16 outubro, 2024

Alunos da 1ª Série da Escola General Joaquim Inácio (1981)


Foto: Cristiano Dantas


Turma da 1ª série na Escola General Joaquim Inácio, Professora Germana em 1981,

Segundo alguns aluno da época, não foto temos:

José, Márci Virgilio, Elton John, Tércio Martins, Aldir Marinho, Clóves Aleixo, Nadiene, Cristiano Dantas, Petrucia, Geomercia, Patricia, Django, Sivanildo, Geraldo, Elvio, Fábio e Edilene Amaral, não necessariamente na ordem da foto.


14 outubro, 2024

Se vivo fosse, Antonio Noel faria 94 anos


Fotos: Acervo familiar

Esse é o meu pai, muitos tiveram a honra de o conhecer e conviver com ele, outros só o conhecem das histórias contadas através dos familiares. 

Meu pai, o homem que tenho o maior orgulho em falar, era um homem pobre, de uma família tradicional e unida. Era o Tonho Noel pra uns, para outros Tonho de Rosa Teixeira. Nascido em Tupanatinga, agreste pernambucano.

Para uns primos, que ele não considevam apenas como simples primos, eram nas palavras do mesmo, primos carnais (muito tempo depois, entendi o porquê desse carnal), ou sejam, eram irmãos: Zezinho de Amélia (o primeiro a se despedir de todos), meu pai foi em seguida, João de França (in memória), João de Morena (in memória), João Rodrigues (primo e parceiro nas feiras das regiões vendendo cereais), Odilon Teixeira (primo e também feirante junto ao meu pai e ao seu futuro genro), Lourenço Alves (in memória) e Lourenço Alves de Souza Sobrinho. 

Hoje, a saudade bate com mais força e nos deixa mais frágeis, pois completa 38 anos que nos deixou. Era um homem bastante rígido com suas regras, mas um pai, marido, filho e irmão cheio de amor e muito carinho. 


Meu pai quando Deus o chamou, eu tinha apenas 14 anos. Durante esse pouco tempo em sua companhia, nunca o vi destratar minha mãe com uma palavra, com nós os filhos, ele falava com os olhos e nós entendíamos muito bem o significado. 

Papai, mesmo depois de mais de três décadas digo que queria muito ter o senhor ao nosso lado (tudo poderia ter sido diferente), infelizmente o destino já vem traçado e ninguém tem o poder de mudar. 

Queria sim ter o privilégio de dizer, meu pai vai fazer 94 anos (tantos vivem mais do que isso). Hoje sei que onde estás deve ser bem melhor que aqui, mais iluminado. Tenho certeza, papai, que o senhor nunca nos abandonou. Te amo muito e sinto sua falta!

Maritônia Cavalcante Souza
filha

13 outubro, 2024

Buenos Aires é Campeão Estadual do Campeonato Quilombola Nacional. 



A 1ª Edição da Copa Estadual Quilombola de Futebol chegou ao seu encerramento, hoje dia 13 de Outubro, na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata. A competição, iniciada em 21 de setembro com uma fase de grupos, foi promovida pela Secretaria de Educação e Esportes do Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Executiva de Esportes, e reuniu 26 equipes de 22 municípios pernambucanos. Este torneio abrangiu 22 equipes masculinas e 4 femininas de diversas comunidades quilombolas, oferecendo uma oportunidade única de integração e visibilidade.

A equipe do Buenos Aires de Custódia, venceu a equipe Estivas de Garanhuns na semifinal pelo placar de 1x0, gol anotado de penalty por Rauli. Com o resultado a equipe custodiense foi para a final, contra a excelente equipe de São Lourenço da Mata. Mesmo assim, o Buenos Aires foi superior nos dois tempos, se consagrando assim Campeão da 1ª Copa Estadual Quilombola de Futebol, repetido o placar da semnifinal, com gol feito por Léo. Mérito também para a Comissão Técnica, composta pelo treinador Leandro Capita, Edilson Silva e Ricardo Góis (Auxiliares Técnico) e Alan Amaral (Diretor de Esportes).

É a primeira que a cidade de Custódia, vence uma competição Estadual, e parte para disputar a etapa nacional, que será em Novembro, com datas a definir, no Estadio do Rio de Janeiro. Os atletas custodienses jogarão suas partidas no centenário estádio do Maracanã, palco de jogos inesquescíveis de times de todo o mundo. Um templo do futebol mundial. 

Texto:
Com informações do Diário de Pernambuco. 
Colaborou Rogério do Peti (Diretor do Colégio Municipal Ernesto Queiroz) e Edilson Silva.



Confira a Transmissão ao vivo da Custódia Sports TV com narração de Fabiano Santos, o popular Mãozinha.

10 outubro, 2024

Quilombo de Buenos Aires: caracterização histórica, econômica, ambiental e sociocultural

Este artigo mostra um resumo do relatório antropológico e tem por objetivo a definição do território do quilombo de Buenos Aires, localizada no município de Custódia – PE, como parte do Programa de Desenvolvimento dos Territórios Quilombolas item 17, (PBA 17) no âmbito das ações do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Projeto São Francisco). A comunidade de remanescentes de qui- lombos de Buenos Aires está localizada a uma distância de 14 quilômetros da sede do município de Custódia. Lá habitam cerca de 250 famílias. O que mais caracteriza a comunidade é a heterogeneidade étnico racial: convivem brancos, negros e mestiços. O discurso dos moradores é que todos se misturaram ao longo de uma convivência que conta mais de seis gerações.

Neste trabalho, iniciamos nosso contato com os representantes dos territórios de remanescentes de quilombos do município de Custódia acompanhando os técnicos do Ministério da Integração em diversas reuniões na sede do município com seus representantes. No caso de Buenos Aires, realizamos, em seguida, uma reunião no próprio território para expor o trabalho a ser desenvolvi- do.Após esta visita, foram iniciadas conversas com colegas antropólogos em busca de orientação de como melhor proceder para realizar um trabalho de pesquisa antropológica dentro dos referenciais da Instrução Normativa Nº. 49 (IN 49). A opção foi pela constituição de uma equipe multidisciplinar. Com- pomos esta com um antropólogo e uma pedagoga em período integral; e,oportunamente, tivemos a colaboração de profissionais das áreas de história, agronomia, engenharia ambiental, engenharia florestal e geografia, entre outros. Conversas profícuas com profissionais da Biologia, do Direito, da Educação Ambiental também fizeram parte do cotidiano da pesquisa.

Como parte do trabalho de campo foram realizadas diversas visitas, nas quais ficávamos em média três dias no território de Buenos Aires. Nestas, identificamos e entrevistamos os informantes de maior interesse para o nosso trabalho: os mais idosos, a ex-presidente da Associação de Remanescentes de Quilombos de Buenos Aires e atual vereadora Yolanda Amaral, professores da escola local, jovens ligados ao grupo de samba de coco e outros mora- dores.

Anterior às visitas no território de Buenos Aires, com o auxílio de duas historiadoras, fizemos uma pesquisa bibliográfico documental na internet na busca de dados gerais sobre os municípios; estas mesmas historiadoras, vinham já há tempos transcrevendo textos da área de antropologia relacionados à questão quilombola e de laudos antropológicos. Obtivemos também documentários regionais em livros e um vídeo sobre os quilombos de Pernambuco; estes foram realizados pelo Centro de Cultura Luiz Freire (uma ONG que trabalha no apoio aos territórios quilombolas de Pernambuco) em parceria com a Coordenação Estadual de Articulação das Comunidades Quilombolas e com a Associação do Território Quilombola de Conceição das Crioulas.

A entrada na comunidade foi facilitada pelo fato de estarem sendo construídas na comunidade cerca de 44 casas de alvenaria em substituição às de taipa. Esta obra faz parte do acordo entre o Ministério da Integração - MI e a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA. Ao chegar à comunidade o técnico do MI, foi logo “identificado e adjetivado” como o rapaz das casas. Apesar de ter explicado a sua real função na comunidade, isto não somente facilitou seus contatos, como também o colocou à disposição das pessoas que queriam perguntar sobre os outros benefícios, como o telefone comunitário, o posto de saúde, os projetos de geração de emprego e renda, etc. Esta situação coibiu qualquer embaraço por parte dos moradores locais. Na prática, sempre tinha alguém disposto a colaborar o seu cotidiano na comunidade.

As mais de 20 entrevistas gravadas em gravador digital totalizaram aproximadamente 05 horas. Como recurso auxiliar, fizemos, em todas as viagens, o registro fotográfico das pessoas sendo entrevistadas e do meio ambiente.

A transcrição das entrevistas e a posterior leitura crítica desta possibilitaram a observação dos hiatos de informações que nos faltavam.

Foi realizado o reconhecimento da área do território quilombola de Buenos Aires em várias situações com o apoio de Antônio Amaral, professor de geografia e morador local. Depois, foi realizado um trabalho técnico de identificação das áreas indicadas como pontos limítrofes do território de Buenos Aires; levando em consideração as referências geográficas dos moradores locais.

Dados Gerais





Nesta parte iremos colocar uma visão do município de Custódia e do território quilombola de Buenos Aires abordando aspectos gerais e específicos de ambos. A história, a demografia, a economia e a organização política de uma maneira ampla.

O município de Custódia com uma área territorial de 1.484,6 Km² dividi- dos em três distritos: Distrito-sede (Custódia), Quitimbu e Maravilha e com os povoados Caiçara, Ingá, Sabá, entre outros, está situado na parte setentrional da micro região do Pajeú, com os seguintes limites: ao norte com os municí- pios de Iguaraci (aproximadamente 34 km) e Carnaíba (aproximadamente 69 km), a leste com o município de Sertânia (aproximadamente 44 km), a oeste com o município de Betânia (aproximadamente 60 km) e Flores (aproximadamente 52 km), e ao sul com os municípios de Ibimirim (aproximadamente 111 km) e Floresta (aproximadamente 164 km).
Em relação à geopolítica das populações afro-brasileiras, o município
de Custódia tem 10 comunidades quilombolas. São elas:

01)    Buenos Aires
02)    São José
03)    Cachoeira da Onça
04)    Lagoinha
05)    Açudinho
06)    Serra da Torre
07)    Lajedo
08)    Carvalho
09)    Riacho do Meio
10)    Grotão (***) esta comunidade ainda não se definiu em relação à sua identidade quilombola.

Custódia possui ainda uma Comissão Municipal de Articulação das Comunidades Quilombolas que mantém uma representatividade junto à Comissão Estadual de Articulação das Comunidades Quilombolas de Pernambuco.

O território de remanescentes de quilombos de Buenos Aires

O território quilombola de Buenos Aires, em Custódia-PE, distante da sede do município 14 quilômetros é constituído por 08 sítios interligados. A saber, são elas: Catolé, Berruga ou Verruga, Saco, Queimada Nova, Lamarão, Caldeirão, Santana e Boa Viagem onde habitam aproximadamente 255 famílias. Os limites atuais do território incluem as terras circundadas pelas comunidades de Cachoeira da Onça, Barra de São Jorge, São José e pela Serra do Urubu.

O acesso ao território de Buenos Aires se dá por meio de uma estrada em leito natural a partir da localidade conhecida como Barra de São Jorge. A paisagem nesta viagem é cortada por rios e plantações de feijão e milho.

As terras não cultivadas são poucas.

A economia do território de Buenos Aires é basicamente da renda dos aposentados, da renda extra que vem dos parentes que se deslocam, com muita frequência, para São Paulo para trabalhar na construção civil e das atividades agropecuárias (com maior ênfase para a agricultura: feijão e milho e, a venda de leite e seus derivados – neste caso queijo).

As atividades sociais de cunho religioso são predominantemente oriundas da religião católica. Existe em reorganização um grupo de Samba de Co- co, com maioria composta por crianças. Acompanhando este, existe a Banda de Pífanos.

A população da comunidade é em sua maioria composta por jovens. Em termos étnico-raciais a população local mostra um mosaico de negros, brancos, descendentes de indígenas e mestiços de forma geral.

A comunidade de remanescentes de quilombos de Buenos Aires está localizada a uma distância de 14 quilômetros da sede do município de Custódia. Lá habitam cerca de 250 famílias. O que mais caracteriza a comunidade é a heterogeneidade étnico racial: convivem brancos, negros e mestiços. O discurso dos moradores é que todos se misturaram ao longo de uma convivência que conta mais de seis gerações.

Em termos de estrutura física o território de Buenos Aires apresenta a seguinte configuração: O sistema de abastecimento de água implantado é operado pela Associação dos Quilombolas de Buenos Aires, já a manutenção é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Custódia, sendo considerado deficitário no que se refere à oferta, à captação, à distribuição e à reserva.

A captação é efetuada em dois poços tubulares profundos localizados nos sítios: Lamarão, Luiz Carlos, Catolé, Caldeirão de Baixo, Santana, Sabá e Capim com uma vazão total de água captada e distribuída superior a 12,0 m3/h. O tempo de funcionamento dos poços é de 16 horas diárias para todos. Entretanto, não existem reservatórios elevados/apoiados e também, não existe rede de distribuição. A água é distribuída à população através de diversos chafarizes. O transporte desta água até as casas é, geralmente, feito com carro de boi.


07 outubro, 2024

Marcos Ramalho e amigos em 1977


Nosso colaborador e historiador Jorge Remígio, enviou para o Blog Custódia, uma homenagem póstuma ao amigo Marcos Ramalho, falecido ontem, dia 06 de Outubro.

Segue as informações da foto acima.

Vou nominar as pessoas dessa foto. Afinal, esse registro já tem 47 anos.

Em pé, Jailson Simões, filho de Cecílio Ferreira, seguido de Jorge Remígio, filho de Claudionor Remígio.

Sentados. Marcos Ramalho, filho de Edésio Ramalho, Zezinho Freire, que passou grande parte de sua vida na casa da tia Diva. César Constantino, filho de Manoel Constantino, Gilson Pereira, filho de Adauto Pereira, Cláudio Simões, filho de Júlio Ferreira e Elione Constantino, filho de Manoel Constantino.

Foto na casa de Dona Toinha, mãe de Cecy, Antônio Eli, Elione e César.