Minha Custódia tem sentinelas,
São os imponentes coqueiros
Que há muito tempo estão ali.
Presenciando a história
De gerações passadas
E das que hão de vir.
Custódia da minha infância,
Saudades tenho de ti!
No doce balanço da onda,
No juju e nas canoas do seu Duda,
Quantas vezes me diverti.
Como era bom dormir
Ouvindo o barulho da chuva
Caindo nas telhas de barro
E acordar com o cheiro do sertão.
Aroma melhor nunca senti!
Ver as plantas orvalhadas
E ouvir o barulho da passarada,
Quando o sol começa a surgir.
Saudade dos suspiros,
Que dona Aurora fazia
E na sua banca vendia.
Eles adoçaram a minha infância.
Iguaria tão boa quanto
Aos doces de Diva ou Didi
Custódia das noites enluaradas
Cheirando a flor de bugari.
Banhando nas águas mansas
Do teu riacho, eu cresci.
Nas tuas ruas brinquei e corri.
Dos meus amigos, familiares
Pessoas honradas com que convivi.
Minha terra querida,
Acho que esqueci
De agradecer por teres
Me acolhido, no dia em que nasci.
Peço-te perdão, por que
Como uma andorinha,
Um dia, levantei voo e
Parti!
Jussara Burgos
PS: Quando fiz o poema, ainda tinha os coqueiros de Dona Nita
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