Manoel Marinho de Rezende, Né Marinho, era um homem de personalidade marcante, como serventuário de justiça e empreendedor. Tabelião de competência reconhecida como oficial do registro geral de imóveis da comarca e proprietário do bar Fênix, que fez história como o Centro Social de maior importância da cidade por longo tempo.
Uma de suas particularidades era o indispensável uso da gravata. Dizia-se que ele não atirava nem para tomar banho e que para isso tinha uma especial, impermeável. Fez uma viagem de navio ao Rio de Janeiro que na época causou sensação.
Casado com Ester Pires Rezende, uma mulher bonita, simpática, ligeiramente estrábica, que vivia para o lar. Eu gostava muito dela e apreciava o seu modo de ser. Os filhos do casal, Leny, Ivanise, Laise, Hélio e Herbert eram educados e retraídos, em face da maneira austera de criação do pai. Eu me dava bem com todos eles, em especial com Leny. Quando a família se mudou para o Recife, todos os anos, Herbert vinha passar as férias em Custódia e era hóspede da casa dos meus pais. Sobre ele nada se sabe do seu destino.
Leny era considerada a moça mais vaidosa e elegante de Custódia, no vestir e no andar, afora a caprichada maquiagem. Retraída, mas nem por isso alegre e educada. A vaidade não impediu que adquiriris um bom preparo intelectual, a ponto de, mais tarde conquistar um lugar de destaque no magistério como professora na capital do Estado.
Né Marinho depois de aposentado, sozinho, passou uma temporada em Custódia advogando como rábula. Como se vê era um homem afoito criativo.
Lembro-me das interessantes e espirituosas cartas, com o nome de músicas do cancioneiro popular brasileiro, que troquei com Layse e das serenatas, muitas delas a pedido de Leny.
Hoje só restam saudade e uma convivência sabia de um tempo feliz.
Seu Né, como a família costumava chamar, era irmão do meu avô Mariano José de Rezende, lembro bem dele, homem sábio e muito educado. Sempre muito elegante em seu terno impecável e sapatos muito bem engraxados, parece até que estou vendo ele com aquele sorriso na Praça Padre Leão em Custódia ou no bar Savoy em Recife. Meu tio avô.
ResponderExcluirSocorro Rezende.