08 junho, 2025

[Biografia] José Rodrigues de Almeida "Lola"



Em 14 de setembro de 1937, na Fazenda Lagoa Cercada - Custódia-PE, nascia JOSÉ RODRIGUES DE ALMEIDA, mais conhecido por Lola.

Terceiro filho do casal JOAQUIM RODRIGUES DE ALMEIDA (Quinca da Barra) e QUITÉRIA QUEIROZ DE ALMEIDA.

O casal, tiveram 7 filhos: Margarida, Manoel (Netinho), José (Lola), Josué (Leca), Judith (Nicinha), Davi e Socorro, todos com o sobrenome RODRIGUES DE ALMEIDA.

Infelizmente, Quitéria faleceu ainda jovem, deixando sete filhos, ainda de menores. Tinha 13 anos quando ficou orfão de mãe. Sua tia cuidou dele com muito carinho com seus 

Após o falecimento de sua esposa, Quinca da Barra casa com sua cunhada CAPITULINA, que ajudou na criação dos sete sobrinhos, que ficaram órfãos de mãe.

Dessa união conceberam mais 4 filhos:

Maria das Graças (Gracinha), José (Zezinho), Fátima e Arimathéa (Ary); e todos com os mesmos sobrenomes, Rodrigues de Almeida, um total de onze filhos.

Conforme informações recebida de minha Mãe, Nilda Campos, minhas tias e demais amigos que com papai conviveram; sempre me passaram a seguinte imagem sobre ele: Lola foi um jovem muito fechado, sério, destemido e de poucas palavras. Ou seja, um homem antipático! Assim ouvi essa frase por diversas vezes.

Lola casou, aos 22 anos, em 19 de março de 1960, com a jovem, Nilda Campos de Queiroz, ela com 19 anos, na Igreja Matriz de São José, de Custódia.



Foto tirada na Missa de 7º dia


Dessa união houve quatro filhas:

Verônica Maria Campos de Almeida - 11.02.1961
Mônica Zaíra Campos de Almeida - 20.02.1962
Francisca Valéria Campos de Almeida- 05.03.1963
Rogéria Marília Campos de Almeida - 18.07.1964.




O casal não perdeu tempo na concepção dos seus quatro rebentos. Até parece que previam a partida precoce de Lola! A uniao do casal durou apenas 5 anos.




Ainda segundo alguns relatos familiares:

Era boiadeiro, negociava e vendia gado na região. Gostava de apostar em corridas de prado e de Festas de Pega de Boi no mato. Saia para o campo encourado e só voltava com a uma "reis," garrote ou novilha da qual se propusera a trazer, mesmo com a "cara" toda rasgada e sangrando, devido aos ramos da caatinga. Teve um timpano de um de seus ouvidos atingido, o que resultou na perda auditiva. 

Ele não era político, nunca se candidatou a nenhum cargo público.

Era um HOMEM fiel aos seus princípios, a sua família e aos amigos. Pois os defendia fervorozamente.

Porém, em 6 de junho de 1965, foi alvejado novamente, por conta de brigas políticas. Todavia, dessa segunda vez, foi fatal! E às 5h da manhã, do dia 7 de junho de 1965, faleceu vítima de hemorragia interna, devido aos projéteis de arma de fogo, no hospital da cidade de Sertânia - PE. Morreu conversando e chamando por seu compadre e amigo Zé Burgos.



"Cada uma de nós compondo sua história"


Faleceu muito jovem, com apenas 27 anos. Deixando viúva, sua esposa Nilda de apenas 24 anos, e filhas com as seguintes idades: Verônica 4 anos, Mônica 3 anos, Francisca 2 anos e Rogéria com apenas 10 meses.

Foram tempos dolorosos e difíceis, em todos os aspectos. Lola não deixou herança suficiente, a fim de que suprissem as necessidades básicas para criação e educação de suas pequenas, na época não havia pensão para viúvas.

Contudo, Deus na sua infinita misericórdia não nos abandonou! Pois, Mamãe e nossos avós materno, Izaías de Queiroz Amaral e Francisca de Siqueira Campos (D. Feinha), deram todo suporte necessário para seguirmos com dignidade, e nada de necessário nos faltasse. Melhor falando, eles não nos deixaram sentir a orfandade.

Minha mamãe foi guerreira, foi valente, incansável e uma referência para suas filhas, meu maior orgulho é ela!


Nilda Campos e suas filhas


Portanto, há exatos 60 anos perdemos nosso pai, Lola, não posso dizer que guardo dele recordações, so informações de sua personalidade e seu porte físico: de um Homem sério, destemido, "barriga cheia", que gostava de uma mesa farta e cheia de amigos pra almoçar, pois era um amigo fiel, deixando 4 filhas pequenas (de cobrir com um balaio) para honrar, as perdas de seus entes e amigos queridos, com seu próprio sague, isto é, deu sua sua própria vida! Até hoje é lembrado por seus amigos ou que conviveu.

Infelizmente, era muito jovem e sem "juízo", ainda melhor dizendo: um jovem inconsciente e inconsequente.

De seu porte físico tenho poucas fotografias, algumas mais fiéis e outra um pouco produzida. Das quais nos retrata um Galego da Barra bonito, sisudo, alto, estatura mais ou menos 1,85 m. Minha mãe dizia que ele parecia com o ex-goleiro da Seleção Brasileiro, o gaúcho Tafarel.

Perdemos nosso PAPAI, ainda um menino; o prejuizo, infelizmente, foi nosso.

Descendentes de Lola:

5 filhas, sendo a primeira filha, fruto de sua adolescência chamada Maria de Lourdes, atualmente tem 12 netos e 23 bisnetos.

E é isso. "Morre o homem e fica o nome"...

LOLA da Barra!



Rogéria e sua mãe Nilda Campos

Biografia feita por:

Rogéria Campos
Custódia-PE
Junho/2025

5 comentários:

  1. Lola era primo da minha mâe

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  2. Minha amiga, parabéns por ter escrito a história de seu pai com todos seus reveses, com tanto destemor e altivez. A história de um jovem com porte de atleta, amante de suas raízes, que se casou com uma moça prendada de muitos dons e o amava. Quanta alegria deu a suas quatro filhas, que têm o maior orgulho de se dizer filhas de Lola e Nilda. Sua prole multiplicou com netos e bisnetos.
    Abraços de paz e luz!
    Amo-te, amiga!

    Nenê.

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  3. Dannylo Ruithe (Rondônia-RO)

    Minha mãe testemunha ocular do amor de Nilda e seu pai.... episódios como este fizeram minha mãe se afastar da família e da vida social de Custódia, retornou brevemente apos separação com meu pai,, mas guarda muito hoje em seu ser frágil de histórias traumatizantes interrompendo a construção de um amor familiar por tomada de poder político local..

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    1. Exatamente assim, querido amigo. Sua mãe e a minha eram grandes amigas. Abraços.

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