “cacundo”) e havia algumas casas antes de se chegar à casa de força do grupo gerador, motor como chamávamos, que fornecia energia elétrica a toda Custódia. Além de energia o “motor” fornecia também um barulho ensurdecedor à vizinhança. Barnabé o encarregado de seu funcionamento deve ter terminado os seus dias, surdo. 

Logo depois do “motor” havia duas construções que merecem ser citadas. Do lado esquerdo o posto de saúde e do direito o dispensário. O dispensário deveria ser uma entidade destinada a abrigar indigentes. No entanto ficou apenas na intenção, pois a construção se resumiu aos alicerces, à fachada e dois quartos, um de cada lado da fachada. Em um dos quartos morava “Maria doida” e no outro um maluco do qual não me lembro o nome (Luiz?, Catrevagem?), mas que se irritava quando a meninada fazia a pergunta: onde está a guerra ? Ele respondia: a guerra tá embaixo do chão e depois corria e atirava pedra na meninada. 

Diante da inusitada pergunta e da resposta não sei bem se o maluco ficava atrás da pedra ou estava correndo à frente dela. Atrás do dispensário, um pouco mais afastado ficava o “cemitério velho”, abandonado e com muitas lápides de suas sepulturas quebradas deixando à mostra as ossadas. Depois do dispensário havia um espaço sem casas para depois recomeçar. Desse lado morava a família do marceneiro sêo Lunga e dona Lindalva que eram vizinhos dos meus pais, sêo Zé Vital e dona Jandira. No lado esquerdo havia a marcenaria do sêo Lunga, a casa de Adamastor e de sêo Catonho Florêncio. Ficava desse lado também um casarão de cumeeira alta onde morava Antuza. 

Ao lado do casarão tinha uma estrada que conduzia aos fundos deste e à porteira de entrada do sítio de dona Nita. Faço aqui uma pausa para prestar homenagem a um morador do sítio de dona Nita que era personagem das festas religiosas de Custódia. Zé Biá era exímio flautista que com seu pífano de taboca acompanhado por companheiros no zabumba, triângulo e outro pífano fazendo segunda voz animava as festas. Retorno mais uma vez a descrever a Várzea. 

Depois do casarão, do lado esquerdo, recordo que tinha apenas uma pequena bodega e um largo espaço sem construções antes de chegar ao chafariz de sêo Duda do Banheiro. O chafariz ou banheiro como também era chamado era um prédio com uma grande caixa d’água que era abastecida de um cacimbão construído ali mesmo. A fachada enegrecida parecia ter levado uma mão de cal apenas na inauguração sabe-se lá quantos anos atrás. Dela saiam duas grossas torneiras de ferro que jorravam a água para as latas de 20 litros dos que lá iam se abastecer. Pagavam cada lata d’água com uma fichinha de flandres marcada a punção que haviam comprado antes. Dentro do prédio havia vários banheiros igualmente sujos e de chão escorregadio, onde muitos homens iam tomar seu banho semanal. Pagavam igualmente com uma fichinha. Fazendo outra pausa nessa caminhada esclareço que sêo Duda do Banheiro não é o mesmo que sêo Duda Ferraz. 

Este poderia ser considerado um multi-empresário da sua época. Atuava como mecânico dando suporte à manutenção do grupo gerador que fornecia energia à cidade, juntamente com seu filho Adamastor e Zé de Isaías. no ramo do entretenimento (Parque de diversão, constituído de canoas e carrossel que ele e novamente com Adamastor, construíam) e no ramo da comunicação (Serviço de alto-falantes: Difusora Duas Américas). Embora atuasse nessas 3 frentes, não tinha sequer 1 empregado. Trabalhavam para ele o filho Adamastor e 3 filhas. Sêo Duda Ferraz morava próximo à “grama”, na fronteira entre a Várzea e a rua “de baixo”. 

Bom, voltemos a caminhar, porém agora do lado direito da rua pois do lado esquerdo depois do chafariz não tinha mais nada, era somente roça. Depois da minha casa havia somente umas 4 casas antes de começar o muro que cercava uma fábrica abandonada. Tinha uma chaminé alta, vários tanques e montes do que parecia um pó grosso de madeira, de uma cor avermelhada que chamávamos de tanino. Provavelmente tinha sido um curtume que algum tempo depois foi reativado por sêo “Manuel do curtume” um viúvo, pai da bela morena Jandira. 

Depois do curtume havia igualmente no lado direito, um grande vazio para depois surgir o sítio do sêo Zé Major, um senhor moreno, alto e cego que criava vacas e vendia leite para a população. Depois do sítio de sêo Zé Major tinha umas poucas casas onde morava sêo Fantim Simões pai de Totonho e onde chegado de Betânia veio morar também sêo Anfilófio pai de uma penca de filhos entre os quais Tadeu, Maristela e Célia. Daí para diante era somente vazio até chegar a casa de dona Izaque Lopes. Hoje para vencer essa distância entre o pé da ladeira e a casa de dona Izaque é um pulo. Naquela época era uma viagem com algumas aventuras no meio. Eu com certeza tive as minhas. 

Vitória – ES, 07 de setembro de 2007

Caminhoneiros - por José Melo


DEDICADO AO MOTORISTA JUBILINO FERREIRA DA SILVA

Por José Melo                 


A vida de caminhoneiro sempre atraiu muitos fazendeiros do sertão, que não raro, vendiam seus rebanhos e aplicavam todo o dinheiro em caminhões, na maioria das vezes, velhos, que terminavam por arruinar financeiramente os antigos fazendeiros.

Muitas estórias eram contadas sobre a ventura e desventura desses aventureiros. Como a de um fazendeiro que comprou um velho caminhão, depois de ter vendido boa parte de seu rebanho. O caminhão quebrava mais que bolacha Creme Craker, e constantemente o velho fazendeiro tinha que vender algumas rezes para custear os constantes reparos.

Até que sem mais nenhuma rês para vender, com o caminhão quebrado no terreiro da fazenda, tomou uma decisão: mandou o “Chauffer” abrir a boca do “bicho” ( levantar o Capô), e dirigindo-se ao caminhão deu o veredito:

- “ Ô seu infeliz, você já comeu todo o meu gadinho, comeu toda a minha safra de algodão, comeu todo meu rebanho de cabras, e agora num tem mais nada. Se quer comer, agora você só tem as minhas terras. Vender eu não vendo mas se quizer, pode começar a comer!”

Esse evidentemente é um caso que não posso assegurar como verídico, mas muitos outros são verdadeiros, como o que relato a seguir.

Zé Batista sempre foi um fazendeiro muito equilibrado e trabalhador, sempre zelando por sua bela fazenda na Cacimba Nova.

Dado a proximidade da cidade, passou a morar na cidade. E foi contaminado pelo “cheiro da gasolina”.

Mas, precavido, procurou não errar. Antes de mais nada, construiu uma Garagem, na Rua Dr. Fraga Rocha. E quando alguém perguntava que construção era aquela, ele respondia sempre:

- “É uma garagem, pois penso no futuro em comprar um caminhão”.

Os amigos então o aconselhavam a desistir da empreitada, apontando os insucessos de muitos que enveredaram pela vida de caminhoneiro. Mas ele, apesar de analfabeto, era inteligente. Terminou a construção, trabalhou mais algum tempo, e depois comprou um Caminhão Chevrolet Brasil, zero quilômetro. Contratou um motorista e passou a realizar o seu sonho: fazia o transporte de mercadorias do Sudeste para o Nordeste e vice-versa. 

Com o passar dos tempos passou a encaminhar a filharada para a profissão de caminhoneiro. Resultado: todos os seus filhos, à exceção do caçula, o saudoso Ozório, passaram a dotar a profissão de motorista. Foi assim, um dos poucos fazendeiros que migrou para a atividade de transporte com sucesso.

Outros, nem tanto. Meu próprio pai tinha um comércio ativo, bem movimentado, com grande clientela. Caiu na tentação de ser caminhoneiro e viu seu comércio ir a deriva.

Vários “causos” engraçados se contam sobre caminhoneiros sertanejos. Como o de um Fazendeiro das Bandas do Barro Vermelho, que comprou um caminhão, e na primeira viagem, o novo caminhoneiro segui na cabine ao lado tendo o motorista, de nome Valdeci, constatado já no final da descida da Serra do mimoso que o “bruto” perdera os freios, exclamou:

“- Valha-me Deus, faltou freio!”

Ao que o apavorado transportador passa a implorar:

“- Intonce, Sêo Vardemar, pare pra eu descer, qui eu nun quero morrer de virada não!”

Outro fala sobre a arrogância de um motorista que acabara de dar um polimento na pintura do famoso “Marta Rocha” ( Chevrolet 1956, de linhas arrojadas para a época), quando um fazendeiro, encantado com a beleza do bruto passou a mão na pintura, ao que o motorista “chiou”:

“ - Ei, velho, tire a mão e esse saco velho da pintura do caminhão.”

Ao que o pobre coitado, humilhado, pergunta ao motorista:

“- Sêo moço, qui má lhe pregunto: quanto custa mar ou meno um caminhão desse?”

O Motorista, para humilhar ainda mais o velhote, deu um preço bem superior ao real. O velhinho fez as contas, abriu o saco velho e despejou em cima do capô do caminhão, uma verdadeira fortuna, fruto da venda de uma boiada, e cujo valor cobria o valor informado pelo motorista, e deu o troco ao motorista:

“- Apois se o caminhão vale isso e é seu, me passe os papé dele que eu compro ele agora, e pago a vista. Agora se não for seu, dêxe de xalerá o dono e num venha querer passar pito nas pessoa!”

Certa feita, Adamastor foi chamado para consertar uma camionete, em Quitimbu, que fazia semanas que a “bicha” não “pegava” nem no tranco. 

Limpeza do carburador, regulagem do relê, bota em tempo, enfim, faz uma revisão geral. Como a bateria estava arriada, pede aos presentes para dar uma empurradinha na camionete, para ver se ela “pegava”.

Na primeira tentativa, nada, na segunda também não. Depois de várias tentativas e novos ajustes, enfim ela pega, fazendo aquele barulhão tão esperado pelo dono, que não se contendo agradeceu:

“ Viva Santa Luzia, qui graças a ela meu carrim tá bom de novo!!!

Ao que, Adamastor, conhecido por sua fina ironia, não perdoou:

“- Se foi ela que consertou seu carro, porque você foi me chamar pra consertar?”

E o agora feliz proprietário contra argumentou:

“- Você consertou, mas ela ajudou!”

Adamastor aproveitou e concluiu:

“- Então você vai ter que pagar dobrado: além do meu trabalho, que deu certo, você teve a sorte de ter uma Santa ajudando!

E o pobre homem pagou a Adamastor regiamente e ainda faz uma doação para a Padroeira de Quitimbu.

E pra finalizar, nada mais ridículo do que aquele ajudante de caminhão que, para garantir a segurança do veículo e da carga, foi dormir na boleia do caminhão. Quando se preparava para dormir, descobriu um pijama do dono do bruto, e não teve conversa: vestiu aquela roupa “chic”.

Só que na manhã seguinte, quem disse que ele conseguia desamarrar o nó cego que ele deu no cordãozinho do pijama? Pense num sufoco, vendo a hora o dono chegar e ele ali vestido no seu belo pijama!!!

Não sei o final, só sei que isso aconteceu na antiga Bomba, no Posto Shell que lá havia.

02 dezembro, 2021

Grupo Atan: Responsabilidade Social é fundamental para as Empresas.


Numa sociedade de grandes diferenças sociais como a nossa, a escassez de estrutura também abre espaço para solidariedade.

É dessa necessidade de minimizar a desigualdade, cobrindo especialmente lacunas as quais as comunidades possuem dificuldade de modificar, que surgem os projetos sociais, iniciativas que mudam perspectivas de vidas e podem partir tanto de pessoas físicas como jurídicas.

Cada vez mais empresas de todos os tamanhos estão aderindo ou criando seus próprios programas. Dentre as várias motivações para esta tendências estão: a preocupação em gerar um impacto positivo na sociedade, a manutenção de uma boa imagem frente aos consumidores e os incentivos fiscais. Além disso, os projetos fomentam a economia, gerando mão de obra qualificada e, consequentemente, mais emprego e renda.

E como valorizar nosso compromisso com a sociedade é um dos princípios fortes do Grupo Atan, entre as nossas inciativas de cunho social está o Projeto Atan nas Escolas, que tem como objetivo levar conhecimento de mercado para a sala de aula, funcionando como um multiplicador de oportunidades.

Aqui, levar educação, cultura e desenvolvimento em múltiplas esferas faz parte da decisão de apoiar a formação dos grandes profissionais do futuro.

E você? Já imaginou como a sua empresa pode fazer a diferença que precisamos? Por meio dos projetos sociais, é possível ajudar a promover a mudança. E notadamente os benefícios também se voltarão para o seu negócio.

#responsabilidadesocial #educacaoprofissional #projetosocial #compromisso #sociedade #aprendizados #participação #escola #empresajunior #inclusãosocial #grupoatan

História de Samambaia - Por Facebook Distrito Samambaia


Foto: Evanilson Rezende

O nome do lugar era Santa Verônica uma santa dos Escravos negros do cativeiro do Tenente Henrique. A fazenda do Tenente era na estrada que liga Caiçara a Samambaia,hoje Fazenda Poço Escuro, que pertenceu a Artur Preto. o curioso é que esta Fazenda também se Chamava Poço da Cruz e foi mudada por do açude de Ibimirim. A antiga igreja desta santa era ladrinhada de Tijolos sem o uso de cimento. Foi encontrada uma telha, pertencente a esta antiga igreja, datada 1822, Segundo testemunhos de vários que a tiveram nas mãos-Dezim Pacífico e Jeremias da Caiçara.

O que vem a provar que os escravos foram os iniciantes na religiosidade local. o primeiro padre foi Manoel Marques Bacalhau, desde 1877.

Em 1862, o capitão Joaquim do Rego, lavrou uma escritura de 400 braças de terra que foram doadas ao padroeiro São Sebastião. As terras vão das margens do rio Cupiti até o rio Moxotó. Joaquim do Rego foi o primeiro morador de Samambaia.

A Usina de caroá de José Vasconcelos, empregava mais de 400 pessoas entre arrancadores, os carreiros carreiros com seus jumentos e carros de bois com duas juntas, fabricados de Pau Ferro em Águas Belas e Alagoas. O caroá era arrancado, transportado e pesado, era frequente alguém perder os dedos na desfibradeiras, caso de Paulino e Isabel. As fibras eram colocadas em fardos e transportadas por Tota, nun caminhão Chevolet, para armazéns da Companhia de caroá de Caruaru, Alias o nome Caruaru origina-se deste feito.

O armazém em Samambaia foi incendiado acidentalmente por João Pareira, que ao acender o fuzil do fogueteiro para fumar um cigarro, deixou cair as faíscas. Nesse dia, Crespe bezerra Lafaiete, o primeiro gerente da usina, estava cansado e foi chamado pelas sirenes da campanhia. Não houver tanto prejuízo porque tinha seguro de carga. Depois de Crespe, a gerência passou para o velho Jesus. Manoel Luis de Campos, da Cacimba de Baixo, foi quem tirou a madeira para a confecção das tesouras da usina.

Depois dos Vasconcelos, o Dr. Aurélio passou a ser dono, tinha até avião que pousava em terras da casa de Pedro Simão acima. Depois de Aurélio, Numeriano comprou a usina e seus filhos, Aristóteles e Clodoaldo ainda hoje conservam até hoje. No tempo de Numeriano o pesador era Dezim Felipe e depois, Abilio Ferreira da Silva irmão de Lidia Ferreira da Silva Avô de Evanilson Administrador do Site.

O policiamento era o Coronel Salgado, que vinha do Recife de burro com mais ou menos 10 soldados e percorria Samambaia, Ingá e Quintibu, voltando em seguida para o Recife. Maravilha e Custódia nem existiam.

O primeiro encarregado de samambaia foi o Coronel Joaquim Bezerra, o qual obteve a obediência de todos. A primeira professora foi a dona Aurora, de Buique, trazida por Numeriano em, 1930. Mas antes tinha a Dona Zizi e Dona Eliza mulher de Oiô. O primeiro comerciante podia ser dos Balbino. Antigamente se almoçava de 8 horas da manhã. Sendo que a feira de Samambaia era numa quinta-feira, onde se vendia tapioca e rapadura. Os feirantes almoçavam no hotel de Dona Eliza.

Mas antes da existência desse hotel, havia o da Dona Adelaide. Quilidona era a mulher de Zé Izidoro e colocou um hotel onde depois passou a ser de Chico de Abílio. Era costume comer bolo virado que custava, 1 vintém. Que é o equivalente a 20 reais, com café muido com mel, 100 tustões era 1000 réis. 1 tostão era 100 reais e 5 vinténs era, 1 tostão. 1 pataca era 8 Vintém, Uma rapadura era comprada por, 1 tostão; 250 gramas de café era grãos 400 reis 1 kg de açúcar custava 3 tostões em 1928.

10 tostões depois de, 1930 enquanto o café pulava para 10 "tões" para 1200 réis. O que equivalia a um dia de serviço na roça. Ainda em 1942 surgiu o cruzado antigo. Um escravo preto, com bons dentes e boa saúde físicas, era comprado por 1 conto e 500 réis era considerado muito rico. O bisavô de Dezim Pacífico era dono de senzala e o dinheiro era de ouro. Os correios vinham com a mala nas costas com cadeados, provindo de Floresta para o Rio Branco(Arcoverde). Uma carta poderia demorar mais de 30 dias, pois era transportadas de pé.

O cruzeiro de Samambaia era na frente da igreja enterrado e batido no chão, depois passou para as grandes pedras de Manoel Olímpio. hoje em dia fica no pequeno cercado do popular conhecido por "Pai João" pois reside atras do cruzeiro que é conservado ate hoje.

Em samambaia havia corrida de prado, com cavaleiros devida e orgulhosamente fardados, com calças brancas e camisas vermelhas. O enfrentante era Manoel Simão, irmão de Dona Chiquinha da Caiçara, cantora das novenas das festa religiosas. O melhor cavalo de prado era Vila Bela. Esse evento atraia gente de toda região e cidades vizinhas. Bala Seca e Malambec eram os cavalos que Pedro Cicero (Pedro Vaqueiro) cavalgava, trabalhando para Numeriano. Não havia vaquejada e sim muitas pegas de boi no mato.

Que se tornavam festa de boi visto que havia sanfona, cachaça e muito arrasta-pé. Todo vaqueiro tinha um lenço vermelho no pescoço.

Existiu também uma cavalhada comandada por João de Barro e seus 12 pares, segundo a Dona Josefa Luiz de Souza, esposo de Valdemar da Cacimba de Baixo, essa cavalhada acontecia na vila de Samambaia. Severino era rezador, pedreiro e carpinteiro afamado na Caiçara e região. Já na arte de medicina popular e sem formação educacional, tinha Joaquim Canário, fazedor de garrafadas. Cicero Bezerra era delegado particular de Samambaia. E Pedro Simão era o melhor chamador de Quadrilha da região.

João Canário era tocava oito baixos ou harmônico. Era de costume procurar Joaquim Canário para aliviar dores de dentes e outros pequenos problemas. Dona Olindina da Conceição era enfermeira e parteira da região de Caiçara e Samambaia. Sitônio lopes de Mendonça médico veterinario leigo e segundo contam, nenhum animla morreu por causa das suas operaçõs, sempre ponteadas com ponteiras de pinhão e agulha de saco.


Os melhores artesão da região pertenciam à família do senhor Dezim Pacífico, do Salgado. Esse mesmo senhor completou 90 anos lúcidos em, 13 de julho de 2002. Junto com Jorge Bezerra de Rezende (Jorge felipe de Samambaia) nascido em, 24 de junho de 1919, foram so principais testemunhos desda História de Samambaia.

Facebook Distrito Samambaia

Traços e Retraços - por José Carneiro


Por José Carneiro

Aqui vão alguns traços e retraços do tempo da infância e adolescência vividos na minha terra natal. São vozes do passado ecoando no presente. São lembranças antigas, agora revividas. São vozes e lembranças de ontem, hoje repassadas de saudade. São auroras e crepúsculos a que assisti da janela do meu mundo interior. São, enfim, imagens de um tempo encantador, que se foi e não volta mais, mas permanece na minha memória e no fundo do meu coração.

Nasci em Custódia nos idos de 1929. Já lá se vão oitenta e duas primaveras! Nela vivi, intensamente, até 1955, quando parti em busca de outros mundos. Agora, depois de tanto tempo, por obra e graça da força telúrica, eis-me de volta ao meu lugar. Doce reencontro!

Dos preparativos e realização da primeira comunhão, sob o ministério do padre João Amâncio, guardo uma das maiores emoções de minha vida, conservando, no fundo da alma, a magnitude daquela bênção sacramental. Padre Amâncio, como era chamado, é personagem completamente esquecida na história de Custódia. Era um homem corpulento, de feições grosseiras, sisudo por natureza, mas exemplar sacerdote e de uma fé inabalável.

A minha primeira professora, Veneranda Goes, tratada carinhosamente por Sinhá Goes, era uma mestra inata e dedicada ao magistério. Sentia-se orgulhosa em dizer que foi minha primeira professora e responsável pela minha alfabetização. Alta, vistosa, esbelta, andar garboso e, sobretudo, elegante no trajar. Foi uma das mais bonitas vitalinas da cidade. Lamentava não ter casado e disso não se conformava. Eu gostava muito dela e fazia questão de demonstrar meu afeto e gratidão.

A escola foi o centro da minha infância. Gostava verdadeiramente da vida escolar e das atividades letivas. Não obstante, nunca fui um aluno estudioso, embora qualificado acima da média da classe. Era mais afeito a leituras não didáticas e inclinado à literatura, escrevendo e declamando poesias. Lembro-me de algumas professoras primárias, destacando: Jucy, de Vitória de Santo Antão, baixinha, rechonchuda, graciosa, alegre e simpática. Ensinava bem; Irma, do Recife, alta, magra, morena, feiosa, de pouca conversa e estrábica. De uma austeridade fora do comum. Tinha como dama de companhia sua prima Lurdes, de linguajar, trejeitos e comportamento fora dos padrões do tempo e do nosso meio social; Ivete Matos, de Pesqueira, alta, magricela, morena, calada, carrancuda e indiferente a tu do e a todos. Teve hospedagem na casa de Dona Anita Remígio. Num dos magníficos dramas de Padre Duarte, fez dueto com Nildo Nino numa bela canção matuta, que falava numa casa bonitinha lá no alto dos oiteiros; e, por fim, Corsina, de Pesqueira, de todas a mais formosa. Alta, alva de olhos azuis, elegante e com características aristocráticas. Intelectualmente preparada e de educação esmerada. Usava óculos. Caiu na simpatia de todos. Era tia do Desembargador Fausto Freitas. Também me lembro de alguns colegas de classe e contemporâneos, mencionando, entre muitos: Milton Aleixo, filho de Heleno Aleixo e Dona Ernestina, minha tia pelo lado materno, magro, rosto anguloso, nariz adunco, canhoto, feioso mas simpático, inteligente e dos primeiros da classe. Foi o companheiro de infância com quem mais convivi, pois, além de primo, tínhamos muita coisa em comum. De forma inusitada deixou Custódia e partiu para São

Paulo, onde vive em completo anonimato, sem dar notícia a ninguém deste mundo;

José Neto, Noêmia e Joany Pereira, filhos de Joaquim Pereira e Dona Corina, formavam um trio harmonioso em comportamento, educação e formação doméstica. Zé Neto foi outro companheiro com quem sempre mantive um vínculo forte de amizade, apesar do seu exótico temperamento, e, quanto a Joany, há muito a se contar; Ernesto Queiroz Júnior (Ernestinho), José Elídio de Queiroz (Zito), filhos de Ernesto Queiroz e Dona Maria Josefina, sempre se destacaram dos demais, não tomando parte direta na vida simplória da meninada da fuzarca; Francy Moura, irmã de Maurina e Elvira Moura, filha de seu Nequinho Moura, a finura em pessoa. Calma, modesta, simpática, era a mais inteligente da classe, disputando o primeiro lugar com Joany Pereira; Elizeu e Osmaldo, filhos de José Marinho e Dona Olívia, eram de comportamentos arredios, sem nenhuma ligação com os modos e costumes da época, talvez por conta da rigidez educacional adotada pelo pai, Zé Marinho, como era conhecido, irmão de Né Marinho. Era um homem retraído, tendo se mudado de Custódia repentinamente, por razões ignoradas pela população, não se sabendo do seu paradeiro; Valdemar Pires, filho de João Pires e de Dona Candóia, era um menino que fugia à regra geral, notadamente por não se misturar aos demais; José Lopes e Zefinha Lopes, filhos de Manoel Lopes e Dona Isaque Lopes, modestos e reservados; Zélia Sá, filha de Zé Major e Dona Firmina, irmã de Socorro e Nizinha Sá, morena, prestativa, a bondade e simplicidade em pessoa; Cacilda Andrade, filha de Dona Olindina, morena, farta cabeleira, olhos vivos e brilhantes, de hábitos simples e serenos; e, para encerrar, Odete Ferreira, filha de Chico Ferreira e Dona Loló, irmã de Ceci, Eliete e Netinha, graciosa, risonha e calma, parecia que estava fora do mundo. No mais, fiz o que era comum à maioria dos meninos da mesma faixa etária naquela época: soltei balão, empinei papagaio de papel, joguei pião e castanha, cacei passarinho com baladeira, brinquei de peia queimada, fiz açudes nas enxurradas, esquipei em cavalo de pau, etc.... etc....etc...., mas, para ser franco, o que mais eu gostava era de tomar banho de chuva com o bando em alvoroçada disparada.

Da minha terna cidade
Onde vivi toda infância
Eu guardo ainda a fragrância
Do verdor da mocidade
Hoje lembro com saudade
Dos sonhos que sonhei nela
Naquela quadra tão bela
Que trago sempre presente
De Custódia vivo ausente
Mas nunca me esqueci dela.

A mocidade vivi toda ela em Custódia e, excetuando a política, me envolvi, emocionalmente, de corpo e alma, em todas as manifestações artísticas, sociais e populares, evidenciando: representações teatrais, serenatas nas noites de luar, namoradas sem conta, danças a valer, folias carnavalescas, festejos de toda ordem, enfim, tudo aquilo que era bom e proporcionava alegria e prazer. Mas, do que mais eu gostei, foi do primeiro beijo da primeira namorada. Ainda hoje sinto o gosto dele!

Saudade doce lembrança
Do tempo da mocidade
Quando tudo era alegria
Amor e felicidade
Agora no fim da vida
Como é amarga a saudade!

Os Santos e os Belos - por Joaquim Belo


Ai que saudade que tenho

Da casa de minha avó
Do sitio lá dos coqueiros
No vale do moxotó

Julieta, lá nasceu 
Nas margens do Piutá
Um rio seco e excêntrico
Com um cão particular

Casou com Augusto Belo 
Caboclo da Tinindeira 
E era filho legitimo 
De Belarmino Bandeira

Sertaneja de muita fé
Cumpriu o que prometeu
Deu um belo nome de santo
A cada filho que nasceu

O primeiro foi São José
O que faz chover do sertão
Para salvar a lavoura
E aumentar a produção

O segundo foi Manoel,
Também de parto normal,
Tem um nome do senhor
Porque nasceu no natal

O terceiro foi São Joaquim
Que se tornou o meu guia
Escolhido na folhinha
Pois era o santo do dia

O quarto foi Santo Antônio
O santo casamenteiro,
Na escolha do matrimônio,
Ajuda quem é solteiro

O quinto foi São João
O nosso santo festeiro,
Se chover lá no Sertão,
Tem festejo o mês inteiro

Chegou à vez de Maria,
O seu composto era Inez,
Que na santíssima trindade
Era a primeira das três. 

Inalda foi à oitava,
Mas era também Maria,
Foi a segunda da trinca
A trazer essa alegria.

Ivoneide outra Maria,
Só a saudade deixou,
Muito antes do combinado
Foi morar com o senhor.

Chegou à vez de São Paulo,
Não sei o oficio que faz,
Talvez ajude o rapaz
Na luta com satanás.

Abriu alas pra São Pedro,
Aquele que julga o réu, 
Ele é quem dá o veredicto
Pro defunto entrar no céu

O caçula foi São Carlos,
Misto de santo e de rei,
pois não deixei o menino 
ser chamado de Severino

Os santos de Augusto Belo
Que Julieta pariu
Espalhou-se pelas terras
Do nosso imenso Brasil.


Joaquim Belo
Belém-PA